Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

Anahi e Alfonso foram mais rápidos, beijando cada uma de suas bochechas. Eu a ergui do chão e a girei no ar.

— Feliz aniversário, Beija-Flor — falei, me segurando para não grudar os lábios nos dela.

Todo mundo na festa sabia o que ela tinha ido fazer no corredor com Derrick. Seria bem sacana da minha parte fazer com que ela ficasse mal aos olhos das pessoas.

Ela ficou me encarando com aqueles grandes olhos amendoados e me senti derreter dentro deles.

— Tequila! — ela berrou, cambaleando até a cozinha.

O grito dela me alertou, trazendo todo o barulho e a movimentação ao redor de volta à minha realidade.

— Você parece detonada, Dulce. Acho que está na hora de encerrar a noite — disse Augustus quando ela chegou ao balcão.

— Não sou de desistir — ela retrucou. — Quero ver o meu dinheiro.

Juntei-me a ela quando Augustus colocou uma nota de vinte sob os dois últimos copos. Ele gritou aos outros caras do time:

— Ela vai beber todos! Preciso de quinze!

Eles reclamaram e reviraram os olhos, pegando a carteira para empilhar as notas de vinte atrás do último copo.

— Eu nunca teria acreditado que perderia cinquenta p/aus em uma aposta de quinze doses com uma garota — Chris grunhiu.

— Acredite, Jenks — disse ela, pegando um copo em cada mão.

Ela virou os dois, mas fez uma pausa.

— Beija-Flor? — falei, dando um passo em sua direção.

Ela ergueu um dedo e Augustus sorriu.

— Ela vai perder — disse.

— Não vai não — Anahi balançou a cabeça. — Respira fundo, Dulce.

Ela fechou os olhos e inspirou, pegando o último copo no balcão.

— Minha nossa, Dulce! Você vai morrer de coma alcoólico! — Alfonso gritou.

— Ela tem a manha — afirmou Anahi.

Dulce inclinou a cabeça para trás e deixou a tequila fluir pela garganta. A festa inteira assobiava e gritava enquanto Augustus lhe entregava a pilha de dinheiro.

— Valeu — ela disse com orgulho, enfiando o dinheiro no sutiã.

Eu nunca tinha visto uma coisa daquelas na vida.

— Você está incrivelmente sexy — falei ao pé do ouvido dela enquanto voltávamos para a sala. Ela me envolveu com os braços, provavelmente para deixar a tequila assentar. — Tem certeza que está bem?

Ela queria dizer “Estou bem”, mas as palavras saíram enroladas.

— Você precisa fazer a Dulce vomitar, Ucker. Pra eliminar um pouco do álcool.

— Meu Deus do céu, Poncho, deixa a menina em paz. Ela está bem — disse Anahi, irritada.

Alfonso juntou as sobrancelhas.

— Só estou tentando evitar que algo ruim aconteça.

— Dulce? Você está bem? — quis saber Anahi.

Ela conseguiu abrir um sorriso, parecendo meio sonolenta.

Anahi olhou para o namorado.

— É só esperar o efeito passar que ela vai ficar sóbria. Não é a primeira vez que ela faz isso. Fica calmo.

— Inacreditável — disse Alfonso. — Christopher?

Encostei a bochecha na testa da Dulce.

— Dul? Quer se garantir e vomitar?

— Não — disse ela. — Quero dançar. — E me abraçou mais forte.

Olhei para ele e dei de ombros.

— Contanto que ela esteja de pé e se mexendo...

Nada contente, Alfonso saiu como um raio em meio à galera na pista de dança até ficar fora do nosso campo de visão. Anahi estalou a língua e revirou os olhos, então foi atrás dele.

Dulce pressionou o corpo no meu. Mesmo a música sendo rápida, estávamos dançando lentamente no meio da sala, cercados de pessoas saltitando e balançando os braços. Luzes azuis, roxas e verdes dançavam conosco, no chão e nas paredes. As luzes azuis se refletiam no rosto de Dulce, e tive que me concentrar muito para não beijá-la.

Quando a festa começou a morrer, algumas horas depois, Dulce e eu ainda estávamos na pista de dança. Ela havia melhorado um pouco depois que lhe dei algumas torradas com queijo, e tentou dançar com Anahi uma música pop boba, mas, fora isso, ficou apenas nos meus braços, os pulsos travados atrás do meu pescoço.

A maior parte da galera já tinha ido embora ou desmaiado em algum lugar do apartamento, e a briguinha entre Alfonso e Anahi foi piorando aos poucos.

— Se vocês vão pegar carona comigo, estou indo embora — disse Alfonso, seguindo em direção à porta.

— Não quero ir embora — Dulce resmungou, com os olhos semicerrados.

— Acho que a noite já deu o que tinha que dar. Vamos pra casa.

Quando dei um passo em direção à porta, ela nem se mexeu. Estava encarando o chão, parecendo um pouco esverdeada.

— Você vai vomitar, não vai?

Ela ergueu a cabeça para mim, mal conseguindo abrir os olhos.

— Acho que sim.

Ela balançou para frente e para trás algumas vezes antes que eu a segurasse.

— Você, Christopher Uckermann, até que é sexy quando não está sendo um galinha — disse ela, um sorriso enorme e ridículo de bêbada contorcendo sua boca.

— Hum... valeu — falei, reposicionando-a para que pudesse segurá-la melhor.

Dulce encostou a palma da mão na minha bochecha.

— Quer saber de uma coisa, sr. Uckermann?

— O quê, baby?

A expressão no rosto dela ficou séria.

— Em uma outra vida, eu poderia te amar.

Fiquei observando-a por um instante, encarando seus olhos vidrados. Ela estava bêbada, mas, só por um momento, não me pareceu errado fingir que ela estava sendo sincera.

— E eu poderia te amar nesta vida.

Ela inclinou a cabeça e pressionou os lábios no canto da minha boca. Ela pretendia me beijar, mas errou o lugar. Então deixou a cabeça cair no meu ombro.

Olhei ao redor e vi que todas as pessoas ainda conscientes estavam paralisadas, olhando em choque para o que tinham acabado de testemunhar. Sem dizer uma única palavra, eu a carreguei até o Charger, onde Anahi estava parada, de pé, com os braços cruzados.

Alfonso apontou para Dulce.

— Olha para ela! Ela é sua amiga e você deixou que ela fizesse uma coisa insanamente perigosa! Você encorajou a Dulce!

Anahi apontou para si mesma.

— Eu conheço a minha amiga, Poncho! Já vi a Dulce fazer bem mais do que isso por dinheiro!