Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy
Capítulo dezessete - Subestimado
A Harley não nos levou a nenhum lugar específico. Prestar atenção no trânsito e nas esporádicas viaturas de polícia que cruzavam nosso caminho foi suficiente a princípio para manter meus pensamentos ocupados, porém, depois de um tempo, éramos os únicos na rua. Sabendo que a noite em algum momento acabaria, decidi que daria minha última cartada quando a deixasse no Morgan. A despeito de nossos encontros platônicos para jogar boliche, se ela continuasse saindo com Derrick, em algum momento isso também acabaria. Tudo acabaria.
Pressionar Dulce nunca era uma boa ideia, mas, a menos que eu colocasse todas as cartas na mesa, eu tinha grandes chances de perder a única beija-flor que já havia encontrado. Eu repetia na minha cabeça o que diria a ela e de que maneira. Teria que ser direto, algo que Dulce não tivesse como ignorar nem fingir que não tinha ouvido ou entendido.
O ponteiro vinha flertando com a extremidade vazia do medidor de combustível já fazia diversos quilômetros, então parei no primeiro posto de gasolina aberto com que nos deparamos.
— Você quer alguma coisa? — perguntei.
Ela balançou a cabeça, descendo da moto. Passou os dedos pelas mechas longas e brilhantes de seus cabelos emaranhados e abriu um sorriso tímido.
— Para com isso, você está linda.
— Só se for para aparecer em um clipe de rock dos anos 80.
Dei risada e bocejei, colocando a mangueira na abertura do tanque de gasolina da Harley.
Dulce pegou o celular para verificar o horário.
— Meu Deus, Ucker. São três da manhã.
— Você quer voltar? — perguntei, meu estômago se retorcendo.
— É melhor.
— Ainda vamos jogar boliche hoje à noite?
— Eu disse que vamos.
— E você ainda vai comigo na festa da Sig Tau que vai rolar daqui a algumas semanas, né?
— Você está insinuando que eu não cumpro minhas promessas? Acho isso um pouco ofensivo.
Puxei a mangueira do tanque de gasolina e a prendi na base.
— Eu só não sei mais o que você vai fazer.
Eu me sentei na moto e ajudei Dulce a subir atrás de mim. Ela colocou os braços ao meu redor, dessa vez por conta própria, e eu suspirei, perdido em pensamentos antes de ligar o motor. Agarrei o guidão, inspirei e, bem quando criei coragem para falar com ela, decidi que um posto de gasolina não era o melhor cenário para expor minha alma.
— Você é importante pra mim, viu? — disse Dulce, tensionando os braços.
— Não entendo você, Beija-Flor. Achei que conhecesse as mulheres, mas você é incrivelmente confusa. Não te entendo.
— Eu também não te entendo. Supostamente você é o garanhão da Eastern. Não estou tendo a experiência completa que eles prometem às calouras no folheto.
Não pude evitar e me senti ofendido. Mesmo que fosse verdade.
— Isso é inédito. Nunca uma garota transou comigo só pra me fazer deixá-la em paz.
— Não foi isso que aconteceu, Christopher.
Dei partida no motor e arranquei sem dizer mais nenhuma palavra. O percurso até o Morgan foi excruciante. Na minha cabeça, eu me convencia a confrontar a Dulce, e logo em seguida me convencia do contrário. Apesar de meus dedos estarem amortecidos de frio, dirigi devagar, temendo o momento em que ela soubesse de tudo e me rejeitasse uma última vez.
Quando estacionei na entrada do Morgan Hall, senti como se meus nervos tivessem sido cortados, incendiados e destroçados. Dulce desceu da moto, e sua expressão triste fez um leve pânico arder dentro de mim. Ela poderia me mandar para o inferno antes que eu tivesse a chance de dizer alguma coisa.
Acompanhei-a até a porta e ela pegou as chaves, mantendo a cabeça baixa. Incapaz de esperar mais um segundo que fosse, ergui o queixo dela com gentileza, esperando pacientemente que seus olhos encontrassem os meus.
— Ele te beijou? — perguntei, tocando seus lábios suaves com o polegar.
Ela se afastou.
— Você realmente sabe como destruir uma noite perfeita, não é?
— Você achou que foi perfeita? Quer dizer que se divertiu?
— Eu sempre me divirto quando estou com você.
Abaixei os olhos e minha expressão se comprimiu.
— Ele te beijou?
— Beijou — ela suspirou, irritada.
Fechei os olhos com força, sabendo que minha próxima pergunta poderia resultar em desastre.
— Aconteceu mais alguma coisa?
— Não é da sua conta! — disse ela, abrindo a porta com tudo.
Eu a fechei e me coloquei na frente dela.
— Eu preciso saber.
— Não, não precisa! Sai da frente, Christopher! — ela golpeou com o cotovelo a lateral do meu corpo, tentando passar por mim.
— Beija-Flor...
— Você acha que, porque eu não sou mais virgem, vou sair trepando com qualquer um que me quiser? Valeu! — disse ela, empurrando meu ombro.
— Eu não disse isso, droga! É pedir demais querer ter um pouco de paz de espírito?
— E por que você teria paz de espírito se soubesse se transei ou não com o Derrick?
— Como você pode não saber? É óbvio pra todo mundo, menos pra você!
— Então acho que sou uma imbecil. É uma atrás da outra com você essa noite, Ucker — disse ela, esticando a mão para alcançar a maçaneta.
Segurei seus ombros com as duas mãos. Ela estava fazendo aquilo de novo, aquela rotina inconsciente com a qual eu havia me acostumado. O momento de mostrar minhas cartas era agora.
— O que eu sinto por você... é muito louco.
— Na parte da loucura você está certo — ela retrucou, se afastando de mim.
— Eu fiquei treinando isso na minha cabeça o tempo todo em que estávamos na moto, então me ouve.
— Christopher...
— Eu sei que a gente tem problemas, tá? Sou impulsivo, esquentado, e você me faz perder a cabeça como ninguém. Num minuto você age como se me odiasse, e no seguinte como se precisasse de mim. Eu nunca faço nada direito, eu não te mereço... mas, por/ra, Dulce, eu te amo. Eu te amo mais do que jamais amei alguém ou alguma coisa em toda a minha vida. Quando você está por perto, não preciso de bebida, nem de dinheiro, nem de luta, nem de transas sem compromisso... eu só preciso de você. Eu só penso em você. Eu só sonho com você. Eu só quero você.
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Ela não disse nada durante vários segundos. Ergueu as sobrancelhas, e seus olhos pareciam confusos enquanto ela processava tudo que eu havia dito. Ela piscou algumas vezes. Peguei seu rosto com ambas as mãos e olhei fundo em seus olhos. — Você transou com ele? Seus olhos brilharam de lágrimas e ela fez que não com a cabe&cced ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 633
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LeticíaVondy Postado em 05/06/2015 - 14:07:27
Terminei de ler pela 2 vez, bateu uma sdd. Mais sua nova web me lembra desta aqui :33
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Lene_duke Postado em 05/04/2015 - 17:24:39
Aiiii que saudades que tava de ler essa fic! Simplesmente me encantei pela essa fanfic do começo ao final , foi lindo e intenso, ameiiiii , vai deixar uma saudade imensa :))
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anne_mx Postado em 08/03/2015 - 22:24:00
Gostei muito do final mas vc fazendo as tres temporadas quase q iguais ficou chato e sem graça de ler pq apenas os finais das temporadas eram meio diferentes mas ainda sim ficou bom e n se sinta ofendida por favor isso é so´pra vc s ligar na proxima fanfic
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naty_rbd Postado em 06/02/2015 - 13:06:40
Achei lindo o final! bjs.
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leticiavondy12 Postado em 05/02/2015 - 20:56:49
Amei muito a historia é um peninha que acabou!!
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melicia_fagundes Postado em 05/02/2015 - 16:32:08
Adorei a historia sim obg
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barken_vondy Postado em 05/02/2015 - 11:51:44
Que lindo o final e nao vou negar nao to muito emocionada porque acabou. Vou sentir falta!!
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vondyfforever Postado em 04/02/2015 - 22:54:58
Perfeitooooooooo! Parabens! Palmas palmas palmas! Ameii a web queriaa maaaais kkkkk
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naty_rbd Postado em 04/02/2015 - 14:57:33
vou sentir muito falta disso aqui e desses dois! só quero ver o que vai rolar nesta depsedida de solteiro! Posta mais
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gioohig Postado em 04/02/2015 - 13:30:14
Oiiii , gosto muito da sua fic e eu soh lamento que esteja acabando :/ mas continua postando pra mim ficar feliz e nao louca kkkk Obrigada gatinha ;)