Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

— Que merda, Fernando, dois mil e quinhentos? Se você sumir daqui, eu te dou esse dinheiro agora mesmo — falei, sacando a carteira.

— Ele quer dizer vinte e cinco mil — disse Dulce, com frieza na voz.

Fernando me olhou de cima a baixo, do rosto até os sapatos.

— Quem é esse palhaço?

Ergui os olhos e instintivamente me inclinei em direção à minha presa. A única coisa que me impedia de atacá-lo era o corpo frágil de Dulce entre nós dois — e saber que aquele homenzinho execrável era o pai dela.

— Agora posso ver por que um cara esperto como você foi reduzido a pedir mesada para a filha adolescente.

Antes que Fernando pudesse falar, Dulce sacou o celular.

— Pra quem você deve dessa vez, Fernando?

Ele coçou o cabelo grisalho e ensebado.

— Bom, Docinho, é uma história engraçada...

— Pra quem? — ela gritou.

— Pro Benny.

Ela se inclinou na minha direção.

— Pro Benny? Você está devendo pro Benny? Que merda você estava... — Então fez uma pausa. — Não tenho tudo isso de dinheiro, Fernando.

Ele sorriu.

— Algo me diz que você tem.

— Pois eu não tenho! Você realmente se superou dessa vez, hein? Eu sabia que você não ia parar até acabar morrendo!

Ele se mexeu, e o sorriso presunçoso desapareceu de seu rosto.

— Quanto você tem?

— Onze mil. Eu estava economizando para comprar um carro.

Os olhos de Anahi voaram na direção dela.

— Onde você conseguiu onze mil dólares, Dulce?

— Nas lutas do Christopher.

Puxei-a pelos ombros até que ela olhasse para mim.

— Você conseguiu onze mil dólares com as minhas lutas? Quando você apostava?

— Christian e eu tínhamos um acordo — ela disse casualmente.

De repente, os olhos de Fernando ficaram cheios de animação.

— Você pode duplicar isso em um fim de semana, Docinho. Você consegue os vinte e cinco pra mim no domingo, aí o Benny não manda os capangas dele atrás de mim.

— Isso vai me deixar dura, Fernando. Tenho que pagar a faculdade — disse Dulce, com um tom de tristeza na voz.

— Ah, você consegue recuperar esse dinheiro rapidinho — ele acenou com a mão, como se não fosse nada.

— Quando é o prazo final? — quis saber Dulce.

— Segunda de manhã. Quer dizer, à meia-noite — disse ele, sem nenhum constrangimento.

— Você não tem que dar uma por/ra de um centavo pra ele, Beija-Flor — falei.

Fernando agarrou Dulce pelo pulso.

— É o mínimo que você pode fazer! Eu não estaria nessa merda hoje se não fosse você!

Anahi afastou a mão dele com um tapa e o empurrou.

— Não se atreva a começar com essa merda de novo, Fernando! Ela não te obrigou a pegar dinheiro emprestado com o Benny!

Fernando fuzilou Dulce com o olhar. O ódio em seus olhos fazia desaparecer qualquer conexão com ela como sua filha.

— Se não fosse por ela, eu teria meu próprio dinheiro. Você tirou tudo de mim, Dulce. Eu não tenho nada!

Ela engoliu o choro.

— Vou conseguir o dinheiro para você pagar o Benny até domingo. Mas depois disso quero que você me deixe em paz, c/acete. Não vou fazer isso de novo, Fernando. De agora em diante, você está por contra própria, está me ouvindo? Fique. Longe. De. Mim.

Ele pressionou os lábios e assentiu.

— Como quiser, Docinho.

Dulce se virou e foi em direção ao carro.

Anahi suspirou.

— Façam as malas, meninos. Estamos indo para Vegas.

Ela foi caminhando até o Charger, e Alfonso e eu ficamos paralisados.

— Espera. O quê? — Ele olhou para mim. — Tipo, Las Vegas? Em Nevada?

— Parece que sim — falei, enfiando as mãos nos bolsos.

— Vamos simplesmente pegar um avião para Vegas — disse Alfonso, ainda tentando processar a situação.

— É isso aí.

Ele foi abrir o carro para Anahi e Dulce entrarem, depois bateu a porta com o rosto inexpressivo.

— Eu nunca fui pra Vegas.

Um sorriso travesso esticou um dos lados da minha boca.

— Então chegou a hora de você perder a virgindade.