Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy
Jesse balançou a cabeça.
— Você sabe que isso não vai acontecer, Docinho, não importa com quanto dinheiro você apareça. Se for menos do que ele deve, o Benny vai mandar alguém atrás dele. E você, fique o mais longe possível.
— Eu tenho que tentar — disse Dulce, com a voz partida.
Ele deu um passo à frente, aproximando-se dela para manter a voz baixa.
— Entre em um avião, Dulce. Está me ouvindo?
— Estou — ela retrucou.
Ele suspirou e fez cara de solidariedade, então abraçou Dulce e beijou os cabelos dela.
— Sinto muito. Se eu não corresse o risco de perder o emprego, você sabe que eu tentaria pensar em alguma saída.
Os pelos na minha nuca se eriçaram, algo que só acontecia quando eu me sentia ameaçado e estava prestes a lançar toda minha fúria contra alguém.
Segundos antes de eu partir para cima dele, Dulce se afastou do cara.
— Eu sei — disse ela. — Você fez o que pôde.
Ele ergueu o queixo dela com o dedo.
— Vejo você amanhã às cinco. — E se curvou para beijar o canto de sua boca, depois saiu andando.
Foi então que me dei conta de que meu corpo estava inclinado para frente, e Alfonso mais uma vez me segurava pela camiseta, com os nós dos dedos brancos.
O olhar de Dulce estava pregado no chão.
— O que é que tem às cinco? — perguntei, borbulhando de raiva.
— A Dulce concordou em jantar com o Jesse se ele deixasse ela ficar aqui. Ela não teve escolha, Ucker — disse Anahi.
Dulce ergueu seus grandes olhos para mim, se desculpando.
— Você tinha escolha — falei.
— Você já lidou com a máfia, Christopher? Lamento se seus sentimentos estão feridos, mas um jantar de graça com um velho amigo não é um preço alto a se pagar para manter o Fernando vivo.
Mantive o maxilar cerrado, me recusando a abrir a boca e deixar sair palavras das quais eu me arrependeria mais tarde.
— Vamos, pessoal, temos que encontrar o Benny — disse Anahi, puxando Dulce pelo braço.
Alfonso caminhava ao meu lado enquanto seguíamos as meninas pela Strip até o prédio do Benny, que ficava a uma quadra das luzes brilhantes, em um lugar aonde o ouro não chegava. Dulce fez uma pausa, depois subiu alguns degraus até uma porta grande e verde. Ela bateu, e segurei sua outra mão para impedi-la de tremer.
O porteiro apareceu na entrada. Ele era imenso — negro, parrudo e intimidante —, e o típico verme de Vegas estava parado ao seu lado. Correntes douradas, olhos desconfiados e uma pança de comer demais a comidinha da mamãe.
— Benny — Dulce sussurrou.
— Ora, ora... Você não é mais a Lucky Thirteen, hein? O Fernando não me contou que você tinha ficado tão bonita. Eu estava esperando por você, Docinho. Ouvi dizer que tem um pagamento para mim.
Ela assentiu, e Benny fez um gesto, apontando para o restante de nós.
— Eles estão comigo — disse ela, com a voz surpreendentemente forte.
— Receio que seus companheiros terão que esperar do lado de fora — disse o porteiro, em um tom grave incomum.
Peguei Dulce pelo braço, usando meu ombro como proteção.
— Ela não vai entrar aí sozinha. Eu vou junto.
Benny olhou para mim por um instante, depois sorriu para o porteiro.
— É justo. O Fernando vai ficar feliz em saber que você tem um amigo tão bom.
Entramos. Mantive a pegada firme no braço de Dulce, certificando-me de ficar entre ela e a maior das ameaças: o porteiro. Seguimos Benny até um elevador, depois subimos quatro andares.
Quando as portas se abriram, vimos uma grande mesa de mogno. Benny foi mancando até sua cadeira revestida de veludo e se sentou, fazendo um gesto para que ocupássemos os dois assentos vazios do outro lado da mesa. Eu me sentei, mas a adrenalina fluía pelas minhas veias, tornando-me nervoso e inquieto. Eu conseguia ouvir e ver tudo na sala, inclusive os dois capangas nas sombras atrás da mesa do Benny.
Dulce pegou minha mão e apertei de leve a dela, para confortá-la.
— O Fernando me deve vinte e cinco mil. Acredito que você tenha o valor total — disse Benny, rabiscando algo em um bloco de notas.
— Pra falar a verdade — Dulce fez uma pausa, pigarreando — faltam cinco mil, Benny. Mas eu tenho o dia todo amanhã para conseguir o restante. E cinco mil não é problema, certo? Você sabe que eu sou boa nisso.
— Maria — Benny franziu o cenho —, assim você me decepciona. Você conhece minhas regras muito bem.
— Por... por favor, Benny. Estou pedindo que você pegue os dezenove mil e novecentos, e amanhã eu te trago o resto.
Os olhos pequenos e brilhantes de Benny se desviaram de Dulce para mim, e então de volta para ela. Os capangas saíram da escuridão, e os pelos na minha nuca se arrepiaram de novo.
— Você sabe que não aceito nada além do valor total. O fato de você estar tentando me entregar menos que isso me diz algo. Sabe o quê? Que você não tem certeza se vai conseguir tudo.
Os capangas deram mais um passo à frente. Analisei os bolsos dos dois, à procura de qualquer forma sob suas roupas que pudesse significar algum tipo de arma. Ambos tinham facas, mas não percebi nenhuma arma de fogo, o que não queria dizer que eles não tivessem alguma enfiada na bota, mas eu duvidava que qualquer um deles fosse tão rápido quanto eu. Se fosse preciso, eu poderia tirar a arma deles e sair correndo como um raio dali.
— Eu posso conseguir o seu dinheiro, Benny — disse Dulce, dando uma risadinha nervosa. — Ganhei oito mil e novecentos em seis horas.
— Então você está me dizendo que vai me trazer oito mil e novecentos em mais seis horas? — Benny abriu um sorriso diabólico.
— O prazo é só amanhã à meia-noite — falei, olhando de relance para trás e percebendo a aproximação dos homens que vinham das sombras.
— O... o que você está fazendo, Benny? — perguntou Dulce, com a postura rígida.
— O Fernando me ligou hoje. Ele me disse que você está cuidando da dívida dele.
— Estou fazendo um favor a ele. Eu não devo nenhum dinheiro a você — disse ela, austera.
Benny apoiou os cotovelos curtos e grossos na mesa.
— Estou pensando em ensinar uma lição ao Fernando, e estou curioso para saber até onde vai a sua sorte, menina.
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Por instinto, levantei com agilidade da cadeira, puxando Dulce comigo, colocando-a atrás de mim e seguindo de costas em direção à porta. — O Josiah está do lado de fora, meu jovem. Para onde exatamente você acha que vai fugir? — Christopher — disse Dulce em tom de aviso. Não teria mais conversa. Se eu deixa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 633
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LeticíaVondy Postado em 05/06/2015 - 14:07:27
Terminei de ler pela 2 vez, bateu uma sdd. Mais sua nova web me lembra desta aqui :33
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Lene_duke Postado em 05/04/2015 - 17:24:39
Aiiii que saudades que tava de ler essa fic! Simplesmente me encantei pela essa fanfic do começo ao final , foi lindo e intenso, ameiiiii , vai deixar uma saudade imensa :))
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anne_mx Postado em 08/03/2015 - 22:24:00
Gostei muito do final mas vc fazendo as tres temporadas quase q iguais ficou chato e sem graça de ler pq apenas os finais das temporadas eram meio diferentes mas ainda sim ficou bom e n se sinta ofendida por favor isso é so´pra vc s ligar na proxima fanfic
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naty_rbd Postado em 06/02/2015 - 13:06:40
Achei lindo o final! bjs.
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leticiavondy12 Postado em 05/02/2015 - 20:56:49
Amei muito a historia é um peninha que acabou!!
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melicia_fagundes Postado em 05/02/2015 - 16:32:08
Adorei a historia sim obg
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barken_vondy Postado em 05/02/2015 - 11:51:44
Que lindo o final e nao vou negar nao to muito emocionada porque acabou. Vou sentir falta!!
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vondyfforever Postado em 04/02/2015 - 22:54:58
Perfeitooooooooo! Parabens! Palmas palmas palmas! Ameii a web queriaa maaaais kkkkk
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naty_rbd Postado em 04/02/2015 - 14:57:33
vou sentir muito falta disso aqui e desses dois! só quero ver o que vai rolar nesta depsedida de solteiro! Posta mais
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gioohig Postado em 04/02/2015 - 13:30:14
Oiiii , gosto muito da sua fic e eu soh lamento que esteja acabando :/ mas continua postando pra mim ficar feliz e nao louca kkkk Obrigada gatinha ;)