Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

CAPÍTULO VINTE E UM  -  MORTE LENTA 

Alfonso se sentou ao meu lado na sala pequena, mas bem iluminada.Era a primeira vez que eu lutaria fora de um porão. O público seria composto pelo submundo de Vegas: moradores locais, mafiosos, traficantes e suas acompanhantes gostosas. A multidão do lado de fora da salinha era um exército negro, cada vez mais alto, e com muito mais sede de sangue. Eu estaria cercado por uma gaiola, em vez de por pessoas.

— Eu ainda acho que você não devia fazer isso — disse Anahi, do outro lado da sala.

— Agora não, baby — Alfonso respondeu. Ele estava me ajudando a prender a bandagem nas mãos.

— Você está nervoso? — ela perguntou. Anahi estava quieta, algo que não lhe era característico.

— Não, mas estaria melhor se a Dul estivesse aqui. Você sabe dela?

— Vou mandar uma mensagem. Ela vai chegar a tempo.

— Ela amava aquele cara? — eu quis saber, me perguntando no que consistiria a conversa deles no jantar. Obviamente ele não era nenhum pastor, e eu não sabia o que ele esperava em troca de seu favor.

— Não — respondeu Anahi. — Pelo menos ela nunca disse que amava. Eles cresceram juntos, Christopher. O Jesse foi a única pessoa com quem ela pôde contar por um bom tempo.

Eu não tinha certeza se isso me fazia sentir melhor ou pior.

— Ela respondeu sua mensagem?

— Ei — disse Alfonso, me dando um tapinha na bochecha. — Ei! O Brock McMann está te esperando. Sua cabeça precisa estar cem por cento nisso aqui. Para de dar uma de maricas e se concentra!

Assenti, tentando me lembrar das vezes em que vira o Brock lutar. Ele tinha sido expulso do UFC por golpes proibidos, além de rumores de que havia confrontado o presidente da organização. Já fazia um tempo, mas ele era conhecido como um cara que lutava sujo e fazia merdas ilegais quando o juiz não estava olhando. O elemento-chave seria evitar ir para o chão. Se ele travasse as pernas em mim, as coisas poderiam ir por água abaixo bem rápido.

— Você vai evitar riscos, Ucker. Deixe ele atacar primeiro. Meio que do mesmo jeito que você lutou quando estava tentando ganhar a aposta com a Dulce. Você não vai lutar com um renegado qualquer de faculdade. Isso aqui não é o Círculo, e você não precisa dar show para a galera.

— O c/acete que não.

— Você precisa vencer, Christopher. Você está lutando pela Dulce, não se esqueça disso.

Concordei com a cabeça. Alfonso estava certo. Se eu perdesse, Benny não conseguiria seu dinheiro, e Dulce ainda estaria em perigo.

Um homem alto e grande de terno e cabelos ensebados entrou na salinha.

— Sua vez. Seu treinador pode ficar com você na gaiola, mas as garotas... Onde está a outra?

Formou-se uma linha entre minhas sobrancelhas.

— Ela está vindo.

— Elas têm assentos reservados no fim da segunda fileira, no seu corner.

Alfonso se virou para Anahi.

— Vou levar você até lá. — Então olhou para o cara de terno. — Ninguém encosta nela. Por/ra, eu mato a primeira pessoa que fizer isso.

O cara abriu um sorriso tênue.

— O Benny já falou: nada de distrações. Vamos ficar de olho nelas o tempo todo.

Alfonso assentiu e estendeu a mão para Anahi, que a pegou, e eles me seguiram em silêncio pela porta.

As vozes amplificadas dos mestres de cerimônias ecoavam pelos imensos alto-falantes posicionados em cada canto da vasta sala, que se parecia com uma pequena casa de shows. Havia ali, por baixo, umas mil pessoas, e todas estavam em pé, torcendo ou me olhando com desconfiança enquanto eu entrava.

O portão da gaiola se abriu e entrei.

Alfonso ficou observando enquanto o cara de terno levava Anahi até a cadeira e, assim que se convenceu de que ela estava bem, se virou para mim.

— Lembre-se: seja esperto. Deixe ele atacar primeiro. O objetivo é vencer pela Dulce.

Assenti.

Segundos depois, uma música alta soou nos alto-falantes, e as arquibancadas explodiram em frenesi. Brock McMann apareceu sob a luz dos refletores que iluminavam a expressão severa de seu rosto. Ele tinha um séquito que mantinha os espectadores afastados enquanto ele dava pulinhos para soltar os músculos. Eu me dei conta de que era bem provável que ele estivesse treinando para aquela luta havia semanas — se não meses.

Pra mim tudo bem. Eu tinha apanhado dos meus irmãos a vida toda. Tive muito treinamento.

Olhei para Anahi. Ela deu de ombros e eu franzi a testa. A maior luta da minha vida estava a minutos de começar e Dulce não estava lá. Assim que me voltei para ver o Brock entrar na gaiola, ouvi a voz do Alfonso.

— Christopher! Christopher! Ela chegou!

Eu me virei, procurando com desespero por Dulce, e a vi descendo os degraus em velocidade máxima. Ela parou bem perto da gaiola, batendo as mãos na grade.

— Estou aqui! Estou aqui — disse ela, meio sem fôlego.

Meninas não vou poder responder os comentários que estou passando com um pouquinho de pressa para dar tempo de postar na minha outra fic também, então, foi mal ;/