Fanfics Brasil - 2 Temporada - 119 Belo Desastre || Vondy (Concluída)

Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy


Capítulo: 2 Temporada - 119

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CAPÍTULO VINTE E SETE  -  FOGO E GELO


 


 


 


A fumaça se tornara inescapável. Não importavaem que sala eu me encontrasse, cada respiração era rasa e quente, fazendo meus pulmões arderem.


Eu me inclinei e agarrei os joelhos, arfando. Meu senso de direção estava enfraquecido, tanto por causa da escuridão quanto pela possibilidade de não ser capaz de encontrar minha namorada e meu irmão antes que fosse tarde demais. Eu nem tinha certeza se conseguiria encontrar a minha saída dali.


Entre acessos de tosse, ouvi o som de alguma coisa batendo na sala ao lado.


— Socorro! Alguém me ajuda!


Era Dulce. Uma determinação renovada tomou conta de mim e fui me arrastando em direção à voz dela, tateando em meio às trevas. Minhas mãos encostaram em uma parede, e parei quando senti uma porta. Estava trancada.


— DUL! — gritei, dando um puxão na maçaneta.


A voz dela se tornou mais estridente, incitando-me a recuar um passo e chutar a porta até ela voar longe.


Dulce estava em cima de uma mesa posicionada bem embaixo de uma janela, batendo as mãos no vidro com tamanho desespero que nem se deu conta de que eu tinha forçado entrada na sala.


— Beija-Flor? — chamei, tossindo.


— CHRISTOPHER! — ela gritou, descendo da mesa e se jogando nos meus braços.


Segurei seu rosto.


— Cadê o Trent?


— Ele seguiu aqueles caras! — ela berrou, com lágrimas escorrendo pelas bochechas. — Eu tentei fazer ele vir comigo, mas ele não quis!


Olhei para o corredor, onde o fogo se aproximava em alta velocidade na nossa direção, alimentando-se dos móveis cobertos que ladeavam as paredes.


Dulce ficou ofegante com a visão, depois tossiu. Minhas sobrancelhas se juntaram, e eu me perguntava em que merda de lugar meu irmão estaria. Se ele estivesse no fim daquele corredor, não conseguiria sair dali. Um choro subiu pela minha garganta, mas, vendo o olhar de terror da Dulce, o forcei a ir embora.


— Vou tirar a gente daqui, Dul. — Pressionei os lábios nos dela em um movimento firme e rápido, depois subi na mesa.


Empurrei a janela, e os músculos dos meus braços tremiam enquanto eu empregava toda minha força contra o vidro.


— Vai pra trás, Dulce! Vou quebrar o vidro!


Ela recuou, com o corpo inteiro tremendo. Curvei o cotovelo e levei o punho cerrado para trás, então soltei um gemido alto quando golpeei com toda força a janela. O vidro se estilhaçou e estendi a mão para Dulce.


— Vamos! — gritei.


O calor do fogo dominou a sala. Motivado por puro medo, ergui Dulce do chão com um braço e a empurrei pela janela.


Ela ficou me esperando de joelhos enquanto eu escalava a janela para sair, depois me ajudou a levantar. Sirenes soavam do outro lado do prédio, e as luzes vermelhas e azuis dos carros de bombeiros e das viaturas de polícia dançavam nos tijolos dos prédios adjacentes.


Puxei Dulce comigo em uma rápida corrida até a frente do prédio, onde uma multidão estava parada. Procuramos por Trenton em meio aos rostos cobertos de fuligem, enquanto eu gritava o nome dele. A cada vez que eu o chamava, minha voz ficava mais aflita. Ele não estava lá. Dei uma olhada no meu celular, na esperança de que ele tivesse me ligado. Ao ver que isso não tinha acontecido, fechei-o com tudo.


Já quase sem esperança, cobri a boca, incerto quanto ao que fazer em seguida. Meu irmão tinha se perdido dentro do prédio em chamas. Ele não estava do lado de fora, o que me levava a uma única conclusão.


— TRENT! — gritei, esticando o pescoço enquanto o procurava em meio à multidão.


As pessoas que tinham conseguido escapar se abraçavam e choravam atrás das ambulâncias, observando horrorizadas enquanto os bombeiros jogavam água pelas janelas e entravam no prédio carregando mangueiras.


— Ele não conseguiu sair — sussurrei. — Ele não conseguiu sair, Dul.


Lágrimas escorriam pelas minhas bochechas, e caí de joelhos.


Dulce me acompanhou, me abraçando.


— O Trent é esperto, Ucker. Ele saiu sim. Deve ter encontrado um caminho diferente.


Tombei no colo dela, agarrando sua blusa com as duas mãos.


Uma hora se passou. Os choros e os lamentos dos sobreviventes e dos curiosos em frente ao prédio tinham virado um silêncio sombrio. Os bombeiros conseguiram resgatar apenas duas pessoas com vida, e depois disso, todas as outras vezes, voltavam sem ninguém. Cada vez que alguém surgia do prédio, eu prendia a respiração, parte de mim esperando que fosse Trenton, e a outra temendo que fosse.


Meia hora mais tarde, os bombeiros começaram a aparecer com corpos sem vida. Em vez de tentarem reanimação cardiopulmonar, eles simplesmente os deitavam ao lado das outras vítimas e cobriam os cadáveres. O chão estava forrado de mortos, em número bem maior do que aqueles de nós que haviam conseguido escapar.


— Christopher?


Christian estava parado ao nosso lado. Eu me levantei, puxando Dulce comigo.


— Que bom que vocês conseguiram sair — ele disse, parecendo chocado e confuso. — Cadê o Trent?


Nem respondi.


Nossos olhos se voltaram para os restos chamuscados do Keaton Hall, de onde a fumaça preta e espessa ainda se erguia em ondas pelas janelas. Dulce enterrou o rosto no meu peito e agarrou minha camiseta com os punhos cerrados.


Era um cenário de pesadelo, e tudo que eu podia fazer era ficar ali, olhando.


— Eu tenho que... hum... tenho que ligar para o meu pai — falei, franzindo a testa.


— Talvez seja melhor esperar, Christopher. A gente ainda não sabe de nada — disse Dulce.


Meus pulmões ardiam, assim como meus olhos. Os números no teclado ficaram borrados enquanto as lágrimas caíam pelo meu rosto.


— Essa merda não está certa. Não era para ele estar aqui.


— Foi um acidente, Christopher. Você não tinha como saber que isso ia acontecer — disse Dulce, tocando minha bochecha.



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Comprimi o rosto e fechei os olhos com força. Eu ia ter que ligar para o meu pai e contar a ele que o Trenton ainda estava dentro de um prédio em chamas, e que a culpa era minha. Eu não sabia se minha família conseguiria lidar com mais uma perda. O Trenton morava com meu pai enquanto tentava se reerguer, e os dois eram um pouco mais chegados que o ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 633



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  • LeticíaVondy Postado em 05/06/2015 - 14:07:27

    Terminei de ler pela 2 vez, bateu uma sdd. Mais sua nova web me lembra desta aqui :33

  • Lene_duke Postado em 05/04/2015 - 17:24:39

    Aiiii que saudades que tava de ler essa fic! Simplesmente me encantei pela essa fanfic do começo ao final , foi lindo e intenso, ameiiiii , vai deixar uma saudade imensa :))

  • anne_mx Postado em 08/03/2015 - 22:24:00

    Gostei muito do final mas vc fazendo as tres temporadas quase q iguais ficou chato e sem graça de ler pq apenas os finais das temporadas eram meio diferentes mas ainda sim ficou bom e n se sinta ofendida por favor isso é so´pra vc s ligar na proxima fanfic

  • naty_rbd Postado em 06/02/2015 - 13:06:40

    Achei lindo o final! bjs.

  • leticiavondy12 Postado em 05/02/2015 - 20:56:49

    Amei muito a historia é um peninha que acabou!!

  • melicia_fagundes Postado em 05/02/2015 - 16:32:08

    Adorei a historia sim obg

  • barken_vondy Postado em 05/02/2015 - 11:51:44

    Que lindo o final e nao vou negar nao to muito emocionada porque acabou. Vou sentir falta!!

  • vondyfforever Postado em 04/02/2015 - 22:54:58

    Perfeitooooooooo! Parabens! Palmas palmas palmas! Ameii a web queriaa maaaais kkkkk

  • naty_rbd Postado em 04/02/2015 - 14:57:33

    vou sentir muito falta disso aqui e desses dois! só quero ver o que vai rolar nesta depsedida de solteiro! Posta mais

  • gioohig Postado em 04/02/2015 - 13:30:14

    Oiiii , gosto muito da sua fic e eu soh lamento que esteja acabando :/ mas continua postando pra mim ficar feliz e nao louca kkkk Obrigada gatinha ;)


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