Fanfics Brasil - 2 Temporada - 124 Belo Desastre || Vondy (Concluída)

Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy


Capítulo: 2 Temporada - 124

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Dulce parou devagar em uma vaga no estacionamento, verificando com cuidado cada um dos lados. Ela havia escolhido um Toyota Camry prateado novinho em folha no dia anterior e, nas poucas vezes em que consegui colocá-la atrás do volante, ela dirigia como se tivesse pegado o Lamborghini de alguém escondida.


Depois de duas paradas, por fim Dulce colocou o carro em ponto morto e desligou o motor.


— A gente vai ter que arrumar um adesivo de estacionamento — disse ela, verificando o espaço ao seu lado de novo.


— Tá bom, Dul, eu vou cuidar disso — falei pela quarta vez.


Eu me perguntei se devia ter esperado mais uma semana ou duas antes de acrescentar o estresse de um carro novo. Nós dois sabíamos que, no fim do dia, a rede de fofocas da faculdade já teria espalhado a notícia do nosso casamento, com um ou outro escândalo ficcional. De propósito, Dulce vestiu uma calça jeans skinny e um suéter justo para afastar as inevitáveis especulações sobre uma possível gravidez. Nós tínhamos nos casado às pressas, mas filhos estavam em um nível completamente além, e nós dois estávamos contentes em esperar.


Algumas gotas caíram do céu cinzento de primavera quando começamos nossa caminhada até a sala de aula. Puxei meu boné vermelho mais para baixo sobre a testa, e Dulce abriu seu guarda-chuva. Ambos ficamos encarando o Keaton Hall quando passamos em frente, notando a fita amarela e os tijolos enegrecidos acima de cada janela.


Ela agarrou meu casaco e eu a abracei, tentando não pensar no que tinha acontecido ali. Alfonso ouviu dizer que o Christian tinha sido preso. Eu não disse nada a Dulce, temendo ser o próximo e sem querer lhe causar preocupação desnecessária.


Uma parte de mim achava que as notícias sobre o incêndio desviariam a atenção sobre a aliança da Dulce, mas eu sabia que a novidade do nosso casamento seria uma distração bem-vinda da sombria realidade de perder colegas de classe de um jeito tão horrendo.


Como eu esperava, quando chegamos ao refeitório, os caras da minha fraternidade e do time de futebol vieram nos dar parabéns pelo casamento e pelo filho que a Dulce estava esperando.


— Eu não estou grávida — ela disse, balançando a cabeça.


— Mas... vocês casaram, certo? — Belinda perguntou, com cara de dúvida.


— Sim — foi a resposta simples da Dulce.


Belinda ergueu uma sobrancelha.


— Bom, vamos descobrir a verdade em breve.


Virei a cabeça para o lado e disse:


— Cai fora, Belinda.


Ela me ignorou.


— Vocês ficaram sabendo do incêndio?


— Algumas coisas — disse Dulce, claramente desconfortável.


— Ouvi dizer que alguns alunos estavam dando uma festa lá. Que entraram escondidos nos porões o ano inteiro.


— É mesmo? — perguntei.


De canto de olho, pude ver que a Dulce estava com o olhar erguido para mim, mas tentei não parecer tão aliviado. Se aquilo fosse verdade, talvez eu estivesse livre de qualquer enrascada.


Passamos o restante do dia sendo encarados ou parabenizados. Pela primeira vez, não fui parado por garotas diversas querendo saber quais eram meus planos para o fim de semana. Elas só ficavam me observando enquanto eu passava, hesitantes em se aproximar do marido de outra pessoa. Pra falar a verdade, era até legal.


Meu dia estava indo muito bem, e eu me perguntava se a Dulce poderia dizer o mesmo. Até minha professora de psicologia me deu um sorrisinho e um aceno de cabeça quando escutou minha resposta sobre se os rumores eram verdadeiros.


Depois da última aula, encontrei Dulce no Camry e joguei nossas mochilas no banco traseiro.


— Foi tão ruim quanto você pensou? — perguntei.


— Foi — ela sussurrou.


— Então acho que hoje não é um bom dia para contar a novidade ao meu pai, né?


— Não, mas é melhor a gente contar de uma vez. Você está certo, eu não quero que ele fique sabendo por outra pessoa.


A resposta dela me surpreendeu, mas não a questionei. Dulce tentou fazer com que eu dirigisse, mas me recusei, insistindo que ela se sentisse confortável atrás do volante.


O trajeto do campus até a casa do meu pai não demorou muito — mas foi mais longo do que se eu estivesse na direção. Dulce obedecia a todas as leis de trânsito, principalmente porque tinha medo de ser parada pela polícia e, por acidente, entregar a identidade falsa.


Nossa cidadezinha me pareceu diferente, ou talvez eu não fosse mais o mesmo. Eu não sabia ao certo se o fato de ser um homem casado me deixava mais relaxado — descontraído até — ou se finalmente eu podia dizer que era uma pessoa bem resolvida. Eu me encontrava em uma situação em que não tinha que provar nada a ninguém, porque a única pessoa que me aceitava por completo, minha melhor amiga, agora era permanente na minha vida.


Parecia que eu tinha completado uma tarefa, superado um obstáculo. Pensei na minha mãe e nas palavras que ela me dissera há quase uma vida. Foi então que a ficha caiu: ela havia me pedido para não me acomodar, para lutar pela pessoa que eu amasse, e pela primeira vez eu fiz o que ela esperava de mim. Eu finalmente havia me tornado quem ela queria que eu fosse.


Inspirei fundo, me sentindo renovado, e repousei a mão no joelho da Dulce.


— Que foi? — ela quis saber.


— Que foi o quê?


— Essa expressão no seu rosto.


Ela alternava o olhar entre mim e a estrada, extremamente curiosa. Imaginei que ela nunca tivesse visto aquela minha expressão, mas não conseguiria nem começar a explicar.


— Só estou feliz, baby.


Ela meio murmurou, meio riu.


— Eu também.


Admito que eu estava um pouco nervoso com a perspectiva de contar ao meu pai sobre a nossa memorável escapada para Las Vegas, mas não porque ele ficaria bravo. Eu não conseguia definir o que era, mas sentia um frio na barriga que se intensificava a cada quadra que nos aproximávamos da casa do meu pai.


Dulce estacionou o carro na entrada de cascalho, encharcada por causa da chuva.


— O que você acha que ele vai dizer? — ela me perguntou.


— Não sei. Eu sei que ele vai ficar feliz.


— Você acha? — ela esticou a mão para pegar na minha.


Apertei seus dedos entre os meus.


— Tenho certeza.


Antes que chegássemos até a porta da frente, meu pai saiu na varanda.


— Olha só. Oi, crianças — disse ele, sorrindo. Seus olhos ficaram apertados quando suas bochechas se elevaram. — Eu não sabia quem era. Você arrumou um carro novo, Dulce? É bacana.


— Oi, Vitor — ela sorriu. — Foi o Christopher que comprou.


— É nosso — falei, tirando o boné. — Viemos te fazer uma visita.


— Que bom... que bom. Parece que está chovendo um pouco.


— Acho que sim — concordei, meu nervosismo abalando qualquer habilidade para conversas triviais. Mas o que eu pensei que fosse nervosismo na verdade não passava de empolgação para partilhar a novidade com meu pai.


Ele sabia que havia algo estranho no ar.


— A semana do saco cheio foi boa?


— Foi... interessante — disse Dulce, apoiando-se ao meu lado.


— Ah, é?


— A gente viajou, pai. Fomos passar uns dias em Las Vegas. A gente decidiu, hum... a gente decidiu se casar.


Ele fez uma pausa por alguns segundos, então seus olhos rapidamente buscaram a mão esquerda da Dulce. Quando ele se deparou com a confirmação que estava procurando, olhou para ela e depois para mim.


— Pai? — falei, surpreso com a falta de expressão em seu rosto.


Os olhos dele ficaram um pouco marejados e os cantos de sua boca se ergueram lentamente em um sorriso. Ele esticou os braços e nos envolveu, a mim e a Dulce, ao mesmo tempo.


Sorrindo, ela deu uma espiada em mim, e pisquei um olho para ela.


— Eu me pergunto o que a minha mãe diria se estivesse aqui — falei.


Meu pai recuou, com os olhos cheios de lágrimas de felicidade.


— Ela diria que você se saiu bem, filho. — Ele olhou para Dulce. — E agradeceria a você por devolver ao menino dela algo que lhe foi tirado quando ela partiu.


— Eu não tenho tanta certeza — disse Dulce, secando as lágrimas. Era evidente que ela estava muito emocionada com os sentimentos do meu pai.


Ele nos abraçou de novo, rindo e nos apertando ao mesmo tempo.


— Quer apostar?


 


 


 


 


Próximo epílogo ;D



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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 633



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  • LeticíaVondy Postado em 05/06/2015 - 14:07:27

    Terminei de ler pela 2 vez, bateu uma sdd. Mais sua nova web me lembra desta aqui :33

  • Lene_duke Postado em 05/04/2015 - 17:24:39

    Aiiii que saudades que tava de ler essa fic! Simplesmente me encantei pela essa fanfic do começo ao final , foi lindo e intenso, ameiiiii , vai deixar uma saudade imensa :))

  • anne_mx Postado em 08/03/2015 - 22:24:00

    Gostei muito do final mas vc fazendo as tres temporadas quase q iguais ficou chato e sem graça de ler pq apenas os finais das temporadas eram meio diferentes mas ainda sim ficou bom e n se sinta ofendida por favor isso é so´pra vc s ligar na proxima fanfic

  • naty_rbd Postado em 06/02/2015 - 13:06:40

    Achei lindo o final! bjs.

  • leticiavondy12 Postado em 05/02/2015 - 20:56:49

    Amei muito a historia é um peninha que acabou!!

  • melicia_fagundes Postado em 05/02/2015 - 16:32:08

    Adorei a historia sim obg

  • barken_vondy Postado em 05/02/2015 - 11:51:44

    Que lindo o final e nao vou negar nao to muito emocionada porque acabou. Vou sentir falta!!

  • vondyfforever Postado em 04/02/2015 - 22:54:58

    Perfeitooooooooo! Parabens! Palmas palmas palmas! Ameii a web queriaa maaaais kkkkk

  • naty_rbd Postado em 04/02/2015 - 14:57:33

    vou sentir muito falta disso aqui e desses dois! só quero ver o que vai rolar nesta depsedida de solteiro! Posta mais

  • gioohig Postado em 04/02/2015 - 13:30:14

    Oiiii , gosto muito da sua fic e eu soh lamento que esteja acabando :/ mas continua postando pra mim ficar feliz e nao louca kkkk Obrigada gatinha ;)


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