Fanfic: Belo Desastre || Vondy (Concluída) | Tema: Vondy

— Estamos no estúdio de tatuagem.

— Christopher está ficando marcado com seu nome real desta vez?

— Não exatamente...

Christopher estava suando.

— Baby... — disse ele, franzindo o cenho.

— Eu consigo fazer isso — eu disse, com foco nas manchas do teto. Eu pulei quando dedo de Griffin tocou minha pele, mas eu tentei não ficar tensa.

— Beija-flor — Christopher disse, sua voz cheia de desespero.

— Tudo bem — eu disse, balançando a cabeça com desdém. — Eu estou pronta. — Eu segurei o telefone longe do meu ouvido, fazendo uma careta, tanto pela dor, quanto pela palestra inevitável.

— Eu vou matar você, Dulce Saviñon — gritou Anahi. — Vou matar você!

— Tecnicamente, é Dulce Uckermann, agora — eu disse, sorrindo para Christopher.

— Não é justo — ela lamentou. — Era para eu ser sua dama de honra! Era para eu ir às compras do vestido com você, e fazer uma festa de despedida de solteira e segurar o seu buquê!

— Eu sei — eu disse, observando o sorriso desaparecer de Christopher quando eu estremeci novamente.

— Você não tem que fazer isso, você sabe — ele disse, sua sobrancelha se aproximando.

Eu apertei os dedos.

— Eu sei.

— Você já disse isso! — Anahi estalou.

— Eu não estava falando com você.

— Ah, você está falando comigo — ela se irritou. — Você está simmm falando comigo. Você nunca vai ouvir o final disso, está me ouvindo? Eu nunca, nunca te perdoarei!

— Sim, você vai.

— Você! Você é uma...! Você é simplesmente ruim, Dulce! Você é uma péssima melhor amiga!

Eu ri, fazendo com que Griffin recuasse. Ele respirava pelo nariz.

— Sinto muito — eu disse.

— Quem era esse? — Anahi estalou.

— Esse era o Griffin — eu respondi naturalmente.

— Ela terminou? — ele perguntou a Christopher, irritado.

Christopher assentiu uma vez.

— Continue fazendo.

Griffin apenas sorriu, e continuou. Meu corpo inteiro ficou tenso novamente.

— Quem diabos é Griffin? Deixe-me adivinhar: você convidou um completo estranho para o seu casamento e não a sua melhor amiga?

Eu me encolhi, tanto pela sua voz estridente quanto pela perfuração da agulha na minha pele.

— Não. Ele não foi ao casamento — eu disse, sugando uma lufada de ar.

Christopher suspirou e se mexeu nervosamente em sua cadeira, apertando a minha mão. Ele parecia infeliz. Eu não pude deixar de sorrir.

— Eu supostamente tenho que ser quem aperta sua mão, lembra?

— Desculpe — ele disse, sua voz cheia de angústia. — Eu não acho que consigo aguentar isso. —  Ele abriu a mão um pouco e olhou para Griffin.

— Depressa, tá bom?

Griffin balançou a cabeça.

— Coberto de tatuagens e não pode suportar sua namorada recebendo uma escrita simples. Eu vou terminar em um minuto, colega.

A expressão de Christopher se tornou severa.

— Esposa. Ela é minha esposa.

Anahi suspirou, o som tão alto e agudo como o tom de sua voz.

— Você está fazendo uma tatuagem? O que está acontecendo com você, Dulce? Você respirou a fumaça tóxica do incêndio?

— Christopher tem o meu nome em seu pulso — eu disse, olhando para a borrada, bagunça preta no meu estômago. Griffin pressionou a ponta da agulha contra a minha pele, e eu cerrei os dentes. — Estamos casados — eu disse através dos meus dentes. — Eu queria algo, também.

Christopher sacudiu a cabeça.

— Você não precisava.

Apertei os olhos.

— Não comece comigo.

Os cantos de sua boca se curvaram para cima, e ele olhou para mim com a adoração mais doce que eu já tinha visto.

Anahi riu, soando um pouco insana.

— Você ficou louca. — Ela deveria falar. — Eu te entregarei para um manicômio quando eu chegar em casa.

— Não é tão louco. Nós nos amamos. Estamos praticamente morando juntos de vez em quando por todo o ano. — Ok, não é bem o ano todo... Não que isso importe agora. Não o suficiente para mencionar isso e dar Anahi mais munição.

— Porque você tem dezenove anos, sua idiota! Porque você fugiu não contou a ninguém, e porque eu não estou lá — ela chorou.

Por um segundo, culpa e segundos pensamentos penetraram, eu sinto um pouquinho de pânico de que eu tinha acabado de fazer um enorme erro cozinhar até a superfície12, mas no momento em que olhei para Christopher e vi a incrível quantidade de amor em seus olhos, tudo isso foi embora.

— Eu sinto muito, Annie, eu tenho que ir. Vejo você amanhã, ok?

— Eu não sei se eu quero ver você amanhã! Eu acho que eu não quero ver o Christopher nunca mais!

— Vejo você amanhã, Annie. Eu sei que você quer ver meu anel.

— E a sua tatoo — disse ela, com um sorriso em sua voz.

Eu entreguei o telefone para Christopher. Griffin correu as mil pequenas facas de dor e angústia em toda a minha pele irritada novamente. Christopher empurrou meu celular no bolso, segurando a minha mão com as suas, inclinando-se para tocar sua testa na minha.

Não saber o que esperar ajudava, mas a dor era uma queimadura lenta. Enquanto Griffin enchia as partes mais grossas das letras eu estremecia, e cada vez que ele se afastava para limpar o excesso de tinta com um pano, eu relaxava.

Depois de mais algumas reclamações de Christopher, Griffin nos fez saltar com uma proclamação alta.

— FEITO!

— Graças a Deus! — Eu disse, deixando minha cabeça cair para trás contra a cadeira.

— Graças a Deus! — Christopher chorou, e depois suspirou de alívio. Ele acariciou minha mão, sorrindo.

12 No sentido de subir a superfície, vir a superficie.