Fanfic: ♥ Outros Planos (portinon) | Tema: Portinon

rosalinda_marie , anahivida sejam bem vindas, obrigada pelos comentérios, espero que estejam gostando da web.

Dulce deixou sua mala ao lado de sua cama, colocando sobre essa sua frasqueira.

Aproximou-se do armário, destrancando-o com a chave que Pablo lhe entregará, se deparando com o uniforme.

Vestiu as calças jeans, as botas e uma pólo branca com o brasão do haras estampado em suas costas e seu nome bordado sobre o peito.

Amarrou seus cabelos, vestindo o moleton e também a jaqueta, estava um pouco mais de um grau lá fora, Dulce não queria pegar uma gripe logo no seu primeiro dia de trabalho.

Desceu aquelas escadas olhando tudo a sua volta, esse mundo era o que Dulce queria para ela.

Encontrou com Pablo em frente as cocheiras, ficou boqueaberta com a limpeza das baias, do corredor. As cocheiras eram enormes, com a mesma placa dourada que tinha sobre a cama nos dormitórios, mas agora com o nome dos cavalos.

A baixo da placa tinha um quadrinho, dizendo sobre o animal e de quem ele era.

- Dulce, você não terá sua tropa fixa por enquanto, cuidará de todos os cavalos junto com Maite. – Disse Pablo apontando para uma morena que levava um cavalo grande e alazão para dentro de uma das baias. – O patrão. – Falou de Dion Portilla. – Prefere tratadoras mulheres, gosta de como vocês respeitam e tratam seus cavalos, mas existem Erick e Joshua que cuidam do trabalho mais pesado, como a limpeza das baias.

- Pera... – Dulce ficou na dúvida. – Eu não vou limpar cocheiras? – Passou a mão na cabeça, sem entender muito sua finalidade.

- Claro que não. Aqui as mulheres não limpam bost*as. – Falou como se Dulce tivesse falado a maior besteira do mundo. – Você tratara dos cavalos, escovará, dará banho, os levará para o passeio matinal, os deixará brilhando, os selará... e claro os mimará.

- Nossa... – Dulce sorriu. – Posso trabalhar pra sempre por aqui?! – Riu acompanhada de Pablo que com a mão chamou a morena.

- Maite, essa é Dulce, trabalhará junto contigo. – Disse o francês, apresentando as meninas.

- Prazer. – Dulce sorriu, estendendo a mão para a morena que com um sorriso tocou sua mão.

- Prazer Dulce, como Pablo disse sou Maite e tudo que precisar te ajudarei. – A morena disse, soltando a mão de Dulce.

- Muito obrigada.

As duas mulheres sorriram e logo ouviram as batidas das ferraduras de um cavalo que se aproximava.

- Maite, por favor. – Disse Anahí, trazendo Levisto Z puxado pela rédea.

Maite não falou nada, apenas se aproximou do cavalo, segurando-o pela rédea, deixando que a amazona se afastasse do seu cavalo.

Dulce ficou imóvel, olhando de perto aquele cavalo que tanto viu pela televisão.

- Vem Dulce. – Maite falou, passando pela frente da ruiva que a seguiu.

- Ele é de verdade mesmo? – Disse Dulce, encostando no pescoço do cavalo.

- É... – Maite riu baixinho. – De verdade e com uma dona muito chata.

- Sério? – Dulce perguntou olhando de canto para a porta que Anahí entrou.

- Sério... tome cuidado com esse cavalo, seja sempre muito carinhosa e delicada.

- Certo. – Disse Dulce, segurando a cabeçada que Maite lhe entregou. – Deus, to segurando a cabeçada do Levisto Z.

- Para de ser boba. – Maite riu novamente, tirando agora a sela do animal. – Sabe fazer meia Ducha em cavalo Dulce??

- Sim, claro que sei. – Dulce sorriu. – E me chama de Dul.

- Ok Dul... o cavalo é todo seu, vou limpar o material da Dona Anahí. – Disse Maite entregando o cabo do cabresto do cavalo nas mãos de Dulce que pareceu desfalecer por poder puxar Levisto pelo corredor das cocheiras.

- Ei menino, nem acredito que você é real. – Disse Dulce em português mesmo, acariciando o fuço do cavalo enquanto iam para a ducha.

Dulce o amarrou com cuidado na argola dourada e começou a molha-lo pelos cascos, erguendo pelas suas patas, virilha e meia barriga.

Após pegou um rodo especial e passou contra o pelo do animal, tirando o excesso de água do animal.

Desamarrou Levisto e o puxou pelo corredor novamente, para fora, aonde virá um cavalo amarrado ao sol, secando.

- Ei... – Uma voz lhe chamou atenção, fazendo com que Dulce parasse. – A capa dele. – Anahí falou, pegando uma capa de tecido mediano, nem grosso nem fino.

- Desculpe. – Disse Dulce abaixando o olhar e pegando da mão daquela amazona, que sempre foi sua ídola. – Estou começando hoje, mil desculpas.

- Sem problemas. – Disse Anahí, sempre de poucas palavras. Se aproximou mais do cavalo, dando-lhe na boca três cubinhos de açúcar. – Bom garoto. – Disse a loira, acariciando seu animal.

Anahí olhou novamente para Dulce, encarando-a nos olhos e seguindo seu olhar para o cabelo vermelho vivo de Dulce Maria. A loira fez uma cara entranha, como se reprovasse a cor das medeixas da ruiva.

- Olha só... – Anahí pausou. – Como se chama, novata?

- Dulce. – Dulce respondeu.

- Olha só, Dulce, não sei de onde veio mas aqui é um haras clássico e não um show de rock. Se quiser cuidar do meu cavalo de um jeito nesse cabelo horrível. – Disse Anahí, virando-se de costas para a tratadora, logo chamando Maite e falando algo para a outra tratadora.

Dulce continuou o que estava fazendo, amarrou Levisto ao sol, sentindo por dentro seu coração quebrar. Aquela amazona tão adimirada por si realmente parecia uma bruxa metida.

O que tem seu cabelo ser vermelho?! O que isso interferiria no seu trabalho?

Bom, Dulce lutára tanto por aquela vaga, não seria seu cabelo que colocaria em risco tudo isso. Na primeira folga que tivesse iria até a cidade eliminar aquele vermelho vivo das longas mexas que seguiam por suas costas.

Seu primeiro dia de trabalho acabou sem mais surpresas desagradáveis.

Maite a guiou em toda a rotina do haras, lhe mostrando aonde estavam os materiais necessários para o cuidado dos animais e como deveria ser feito tal cuidado.

- Dul, estou subindo, vamos??? – Disse Maite, saindo das cocheiras.

- Vamos sim, só vou ver se esta tudo certo com Levisto... – Sorriu a ruiva, ainda desacreditada, para ela parecia um sonho estar tão perto do cavalo que tanto admirava pela TV.

- Tá... to subindo... – Riu Maite, achando graça na importância que Dulce dava à aquele animal.

Dulce pegou algumas cenouras no tambor de cenouras e seguiu para a cocheira do simpático tordilho, de franjas retas, como um indiozinho.

Ao chegar perto ouviu vozes, em português mas com um sotaque bem carregado.

- Semana que vem preciso que brilhe ainda mais meu garoto. – Dizia a voz rouca e feminina. Dulce se aproximou mais, vendo então Anahí, acariciar seu cavalo.

Pela primeira vez, Dulce examinou a aparência daquela amazona tão popular.

Seus cabelos eram loiros escuros, mais escuros do que ela via pela TV. Tinha um corpo atlético, magra com as coxas bem definidas por conta do esporte, bem destacadas nos culotes (uniforme dos cavaleiros e amazonas) pretos e bem colados no corpo. Seus seios eram medianos porem fartos, desenhados naquela pólo azul clara que dava ainda mais vida aos olhos grandes e azuis como água do mar cristalina.

Ficou ali, parada até ser notada pela patroa que apenas a olhou sem entender o que a tratadora novata queria.

- Desculpe. – Disse Dulce em português mesmo.

- Fala em português? – Perguntou Anahí, virando seu corpo e prestando atenção naquela ruiva.

- Sim... – Dulce abaixou o olhar. – Sou brasileira. – Sorriu sem graça, ainda olhando para o chão.

- Que interessante. – Disse Anahí. – Eu também sou. – Sorriu parecendo ser uma pessoa diferente de hoje cedo.

- Eu já havia lido uma vez na internet. – Dulce a olhou sem jeito. – Mas achei que era mentira, apenas para elevar meu país. – Riu sincera.

- Elevar seu País??? – Anny riu, balançando a cabeça.

- Sim... são poucos os Brasileiros que chegam ao nível mundial, menos ainda os que chegam nas olimpíadas. E os que chegam... – Dulce revirou os olhos. – Não treinam no Brasil.

Anahí analisou aquela garota, ela não parecia burra como a maioria das mulheres que vinham trabalhar por aqui.

- Gosta de hipismo Dulce? – Perguntou a amazona.

- Vivo hipismo desde os cinco anos de idade, senhora. – Sorriu sem jeito.

Anahí continuou sua análise, sorriu docemente ainda mais quando Dulce se aproximou, deixando no cocho de seu cavalo quatro cenouras, que antes de despejadas ali foram quebradas para facilitar o lanchinho de Levisto.

- A senhora precisa de alguma coisa??? – Perguntou a ruiva, olhando para a patroa.

- Não, muito obrigada. Vá descansar.

- Posso lhe fazer um pedido? Desculpe se estou sendo metida. – Riu baixinho, envergonhada.

- Claro, diga.

- Poderia um dia, na minha folga, assistir um treino seu?! – Falou a ruivinha com as bochechas coradas.

Anahí soltou uma risada alta, achou muita graça no pedido da tratadora.

- Dulce, querida, você assistirá a todos os meus treinos. – Piscou para a ruiva que se derreteu em um enorme sorriso, acariciou Levisto uma última vez e saiu pelos corredores das cocheiras. – Tchau brasileira. - ainda falou antes de sumir pavilhão a fora.

Dulce paparicou por um pouco de tempo o cavalo, deixou o balde agora sem as cenouras no quarto de rações e se dirigiu ao seu dormitório, encontrando com Maite, já com roupas normais.

- Se apressa novata, vamos jantar fora hoje, comemorar sua chegada. – Riu a morena, fazendo com que a ruiva corresse para o banheiro, tomar banho e se aprontar. Paris a espera.