Fanfic: ♥ Outros Planos (portinon) | Tema: Portinon

O dia amanheceu bem ensolarado, típico do inverno Europeu, o céu azul como uma piscina e o clima frio como uma geladeira.

Whitney ainda dormia na cama de Anahí quando essa saía do banho, se arrumou, vestindo roupa de montaria, deixou sobre o criado mudo um bilhete que dizia:

“Ei americana adormecida,

Deixe a chave na portaria assim que sair.

Nos vemos em pista,

Xoxo

Anahí”

Desceu para o refeitório do hotel, aonde se deliciou com várias frutas, iogurte com granola e um pedaço de bolo de chocolate.

Lembrou de Dulce, pedindo ao garçom para embrulhar algumas coisas que foi escolhendo do Buffet.

Anahí era assim, tinha rompantes de bondade como tinha crises de maldade, era uma incógnita, uma bomba a estourar a qualquer momento.

Apressou-se para a hípica, queria ainda cedo montar Levisto, dar uma trabalhada leve para que amanhã esteja preparado para o primeiro dia de saltos.

Um pouco antes das 9:00 da manhã, Anahí entrou no pavilhão de cocheiras, levando consigo uma sacolinha além de sua bolsa.

Levisto já estava escovado, impecável como sempre, já tinha sido tratado e agora só esperava sua amazona o montar.

- Bom dia Dulce. – Disse Anahí, assustando a tratadora que estava distraída, cortando cenouras ao grandão.

- Bom dia Senhora.... quer dizer, Anahí. – Sorriu, levantando-se do pequeno banco a frente da cocheira.

- Trouxe um mimo para você. – Anahí sorriu. Dulce pegou a sacola, encarando os olhos azuis da amazona.

- Muito obrigada. – Desceu o olhar para a sacola, abrindo e vendo o que tinha. – Obrigada mesmo. – Sorriu, voltando a olhare nos olhos vivos de Anahí.

- De nada. – Anahí fixou mais seu olhar no da ex-ruiva. – Tome seu café da manhã, Dulce.

- Imagina, depois do trabalho eu tomo. – Sorriu, entrando em seu quartinho, deixando a sacola sobre a mesinha e voltando até Anahí. – Encilho Levisto??

- Por favor. – Disse Anahí, entrando no quartinho e vestindo suas botas e luvas, enquanto Dulce preparava o cavalo para sua patroa.

Anahí montou em Levisto, saindo do pavilhão, seguida por Dulce, que se pôs rente a cerca, admirando sua patroa conduzir aquele belíssimo tordilho.

A amazona trabalhava as andaduras do seu cavalo, as vezes ao passo, as vezes ao trote, outras ao galope. Estava, como dizem nesse mundo, colocando seu animal na mão.

Um tempo se passou e na mesma pista agora estava Whitney, com seu grandalhão castanho.

Estava apenas passeando seu cavalo, agora ao lado de Anahí, que acabará de trabalhar Levisto, e agora o caminhava para que recuperasse a respiração.

Dulce ficou observando as duas, Whitney sorria bastante, algumas vezes colava bem seu cavalo no de Anahí, que ria de algo que Whitney falava.

Ficaram assim por um bom tempo, estavam se aproximando de Dulce, Anahí parou seu cavalo em frente a sua tratadora, que entrou na pista e segurou o animal pela rédea.

Whitney ficou parada ao lado de levisto e quando o olhar da brasileira cruzou com o seu, Whitney lhe piscou. Ato que não passou desapercebido por Anahí, que cerrou os dentes, pensativa.

- Dulce leve meu cavalo, lhe de uma meia ducha e o massageie. – Pausou um tempo, olhou para Whitney e para Dulce. – Rápido. – falou seca, tirando as luvas. – Leve isso também. – Entregou as luvas para Dulce, e se virou, saindo da pista.

Dulce seguiu com Levisto para o pavilhão de cocheiras, tirou-lhe as encilhas e o duchou, como havia sido ordenada.

Amarrou o cavalo, com uma capa mediana e esperou que esse secasse.

Enquanto isso Anahí conversava com alguns competidores, sempre sorridente, a queridinha de todos por ali.

Já massageado, Dulce levou levisto para a cocheira, lhe deu feno, água limpa e cenouras.

Entrou no seu quartinho, vendo a sacola sobre a mesa.

“Como alguém pode lhe fazer gentilezas e ao mesmo tempo ser tão rude contigo?” – Se perguntava a Brasileira, sem saber muito o que pensar sobre a patroa.

Passou o restante do dia caminhando com Levisto, puxando-o pelo cabo do cabresto, escovando o animal e entregue ao seu facebook, que agora postava em seu status:

“Aonde fui me meter!? Senhor Jesus... pega leve comigo”

A noite acabará de chegar, Dulce havia saído do banho, estava vestindo jeans e um casacão vermelho, dentro do quartinho estava quente, por conta de um aquecedor que Dulce achará em dos armários, então a Brasileira resolveu dar uma volta pelas cocheiras.

Estava olhando os cavalos que tanto admirava, tirando algumas fotos para postar no seu facebook, voltou para a cocheira de Levisto quando uma voz já conhecida lhe chamou a atenção.

- Você tem crachá para estar aqui?? – Disse Anahí um pouco rude.

- Hum, claro que sim. – Virou para Anahí que visivelmente abriu a boca.

- Dulce? – Disse a loira reparando no rosto de sua tratadora, com cabelos soltos e olhos levemente maquiados.

- Sim senhora. – Sorriu. – Desculpe não estar de uniforme, não imaginei que você apareceria aqui. – Disse um pouco constrangida.

- Nossa... relaxa, é que nunca te imaginei usando um Gucci. – Disse Anny olhando para o casaco caríssimo de Dulce Maria.

- Ah... – Dulce não sabia o que responder, apenas olhou para baixo.

- Acho que não sei nada sobre você, não é?! – Anny riu, erguendo uma sacola. – Janta comigo?

Dulce arqueou uma sobrancelha, ficou mais uma vez sem fala apenas assentindo com a cabeça e abrindo a porta do quarto.

- Nossa, que quente aqui. – Disse Anahí, tirando seu casacão, ficando apenas com um casaco de lã.

- É que ontem passei um pouco de frio. – Dulce sorriu, tirando seu casaco também, ficando apenas com uma regata preta.

Anahí não pode deixar de reparar nas curvas que aquela menina exibia, seus seios eram fartos, pulando naquele decote ousado. Outra coisa que Anny percebeu e achou um charme foi as sardinhas espalhadas pelo colo daquela brasileira.

- Você trouxe pratos? – Dulce perguntou envergonhada.

- Claro. – Anny sorriu, levando a sacola até a mesa. – De plástico, mas são pratos. – Riu, acompanhada da tratadora.

Sentaram-se, comendo aquele arroz com salada e Mignon delicioso que Anahí trouxe, juntamente com uma garrafa de vinho tinto, seco, de décadas atrás.

- Mas me diga Dulce, você montava no Brasil certo?

- Sim. – Respondeu Dulce, tomando um gole de vinho, servido em taças de plástico.

- Tem cavalos?!

- Não, meu pai nunca concordou com meu gosto pelo esporte.

- Nossa e porque não??? – Anahí perguntou curiosa.

- Não sei, ele detesta cavalos. – Dulce deu de ombros.

- E mesmo assim você treinava?! – Riu. – Uma rebelde?

- Uma apaixonada por hipismo. – Riu.

- Saltava grande? – Perguntou Anahí.

- Perto de você? Nem saltava. – Riu. – Estava saltando 1m30, montava os cavalos do haras Joter, você conhece?

Anahí pensou um pouco, como se tivesse puxando na memória.

- Apenas um cavalo, Calei Joter, saltou uma olimpíada. – Sorriu, satisfeita por lembrar do haras.

- Exatamente, Calei morreu mas montei muitos de seus filhos. – Dulce respondeu toda confiante e orgulhosa de si.

- Levisto tem alguns filhos recém domados... – Anahí falou, passando o dedo pelo gargalo da garrafa.

- Sério?! Estão no haras? Nunca os vi. – Dulce mordeu os lábios.

- Estão no outro pavilhão de cocheiras... – Anahí encarou Dulce. – Eu te levo lá... vai que você começa a montar um deles pra mim. – Piscou, fazendo com que Dulce sentisse um calor absurdo, não sabendo se era pela ipotese de montar um dos filhos de Levisto ou se era porque Anahí piscará para ela.

Continuaram seu jantar, rindo e conversando sobre vários assuntos, entre eles sobre provas de grande premio, Dulce enchia Anahí de perguntas que com muito carisma respondia prontamente.

- Anahí... – Disse Dulce um pouco tímida.

- Oi. – Riu, já altinha pelo vinho.

- Será que você poderia tirar uma foto comigo? – Mordeu o lábio inferior.

- Claro... vem cá. – Disse Anahí abraçando Dulce, que tirou a foto delas.

 – Meus amigos do Facebook irão morrer. – Riu Dulce.

- Porque??? – Anahí ergueu uma sobrancelha.

- Porqueeee??? – Riu.-  Por que estou aqui, ao seu lado, eles dariam tudo por isso.

- E você Dulce, o que você daria? – Anahí perguntou séria, causando um frio estranho na espinha de Dulce.

- Eu deixei tudo para estar aqui, Anahí. Eu larguei mão da minha vida perfeita e cheia de mordomias, para trabalhar o dia todo, só para estar aqui.

- Aqui comigo?! – Anahí continuou encarando aquela menina.

- Pode se dizer que sim. – Dulce sorriu tímida, olhando para baixo.

Anahí terminou seu vinho em um gole só.

- Durma bem Dulce. – Falou a loira se levantando, fazendo com que Dulce pulasse da cadeira também, sem entender o motivo da pressa da amazona.

- A senhora também. – Respondeu Dulce, achando apropriado chamar a loira assim.

- Senhora? – Anny rio. – Sou uma menininha ainda. – Piscou para Dulce que enrubesceu e lhe sorriu.

Anahí vestiu seu casaco, pegou sua bolsa e saiu por aquele pavilhão de cocheiras, em direção ao carro do hotel, que ainda a esperava.

Para ela Dulce acabará de se tornar interessante, aquele cabelo castanhos compridos e o jeito com que lhe idolatrava estava massageando o ego da amazona, que nunca escondeu adorar ser amada.

Já Dulce apenas postou a foto com Anahí com a seguinte legenda:

“Apenas com a melhor do mundo... tenho certeza disso!”