Fanfics Brasil - 4 Menina perigosa(Adaptada) Mayte & Christian TERMINADA

Fanfic: Menina perigosa(Adaptada) Mayte & Christian TERMINADA | Tema: Chaverroni romance


Capítulo: 4

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Depois de tomar banho e trocar-se, Pollito partiu para Bradford, onde teria um encontro de negócios. Saiu sem sequer tomar um gole de café, conforme a Sra. Gittens informou.


— Saiu correndo, pegou o carro e sumiu na estrada — comentou a velha senhora com Mayte, ao servir uma bandeja com o café da manhã. — Parecia que tinha visto o diabo! O que é que você andou dizendo a ele, hein?


Aposto que o mau humor dele tem a ver com o passeio que vocês fizeram hoje cedinho.


— Como é que posso saber? Replicou Mayte com firmeza, as mãos cruzadas e inquietas por debaixo da mesa.


Ela não diria a verdade nem mesmo a Sra. Gittens, que cuidara dela desde pequena. Não confiaria a ninguém seus sentimentos a respeito de Pollito!


Ângela Patterson desceu durante a refeição, vestindo uma blusa fina e sem manga e calçando sandálias de tira.


— De manhã só tomo uma xícara de café — garantiu a Sra. Gittens, olhando o prato reforçado de ovos com bacon de Mayte. — As mulheres precisam controlar as calorias — observou, imaginando estar dando um valioso conselho à adolescente.


Mayte, cujo apetite desapareceu a partir desse momento, recostou-se— na cadeira, desistindo de comer. A contragosto, permaneceu à mesa enquanto esperava Ângela Patterson tomar três xícaras de café preto e respondia às perguntas dela sobre a rotina em Matlock Edge. Conservando em mente os conselhos de Pollito, Mayte tentou ser cortês, ao que Ângela pareceu reagir positivamente com um ou outro sorriso amarelo, como se conhecesse os motivos da aplicação de Mayte.


Quando afinal se deu por satisfeita, a Sra. Gittens sugeriu a Mayte que mostrasse a casa a srta. Patterson, para que esta fosse se familiarizando com o lugar em que começaria a viver. Ângela aborreceu-se logo com a monotonia daquela excursão sem atrativos e propôs que passeassem pelos jardins.


Dando de ombros, Mayte concordou e escoltou-a, mostrando a quadra de tênis e dando-lhe tempo para admirar os ornamentos de pedra da estufa, construída em 1924 pelo avô de Heath para a esposa que adoecera.


Evidentemente, Ângela encantou-se com a piscina e, por sua sugestão, as duas trocaram de roupa e passaram um bom tempo brincando na água.


— Por que não corta esse cabelo? Indagou Ângela, enquanto deitavam ao sol nas espreguiçadeiras. — Cabelos compridos saíram da moda — acrescentou.


— Talvez lhe ficasse bem um tipo de corte igual ao meu.


Mayte não respondeu nada, embora não rejeitasse de todo a idéia.


Sempre tivera cabelos compridos e gostava deles tal como eram. Mas se cortar era a vontade de Pollito, que poderia fazer senão satisfazê-lo?


Os comentários de Ângela sobre seu corpo também a perturbaram. Mayte compreendeu que o biquíni que comprara no ano passado não era mais adequado e, com efeito, a parte de cima já não lhe escondia os seios já desenvolvidos. Mas no ano passado esse problema não existia...


No decorrer do almoço, Ângela mostrou-se de novo curiosa a respeito do modo de vida de Pollito. Usando como justificativa que as informações a ajudariam a preparar Mayte para o futuro, conseguiu saber que ele integrava a diretoria de uma série de empresas e que, além de Matlock e do apartamento de Londres, possuía uma casa de campo no sul da França e um palácio em Veneza.


— Fantástico! — ela exclamou, deslizando a língua pelos lábios secos. — Você teve sorte de ser adotada por ele. Nem todos os tios são generosos como o seu.


— Pollito não me adotou — Helen se apressou a esclarecer, lembrando das características de seu relacionamento. — Meu nome é Mortimer, como já lhe disse. A irmã de Pollito casou-se com meu pai.


— Ora, mas que importância tem isso? Ângela na verdade não se interessava pelo relacionamento do tio com a sobrinha. — Duvido que seu pai tivesse condições de lhe oferecer uma vida maravilhosa como essa. Difícil vai ser encontrar um bom partido para você.


— Não quero partido nenhum!


Mayte começava a se irritar, mas Ângela Patterson não lhe deu ouvidos.


Logo no início da tarde, estavam em Manchester, Mayte sentia-se apreensiva com o desenrolar daquele passeio. Roupas nunca foram objeto de seu interesse, e sua única preocupação era adquirir exatamente aquilo que a deixasse à vontade. Jeans, evidentemente, sempre a deixavam à vontade, e a perspectiva de comprar roupas mais "femininas" não a entusiasmava.


Miles deixou-as em Picadilly, combinando que voltaria dali a três horas para apanhá-las. O rapaz lançou um olhar de solidariedade para Helen, enquanto Ângela a guiava para fora do carro. Seria melhor, pensou Mayte, lutar contra a impertinência de Miles que andar de loja em loja ao lado de Ângela...


Ângela passou reto pela seção de moda jovem de uma loja de departamentos. Torceu o nariz também para uma coleção de roupas extravagantes e de mau gosto penduradas em cabides e, embora Mayte tivesse se sentido atraída por um dos vestidos, Ângela não lhe deu atenção.


— Não vai querer parecer uma mulher de vida fácil, não é? Ela comentou secamente, saindo da loja à frente de Helen, que pouco ligava com o que pudessem pensar dela.


Passadas duas horas, o guarda-roupa de Mayte já estava bem reforçado.


Justiça fosse feita a Ângela: no que dizia respeito a roupas, tinha realmente bom gosto, e o par de vestidos, a saia de camurça marrom e a túnica para noite, eram peças muito bonitas. Tudo o que Helen escolhera, porém, fora criticado enfaticamente, mesmo peças simples como blusas ou suéteres. A moça havia insistido em que deixasse "tudo por minha conta" e, embora se sentisse zonza de tanto experimentar roupas, Mayte estava satisfeita, principalmente porque, com certeza, Pollito aprovaria as escolhas de Ângela.


Quando tomavam uma xícara de chá na lanchonete de uma das lojas, Ângela avistou um salão de beleza.


— Humm... Agora o toque final — anunciou, dispensando o argumento de Mayte de que o cabelo poderia ser cortado noutro dia. Não quer que seu tio se sinta orgulhoso da sobrinha que tem? Pois então venha comigo.


Afinal, não vai demorar tanto assim!


O cabeleireiro, assim que as viu entrar, correu para atendê-las.


— Quer cortar o cabelo... — ele comentou, meio ao acaso, enquanto examinava a forma do rosto de Mayte. — Seu cabelo está todo quebrado e ressecado, minha querida. Mas farei o que puder para deixá-lo como deveria
estar — concluiu.


Ângela fez um sinal afirmativo com a cabeça.


— Ótimo. Volto dentro de uma hora. Ah, sim, mande a conta para o Sr. Chavez, em Matlock Edge.


— Matlock Edge? Repetiu ele, franzindo a testa. — Oh, sim, já ouvi falar do Sr. Chavez. Pois não, madame, não se preocupe. Confie no trabalho de Ricardo...


— Ângela, você acha que... — Mayte interrompeu-se, pois Ângela retirou-se sem lhe dar atenção. Tanto melhor, pensou: não gostaria que ela ficasse dando palpites.


— Queira acompanhar-me — disse o cabeleireiro.


Mayte seguiu o homem até o salão do fundo, com uma sensação de desespero. Não seria melhor telefonar para Pollito e consultá-lo? Não seria melhor pedir-lhe que pelo menos os cabelos continuassem ao natural?


Não, não... Além do mais, onde o encontraria àquela hora?


Nem mesmo a presença de outras moças no salão a confortou, porque todas estavam ali de livre e espontânea vontade. Ela não. Estava ali por coerção, por chantagem!


— Algum problema, senhorita?


— Oh, não, não — respondeu ao homem que lhe indicava a cadeira vazia.


Fitou a imagem refletida no espelho. — É que... Não sei se devo cortar, entende?


— Sua mãe tem toda a razão — ele disse, sorrindo.


— Minha mãe! Não, ela não é minha mãe — explicou Mayte, enrubescendo e divertindo-se com o comentário.


— Aquela mulher é... é apenas amiga do meu tio. Ela acha que sabe melhor do que eu o que é bom para mim.


— Compreendo — disse o cabeleireiro e girou a cadeira para olhá-la de frente. — Vou lhe mostrar uma coisa, está bem? Espere um instante. — Ergueu a mão. — Por favor, um momentinho só.


Quando voltou, trouxe uma peruca, quase da mesma cor do cabelo de Mayte, curta e lisa, exatamente no estilo recomendado por Ângela.


— Vou enrolar o seu cabelo para cima, espere um pouco — disse ele, enquanto torcia o cabelo e o puxava para o alto da cabeça. — Agora colocamos a peruca... Assim. Prontinho. Assim, a senhorita pode ter uma idéia do que a amiga do seu tio quer.


Mayte perdeu a respiração instantaneamente. Só então compreendeu o quanto o cabelo era responsável pela aparência de uma pessoa. Era como se estivesse diante de outro rosto, de outra pessoa, e não gostou nada da mudança.


Nada!


— Vê? O seu rosto não é fino e anguloso como da sua amiga explicou Ricardo. — É mais cheio, mais jovem.


Quando ficar adulta talvez esse corte vá bem, mas não agora. Sugiro que me permita aparar as extremidades, só para lhe dar, digamos, certo estilo. Cortá-lo curto seria um sacrilégio! Seu cabelo é lindo, lindo! Gosta dele assim?


— Adoro!


Lembrando-se das observações de Ângela durante o café da manhã, não pôde senão concordar com o cabeleireiro, pois via com desagrado as curvas acentuadas dos ombros junto ao pescoço. O cabelo comprido as escondia e portanto não era conveniente cortá-lo. Muito provavelmente Ângela também o notou, e por isso aconselhara o corte. Não fosse a sensibilidade de Ricardo, decerto acabaria parecendo gorda e deselegante.


Quando, cinqüenta minutos depois, Ângela retomou, Mayte estava sentada na sala de espera folheando uma revista. Nunca se sentira tão aliviada em toda a vida e até mesmo a explosão de Ângela não conseguiu fazê-la perder a tranqüilidade.


— Está cortado, madame — afirmou Ricardo, respondendo ao interrogatório grosseiro de Ângela. — A jovem não quis cortá-lo curto e concordei com ela. Não era o mais indicado.


Ângela mordeu o lábio.


— Mas o que é que você fez, então?


— Aparei as extremidades apenas um pouco, acertando as pontas.


Agora não vai se embaraçar. Lavei-o e sequei-o também. Um serviço cuidadoso, madame, posso lhe assegurar.


— Não acha que ficou lindo, srta. Patterson? Perguntou Mayte polidamente, esforçando-se por não cair na risada.


— Por enquanto — disse Ângela, fitando-a com indiferença. Vamos embora que Osmerod nos espera. — Voltou-se para Ricardo. Direi ao Sr. Chavez que o senhor lhe enviará a conta.


— Pois não, madame — disse Ricardo, inclinando a cabeça para frente, aparentemente ignorando a censura implícita no timbre de voz da freguesa.


Quando saíram do salão, Mayte notou que Ângela estava com os nervos à flor da pele. Esperava apenas que Pollito também não se irritasse.


Quando Pollito chegou em casa, Mayte estava deitada. Não foi até a janela ver as luzes dos faróis se aproximarem, mas acompanhou o ruído surdo do motor enquanto o carro se dirigia para a garagem. Com quem ele teria passado a noite? Perguntou-se com amargura.


Naquela tarde, ao voltar com Ângela a Matlock Edge, soube por intermédio da Sra. Gittens que Polçito telefonara avisando que não estaria de volta até a hora do jantar. Segundo ele, iria tratar de negócios em Leeds, mas Mayte já havia escutado a mesma desculpa antes. Apesar disso, foi com certa satisfação que testemunhou o desapontamento de Ângela ao verificar que a mesa fora posta apenas para duas pessoas.


— Seu tio sempre costuma jantar fora — ela quis saber, ajeitando a alça do elegante vestido preto que usava.


Mayte encolheu os ombros.


— Às vezes, sim. — respondeu.


Ângela esboçou uma expressão de contrariedade, enquanto sentava-se resignadamente.


Mayte descera para jantar vestindo a mesma roupa com que fora a Manchester e, sob os olhares de Ângela, sentia-se dessarrumada e nada elegante, perdendo até mesmo o pouco apetite que tinha. Esforçou-se, porém,
para comer um pouco.


— Algum problema, garota — perguntou a sra. Gittens. — Você não costuma recusar a minha comida.


Mayte evitou o olhar de Ângela.


— Almocei, não almocei?


— Se muito, um pouco de salada. — retrucou a Sra. Gittens. — Comida de coelhinho. Como é que uma moça desse tamanho sobrevive com.....com alface e salada de feijão? Cook preparou uma boa sobremesa, não quer experimentar?


— Sobremesa? Eu aceitaria queijo e biscoitos, pode ser? Perguntou com água na boca. — Sinceramente, Sra. Gittens, estou sem fome. Mais tarde como uma fruta.


— Humm... Fez a velha senhora, desconfiada.


Assim que a ara. Gittens se retirou, Ângela Patterson aproveitou a oportunidade para zombar da teimosia de Mayte; — Levou a sério o que eu disse sobre peso e dietas de emagrecimento?


Observou, segurando o copo de vinho entre as duas mãos e girando-o de um lado para o outro. — Não se preocupe, querida, tudo tem seu tempo certo.


— Eu sei que tem — disse Mayte, não querendo revelar a verdade de seu mal-estar.


Ângela soltou um risinho.


— Nunca tive problemas de peso — disse. — Sempre fui esguia, desde os dezesseis mios. Sabe, as melhores roupas não ficam bem em pessoas gordas.


— O tamanho das roupas não me preocupa.


— No entanto tem de concordar que os estilistas atualmente, favorecem as magrinhas. Sem dúvida, é um problema para as pessoas que tem tendência para engordar.


— Não é o meu caso! — exclamou Mayte.


— E por que resolveu fazer regime? Perguntou Ângela sorrindo.


Mayte não teve nenhuma resposta educada para dar. Então, simplesmente ficou quieta. Agora, deitada na cama, ouvindo o roncar do motor do carro de Pollito, Mayte teve o impulso de sair da cama e ir ao encontro dele, como costumava fazer quando mais jovem. Mas agora lhe faltava coragem. Em outros tempos, nas noites em que mal conseguia dormir, descia as escadas pé ante pé tão logo ouvia a porta da frente se fechar, ria quando Pollito levava o dedo indicador à boca, pedindo-lhe silêncio. Desde o incidente da piscina,
entretanto, receava repetir esse delicioso ritual... Afastou de lado a coberta, percebendo, com profunda frustração, que aqueles dias de gostosa intimidade com Pollito já iam longe no passado... A contragosto, a lembrança do que acontecera naquela manhã voltou a atormentá-la. Pollito havia ficado furioso e agiu como se a culpa pelo beijo fosse dela e, no entanto, ao beijá-la apertou-a fortemente, de modo que, se quisesse, não conseguiria livrar-se dos braços dele.


Era como se ele a punisse, como se punisse a si próprio ao mesmo tempo, possivelmente tivesse perdido o controle sobre os sentidos.


Tocou os lábios levemente e com delicadeza, como se assim pudesse reviver a intensidade daqueles instantes. Achava curioso o fato de que nos últimos dois dias, havia recebido dois beijos diferentes, sabia, ao menos instintivamente, que apesar da agressividade do beijo de Miles, o de Pollito foi mais perigoso... Um barulho surdo anunciou que a porta da frente acabava de ser fechada. Mayte apurou os ouvidos para captar o ruído dos pés dele subindo os degraus. Ele não subia de imediato indo possivelmente, como de hábito,
tomar leite na cozinha. Ela costumava acompanhá-lo, ficava sentada no canto da mesa, os olhos brilhantes fixados nele... Suspirou fundo e deitou de bruços. Por causa do calor. Adorava deitar-se nua, apesar das repreensões constantes da Sra. Gittens. Apoiou a cabeça no travesseiro e tentou adormecer.


Estremeceu em seguida ao ouvir os passos de Pollito na escada e depois no corredor Um breve instante de silêncio e repentinamente, a porta do quarto abriu-se. Surpresa, Mayte quase prendeu a respiração enquanto um faixo de luz atravessava o cômodo e iluminava a cama. Logo a luz desapareceu e a porta se fechou novamente.


Na manhã seguinte, o pequeno incidente pareceu-lhe um sonho, talvez fosse... Pollito costumava vê-la antes de se recolher. Afinal, ele achou que ela dormia e não ousaria tocar no assunto embaraçoso da nudez. Apesar de pensar assim, corou visivelmente tão logo ele entrou na para tomar o café da manhã.


— Desculpe — disse ele, sentando-se do outro lado da mesa, frente à Mayte, e fitando-a intensamente.


— Desculpe? Ela murmurou, segurando uma fatia de torrada os dedos trêmulos. — Como assim? Perguntou, querendo parecer normal enquanto se servia de geléia. — Sempre desce atrasado para o café. Como vê, a srta. Patterson também ainda não desceu.


— Não falo sobre o café da manhã, e você sabe disso — afirmou Pollito incisivo. — Mayte, quer parar de fingir que vai comer essa torrada?! Já passou duas espessas camadas de geléia como se ainda não tivesse passado nada.


Ponha a faca na mesa, a torrada no prato e olhe para mim. Olhar não machuca.


Mayte limpou os dedos no guardanapo sem nada comentar e olhou para Pollito.


— Não sabia que ia entrar no meu quarto... A noite estava quente... Não conseguia pegar no sono toda coberta...


— Ontem à noite você estava acordada? Perguntou ele, estreitando os olhos verdes.


— Sim — respondeu, num suspiro.


— Mas ficou calada.


— Fiquei. O que é que eu dia dizer? Boa noite, Pollito?


— Porque não?


— Se eu entrasse no seu quarto e o visse nu, me diria simplesmente boa noite?


Pollito baixou a cabeça.


— Por que não? E você, faria a mesma coisa?


— Como assim?


— Não estamos falando de mim.


— Não


— Nem mesmo sobre a noite de ontem. É sobre o que aconteceu ontem de manhã... Desculpe-me por isso.


Depois de pensar um pouco, compreendi que a culpa foi minha, não sua.


— Ninguém tem culpa — ela afirmou, suspirando. — Não fui a primeira garota a ser beijada por você e não espero ter sido a última.


— Mayte, você não é a garota que pensa ser. É minha sobrinha. E quem merece um castigo sou eu, não você.


Hesitante, Mayte mordeu o lábio.


— Pollito, não somos parentes...


— Não somos?


— Você entendeu o que quis dizer.


— Sim, entendi. — concordou com gravidade. — Acontece, Mayte, que a considero minha sobrinha. Outro tipo de relação seria inaceitável. Subitamente, explodiu num riso. — Já imaginou o que diria mamãe, se viesse a saber o que aconteceu?


— Bom, eu não peço desculpas — disse, agarrando a toalha da mesa.


— Pois devia! — exclamou Pollito, puxando a cadeira para trás. — Estou começando a achar que essa aventura com Miles lhe deu um certo gosto pelo melodrama. Não me venha com artimanhas, Mayte. Sou capaz de voltar a pensar seriamente no assunto da escola.


— Pollito, pare de me ameaçar com essa maldita escola! Explodiu. — É injusto! Tudo o que digo, tudo o que faço é motivo para essa conversa! Se quer me mandar para Genebra, então me mande logo.


Chegou num ponto em que estou pouco ligando. — Só quero que pare fazer chantagem comigo!


— Fala sério?


— Sim! Não! Sei lá! Não me amole, sim? A esta altura minha cabeça nem pensa mais!


— Como quiser.


Pollito preparava-se para sair quando a Sra. Gittens entrou com uma bandeja de café fresco.


— Pronto, pronto — disse ela apressadamente. — O bacon e o fígado vêm já, já. Tem certeza de que o senhor não quer o suco de laranja, sucrilhos e os morangos?


Mayte arregalou os olhos e pelo modo de a Sra. Gittens falar era evidente que ele a tinha visto antes de entrar na sala. Felizmente agora ele teria ficar.


— Só o bacon e o fígado. — Com relutância, Pollito tornou a sentar e serviu-se uma xícara de café.


— E a senhorita? Perguntou a Sra. Gittens, notando a torrada que havia no prato. — Não sei o que está acontecendo de errado, realmente não sei. Ontem à noite não quis jantar e agora de manhã não mordeu nem um pedacinho da torrada. — balançou a cabeça. — Contei para seu tio que nunca deixou de comer antes, sempre teve um apetite de leão!


Então era por isso que ele havia se desculpado? Pensou Mayte. Com desânimo, afastou o prato com a torrada e voltou-se para a Sra. Gittens.


— Mudei de idéia. Também vou querer bacon e fígado. — E sentiu o rosto queimar quando Ângela Patterson entrou na sala.


Mais uma vez perdeu o apetite quando a governanta lhe trouxe o prato com bacon e fígado. Não suportava os olhares insistentes de Pollito e Ângela ao mesmo tempo. Pelo menos tinha conseguido suportar. Pois bem, a srta. Patterson não perdia por esperar, Mayte se prometeu.


Com certo nervosismo, ouviu-a comentar sobre a visita a Manchester no dia anterior. Ângela contou sobre as pequenas compras, e permaneceu suspeitamente reticente.


Quando terminou a refeição, Pollito pediu licença para sair e deixou as duas sozinhas.


— Sugiro que passemos a manhã no jardim — disse Ângela, olhando pela janela e estudando o tempo. Lá poderemos conversar, como fizemos ontem.


Gostaria que me contasse tudo sobre seus amigos.


— Não gostaria de jogar tênis? Mayte contrapôs, obrigando-se a ser gentil. Ângela balançou a cabeça negativamente.


— Oh não, tênis é muito cansativo! -exclamou. — Aliás, com esse calor o melhor é sentarmos à beira da piscina. Vou subir para colocar o maiô e já volto.


Uma vez sozinha, Helen debruçou-se sobre a mesa, desanimada. Sabia que Ângela pretendia tão somente impressionar o tio, e para tanto a usava como intermediária. Tinha certeza absoluta que as perguntas girariam em torno dos amigos e as relações dele, não dela. De fato, tomar banho de sol junto da piscina era uma boa idéia, mas falar a respeito de Pollito, não! Instintivamente, levantou-se da mesa e atravessando as portas do pátio, deu a volta na casa e foi à garagem. Como sempre, lá estava Miles, a cabeça metida dentro do motor do Land Rover. Assim que a ouviu aproximar-se, parou de trabalhar e, endireitando o corpo, sorriu para ela.


— Oi! Disse, erguendo a mão.


— Oi! Ela respondeu, saudando-o. Passou direto e deteve-se junto da motocicleta. Pode continuar o serviço, Miles. Se alguém perguntar por mim, diga que fui dar um giro com a moto, sim?


— E vem alguém te procurar?


Ela sorriu maliciosamente — Provavelmente.


— Pollito!


— Não sei... Ele foi até o moinho, não foi? O carro dele não está aqui.


— Oh, sim, é verdade — disse Miles, concordando. — Ele saiu há meia hora. Pensei que quem vinha te procurar aquele pedaço de mau caminho loiro.


Mayte deu de ombros.


— É assim que a chama?


— E assim que o velho Arnold a chama. — Sorriu Miles. — Cá entre nós, ela é muito atraente!


— Ainda bem que você pensa assim... Mas não se preocupe Miles, observou interpretando mal o comentário de Miles.


— Gosto de mulheres mais cheinhas. E um pouco mais claras, principalmente as que têm andar sensual...


Mayte montou na moto e levou-a para fora da garagem.


— Pollito ainda está zangado com você, Miles?


— Não sei. Sabe, ele nunca me notou de verdade, mas é gentil comigo.


Agora, cada vez que ele me olha, percebo que não esqueceu nosso caso. Mayte franziu a testa.


— Que caso?


— Mayte... Começou Miles, limpando as mãos num pedaço de estopa. — Você sabe. Depois que você voltou da escola, nós ficamos amigo íntimos...


— Ficamos amigos, só isso, não sei o que quer dizer — retrucou.


Miles aproximou-se de Mayte, balançando a cabeça.


— Só isso? Repetiu com malícia.


Mayte acionou o motor da motocicleta, como se assim o afugentasse.


Antes que fosse impedida por Miles arrancou rapidamente e em poucos segundos atravessava os portões e alcançava a estrada.


Para a tranqüilidade de Mayte, Pollito não voltou para o almoço, e quando desceu à sala de Jantar, depois de tomar banho e se trocar, encontrou Ângela sentada à mesa.


— Onde andou? Inquiriu ela, obviamente irritada com a sua ausência.


Mayte resolveu contar-lhe a verdade.


— Rodei pela fazenda. — Cortou um pedaço de melão.


— Rodou? Exclamou Ângela. E corrigiu: — você quer dizer que andou a cavalo.


— Não. De moto. Quando eu completei dezesseis anos, Pollito me deu uma de presente. É pequena, mas Miles deu um jeito de aumentar a...


— Miles? Oh, sim, Osmerod — concluiu Ângela, zombeteira. — O jovem com quem seu tio flagrou você no dia em que cheguei aqui. Pollito me contou a respeito. O rapaz é um dos motivos por que estou aqui.


Mayte ficou vermelha de raiva.


— Pollito contou?


— Naturalmente — e abriu com os dedos um pãozinho fresco. — Como ia explicar o seu desaparecimento logo após a minha chegada? Se me permite, não aprovo seu gosto. Um mecânico! Ora, faça-me o favor! Ele não tem unhas sujas?


Aproveitando a ausência de Pollito, Mayte perdeu a paciência.


— Pelo, menos ele tem um emprego honesto! Não vive às custas dos outros! Miles não é um parasita!


— Assim como você? Contra-atacou Ângela, saboreando uma fruta. — Não tem vivido à custa de seu tio desde que seus pais morreram?


— Você está sendo injusta!


— Injusta, eu? Ângela ergueu as sobrancelhas. Quando seu tio percebeu isso, convidou-me para vir aqui. Não sou paga para viver à custa dele. Mayte, o que pretende insinuar?


— Você não é parente dele! Retrucou Mayte. “Nem eu”, disse para si mesma.


O telefone tocou, interrompendo-as. Helen aguardou ansiosa que fosse ligação para ela. E era.


A Sra. Gittens apareceu à porta.


— É para você. Sabe, menina, tenho mais o que fazer além de atender telefones.


Mayte saltou imediatamente da cadeira e correu para o hall.


— Pollito? Perguntou. Pollito, que bom ouvir sua voz.


— Por quê? O que aprontou dessa vez? Indagou num tom de voz tolerante.


— Nada, não aprontei nada. Queria falar com você, só isso. A gente tem se falado tão pouco ultimamente.


— Andou chorando? Pollito quis saber, percebendo o tremor na voz de Mayte. Será que vocês duas brigaram de novo?


— Não, não foi nada... Quero dizer, não brigamos. A srta. Patterson não me fez nada e eu não fiz nada para ela... Por que está ligando, Pollito? Não vem jantar?


— Não — disse bruscamente, e acrescentou, sem alterar o tom: — Mayte, se há alguma coisa errada, diga-me
agora. Hoje à noite não teremos oportunidade de conversar.


— Porque não?


— Porque teremos visita, entendeu? Convidei Greg Marsden e a mulher para passarem o fim de semana conosco. Ele irá para a Alemanha na segunda-feira, e quero me certificar de que compreendeu as minhas instruções.


— Mark e Emma também virão?


Mark e Emma eram os filhos gêmeos do casal, de quinze anos, de quem Mayte gostava muito.


— Receio que não, porque estão em Devon, na casa da avó. Mas, se quiser convidar alguns de seus amigos no domingo...


— Obrigada... A maioria dos meus amigos está fora... É julho, esqueceu?


Quase todo mundo sai de férias em julho e agosto.


Pollito suspirou.


— Como lhe disse, talvez possamos viajar em setembro.


— Promete? Só nós dois?


— Bem, aí já não sei.


— Como não sabe? O ano passado ficamos plantados aqui e você disse que neste verão nós...


— Não me lembro de ter dito que viajaríamos sozinhos — disse. — Acha que seria aconselhável? Digo, já imaginou o que é que pessoas iriam falar de nós?


— E importa o que as pessoas falam?


— Claro que importa.


— Só se for agora, porque, antes Pollito...


— Antes, Mayte — interrompeu — você não tinha dezessete anos.


— Quer dizer que agora que tenho dezessete anos, nunca mais vamos ficar sozinhos?


— Não foi isso o que eu disse — replicou, impaciente. — De qualquer maneira, é possível que no outro ano você queira passar as férias em companhia de pessoas da sua idade. Se não fosse tão teimosa, teria ido a St. Moritz com os Keslcr no último Natal. E na Páscoa teve chance de ir a Barbados.


— Tive, sim, mas sem você! Exclamou Mayte sem vacilar.


— Sem mim, sim, qual o problema? Falou rispidamente.. Mayte você tem dezessete anos, meu Deus do céu!


Precisa ser independente de vez em quando.


— Acha que seria bom eu ter um emprego?


— Um emprego? Pollito ficou perplexo. O que é que o trabalho tem a ver com o que estamos falando?


— Simplesmente responda a minha pergunta. Acha que seria bom trabalhar para eu mesma me sustentar?


— Mayte, o que deu na sua cabeça? Para que quer dinheiro? O que te dou não basta? Quer que eu aumente sua mesada?


— Não! Exclamou, erguendo a voz. Oh, deixe pra lá...


— Não deixo, não. Pollito pareceu preocupado. Mayte, você quer trabalhar, não quer? É dessa maneira que pretende ser independente?


— Não — respondeu, olhando para a sala, com receio de que Ângela a estivesse escutando. Pollito, uma outra hora a gente conversa com calma sobre isso. Há... devo pedir a Sra. Gittens que prepare o quarto para os Marsden?


Pollito permaneceu em silêncio por alguns instantes.


— Por favor, peça — disse finalmente.


Mayte desligou abruptamente, antes que ele dissesse mais alguma coisa.


— Teremos hóspedes neste fim de semana — informou a Ângela ao retornar à sala de jantar, depois de avisar a Sra. Gittens.


— Alguém que eu conheça? Ângela quis saber.


— Se tem interesse em computadores, sim... E o Sr. Greg Marsden e a esposa. Ele dirige a H.M. Technical.


— Entendo... Então o Sr. Marsden é colega de trabalho de seu tio?


— São sócios — explicou Mayte sem querer dar maiores informações.


— Quer me passar o sal, por favor?


— Pensei que o seu tio trabalhasse com algodão — comentou Ângela, passando o saleiro a Mayte.


— Trabalha, mas não é do que mais gosta — disse Mayte, olhando sem entusiasmo o prato de salada.


— Mayte, seu tio sempre viaja a trabalho?


— Isso tem alguma importância? Mayte perguntou, fitando-a com ar de desafio.


Ângela não desistiu.


— Curiosidade, só isso — afirmou brandamente, servindo-se de uma enorme fatia de presunto. — Eu e papai sempre viajávamos para fora do país.


Ele era arqueólogo, não sei se lhe disse... Doido por civilizações antigas e todas aquelas coisas. Conhecia o Egito como a palma da mão. Há urna coisa de que nunca me esqueço: papai parado ao pé da Grande Pirâmide, meditando...


— Seu pai não era escritor? Helen interrompeu, franzindo a testa. — Você disse a Pollito que...


— Oh, sim, ele era um escritor — Ângela emendou. — Escrevia sobre arqueologia, naturalmente. Disse que os livros eram técnicos, não disse?


— E disse também que seu pai mudou de Londres porque precisava de solidão absoluta — relembrou Mayte. — Contou que foram para Cornwall. Isto foi antes ou depois de irem ao Egito?


— Depois, é claro. — Ângela sorriu sem graça. — Não é porque morávamos em Cornwall que estávamos isolados do mundo.


— Acho que não.


— Já viajou com seu tio?


Mayte encolheu os ombros.


— Já. Um pouquinho. Mas não quando ele viaja a negócios.


O rosto de Ângela assumiu uma expressão indecifrável ao ouvir a cautelosa observação de Mayte.


Quando Pollito e os convidados chegaram, Mayte estava sentada à beira da piscina, entregue a uma profunda letargia. Antes que a Sra. Gittens aparecesse para recebê-los e mostrar-lhe as acomodações, Pollito levou as
visitas até o pomar, que ficava logo depois dos jardins e piscina.


— Ora, ora! — exclamou Greg Marsden ao ver Mayte. Seu vozeirão condizia perfeitamente com a estatura alta e a robustez do corpo. Aparentava ser bem mais velho que o sócio, mas comportava-se de modo infinitamente mais jovial. — Olhe só quem está aqui! Pollito, você não me contou que haveria outros convidados. Não vai me dizer que esta moça é Mayte?


— Greg, não aborreça os outros. — Marion Marsden o censurou sorrindo amigavelmente para Mayte. Como vai, querida? Cada vez que a vejo constato que está mais... mulher.


Mayte sorriu meio sem jeito, era como se estivesse tomando consciência do pequeno biquíni que usava.


— Não é o que estou dizendo então? Falou Greg,dando uma palmadinha no ombro de Mayte. — Sua sobrinha está uma linda moça não é, meu velho? A última vez que a vi ainda usava calção de banho.


— A última vez que a viu foi na Páscoa — replicou a mulher. — não usava calção de banho coisa nenhuma. Não ligue para ele, Mayte. não fuja de nós, porque vamos tomar chá juntos.


— Oh, eu... Mayte interrompeu-se, desejando estar completamente vestida naquele momento.


— Onde está a srta. Patterson? Perguntou Pollito, tentando amenizar o constrangimento de todos.


— Ela... ela foi se trocar — respondeu. — Aliás, acho que também vou.


— Mas por quê? Greg, perguntou sentando-se na espreguiçadeira.


— Por que negar a um pobre homem de negócios a oportunidade de sonhar? Está sentindo frio? Impossível, a tarde está esplêndida! Vamos, Mayte, reine. Pollito, vá perguntar a Sra. Gittens se ela reservou uma lata de cerveja pala mim.


Pollito jogou a jaqueta sobre o ombro e dasabotoou o colarinho da camisa. Mayte pressentiu que ele não estava gostando nada da situação.


— Eu vou! Mayte adiantou-se, e, antes que a impedissem, saiu correndo pelo pátio.


A Sra. Gittens estava com Cook na cozinha, como ela esperava, preparando a bandeja para levar às visitas.


— Aceitam um chá gelado? Indagou a Sra. Gittens.


Mayte respirou fundo, antes de responder.


— Cerveja... uma lata de cerveja.


— E o seu tio?


— Eu tomo chá, Sra. Gittens, obrigado — disse Pollito, entrando na cozinha. — Se servir no pátio, eu lhe agradecerei.


— Naturalmente — respondeu a velha senhora.


Mayte já estava se retirando quando Pollito a chamou.


— Espere — disse num tom severo, aproximando-se apressado. — Venha comigo até a biblioteca. Quero falar com você.


— Não — Não pode falar mais tarde? Olhou para o corpo semi-despido.


— Mais tarde talvez não tenhamos oportunidade. — E caminhou para a biblioteca. Abriu a porta. — Entre. E pare de me olhar desse jeito. Os Marsden vão querer saber o que está acontecendo se eu não voltar logo.


Mayte obedeceu sem muita vontade, as pernas um pouco tremulas como querendo resistir àquela ordem.


Sentia-se embaraçada diante de Pollito, como nunca antes se sentira. Depois de sentar numa das cadeiras, procurou esconder a excitação que subitamente lhe dominava o corpo enrijecendo-lhe os seios.


Pollito contornou a cadeira e parou na frente dela, fitando-a demoradamente.


— Por que me perguntou ao telefone se eu acharia bom que trabalhasse?


Indagou, encostando-se contra a mesa. — Alguma vez dei a entender que estava insatisfeito com a sua situação financeira?


— N-Não...


— Ângela insinuou que alguma ocupação lhe faria bem e resolveria seus problemas?


— N-Não...


— Então de onde partiu a idéia? Não se sente feliz aqui?


— Precisa perguntar isso?


Ele encolheu os ombros.


— Só quero entender aquela conversa... Deve ter havido algum motivo para você me fazer a pergunta. É o que estou procurando saber...


— Falei por falar — Mayte justificou, sem convencer. Posso agora?


— Quando... quando comprou isso que está usando?


Ela abaixou a cabeça.


— Não me lembro... No ano passado. Dois anos atrás, acho...


— Jogue-o fora disse, incisivo. — Que não a veja com ele mais uma vez. É indecente! Diga a srta. Patterson que inclua maiôs na próxima lista de compras.


Imagino que, para a noite, você vestirá algo decente.


Mayte levantou-se.


— Não vou envergonhá-lo; se é o que receia.


Pollito desencostou-se da mesa, endireitando o corpo.


— Mayte, o que está havendo com você? Desde que a srta. Patterson chegou, você tem se comportado de maneira inconveniente. Desobediência é uma coisa que até compreendo; explosões de raiva também, mas o que acho difícil de compreender, e aceitar, é essa sua estranha necessidade de me fazer sentir um canalha!


— Eu faço você se sentir assim?


— Pare com essa conversa ridícula de emprego, com essa preocupação maluca sobre nosso relacionamento, e comece a se comportar com a mulher em que está se tornando. Marion tem razão: você está cada vez mais mulher. Com a ajuda de Ângela, quem sabe, ainda encontrará logo um marido.


— É o que quer para mim? Por isso trouxe Ângela Patterson? Para se livrar de mim?


— Oh, Mayte, pelo amor de Deus! Que mania de levar qualquer tolice a sério. Desejar um marido para você não é nenhuma ameaça, é? Há centenas e centenas de garotas que, assim que descobrem o que é o amor procuram um marido para casar!


— Centenas e centenas, mas não eu!


— Como, você não? Não pense que é adulta o bastante para saber com certeza o que quer.


— Não quero casar! Afirmou elevando a voz. — Tenho certeza absoluta disso!


— Ora,porque não?


— Você mesmo não casou!


— Meu caso é diferente.


— Não é, não. Você precisa de uma mulher. A Sra. Gittens também acha.


— Oh,ela acha,é? E o que mais ela acha?


— Mais nada... Ela não fala sobre você assim, sem mais nem menos. É que... ouvi sem querer.


— Mesmo?


— Mesmo! Exclamou com ênfase, com medo de que sua observação fosse prejudicar a governanta.


Honestamente, Pollito, acredite em mim. Seria terrível se você chamasse a atenção da Sra. Gittens. Ela morreria!


— Não é verdade o que disse, então? Avançou dois passos na direção dela, examinando-a desafiadoramente.


— Não estou mentindo, se é o que quer saber.


— Então ela acha que preciso de uma mulher?


— Sim. Não. — Balançou a cabeça.— Pare de me confundir!No fundo você nem está ligando para a Sra. Gittens. Você não se importa com o que possam falar de você!


— Pois eu não teria certeza disso.


— Eu tenho. Posso ir embora, agora? Por favor?


Pollito encolheu os ombros.


— Acho que é melhor.


— Obrigada.


Mayte foi saindo, mas Pollito, se adiantou e abriu a porta para ela. Seus olhos se encontraram.


— Mayte, não tenha ódio de mim.


Mayte corou fortemente.


— Não te odeio, Pollito...


— Mas seria fácil me odiar — ele comentou, baixando a cabeça.



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Autor(a): jessica_ponny_steerey

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Mayte saiu e subiu as escadas correndo, fechando-se no quarto. Era cada vez mais difícil reprimir os sentimentos que atormentavam seu coração. — Como posso odiar você, Pollito, se eu te amo — disse a si mesma, enxugando as lágrimas! Marion Marsden foi ao quarto de Mayte no exato momento em que ela se amimava para ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 9



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  • andy_limaah Postado em 18/07/2016 - 09:52:08

    Ficou igual a outra fic, ela é uma adolescente imatura que conhece uma cara mais velho. Ele finge odiar ela, mas o final é que eles se amam. Mas ficou ótima😉😉😍😍

  • vondy4everponny Postado em 19/09/2014 - 01:03:14

    AAAAAH, que lindos,eles se casaram *-* Pensei que o Pollis ia dar a louca e fazer mais uma besteira mas ele foi atras dela ... Tava na cara que ele estava era com medo do que o povo pensaria deles, ainda bem que deu certo. Mais uma fic linda sua mana Jess, parabens >< Amei amei amei! <3

  • vondy4everponny Postado em 17/09/2014 - 01:19:39

    EITA que agora o Chris não se segura KKKKK Mas mesmo assim, acho que a Maite está sendo muito fraca, ele mesmo falou 'vou magoa-la' e vai mesmo, to sentindo isso :/ Argh, esse Nigel é um nojo, affe, e ja cansei dessa garota de programa que é a Patterson, ja pode mandar matarem ela Jess kkkkkkkkkk Beijos

  • vondy4everponny Postado em 15/09/2014 - 00:38:42

    Já quero Christian morrendo de ciumes da Mai com esse Nigel u.u

  • vondy4everponny Postado em 13/09/2014 - 17:59:10

    Na boa, onde está o orgulho da Maite? Eu sei que ele é o amor da life dela e tudo mais, mas ela tem que parar de beija-lo quando dar na telha, isso só enfurece ele depois [tipo quando ela apanhou, é maldade mas eu ri kkkkkkkk] Porém esse ultimo beijo ai eim...vamos ver no que dá! kkkkk AH, morte a Patterson!u.u

  • chaverroni_eternamente Postado em 13/09/2014 - 07:51:53

    To amando sua fanfic cont

  • vondy4everponny Postado em 12/09/2014 - 23:23:57

    Amei essa Marion >< Ela sim deveria ajudar a Maite, não essa Angela Nogenta! AFF! Ela me dá nauseas, tudo isso porque quer conquistar o Pollito por interesse, apenas! Espero que os chaverronis se deem melhor agora, posta maaais mana Jess

  • vondy4everponny Postado em 11/09/2014 - 22:54:18

    Chegueeeei Jess o/ Mana, tu tem que parar com essas adaptações amiga, sério, to virando sua fã HAHA! Nem me avisou dessa fic bandida do c***! Amando essa Maite sem noção e desinibida *-* Beijos Jess!

  • carpe.diem Postado em 10/09/2014 - 01:05:37

    Primeira a comentar!!! Sou especial u.u -- kk - uma fic chaverroni \o/ que divooos *----* Já adorei a Maite pela sinopse :) suas fics são demais!!! agora eu vou lá fuçar no ser perfil pra ver se tem mais =) Adioooos!! Posta o primeiro cap!!!


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