Fanfic: Mais que Irmãos (Adaptada) AyA | Tema: Rebelde, AyA, Anahí e Poncho
— Se eu for sincera, escreverei sobre fazer compras, mas aí vão me chamar de consumista desenfreada. Tem que ser outra coisa.
— Que tal um tema sobre a conservação do meio ambiente, é bem sério e popular hoje em dia.
— Todos os “puxa-sacos” e “nerds” da turma escreverão sobre isso e se tem uma coisa que Dulce Saviñón não faz, é ser comum, tem que ser um tema original — disse, olhando a tela que continuava em branco. — O que você vai fazer?
— Já fiz, foi uma poesia — respondi, evitando encará-la.
— Sério? Puxa, você foi rápida! — exclamou, surpresa, e eu entendi sua reação, afinal geralmente acontecia justamente o contrário. — E que tema escolheu?
— Sobre algo de que gosto — respondi, de forma evasiva.
Dulce já me conhecia bem o suficiente para saber que não adiantava insistir, eu não revelaria mais nada, então apenas me lançou um olhar curioso, mas permaneceu calada, o que para ela era um desafio e tanto.
— Vou ao banheiro — avisei.
— Vou deixar isso para fazer mais tarde, pelo menos já terminei a pesquisa de história, posso usar sua impressora? — perguntou, quando eu já estava de saída.
— Claro, fique a vontade.
Quando voltei, pouco tempo depois, Dulce estava sentada na minha cadeira e lia uma folha de papel atentamente. Quando parei a seu lado para ver o que era tão interessante, senti o pânico me invadir, pois sabia de cor o que estava ali, meu segredo mais bem guardado.
As Coisas Que Amo:
Amo o céu e o mar Infinito e imenso porque eles me lembram teu olhar em doce lamento
Amo as rosas e os corais de lindos matizes porque eles me lembram teus lábios em macio tormento
Amo iogurte e nata com branca cremosidade porque eles me lembram tua pele em suave formigamento
Mas acima de tudo amo os pássaros pequenos e frágeis porque fazem construções resistentes de intrincado entrelace abrigo perfeito para o puro sentimento de um amor no ninho.
Por Anahí Herrera.
— O que você pensa que está fazendo? — perguntei, nervosa, ao tirar a folha das mãos dela. — Mexendo nos meus objetos pessoais!
— Claro que não, Anahí! — Dulce respondeu, com a expressão ultrajada. — Eu cliquei para imprimir meu trabalho e, quando fui pegá-lo na sua impressora, essa folha estava junto.
Agora que ela tinha explicado, lembrei que tinha imprimido pouco antes de sua chegada e tinha me esquecido de guardar.
— Desculpe, Dulce — falei, muito embaraçada. — Eu não desconfio de você, só que, quando te vi segurando isso, não me contive.
Ela me olhou atentamente e disse:
— Tudo bem, também não gosto que mexam em algo que seja particular.
Movi a cabeça em concordância, afastei-me, sentei-me na cama e dobrei a folha cuidadosamente ao meio. Por alguns instantes, fiquei sem saber o que dizer, e quando ergui novamente a cabeça deparei com o olhar desconfiado dela, que me fitava atentamente. Fiquei ainda mais desconcertada.
— Annie, eu já li, então não adianta fingir que não aconteceu — disse, de forma direta. — Então, baseada neste e em outros pequenos fatos, só me resta perguntar: você gosta do Poncho? E, quando digo gostar, não é no sentido fraternal.
Apertei com força a folha entre as mãos, mordi os lábios e então, como se tivesse tomado um poderoso soro da verdade, cuspi a resposta de forma dramática:
— Gostar? Não! Eu o amo! Amo tanto que às vezes penso que vou enlouquecer! — revelei. — E garanto que o sentimento não tem nada de fraterno.
Como em nossa dupla, sempre fui à garota reservada e tímida, e Dulce agora estava de boca aberta, aparentemente assombrada com meu súbito descontrole emocional. Como ela continuava sem reação, senti as faces vermelhas e, largando o papel de lado, cobri o rosto com as mãos. Onde eu estava com a cabeça, para confessar tudo para Dulce? O que ela deveria estar pensando de mim nesse momento? Tinha até medo de imaginar.
— Eu sei, Dul. Deve ter alguma coisa errada comigo, não devia sentir isso por ele — falei, angustiada. — Acho que não sou normal. Pode dizer, sou uma aberração!
Ouvi passos e, pouco depois, percebi Dulce se sentar ao meu lado.
— Anahí, olha pra mim — disse, puxando minhas mãos, e eu cedi, soltando-as. — Você pode ser qualquer coisa, menos uma aberração. Por que seria? Por amar o Alfonso? Pelo que eu saiba, ele é um homem e você uma mulher, até aí tudo muito normal.
— Mas... ele é meu irmão — murmurei, temerosa.
— Apenas no papel — ela disse, muito prática.
— Então, você não acha que é pecado? — perguntei, um pouco mais calma.
— Se vocês fossem irmãos de verdade, acredito que seria sim, mas não existe essa ligação entre vocês dois, apesar de serem criados juntos e conviverem na mesma casa.
— E termos os mesmos pais — completei. Dulce considerou aquilo por um minuto.
— O que ele sente por você? — perguntou.
— Acho que o mesmo que ele sente por nossas outras irmãs — respondi, dando de ombros. — Só tem uma pequena diferença.
— Qual?
— Eu o sinto mais reservado comigo. Ele sempre me tratou bem, nunca fez distinção entre mim e eles, mas não sei, tenho a impressão que às vezes ele me evita, como se algo em mim o incomodasse. Como se não conseguisse ficar completamente à vontade comigo.
— E o que você acha que o faz agir assim?
— Acho que o fato de eu chegar, passando a ser a nova caçula da família, talvez não lhe tenha agradado muito — respondi, confusa. — O que você acha?
— Acho que nesse mundo tudo é possível, até mesmo os porcos terem asas — respondeu, daquele jeito muito desinibido, que era sua marca registrada. — Sendo por que motivo for, acho que não seja uma coisa que deva preocupá-la, pra mim o Alfonso sempre foi um esquisitão, então talvez essa seja somente mais uma esquisitice pra fazer parte da coleção. — Fiz uma careta de desagrado diante de seu último comentário, e ela suspirou. — Tá bom, desculpe. Já entendi; você o ama, e pra você ele é o cara mais perfeito do mundo. Como dizem por aí, o amor é cego, não é mesmo? Então acredite quando digo que você não tem por que se sentir culpada ou envergonhada de seus sentimentos, até que me provem o contrário vocês são dois seres livres e desimpedidos, então se rolar, rolou.
A capacidade de Dulce ouvir, assimilar e digerir informação, considerada chocante pela maioria, era impressionante, porém agora, mais do que nunca, aquela qualidade era uma bênção em minha vida. Eu já tinha aberto a boca para fazer um pedido quando ela disse:
— E pode ficar tranquila, guardarei o seu segredo.
— Dulce, você é o máximo! — exclamei, sorrindo, antes de lhe dar um grande abraço.
Autor(a):
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Alguns anos que se seguiram, nossa rotina não mudou muito, exceto que crescemos, cada um fazendo os cursos de que gostava. Ao completarmos 16 e 19 anos, eu e Poncho, respectivamente, Maite e Cate já haviam terminado o colégio e saíram de casa para continuarem os estudos na universidade. Maite fazia jornalismo, já Cate estudava sociologia, a ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 887
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Valéria_Traumadinha Postado em 05/11/2015 - 23:20:11
Que saudade
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Valéria_Traumadinha Postado em 04/07/2015 - 00:28:45
— Tudo bem se acompanhasse a Anahí numa viagem para o Taiti, esse final de semana? Só vou ficar uns dois dias fora. A mãe dela nos olhou desconfiada, antes de perguntar: — Qual o motivo da viagem? — Ela vai fugir com o namorado pra casar escondido! — respondeu, fazendo uma cara falsamente apavorada. Eu quase tive um ataque ouvindo a Dulce falar aquilo, mas para minha surpresa a mãe dela deu uma boa risada. — Vocês, meninas, são tão engraçadas! Que imaginação! Eu e Dulce nos olhamos, enquanto acompanhávamos sua mãe, rindo junto com ela. — Na verdade, vai ser o presente de aniversário da Anahí, o Alfonso vai junto, mas ela gostaria de ter uma companhia feminina, pra ficar mais divertido — Dulce explicou. — E, como convidada, já está tudo pago. — A mãe dela ficou pensativa por um tempo — Sua mãe já concordou com isso? — ela me perguntou. — Sim, a ideia da viagem, inclusive, foi dela. — Bem, sendo assim, não vejo problema. Só espero que se comportem e não façam nada imprudente...Morro kkkk
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blueorangee Postado em 02/02/2015 - 13:53:02
My god, n acredito que terminou, história perfeitaa, a Anny recuperou td a memória td voltou ao normal,muito lindo td, ameeeii
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layaneponny Postado em 31/01/2015 - 16:37:40
COmO ASSIm ACABOU? QUANTO TEmPO EU DORmI? SOCORRO QUE FIC PERFEITA!
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valerynuness Postado em 31/01/2015 - 00:51:46
QUE LINDAA A FANFIC <3333333 amei, do começo ao fim, perfeito
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valerianyponcho Postado em 30/01/2015 - 23:51:35
:'( acabou a web acabouuu Essa web vai ficar na historia Bjao Val :'( :'(
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Angel_rebelde Postado em 30/01/2015 - 23:48:18
Fic perfeeeitttaaaaaaaaaaaaaaaa !! Ameeeidoreei <3333333 Acabou q o tempo q Poncho passou com o avô foi de bom grado e o fez enxergar as coisas. Feliz q a Anny recuperou a memória =DDD e a Perlanta fooooi presaaaa !! UhuuuuuuuLLLLLLL !! Lindoooos o Johnny e depois o Kaleo *--* Formaram uma família lindaaaaaaaaaaa. Ri da reação da Dulce qndo Anny contou q ela e Poncho tinham voltado a ficar juntos e a reação da Anny em saber q Dulce ficou noiva do Ucker. Surpresas boas finalmente. Pai da Anny perdoando o Poncho e curtindo o netos. Foooi tdddddd essa fic. Irei reler ela outras vezes. Parabéns pela história.
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edlacamila Postado em 30/01/2015 - 17:25:57
AINNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN PFTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA A HIST *-* Postaaaaaaaaaaaaaaa <3
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nayara_lima Postado em 30/01/2015 - 17:23:06
Foi lindo , foi emocionante .. Em lagrimas :( Cabou umas das webs mais perfeota que ja li .... Awwwwwn
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franmarmentini Postado em 30/01/2015 - 17:10:13
************eu to transbordando em lágrimas aqui...com esse final...to com uma dor no coração por não ter mais continuação essa história tão linda de amor e amizade que eles tinham um com o outro...ai meu core :/ amei muito ler essa história muito mesmo...bjinhus e saudades eternas dessa fic*