Fanfic: Mais que Irmãos (Adaptada) AyA | Tema: Rebelde, AyA, Anahí e Poncho
— Anahí, sei que o que viu foi chocante e terrível. Posso imaginar sua dor. Eu entendo sua mágoa e a sua decepção. Mas, por favor, peço que me escute, prometo ser honesto com você. Prometo não esconder nada. Só peço uma chance para me explicar.
Seu rosto estava tenso, mas acenou afirmativamente com a cabeça, passando a língua entre os lábios, evidentemente nervosa. Suspirei profundamente e comecei.
Contei tudo o que me lembrava daquela noite, não omiti nada. Falei desde o momento que tinha chegado ao hotel, até a conversa que tinha tido com a Perla ao acordar na manhã seguinte. Nessa parte da história vi o rosto dela perder a cor e pensei em parar, mas ela sacudiu a cabeça pedindo que prosseguisse e assim o fiz. Quando terminei, tive a estranha sensação de que tinha tirado uma tonelada de esterco de cima dos meus ombros. Finalmente havia despejado tudo e, embora estivesse amedrontado, sentia-me surpreendentemente livre.
Terminei e aguardei sua reação, Anahí voltou a olhar para o chão, pensativa. Levantou de repente e achei melhor seguir seu exemplo. Ela começou a andar de um lado para o outro, com expressão muito concentrada. Fiquei assistindo, impaciente e desesperado. Quando tentei falar alguma coisa, ela parou, apontou o dedo pra mim e disse com veemência:
— Deixe-me pensar! — e recomeçou a andar, fiquei calado e esperei.
Depois de algum tempo, que mais pareceram décadas, ela parou de andar. Vendo Anahí com as pernas entreabertas, as mãos na cintura e cabeça erguida, olhando para mim, tão séria e concentrada, quase desmaiei de novo, por pura ansiedade.
— Acredito em você, acredito que foi sincero, acredito na sua versão. — falou pausadamente. — Acredito em sua dor, no seu amor e no seu arrependimento, acredito que não tenha tido intenção de me ferir. Acredito que não sinta nada por aquela mulher e que não queira nada com ela, acredito que não estão juntos. Enfim, acredito em tudo.
Agora era para eu saltar de alegria, rir de felicidade, pegar a Marina no colo e sermos felizes para sempre, não é mesmo? Porém, o modo como ela me olhava não encorajava nem um pouco essa atitude. Eu podia sentir alguma coisa muito séria oculta por trás de suas palavras.
— Existe um “mas”? — perguntei incentivando que prosseguisse.
— Mas... — ela pegou meu gancho. — Isso não apaga o que aconteceu. Lembrando ou não, querendo ou não, você foi parar na mesma cama que aquela mulher. E por não lembrar, a dúvida permanece. Não sei se você foi realmente fraco e acabou cedendo aos encantos dela.
— Existe um “e”? — perguntei engolindo seco.
— E... — ponderou visivelmente triste. — Não sei se consigo conviver com isso, com essa dúvida permanente, como se uma espada pairasse sobre nossas cabeças, pronta pra nos degolar. Não sei se tenho forças pra isso, Poncho.
— Mas você me ama, não é? — perguntei aflito. — Você acabou de dizer que acredita em mim.
Então, se acredita, não pode me perdoar e esquecer?
— Você está certo. Eu te amo. E como acredito em você, posso perdoar. Mas quanto a esquecer...— parecia não conseguir prosseguir.
Eu criei coragem, me aproximei, segurei suas mãos entre as minhas e olhei em seus olhos.
— Isso não basta? — perguntei sério. — Não basta que a gente se ame, que se importe um com o outro, que se queira bem?
— Eu te amo e realmente me importo com você. Me preocupo com seu bem estar e com a sua vida. Porém, algumas vezes, isso não é o bastante. Para que uma relação dê certo é imprescindível a confiança, e a minha em você foi seriamente abalada.
Ela soltou minhas mãos e fiquei sem fala. Alguma coisa muito ruim estava para acontecer. Sentia calafrios por minha espinha, tinha espasmos no estômago de tanto pavor que sentia naquele momento.
— Como posso simplesmente fechar os olhos e fingir que não vi o que vi e não ouvi o que ouvi?
Como posso jogar para o alto essas últimas semanas e fazer de conta que nada mudou e que somos os mesmos?
— Continuo o mesmo — afirmei com a voz quase falhando. — Eu continuo amando você, só você.
— Você está errado. Eu também te amo, mas não continuamos os mesmos. Agora temos uma terceira pessoa entre nós. Como vamos dormir todas as noites com esse fantasma em nossa cama?
Como vamos nos olhar pela manhã com essa mulher deitada entre nós? Se voltarmos agora, isso vai nos destruir. Pouco a pouco vai minar o nosso amor, vai acabar destruindo todo o respeito que sentimos um pelo outro e vamos começar a brigar, talvez até nos ofender. E não quero que termine assim. Eu não quero terminar com você tendo uma péssima recordação da nossa vida em comum.
— Como assim terminar?— perguntei em alta voz. — Você não pode estar falando sério! A gente se ama! Vamos ter um filho! Eu não quero terminar, quero vocês dois em minha vida!
— Não quis dizer terminar como algo definitivo! — respondeu nervosa. — Mas agora, nesse exato momento, não consigo esquecer. É recente demais, dói demais e preciso de um tempo. Eu preciso reavaliar a minha vida. Ainda não sei bem. Para você, sou a mesma Marina de sempre; mas pra mim, você não é o mesmo Poncho. Depois do acidente, posso dizer que só te conheço há poucos meses, e só de ter te aceitado como marido e te amar como te amo, acredito ter feito um enorme progresso! Mas, por favor, se coloque no meu lugar! De um dia para o outro você passou de desconhecido para irmão; em seguida, de irmão para marido; depois, de marido para amante; agora, pai do meu filho. E tudo isso em poucos meses! E não é só. Como você se sentiria se, no mesmo dia em que descobre sobre a sua gravidez, flagra o seu marido na cama com outra? Como você imagina que me senti sendo humilhada por aquela “naja” pretensiosa, dizendo que estava com você e que tinha pena de mim. De mim!
— Apague essa mulher da nossa vida! — pedi desesperado. — Vamos pular esse fato, deixar pra trás e olhar pra frente!
— Não, Poncho! O passado faz parte do nosso presente e do nosso futuro. Não posso ignorar e fingir que tudo está bem, quando não está! Eu não seria feliz vivendo assim, não te faria feliz! — argumentou zangada.
— E o que sugere? — perguntei também zangado. — Que terminemos e deixemos aquela mulher pavorosa nos separar?
Olhávamos tensos um para o outro, buscando algum entendimento possível.
— Eu proponho uma trégua. — disse com cautela.
— Trégua? Mas nós não estamos em guerra!
— Estamos em guerra com os nossos sentimentos, Poncho! Não percebe todo esse amor, paixão, mágoa e desespero lutando em nosso peito? Quando você olha pra mim, vejo a sua dor, sinto a culpa e a dúvida queimando dentro de você! Existe uma possível traição aqui, bem aqui entre nós, agora! Você ainda não se perdoou e isso está acabando com você e vai acabar conosco!
— Então, o que faremos? — perguntei erguendo as mãos num gesto de súplica.
— Vou voltar hoje para Londres. — confessou baixinho. — Sozinha.
— Não! — neguei batendo o pé. — Eu não posso aceitar isso!
— Poncho, eu sinto que em algum momento a verdade vai surgir. Infelizmente ainda não ocorreu.
Quando esse momento chegar, poderemos avaliar melhor e decidir o que fazer. Até lá, quero um tempo, eu preciso de um tempo para esquecer, para me descobrir, para encontrar a verdade, seja ela qual for! Por favor, eu só peço que respeite a minha escolha. No momento, é tudo que peço.
Aquilo era o meu maior pesadelo. Como ficar longe dela por tempo indeterminado? E a situação tinha piorado: além de ficar longe dela, ficaria longe do meu filho. Aquilo era cruel, cruel demais por parte do destino. Eu me sentia doente, doente na alma. Queria gritar, gritar até perder a voz, mas não fiz. Eu queria chorar, chorar de dor e desespero, mas também não fiz. Engoli tudo aquilo. Lembrei de mais um conselho do meu avô: se necessário, presenteie o ser amado com a maior dádiva de todas, a liberdade. Eu estava morrendo por dentro. Tossi tentando disfarçar a emoção.
— Por favor, reconsidere. — pedi quase sem forças.
Ela me olhou. Em seus olhos, vi o brilho das lágrimas refletindo dor, compaixão e sofrimento. Ela se aproximou, carinhosamente tocou meu rosto. Ergui minha mão e sobrepus a dela, apertando-a com força.
— Eu não quero me separar. — pediu com voz embargada. — Só eu sei o quanto me dói tomar essa decisão. Me faz sofrer, te faz sofrer. Mas precisamos disso, Poncho. Estou escolhendo entre dores diferentes, e eu sei que ficarmos separados por enquanto é a dor menor, comparada a dor que poderia ocorrer caso reconsiderasse nesse instante.
Lágrimas rolaram por sua face. Ela se aproximou me beijando rápido no rosto.
— Estou partindo. Cuide-se! — e mal acabou de dizer aquilo, saiu correndo em direção à porta.
— Anahí! — ainda a chamei, mas continuei no mesmo lugar.
Ela parou de costas na porta fechada, segurando a maçaneta, vi seu corpo tremer com o choro que a sacudia, mas não se virou.
— Eu te procuro. — falou num soluço, seguido de um profundo silêncio.
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Pessoal por hoje é só...Será que o casal vai se separar?
Estou muito feliz com os comentários...vou postar um capitulo extra mais tarde...tem surpresa nesse capítulo o que será?
COMENTÁRIOS:
vanessinhaborges: A capa da fic mudou sim...espero que tenha gostado. Serviço na fazenda não é pro Poncho mesmo...E vc acertou era a Any mesmo. Bjus linda continua comentando.
valerianyponcho: A adulta complica tudo mesmo deveríamos ser todos crianças...era a Any mesmo. Adorei saber que você lê a fic continua comentando. Bjus gatinha.
rafaaya_: Postado flor...Eu como qualquer traumada acho horrível ver os dois sofrendo...no fim tudo de ajeita. *_*
blueorangee: A voz de anjo era a Any mesmo...beijos continua comentando.
Angel_rebelde: Continuo sim...o Poncho na fazenda mata qualquer uma de rir...mas será que vão fazer as pazes?
bellaC.: Vai ser tão fácil assim eles se acertarem? Postado flor. :)
franmarmentini: Postado linda...ri muito quando ele desmaiou *_*
thaythayane: postado flor *_*
Autor(a):
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Fechei os olhos. Não queria que minha última lembrança da Marina fosse vê-la saindo pela porta e partindo as vésperas do Natal. Tinha feito tudo que estava ao meu alcance para que isso não ocorresse. Mesmo tendo ficado tentado a prendê-la à força junto de mim, não o fiz. Sabia que essa atitude egoísta ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 887
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Valéria_Traumadinha Postado em 05/11/2015 - 23:20:11
Que saudade
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Valéria_Traumadinha Postado em 04/07/2015 - 00:28:45
— Tudo bem se acompanhasse a Anahí numa viagem para o Taiti, esse final de semana? Só vou ficar uns dois dias fora. A mãe dela nos olhou desconfiada, antes de perguntar: — Qual o motivo da viagem? — Ela vai fugir com o namorado pra casar escondido! — respondeu, fazendo uma cara falsamente apavorada. Eu quase tive um ataque ouvindo a Dulce falar aquilo, mas para minha surpresa a mãe dela deu uma boa risada. — Vocês, meninas, são tão engraçadas! Que imaginação! Eu e Dulce nos olhamos, enquanto acompanhávamos sua mãe, rindo junto com ela. — Na verdade, vai ser o presente de aniversário da Anahí, o Alfonso vai junto, mas ela gostaria de ter uma companhia feminina, pra ficar mais divertido — Dulce explicou. — E, como convidada, já está tudo pago. — A mãe dela ficou pensativa por um tempo — Sua mãe já concordou com isso? — ela me perguntou. — Sim, a ideia da viagem, inclusive, foi dela. — Bem, sendo assim, não vejo problema. Só espero que se comportem e não façam nada imprudente...Morro kkkk
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blueorangee Postado em 02/02/2015 - 13:53:02
My god, n acredito que terminou, história perfeitaa, a Anny recuperou td a memória td voltou ao normal,muito lindo td, ameeeii
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layaneponny Postado em 31/01/2015 - 16:37:40
COmO ASSIm ACABOU? QUANTO TEmPO EU DORmI? SOCORRO QUE FIC PERFEITA!
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valerynuness Postado em 31/01/2015 - 00:51:46
QUE LINDAA A FANFIC <3333333 amei, do começo ao fim, perfeito
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valerianyponcho Postado em 30/01/2015 - 23:51:35
:'( acabou a web acabouuu Essa web vai ficar na historia Bjao Val :'( :'(
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Angel_rebelde Postado em 30/01/2015 - 23:48:18
Fic perfeeeitttaaaaaaaaaaaaaaaa !! Ameeeidoreei <3333333 Acabou q o tempo q Poncho passou com o avô foi de bom grado e o fez enxergar as coisas. Feliz q a Anny recuperou a memória =DDD e a Perlanta fooooi presaaaa !! UhuuuuuuuLLLLLLL !! Lindoooos o Johnny e depois o Kaleo *--* Formaram uma família lindaaaaaaaaaaa. Ri da reação da Dulce qndo Anny contou q ela e Poncho tinham voltado a ficar juntos e a reação da Anny em saber q Dulce ficou noiva do Ucker. Surpresas boas finalmente. Pai da Anny perdoando o Poncho e curtindo o netos. Foooi tdddddd essa fic. Irei reler ela outras vezes. Parabéns pela história.
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edlacamila Postado em 30/01/2015 - 17:25:57
AINNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNNN PFTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA A HIST *-* Postaaaaaaaaaaaaaaa <3
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nayara_lima Postado em 30/01/2015 - 17:23:06
Foi lindo , foi emocionante .. Em lagrimas :( Cabou umas das webs mais perfeota que ja li .... Awwwwwn
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franmarmentini Postado em 30/01/2015 - 17:10:13
************eu to transbordando em lágrimas aqui...com esse final...to com uma dor no coração por não ter mais continuação essa história tão linda de amor e amizade que eles tinham um com o outro...ai meu core :/ amei muito ler essa história muito mesmo...bjinhus e saudades eternas dessa fic*