Fanfic: Nunca Me Olvides DyU (Adaptada)(Terminada)

Dedicado à Natyvondy

Com as
mãos fortes e morenas, Christopher segurou as dela, para impedir que Dulce se
afastasse de novo! Ele não podia imaginar como e porque os colegas não a
reconheceram e achou que ela estava se ironizando! Chega, decidiu, frustrado.
Já era hora de ela se acalmar e parar de ofendê-lo.

—  Você não foi nenhuma idiota. Não foi assim
que as coisas aconteceram com a gente. Por que você está falando assim? Duas
pessoas se encontraram e cederam à mesma atração...

— Não é
simples assim... Christopher a encarou.

— É, sim,
se você quiser que seja, cara mia.

Dolorosamente
consciente do poder de atração dele, Dulce soltou suas mãos com violência.

— Eu não
quero que seja! Você fingiu ser alguém que não era. O cara que eu pensei que
você era não existe. Eu não me sentiria atraída por um playboy machista como
você nem em um milhão de anos!

Quando ela
tentou partir, Christopher bloqueou a sua passagem, e os olhos dourados tomaram
os dela de assalto, de modo agressivo.

— Acho
que é melhor você explicar o uso desse tipo de linguagem para que eu possa
entendê-la.

Ela
sentiu um aperto na garganta, mas o encarou de volta. O sentimento de perda
somente aumentava a sua amargura e a armava com determinação ainda mais
obstinada.

— Mesmo
antes de chegar a este prédio, você bar­rou a minha promoção. Eu ouvi um dos
homens que se encontraram com você, dizer a um diretor o quão decepcionado você
ficou com a minha foto no boletim da empresa e como você prefere mu­lheres
atraentes e sensuais em cargos de chefia...

— Isso é
uma completa falácia. — Dulce Maria? O nome dela disparou um alarme de leve
familiaridade na memória de Christopher. O boletim da em­presa. Lembrou-se
daquela publicação e folheou os documentos sobre a sua mesa, à procura da cópia
que guardara.

—  Eu estava cotada para o cargo de gerente da
minha seção — prosseguiu Dulce, balançada. — Uma função que já desempenhava
havia meses, e ti­nha todas as razões para acreditar que se tornaria minha de
forma permanente. Em vez disso, a promoção foi para uma outra mulher, que, não
só era minha subordinada e não tem as qualificações necessárias, mas também é
muito mais bonita...

— Dio
mio... Essa foto não ajuda em nada! Nesses trajes, até mesmo eu não a
reconheceria — confessou Christopher, com a testa franzida. — Mas eu fiz só referência
à sua aparência naquele dia. Não fiz um só comentário provocativo ou
politicamente incorreto sobre mulheres bonitas ou sensuais na che­fia. Eu
garanto. Eu falei somente que você parecia desleixada...

— O quê?
— reagiu Dulce.

—  E, infelizmente, você está, sim, bem desarrumada
nessa fotografia — sentenciou Christopher, defendendo o seu argumento.

Desleixada?
Ela não podia crer que ele havia empregado tal palavra para descrever a sua
aparência! Avançando para tirar o boletim das mãos dele, Dulce cobrou:

— O que
há de errado comigo aqui?

— Eu não
deveria nem precisar lhe dizer. Olha o seu cabelo... Está todo despenteado. — Christopher
se pegou examinando-a, enquanto ela avaliava a foto e notava que o cabelo, mais
uma vez, pelo menos a primeira vista, tinha um aspecto bem desordenado.

—
Desleixada... — repetiu Dulce, desolada.

Christopher
sentiu que aquela entonação ressentida o atingia como uma pilha de quatro
carros na cabeça, mas ele tinha uma teimosia inata e se encontrava irri­tado
com ela, como qualquer homem totalmente desacostumado a ser censurado por uma
mulher estaria.

— Falta
um botão no seu tailleur, e a impressão que tenho é que você dormiu com essa
calça. Você não está muito elegante. Isso foi tudo o que eu disse.

Um
vermelho doído brotou na face de Dulce. Ela mordeu com força o lábio inferior e
sentiu o gosto de sangue. Aquela foto havia sido tirada menos de uma semana
depois da morte do pai. Chegara apressada e esbaforida na sala, a última a se
juntar para a pose. Era uma calça velha, e ela podia ver que não era o traje
mais apropriado. Mas aquela palavra, "deslei­xada", a chocou. Estava
desolada por ele desconside­rar tão cruelmente os seus sentimentos.