Fanfics Brasil - Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada

Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada


Capítulo: 100? Capítulo

332 visualizações Denunciar


Os outros não satisfaziam tampouco; quando reuniam dotes de beleza masculina às qualidades de cidadão, ah! êsses eram todos casados, nem um só livre para remédio: o professor Henrique Oswald, da Escola de Belas Artes, parente de família do Areal; o arquiteto Chaves, com obra ali perto, um almofadinha; seu Carlitos Maia com sua precária agência de turismo; o espanhol Mendez, seu Vivaldo da funerária; e aquêle por quem suspiravam as môças às escondidas, pois dona Nair não admitia chamegos com seu marido nem em pensamento, Genaro de Carvalho, mais bonito do que qualquer artista de cinema a acreditar-se na opinião do mulherio.


Dona Any levava aquela história de nôvo casamento em tal deboche, que aos poucos a brincadeira foi-se reduzindo, projetos e candidatos em abandono. Assim calma e ao mesmo tempo cheia de interêsse, decorria sua vida, quando, com a chegada do verão, num cálido dezembro, chegou tambêm o Príncipe, plantando-se ao pé do poste elétrico como se ali houvesse criado raízes.


A partir do dia das compras com dona Maite, rua Chile acima e abaixo, nenhuma dúvida perdurou a respeito da musa a inspirar ao pálido môço fundos suspiros e olhares lânguidos. Dona Any sentiu-se queimar em rubor, como se aquêle interêsse envolvesse grave ofensa ao seu estado ou significasse não ter ela sabido manter-se nas fronteiras da modéstia e


da prudência exigidas a uma viúva. Seria viúva tão risonha e tão saída, a ponto de qualquer ousado permitir-se o direito de rondar sua porta, de brechar suas janelas? Um insulto e uma vergonha, e com que intenções? Com as piores, certamente, gemia dona Any, trancando portas e janelas, enquanto dona Maite a aconselhava a não agir com precipitação.


Ela, dona Maite, não simpatizara com u dito cujo, é bem verdade, parecendo-lhe suspeitas a boniteza lívida, a cara de menino e o jeito de finório. Mas, quem garantiria não estivessem enganadas as duas e fossem os melhores e os mais puros os propósitos do tipo, sendo êle próprio homem de bem, correto, merecedor de aprêço e até da mão de dona Any e


de seu carinho? Merecedor ou não, não tendo a viúva, contente de sua vida, intencoes de casar-se de nôvo, muito menos se dispunha a manter coió sob suas janelas, a cortejá-la como se ela fôsse uma dessas levianas a cobrir de vergonha a sepultura do marido, despindo seu luto nos quartos dos castelos. Dona Maite buscava acalmá-la, por que essa violenta reação, esse rancor contra o môço até agora pelo menos respeitoso, situando-se nos limites dos olhares e do acompanhamento a distância? Afinal não era dona Any menina ingenua para imaginar-se à margem dos galanteios, das cogitações, dos desígnios, honestos ou frascários, dos homens. Môça, bonita, sozinha, por que não haviam de desejá-la e tentar obter suas graças.


De certa maneira, homenagem à sua formosura, prova de seus dotes e encantos. Irredutível dona Any em sua decisão de manter-se viúva, muito bem; dona Maite não estava de acôrdo com tamanha idiotice mas não ia discuti-la agora. Mas por que motivo maltratar quem a ela chegasse com respeitáveis idéias de matrimoniu. Por que não uma recusa gentil: "Sinto-me honrada, porém sou uma cretina, minha chochota não tem mais uso, só serve para fazer pipi, não quero saber de casamento!"


Ria-se dona Any da língua sôlta da amiga, mas, no primeiro ímpeto de indignação, no regresso das compras com o suplicante sempre em seu rastro, já lhe batera com as janelas na cara. Em vexame e desconsôlo, após uns momentos indecisos, a olhar para um e outro lado, o rapaz iniciou a retirada.


Através das frestas das janelas as comadres assistiam à cena, todas em desacordo com o gesto de dona Any. Inclusive dona Dulce, testemunha do acontecido; dona Dulce, tão sabida da leitura dos livros, do estudo dos textos, tão ingênua e mesmo tôla no contacto com as pessoas. "Oh!", murmurou repreensiva, ao ver as atitudes de dona Any no gesto rude e


sua exclamação foi bálsamo para a injuria do don-juan. "Pobre môço, vítima de hábito feudal, de preconceito e atraso".



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Bela

Este autor(a) escreve mais 37 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)



Loading...

Autor(a) ainda não publicou o próximo capítulo



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21

    Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
    comentem por favor sim....
    bjinhoss

  • anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01

    oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
    Ah! Adorei sua web!
    Obg!
    Bjooo

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27

    ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....

  • marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41

    2 leitorr

    kkk

  • bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13

    eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25

    1 leitora... ja gostei.. posta logo!


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais