Fanfics Brasil - Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada

Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada


Capítulo: 43? Capítulo

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Que culpa tinha o menino que pecado cometera? Por que deixar pobre criança, sangue de Poncho, seu marido, exposta a uma vida de privações, subalimentada, crescendo na fome e no vicio, rato dos esgotos do Pelourinho, sem direito à educação e aos bens da vida? E, ao demais, não temia dona Any - e com razão - ficasse Poncho prêso à mãe da criança, para estar junto do filho, de seu filho? Se ela, dona Any, o fosse buscar e o tomasse para criar como filho seu, que prova de amor mais convincente? Aquela criança, nascida de outra, seria o elo a ligar para sempre Poncho e Any, sem mais nenhum receio nem ameaça. E, quem sabe, quem sabe, minha prezada, com esse filho em casa, crescendo e educando-se sadio e lindo no carinho de dona Any, sendo para Poncho permanente alegria mas também permanente responsabilidade, quem sabe não mudaria o malandro seu genero de vida, largando de vez o jogo e a estroinice, tomando jeito e vergonha? Era bem possível, sobravam exemplos.


 


Sobravam, sim, apoiou dona Maite, entusiasta, "eta gringa danada de sabida!" Dona Maite imediatamente citara nomes e endereços. Quem mais viciado no jôgo e na cachaça do que doutor Cícero Araújo, um de Santo Amaro da Purificação? A pobre espôsa, dona Pequena, sofria as penas do inferno. Um dia ela pegou barriga e nem o menino nascera, já doutor Cícero virara o cidadão mais exemplar. E seu Manuel Lima, doido por uma rapariga ... Bem ..., esse, em verdade, não precisara de filho, endireitara com o casamento, marido mais correto não existia ...


 


Dona Dulce dava o conceito da charada: aquele filho, no qual dona Any enxergava ameaça tão violenta á estabilidade de seu lar, poderia se transformar, num passe de mágica, em sua segurança, na garantia de seu amor, e, de quebra, ainda era capaz de regenerar Poncho. Uma pena, aliás, pensou dona Dulce; regenerado, Poncho ia perder todo interesse,


aquele suspeito mistério, aquela graça dissoluta.


 


Abriram-se os olhos de dona Any, entendeu. Iluminou-se de alegria, atirando-se nos braços da amiga, a agradecer. Traçaram demorados planos, detalhe por detalhe. Não era fácil, muito ao contrário. Não fosse o apoio de dona Maite, talvez dona Any não tivesse reunido suficiente coragem para se dirigir á zona das mulheres perdidas, ás ruas do "baixo


meretrício" tão amedrontadoramente citadas nas cronicas policiais das gazetas, para se tocar, feito uma doida, em busca da tal Dionísia e lhe exigir o filho recém-nascido, tomá-lo em definitivo, levá-lo para sempre, com escritura pública, estabelecida em cartório, com firmas


reconhecidas e testemunhas idoneas. Dona Maite, solícita e fraternal, prontificou-se a acompanhá-la e a animou. Curiosa também, deve-se dizer; há muito desejava oportunidade para espiar uma rua de prostituição, a morada das marafonas, sua vida sórdida. Nunca encontrara antes pretexto válido para a proibida excursão. Como deixar a pobre Any aventurar-se sózinha naqueles ameaçadores labirintos? - perguntou ela a Zé Sampaio; quando o marido, no assombro da notícia, ainda a tentara dissuadir.


 


- Não sou mocinha tôla, sou mulher de maior e de respeito, ninguém vai se atrever a tirar prosa comigo. - E revelava os amadurecidos planos a Zé Sampaio vencido, incapaz de resistir ao ímpeto vital da espôsa: - A gente vai domingo de manhã. Vou como se fôsse visitar meu afilhado, o neto de João Alves. Depois peço a João que acompanhe a gente à casa da fulana. E, João, voce sabe, é mestre de capoeira ...


 


E assim o fizeram. No domingo ouviram missa na Igreja de São Francisco (dona Any levara uma vela enfeitada de flôres, promessa para tudo correr bem), depois atravessaram o Terreiro e foram encontrar o negro João Alves em sua banca de engraxate, no passeio da Faculdade de Medicina. Estava cercado de crianças, e tanto o negrinho de carapinha, quanto os diversos mulatos mais escuros ou mais claros, assim como o loiro de cabelos de trigo, todos o tratavam de avô. Eram todos seus netos, aqueles meninos e os demais, soltos no dédalo de ruas entre o Terreiro de Jesus e a Baixa dos Sapateiros. O negro João Alves jamais tivera filhos nem com sua mulher nem com outras mas arranjava madrinhas para seus netos, comida, roupas velhas e até cartas de abc. Vivia num porão ali perto, com seus resmungos, suas mandingas, sua aparente brabeza, suas má-criações, alguns dos netos, e o porão abria sôbre um vale plantado de verde, de seu buraco o negro João Alves comandava as côres e a luz da Bahia.



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Autor(a): Bela

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  - Oxente!, quem está aí, bons olhos lhe vejam, minha comadre dona Maite ... E como vai seu Zé Sampaio? Diga a ele que vou aparecer na loja um dia desses para buscar uns sapatos pros meninos...   Os moleques cercavam as duas amigas, dona Maite viera preparada, em sua mão surgiu um saco de caramelos. João Alves soítou um ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21

    Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
    comentem por favor sim....
    bjinhoss

  • anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01

    oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
    Ah! Adorei sua web!
    Obg!
    Bjooo

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27

    ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....

  • marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41

    2 leitorr

    kkk

  • bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13

    eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25

    1 leitora... ja gostei.. posta logo!


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