Fanfics Brasil - Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada

Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada


Capítulo: 52? Capítulo

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Noêmia viera aprender arte culinária, estava às vésperas de casar-se e o noivo exigia espôsa com teoria e prática de temperos. Era um esnobe êsse noivo, um janota metido a entendedor de cinema e literatura, todo cheio de si e de pretensa erudição, citando autores e arrotando críticas, um jovem gênio brilhando ao sol da glória em porta de livraria. Porque lhe parecia bem, quisera Noêmia senhora da arte do vatapá e do caruru, "quero vê-la proletarizada, essa burguesa ..." Ela achou a idéia divertida e inscreveu-se na Escola Sabor e Arte. Filha de tradicional família da Graça, rica, elegante, achava batuta ser noiva de intelectual tão rafinê, mais batuta ainda no entanto lhe parecia Poncho com seu ar cafajeste e seus olhos sonolentos. Quando se deram conta - a família ilustre e o talentoso pretendente -, Noêmia estava aprendendo era descaração, e da grande, com Poncho, no castelo de Amarildes. Foi um fuzuê dos diabos, ameaçando transformar-se em magnífico escândalo. Felizmente prevaleceu a alta civilidade do noivo sôbre sua momentãnea vicissitude; contornou a situação com jeito e diplomacia, não ia perder, por mero preconceito, aquela bôca rica, aquêle baú de ouro.


Não bastara, porém, sua boa vontade, sua compreensiva colaboração, pois a dita cuja não queria dar por terminada a "inconseqüente aventura", considerando-se bem servida em matéria de cama. Que se danassem noivo e família, Noêmia queria era fugir com Poncho, arribar com ele. Poncho é que não quis. Quando a gangorra caiu e a pagodeira se tornou assunto de maledicência pública, quando dona Any, num daqueles seus arrancos violentos e raros, exigiu uma decisão imediata, ou ela ou a outra, ele restituiu a môça ao noivo, esteta agora ainda mais esnobe e atraente, pois ao talento e á erudição somara os cornos, um noivo supimpa, outro assim era difícil de obter. "Tudo xixica para passar o tempo", lhe dissera Poncho, quando no extremo da aflição, dona Any o enfrentou e exigiu se definisse de uma vez por tôdas.


Nunca pensara em ir-se com a tal Noêmia, pura pabulagem da sapeca; além de puta, mentirosa de marca. Que mais queriam as comadres? Dona Maricheelo, dona Dinorá, aquela dona Enaide a sair de seus cômodos do Xame-Xame, tôdas as demais, dezenas, centenas e milhares de comadres no côro infame das lamentações e dos libelos, que mais queriam? Por que recordar êsse incidente como prova da infelicidade conjugal de dona Any, prova de que Poncho era o pior dos maridos? Ao contrário, eis a prova mais completa de seu amor, de como êle a preferia a qualquer outra. Não tinha a tal Noêmia riqueza e elegância, palacete na Graça, talão de cheque, conta aberta no Banco – Poncho jogara alto naquele interregno -, automóvel com chofer, curso de ginásio e rudimentos de francês, tôda nos trinques e perfumes, vestidos e sapatos vindos do Rio? Com quem ficara êle, a quem preferira quando obrigado a escolher? De nada valera o talão de cheques nem o confôrto do


automóvel a levá-lo e trazê-lo pra cima e pra baixo, nem os vestidos do Rio, os perfumes de Paris, o requinte das expressões: mon cheri, mon petit cocó, merde, quelle merde; á lócé de parler ... como se diz no francês da Bahia. Vadinho não levara em conta nem o cabaço comido, nem as súplicas: "você me deve minha honra", nem as ameaças: "você vai ver, meu pai vai lhe perseguir, lhe meter na cadeia", nada o fizera sequer vacilar na hora da escolha. "Como tu pôde pensar um absurdo dêsses, que eu havia de te largar pra viver com aquela porqueira ...? Pendurou a gabola nos chifres do noivo, foi para a cama com dona Any, ah! que noite de pazes e perdão! "Tudo xixica para passar o tempo, permanente só tu, Any,


minha Flor de manjericão ..."



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Autor(a): Bela

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Para as comadres, Poncho fôra o pior de quantos maridos ruins existiram no mundo, dona Any a mais infeliz das espôsas. Não lhe cabia direito a chorar, a lastimar-se, devia estar dando graças a Deus que a livrara em tempo de tamanha provação. Sem dúvida dona Any era a bondade em pessoa, e só mesmo dona Marichelo  podi ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21

    Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
    comentem por favor sim....
    bjinhoss

  • anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01

    oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
    Ah! Adorei sua web!
    Obg!
    Bjooo

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27

    ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....

  • marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41

    2 leitorr

    kkk

  • bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13

    eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25

    1 leitora... ja gostei.. posta logo!


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