Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada
Sempre fora assim, aliás. Quando êle era vivo, sucediam-se as xerêtas, ávidas de transmitir notícias desagradáveis, de lastimar dona Any, coitada! merecedora de marido direito e bom, capaz de oferecer-lhe trato e consideração. Nunca, porém, acontecera comadre às pressas, abandonando seus cômodos, seus que-fazeres e seus lazeres, para vir, sófrega e vibrante, lhe anunciar boa ação de Poncho:
- Any, repare, mas não diga que eu contei ... Poncho ganhou no bicho e deu o dinheiro todo a Maite pra ela comprar um presente de aniversário para você ... O aniversário ainda está longe, eu sei, mas êle teve mêdo de gastar o dinheiro, quis logo garantir o presente ...
Assim sucedera certa ocasião, todas as comadres o sabiam e só dona Maite tinha o compromisso de guardar segredo. No entanto, não fôsse ela romper a jura, incapaz de tão longa mudez, mais de vinte dias, dona Any nunca viria a tomar conhecimento do gesto. As outras trancaram as bôcas, quem se incomoda em transmitir alvissareiras novas? Para isso não há urgência nem sofreguidão, ninguém sai correndo rua a fora. Só para as más notícias. Para levá-las, sobram os arautos, não falta quem se dê aos maiores incômodos, quem largue trabalho, interrompa descanso, quem se sacrifique. Dar uma notícia ruim, coisa mais emocionante!
Não fósse o puro acaso e dona Any teria ido embora naquela tarde em que Poncho desceu ao fundo de sua ignomínia, desnudouse em baixeza; chegara a arrumar as malas. Havia sempre um quarto à sua disposição em casa dos tios, no Rio Vermelho. Por um quase nada não se foi de vez, no definitivo rompimento. No entanto, a rua estava cheia de comadres, atraídas pelos gritos e pelo chôro, e todas viram quando o Cigano chegou e todas o escutaram falar com a voz trêmula, foram testemunhas da reação de Poncho. Alguma delas contou a cena a dona Any, repetiu-lhe as palavras de Cigano? Pois sim, que esperança! Nem uma só para remédio, como se nada houvessem visto e ouvido. Ao contrário, tôdas as xerêtas apoiavam sua decisão, reconheciam-lhe motivos de sobra para romper de uma vez e para sempre com o canalha. Algumas até ajudavam na preparação das malas.
Autor(a): Bela
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.18 Quando Poncho apareceu naquela tarde, dona Any imaginou em seguida o motivo da inospinada presença. Quanto mais assuntava em suas maneiras, mais se convencia: nunca estivera tão discreto com as alunas, quase escondido num canto da sala, deixando-as concluir tranqüilas, na cozinha, a aula prática, um bolo de aniversário. As mo&ccedi ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21
Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
comentem por favor sim....
bjinhoss -
anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01
oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
Ah! Adorei sua web!
Obg!
Bjooo -
millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27
ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....
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marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41
2 leitorr
kkk -
bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13
eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs
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millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25
1 leitora... ja gostei.. posta logo!