Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada
Também êle sabia o destino que dona Any pensara dar àquele dinheiro. Seu Edgard Vitrola ainda não aparecera, pois o antigo aparelho continuava na sala como Poncho constatou logo ao abrir a porta. Mas podia aparecer a qualquer momento com a oitava maravilha do mundo,beleza de móvel em pau marfim e metal cromado, última palavra em maquinaria, em ondas e faixas, em quiloates e voltagens, capaz de captar as mais longínquas emissoras, as do Japão e as da Austrália, as de Addis-Abeba e as de Hong-Kong, sem esquecer os subversivos programas de Moscou, tanto mais proibidos quanto mais procurados. Dona Any mandara recado urgente a seu Edgard, por intermédio de Camafeu, tocador de berimbau e companheiro inseparável do Vitrola.
Primeiro no bonde, com seu palpite e sua vergonha, depois a pé pela rua, viera Poncho partido em dois. Um na pressa de chegar antes do vendedor de rádios, nunca um palpite o possuíra assim; o outro no desejo de chegar tarde, após seu Edgard, não mais encontrando nem o rádio velho nem os cobres pagos por dona Lígia, dinheiro ganho por sua mulher á custa de trabalho e de suor: atravessara a noite junto ao forno, após um dia sem descanso. Partido em dois, no bonde; vindo pela rua, entrando em casa, abrindo a porta: partido em dois. Se seu Edgard não tivesse passado, que sinal mais certo da infalibilidade do palpite? Mas, se já encontrasse o nôvo aparelho, ficaria em casa aquela noite, ao lado de
dona Any, estreando-o ouvindo música, rindo com as piadas. Partido em dois, dividido pelo meio, assim viera Poncho. Por que seu Edgard não passara antes? Agora não tinha mais remédio.
- Tu pensa que é só por interêsse que eu te agrado?
- Só por interesse e nada mais ... Apenas interêsse, vil interêsse; retesava-se dona Any:
- Por que não fala logo?
Um muro os separava naquela hora do crepúsculo, quando a tristeza irrompe do horizonte em cinza e em vermelho, quando cada coisa e cada vivente morre um pouco no morrer do dia.
- Já que é assim que tu quer, não vou perder mais tempo. Tu vai me emprestar nem que seja duzentos mil-réis.
- Nem um tostão ... Tu não vai ver nem um tostão ... Como tu ainda tem coragem de falar em empréstimo? Quando é que tu já pagou nem que fôsse um vintém? Esse dinheiro só sai de minha mão para a de seu Edgard.
- Juro que te pago amanhã, hoje estou precisando de verdade, é caso de vida ou morte. Juro que amanhã compro eu mesmo um rádio para você e tudo mais que tu quiser ... Pelo menos cem milréis...
- Nem um tostão ...
- Tem paciência, meu bem, só essa vez ...
- Nem um tostão ... - repetia como se não soubesse dizer outra coisa.
- Ouve ...
- Nem um tostão ...
- Toma cuidado, não brinca comigo, porque, se não fôr por bem, vai ser por mal ...
Autor(a): Bela
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Disse e olhou em torno como a localizar o esconderijo. Eis que dona Any perdeu a cabeça e, em desespêro, se atirou para o velho aparelho de rádio; junto às gastas válvulas ocultara o dinheiro. Poncho a seguira, ela porém já segurava as cédulas, desafiando-o aos berros: - Esse tu não vai gastar no jôgo. S&oa ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21
Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
comentem por favor sim....
bjinhoss -
anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01
oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
Ah! Adorei sua web!
Obg!
Bjooo -
millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27
ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....
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marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41
2 leitorr
kkk -
bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13
eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs
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millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25
1 leitora... ja gostei.. posta logo!