Fanfics Brasil - Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada

Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada


Capítulo: 60? Capítulo

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Jamais dona Any acreditou não terem elas escutado a conversa do Cigano, seu anúncio de morte. Não fôsse seu Vivaldo, o da funerária, e dona Any não teria sabido do falecimento de dona Agnéla nem de como Poncho empregara o dinheiro. Seu Vivaldo passou por acaso: aproveitando estar nas imediações, veio trazer a receita de certo prato de bacalhau, de origem catalã, delícia saboreada em pantagruélico almôço em casa dos Taboadas, em cuja mesa nunca serviram menos de oito ou dez pratos, um esbanjamento. Ao enxergar dona Any de olhos úmidos, comentou a triste nova: pobre dona Agnéla. Vinha de saber, encontrara Poncho e o Cigano, ia fornecer o esquife pràticamente sem lucro. Dona Agnéla merecia: uma escrava no trabalho e sempre jovial, pessoa ótima. Seu Vivaldo fôra uma vez, com Poncho, honrar-lhe a feijoada ...


Só então dona Dinorá e as outras comadres ligaram palavras e gestos, o dinheiro mudando de mãos nas sombras do crepúsculo. Assim o disseram, pelo menos; acredite quem quiser. Despediu-se seu Vivaldo com o compromisso de vir provar o prato espanhol, a receita custara-lhe esfôrço e propina: tivera de corromper a ama dos Taboadas, dona Antonieta era ciosa de seus segredos culinários.


Dona Any conhecera dona Agnéla naqueles inesquecíveis dias finais do namôro, às vésperas do casamento, quando passava as tardes com Poncho na casinha clandestina de Itapoã. O estróina dono da casa, durante o dia ocupado com seus negócios de fumo, para as mulheres reservava as noites, as horas mortas da madrugada. Sucedeu, porém, de passagem pela Bahia, uma carioca sensacional, com apenas uma tarde livre. Poncho recebeu um recado para não utilizar naquele dia o discreto enderêço.


No táxi, discutiram onde ir. Ela refugou o cinema, a matinê de indiscreta bolinagem; a um castelo êle não podia levar sua futura espôsa. Visitar tia Lita, no Rio Vermelho? E se dona Marichelo aparecesse por lá? Cigano propôs irem ver dona Agnéla, que já demonstrara desejo de conhecer a noiva de Poncho. Passaram a tarde com a gorda lavadeira, a conversar e a tomar café, Poncho num assanhamento de beijos, dona Any toda acanhada. Dona Agnéla encantou-se com a moça, fêz-lhe um discurso de alerta e compaixão:


- Vai casar com êsse maluco ... Deus que lhe proteja e lhe dê paciência que muito vai precisar. Jogador é a pior nação do mundo, minha filha. Vivi para mais de dez anos com um, igualzinho a êsse daí ... De cabelo loiro como êle, branco de olho azul ... Perdido pelo jôgo, punha tudo fora. Até um medalhão que minha mãe me deixou, o maluco vendeu para enterrar o dinheiro no vício. Perdia tudo e ainda ficava brabo, vinha gritar comigo, me dar pancada ...


- Lhe dava pancada? - a voz tensa de dona Any ...


- Quando bebia demais, até bater êle me batia - . . Mas só quando bebia demais ...


- E a senhora suportava? Isso eu não admito ... De nenhum homem ... - Dona Any estremecia de revoltas só ao pensar: Nunca hei de admitir. Dona Agnéla sorriu compreensiva e experiente; dona Any era ainda tão menina, nem começara a viver:


- Que é que eu podia fazer se eu gostava dêle, se era minha sina? Ia largar êle sózinho nessa vida agoniada, sem ter quem cuidar dêle? Era chofer como Cigano, só que trabalhava para os outros, de comissão. Nunca juntou dinheiro para dar de entrada num carro, o desperdiçado. O que eu juntava, êle perdia, tomava nem que fôsse a pulso. Morreu de desastre, tudo que deixou foi o filho pequeno para eu criar ... - olhava dona Any com afeto e pena: - mas, vou lhe dizer uma coisa, minha filha ... Se ele me aparecesse de novo eu me juntava com êle outra vez. Morreu; nunca mais eu quis saber de outro homem, e olhe que não me faltou proposta até de casamento. Eu gostava dêle, que é que eu podia fazer, me diga, minha filha, se era minha sina?



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Autor(a): Bela

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"Era minha sina, eu gostava dêle ..." Que é que dona Any podia fazer? "Me diga, Mayzinha, que é que eu posso fazer?" Esvaziar as malas, vestir-se de negro para ir ao velório de dona Agnéla. "Que é que eu posso fazer se é minha sina, se eu gosto dêle?" Dona Maite a acompanharia, sim. Era chegada dona Mate a um bom vel&oac ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21

    Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
    comentem por favor sim....
    bjinhoss

  • anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01

    oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
    Ah! Adorei sua web!
    Obg!
    Bjooo

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27

    ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....

  • marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41

    2 leitorr

    kkk

  • bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13

    eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25

    1 leitora... ja gostei.. posta logo!


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