Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada
Recolheu-se dona Any, a pensar que, de todo aquêle movimento em tôrno do cantor, só uma coisa era certa: naquela noite não adiantava esperar a chegada de Poncho; com Sílvio Caldas na terra, era como se ela não tivesse marido. Quando pela madrugada, saíssem do
cabaré, a última dobra da noite da Bahia os atendia nos mistérios do Pelourinho, nos caminhos das Sete Portas, no mar e nos saveiros da Rampá do Mercado.
Dormiu e sonhou. Um sonho confuso onde se misturavam Mirandão, Sílvio Caldas e Poncho, com seu irmão Heitor, sua cunhada e dona Marichelo. Todos em Nazareth das Farinhas, onde dona Any ajudava a cunhada, grávida, amarrada por uma corrente ao guardachuva da sogra. As notícias dos jornais e do rádio e a carta do irmão reuniam-se numa barafunda, sonho mais extravagante. Dona Marichelo, furiosa, queria saber o motivo da presença de Sílvio Caldas em Nazareth. Pois, respondeu êle, para ali se deslocara na exclusiva intenção de acompanhar Poncho numa serenata a dona Any. "Tenho asco a serenatas", rugiu dona Marichelo. Mas êle empunhava o violão, a voz de pétalas e veludo a acordar o povo do Recôncavo na noite do Paraguaçu ... Dona Any sorri no sonho e no acalanto.
Cresce a voz na rua, vai despertando dona Any, mas o sonho prossegue num milagre, a canção se aproxima, sonho ou realidade. Já se levanta o povo, acorre a ouvir. Dona Any enfia um robe às pressas, chega à janela. Lá estão êles: Poncho, Mirandão, Edgard Cocô, o sublime Carlinhos Mascarenhas, o pálido Jenner Augusto dos cabarés de Aracaju. E entre êles, o violão ao peito, a voz desatada, Sílvio a cantar para dona Any:
" ...ao som da melodia apaixonada nas cordas do canoro violão ... "
Houvera a serenata, a rua em alvoroço; houvera o almoço no domingo, falado até nas gazetas; na segunda, Sílvio veio preparar o jantar, trouxe de um tudo, vestiu um avental, foi para a cozinha, e sabia mesmo cozinhar. Nos outros dias não tinha hora de aparecer, entrava e saía, juntos foram todos assistir a uma capoeira. Mas, de tudo quanto aconteceu naquela semana, nada se comparou à festa popular da terça-feira véspera da partida de Silvio para o Recife. Na norte de lua cheia, do alto do palanque no Campo Grande, êle cantou para a multidão, o povo reunido na praça.
Dona Any nem perguntara a Poncho se iria: êle não largava o amigo. Apenas lhe comunicou sua decisão de também assistir, aproveitando a companhia de dona Maite e de seu Christian, pois até o comerciante de sapatos se erguera de seu eterno cansaço para comparecer à seresta.
Autor(a): Bela
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Qual não foi, assim, a surprêsa de dona Any quando, logo após o jantar, o táxi do Cigano desembarcou Poncho, Sílvio e Mirandão na porta de casa, vinham buscá-la. "E a comadre?" perguntou ela a Mirandão. Fôra antes com a criançada, já devia estar no largo. Enquanto dona Any terminava de aprontar-se, &e ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21
Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
comentem por favor sim....
bjinhoss -
anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01
oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
Ah! Adorei sua web!
Obg!
Bjooo -
millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27
ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....
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marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41
2 leitorr
kkk -
bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13
eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs
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millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25
1 leitora... ja gostei.. posta logo!