Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada
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NO OUTRO DIA, ÀS DEZ DA MANHÃ, SAIU O ENTERRO, COM GRANDE acompanhamento. Não havia bloco nem rancho naquela manhã de segunda-feira de carnaval capaz de comparar-se em importância e animação com o funeral de Poncho. Nem de longe.
- Espie... Pelo menos espie pela janela... – disse dona Maite a Christian, desistindo de arrastá-lo ao cemitério -... Espie e veja o que é o enterro de um homem que sabia cultivar suas relações, não era um bicho-do-mato como você... Era um capadócio, um jogador, um viciado, sem eira nem beira, e, entretanto, veja... Quanta gente boa... E isso num dia de carnaval... Você, seu Christian, quando morrer não vai ter nem quem segure a alça do caixão...
Christian não respondeu nem olhou pela janela. Metido num pijama velho, na cama, com os jornais da véspera, apenas gemeu um fraco gemido e meteu o dedo grande na boca. Era um doente imaginário, tinha um medo desatinado da morte, horror de visitas a hospitais, de sentinelas e enterros, e naquele momento encontrava-se à beira do enfarte. Assim vinha desde a véspera, desde que a esposa lhe informara ter o coração de Poncho estourado de repente. Passara uma noite de cão a esperar a explosão das coronárias, rolando na cama em suores frios, a mão comprimindo o peito esquerdo.
Dona Maite, colocando sobre a cabeça de formosos cabelos castanhos um xale negro, apropriado para a ocasião, contemplou impiedosa:
- Eu, se não tiver pelo menos quinhentas pessoas em meu enterro, vou me considerar uma fracassada na vida. De quinhentas pessoas pra cima...
Partindo desse principio, Poncho devia considerar-se plenamente vitorioso e realizado. Pois meia Bahia viera a seu funeral e até o negro Paranaguá Ventura abandonara seu soturno covil e ali estava, o terno branco brilhando de espamacete, gravata negra e negro laço na manga esquerda, roas vermelhas na mão. Preparava-se para segurar uma alça do caixão e, ao dar pêsames a dona Any, resumiu o pensar de todos na mais breve e bela oração fúnebre de Poncho:
- Era um porreta!
Autor(a): Bela
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Intervalo Breve noticia (aparentemente desnecessária) da polemica travada em torno da autoria de anônimo poema a circular, de botequim em botequim, no qual o poeta chorava a morte de Poncho – revelando-se aqui por fim a verdadeira identidade do Ignoto Bardo, à base de provas concretas (O Inumerável Robato Filho a Declamar)
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
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bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21
Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
comentem por favor sim....
bjinhoss -
anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01
oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
Ah! Adorei sua web!
Obg!
Bjooo -
millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27
ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....
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marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41
2 leitorr
kkk -
bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13
eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs
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millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25
1 leitora... ja gostei.. posta logo!