Fanfics Brasil - Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada

Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada


Capítulo: 95? Capítulo

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Ora, apesar de loiro, o Príncipe não era de meia-idade, muito menos senhor robusto, alto, soberbo quarentão. A seu modo distinto e bonito rapaz, mas muito a seu modo extravagante. Difícil, por conseqüência, emoldurá-lo, mesmo com extrema boa vontade, no retrato do futuro noivo antevisto por dona Dinorá na bola de cristal e por ela revelado às massas populares do Largo Dois de Julho, levando ao auge da excitação, quase da subversão, o combativo sindicato das fuxiqueiras.


Delicado, pálido, dessa palidez dos poetas românticos e dos gigôlos, cabelos loiros e ondulados, brilhantina e perfume a la vontê, sorriso entre melancólico e persuasivo, sugerindo um mundo de sonhos, elegante de corpo e roupas, grandes olhos súplices, as boas palavras para descrever o Príncipe seriam condoreiras: "marmóreo", "lívido", "meditabundo", "pulcro", "a fronte de alabastro e os olhos de ônix". Maior de trinta anos, aparentava pouco mais de vinte e a tristeza a sombrear-lhe o rosto fazia parte de seus instrumentos de trabalho, assim


como a palavra fácil e o olhar sub-reptício, profissional competente e de sucesso em sua curiosa e rara especialização. Pois de logo informe-se que em viúvas se especializara, possuindo curso completo e longa prática.


Geralmente conhecido por Príncipe nos meios da vigarice e nos meios policiais (e onde estão os limites, se é que existem, a separar esses dois mundos na aparência opostos, na realidade idênticos?), o apelido êle o merecera por seus bons modos, sua lhaneza de trato, sua prosápia. Na intimidade afetuosa dos castelos, em círculos restritos de mulheres-dama, tratavam-no, porém pelo mistico apelido de Senhor dos Passos, alusão à sua face macerada e à sua magrésa. Chamava-se realmente Eduardo, e era um dos mais eficazes e simpáticos malandros da cidade, exímio passador do conto-do-vigário. Quanto ao sobrenome, não vai aqui contado por inútil e desnecessàrio à boa marcha da história de dona Any e de seus dois maridos, a seu enrêdo e desenrêdo.


O Príncipe o escondia, a êsse sobrenome;a polícia não o divulgou quando levada a trato mais direto com o bizarro môço, e os jornais, ao promovê-lo em suas colunas, noticiando-lhe a passagem (em geral rápida) pelo xadrez, tampouco lhe compunham o patronímico, substituindo-o pela vaga expressão "de tal": "Foi préso ontem, na Praça da Sé, sob a acusação de haver ilaqueado a boa fé da viúva Julieta Fillol, com residência no Barbalho,


ludibriando-a com noivado e promessas de casamento, para freqüentar-lhe a casa e dar sumiço às jóias e a dois contos de reis da crédula apaixonada, o marginal Eduardo de tal, conhecido no submundo do crime pela alcunha de Principe".


Todos assim prudentes em homenagem à família do gatuno, gente de tradição e prestígio em Feira de Sant`Ana. Se dessa maneira agiam as autoridades, a imprensa falada e escrita e o próprio paparesto-dedefunto, por que fazer destas discretas letras exceção sensacionalista, atirando ao desprêzo público e aos cães do mexerico e do escândalo honra


e nome da egrégia clã a merecer dos demais tanto respeito? Imagine-se o horror, se dona Dinorá e seu exército de beatas tomassem conhecimento da parentela do vigarista; nem os bisnetos conseguiriam limpar o nome dos avós para sempre "envolto em lama, afundado no pântano da infãmia" (como diria enfático o professor Epaminondas Souza Pinto). Beatas, no entanto, todas elas cativas das maneiras do Príncipe e de sua languidez. A própria dona Dinorá não tentara, em certo momento, modificar os termos de sua profecia para aproximá-las das características físicas do trapaceiro. As demais mergulharam unànimes na tristeza, quando Mirandão, tendo aparecido com a esposa e dois ou três filhos, para visitar sua


comadre dona Any, deu a ficha completa do indivíduo: "aquilo de gente só tem o rastro ...


Tôda essa história do Príncipe em patrulha por aquelas bandas, com sua elegante patifaria, foi, desde o comêço e até o fim, confusa e atrapalhada. Esse, aliás, seu clima habitual, sua atmosfera preferida, onde mover-se e agir.



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Autor(a): Bela

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Futricavam amigas e xerêtas em riso e excitamento com a descrição do futuro noivo feita por dona Dinorá em transe, e logo transmitida de bôca em bôca entre o indócil comadrio, quando o Príncipe surgiu pelas calçadas em passos e suspiros de enamorado. Riam-se em pilhérias dona Maite, dona Dulce, dona Amé ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21

    Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
    comentem por favor sim....
    bjinhoss

  • anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01

    oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
    Ah! Adorei sua web!
    Obg!
    Bjooo

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27

    ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....

  • marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41

    2 leitorr

    kkk

  • bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13

    eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25

    1 leitora... ja gostei.. posta logo!


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