Fanfics Brasil - Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada

Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada


Capítulo: 96? Capítulo

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Futricavam amigas e xerêtas em riso e excitamento com a descrição do futuro noivo feita por dona Dinorá em transe, e logo transmitida de bôca em bôca entre o indócil comadrio, quando o Príncipe surgiu pelas calçadas em passos e suspiros de enamorado. Riam-se em pilhérias dona Maite, dona Dulce, dona Amélia Ruas e dona Emina; em fuxicos as beatas, procurando infatigáveis o galã descrito. Manda aliás a verdade se diga não terem sido somente as comadres a se entregarem à infrutífera busca. A própria dona Dulce lançou seu olhar psicológico sôbre a humanidade masculina das redondezas, a cata do "soberbo quarentão"; quanto a dona Maite, nem se fala, depois de bom velório seguido de entêrro de primeira, nada prezava tanto como um folhetim de noivado e casamento. Não tinha conta o número de môças e rapazes cujo matrimônio ela chocara, conduzindo-os ao juiz e ao padre, vencendo dificuldades, superando escolhos e desentendimentos, brabas oposições de família. Só fracassara mesmo com Valdeloir Rêgo, um indeciso sem igual, e com uma gentil vizinha, Maria, por demais esmorecida. Mas nem assim perdera a esperança de colocar Maria, talvez, quem sabe?, com o próprio Valdeloir. Beatas e amigas buscavam afanosas o oculto pretendente, de posse de ampla descrição de suas virtudes físicas e morais, pois não era dona


Dinorá vidente avara, de incompletas profecias. Se havia de descrever futuro noivo, não lhe sonegava pormenor; prazenteira e profusa, traçava-lhe vasto panorama de qualidades e traços fisionômicos. Talvez, por isso mesmo, por ser tão completo e fiel o retrato do cavalheiro, difícil situá-lo e descobri-lo. A quem atribuir tão numeroso conjunto de detalhes? fam as beatas de cidadão em cidadão, pelas redondezas e mais além, sem encontrar quem coincidisse com todos os têrmos da incógnita. Uns eram formados e possuíam algum dinheiro, mas não a idade precisa e requerida. Outros a tinham, mas lhes faltava a côr morena e o anel de grau, além de detalhes secundários. Mesmo assim, apareceram numerosos candidatos, cada comadre apresentando o seu, quando não trazendo mais de um, por garantia.


Dona Any mangava de tolice tão grande, sorrindo mansa: só mesmo na cabeça de dona Dinorá, sem ter em que gastar o tempo só em sua cabeça passariam essas tontas idéias de noivado e casamento. Não na de dona Any, quando mais não fôsse por não haver decorrido sequer um ano do falecimento do marido, prazo mínimo para a viúva carpir e honrar sua memória e sua ausência. Ao demais, se alguma decisão firme tomara, ao atingir os oito meses de luto, fôra a de não se casar novamente. Para quê, se tinha o necessário, se ganhava seu de-comer e seu de-vestir com as aulas de culinária; se as amigas, tantas e tão boas, lhe traziam o conforto de seu trato fino e de sua grata convivência; se não sentia falta de calor de homem, para tais coisas mortas e para sempre, por que casar-se?


Com o riso um tanto triste e com a segurança dêsse irremovível propósito, enfrentava as cordiais provocações, as investidas de dona Maite e de dona Dulce, a lhe apresentarem, elas também, na bandeja da amizade, as cabeças de possíveis candidatos. O de dona Gisa era o culto professor Epaminondas Souza Pinto, solteirão encruado, mestre de meninos em ginásios particulares e historiador nas horas vagas. Sempre com pressa e suarento, mal-ajambrado


em terno branco com colête e polainas, andando pelos sessenta anos, um tanto aéreo e vago, dona Any o conhecia e estimava, mas se houvesse de romper sua firme resolução de viúva não seria certamente para dar a mão de esposa ao professor, por demais castiço e oratório para seu gosto simples (sem falar, por discrição e elegância, no desengonço do gramático). Dona Any ria, a gracejar: mesmo viúva e pobre, não estava ainda tão deteriorada.



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Autor(a): Bela

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Riam as amigas: dona Maite, indecisa entre diversos, conhecia meio-mundo; Dona Amélia, às voltas com outros tantos; dona Emina, em luta por Mamede, um compatriota sírio, colega em viuvez e antiquário, vizinho de presença pouco constante, demorando-se pelo interior do Estado a comprar santos carunchosos, cadeiras capengas, cristais partidos ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21

    Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
    comentem por favor sim....
    bjinhoss

  • anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01

    oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
    Ah! Adorei sua web!
    Obg!
    Bjooo

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27

    ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....

  • marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41

    2 leitorr

    kkk

  • bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13

    eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25

    1 leitora... ja gostei.. posta logo!


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