Fanfics Brasil - Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada

Fanfic: Dona Any e Seus Dois Maridos - Adaptada


Capítulo: 97? Capítulo



Riam as amigas: dona Maite, indecisa entre diversos, conhecia meio-mundo; Dona Amélia, às voltas com outros tantos; dona Emina, em luta por Mamede, um compatriota sírio, colega em viuvez e antiquário, vizinho de presença pouco constante, demorando-se pelo interior do Estado a comprar santos carunchosos, cadeiras capengas, cristais partidos e até pemcos velhos. Mamede? Feio como a necessidade, ainda pior do que o professor Epaminondas, segundo dona Any. Até dona Enaide veio do Xame-Xame, de pretendente em punho; um cunhado, notário nos cafundós do rio São Francisco, moreno de quarenta e cinco anos, careca e um tanto narigudo, porém alegre e divertido, com um dinheirinho junto, um partidão de nome Aluísio. De todos, o mais semelhante ao descrito por dona Dinorá, pelo menos a acreditar-se na palavra de dona Enaide. Quase possuia inclusive título de doutor, pois fôra rábula de clientela, antes de meter-se na desgraça da política. Um único defeito: só era solteiro no religioso, no civil era casado. Dera-se mal com a esposa, dela se separara há mais de dez anos. Quando môço, maçom e anticlerical, desdenhou do matrimônio na Igreja, mas agora se dispunha a aceitá-lo, se a noiva fizesse questão. Por que não se daria por satisfeita dona Any com o casamento no padre, para muita gente, aliás, o único válido, por contar com a bênção de Deus, não passando o ato civil de simples contrato firmado ante o juiz, quase um negócio? Dona Enaide até já escrevera ao parente carta cheia de loas à beleza e à bondade de dona Any. "Mulher maluca se eu não quero casar menos hei de querer me amigar com ou sem a bênção de Deus." E ainda por cima para viver nos confins do Judas, nas margens do rio São Francisco e da maleita". Fingia-se dona Any de indignada: afinal dona Enaide, dizendo-se sua amiga, vinha do Xame-Xame lhe propor a vergonha e o degrêdo. Um pagode tudo aquilo, para rir e nada mais.


Cada candidato tinha algumas características a aparentá-lo com o. modêlo de dona Dinorá. O Príncipe, porém, era de todos o menos parecido: nem dinheiro nem título de doutor, nem a idade, nem robustez e altura. Quando se materializou na rua, a medir com seu trêfego andar o passeio do sobrado do argentino, em face às janelas da Escola de Culinária Sabor e Arte, dona Any atribuiu a poética aparição a namoro de aluna jovem ou a arranjo de casada salafrária. Era comum uma das moças chegar de namorado em punho, retornando o suspirante à esquina antes do fim da aula, para conduzir de volta a melindrosa. Outras, casadas, serviam-se da Escola como cobertura para a descaração, para atarraxar um par de chifres na testa dos maridos, utilizando o comodo horário da classe em melhor folguedo. Compareciam a uma aula, gazeavam a seguinte ou bem assistiam apenas o comêço das lições, quando dona Any ditava e elas transcreviam em cadernos os ingredientes dos quitutes, com isso fazendo em casa prova de freqüência e aplicação. Em verdade, meia hora na Escola, hora e meia no castelo.


I Assim, ao vê-lo langoroso junto ao poste, fumando sem cessar, à espera, dona Any o imaginou xodó de qualquer das môças, de uma das mais jovens com certeza, pois êle próprio tinha cara de garôto. Com o correr dos dias, não o tendo surpreendido em companhia de nenhuma aluna e vendo-o sempre ali, em horas as mais diversas e até pela noite, a fitar suas janelas, concluiu, ante tais horários absurdos, nada de comum existir entre a persistência do coió e as estudantes de forno e fogão. Não lhe ditando os passos discípula da Escola, então qual o alvo de seus olhares e suspiros? Marilda, certamente; outra não podia ser a causa da aflita presença. Vivendo a môça mais tempo em casa da professôra do que na sua própria, o fulano a imaginara irmã ou sobrinha de dona Any: exibiam as duas a mesma doce côr de pele, morena sem têrmo de comparação, um tom de rosa chá, de mate e de finura, resultante de ter-se misturado sangue indígena ao negro e ao branco para criar êsse primor de mestiçagem.



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Autor(a): Bela

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Marilda dava corda ao suspirante ou o desprêzo lhe dava? Chegara a preciosa à idade do namôro; com mais dois anos concluiria o curso pedagógico, apta para noivado e casamento. Já se dera conta, aliás, do interêsse do indivíduo, mas atribuindo a responsabilidade a outra qualquer; á escabreada Maria, ás bonitas ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • bela Postado em 08/09/2009 - 11:57:21

    Postei em Dona Any e Seus Dois Maridos ....
    comentem por favor sim....
    bjinhoss

  • anacarolinaa Postado em 30/08/2009 - 20:53:01

    oii! será que você pode conferir minha mini web De Repente ?
    Ah! Adorei sua web!
    Obg!
    Bjooo

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 20:26:27

    ADOREIIIIIIIIIIIIII... POSTA MAIS...., PLIS....

  • marcos00 Postado em 26/08/2009 - 20:24:41

    2 leitorr

    kkk

  • bela Postado em 26/08/2009 - 19:54:13

    eba !!!! primera leitora... q bom q gostou ... espere q goste do resto...rsrsrs

  • millarbd Postado em 26/08/2009 - 17:00:25

    1 leitora... ja gostei.. posta logo!


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