Fanfics Brasil - 103 Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada

Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)


Capítulo: 103

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No sábado, 29 de dezembro, Poncho pede que a gente passe o dia todo com o sobrinho
dele. Percebo pelo seu olhar o quanto está preocupado com isso. Mas concordo logo,
convencida de que é o melhor para todos, especialmente para Miguel. É claro que Miguel
não desperdiça uma oportunidade de me fazer ver que estou sobrando. Não levo a
sério. É uma criança. Passamos grande parte do dia jogando Wii e Playstation, a única
coisa que parece motivar o menino, e lhe demonstro que nós, meninas, sabemos fazer
mais coisas do que ele pensa.
Acho engraçado observar como me olha quando ganho de Poncho no Moto GP ou dele
mesmo numa partida de Mario Bros. O menino não consegue acreditar no que vê. Uma
menina ganhando deles! Mas deixo que ele vença no Mortal Kombat para não lhe dar
motivo para me odiar mais. Miguel é uma criança dura na queda, digno sobrinho de meu
Iceman.
Durante todo o dia, Poncho e eu nos dedicamos totalmente a ele e, à noite, tenho a
cabeça como um bumbo de tanta musiquinha de videogames. Mas na hora do jantar,
surpresa, vejo que Miguel me pergunta se quero salada e enche meu copo de Coca-Cola
sem que eu peça. Já é um começo, e Poncho e eu sorrimos.
Quando enfim conseguimos cansar o menino e botá-lo para dormir, Poncho volta a ser
meu, na intimidade de nosso quarto. Apenas meu. Curto Poncho, sua boca, sua maneira de
fazer amor, e sei que ele me curte.
Enquanto transamos, não paramos de nos olhar nos olhos e de nos dizer coisas
picantes e sensuais. O jogo dele é o meu jogo, e juntos nos divertimos como doidos.
No domingo, quando acordo, estou sozinha na cama como sempre. Poncho dorme
pouco. Olho o relógio. São 10h08. Estou exausta. Depois de uma noite animada com
Poncho só quero dormir e dormir, mas sei que na Alemanha são muito madrugadores,
então é melhor me levantar.
De repente, a porta se abre, e o objeto de meus mais pecaminosos e obscuros
desejos surge com o café da manhã numa bandeja. Está lindíssimo com esse suéter
grená e os jeans.
— Bom dia, loirinha.
O apelido que meu pai me deu me faz sorrir. Poncho se senta na cama e me dá um
beijo.
— Como está minha namorada hoje? — pergunta todo carinhoso.
Encantada com a vida e com o amor que sinto por ele, afasto o cabelo do rosto e
respondo:
— Exausta, mas feliz.
Ele gosta da minha resposta, mas antes que ele comente alguma coisa, olho atônita
para a bandeja.
— Churros? Isto são churros?
Ele acena que sim com um belo sorriso. Pego um, passo no açúcar e dou uma
mordidinha.
— Que delícia! — E ao olhar meus dedos, sussurro: — Com uma gordurinha e
tuuuuuddooo.
A gargalhada de Poncho retumba pelo quarto.
Minha nossa, comer um churro na Alemanha é um sonho bom demais da conta!
— Mas onde conseguiu comprar?
Ainda estou surpresa. Com um sorriso gigante, Poncho pega outro churro e começa a
comer.
— Comentei com Simona que os churros são algo típico na Espanha e que você
gosta muito no café da manhã. E ela, não sei como, fez pra você.
— Puxa, genial! — exclamo entusiasmada. — Quando eu contar pro meu pai ele vai
cair de costas.
Sorrindo, começamos a comer os churros. Ao pegar o guardanapo, quando vou
limpar a boca, surge o anel que tinha devolvido a Poncho no escritório.
— Como voltou a ser minha namorada, quero que use o anel.
Eu o olho. Ele me olha. Sorrio. Sorri — e meu amor louco pega o anel e põe no meu
dedo. Depois me dá um beijo na mão e murmura com voz rouca:
— Você é toda minha outra vez.
Meu corpo fica quente. Eu adoro Poncho. Beijo sua boca e, ao me separar dele,
cochicho:
— Com certeza, meu namorado. — Sorri. — Posso te perguntar algo sobre Miguel?
— Claro.
Depois de comer o delicioso churro, pergunto:
— Por que não tinha me dito que seu sobrinho é chinês?
Poncho dá uma gargalhada.
— Não é chinês. É alemão. Não chame Miguel de chinês ou ele vai ficar chateado de
verdade. Não sei por que odeia essa palavra. Minha irmã Hannah foi viver na Coreia
durante dois anos. Lá conheceu Lee Wan. Quando engravidou, Hannah decidiu voltar
pra cá pra ter o Miguel. Portanto, é alemão!
— E o pai de Miguel?
Poncho faz uma careta.
— Era um homem casado e nunca quis saber nada dele.
Penso que o assunto acabou, mas ele continua:
— Teve um pai aqui durante dois anos. Minha irmã andou com um cara chamado
Leo. O menino o adorava, mas quando aconteceu o acidente, esse imbecil não quis
mais saber dele. Me confirmou o que sempre pensei: estava com minha irmã pelo
dinheiro.
Decido não perguntar mais nada. Não devo. Continuo comendo. Poncho me beija a
testa. Durante uns segundos, nos olhamos e sei que chegou o momento de falar sobre
o que ando pensando. Antes, porém, tomo um gole de café.
— Poncho, amanhã é a noite de Ano-Novo, e eu...
Não me deixa continuar. Bota um dedo em minha boca.
— Sei o que vai dizer. Quer voltar pra Espanha pra passar o réveillon com sua
família, não é?
— Sim. Acho que eu deveria ir hoje. Amanhã é a véspera de Ano-Novo e... Bom,
você me entende.
Suspira, concordando. Sua resignação me toca o coração.
— Olha, Any, eu adoraria que você ficasse aqui comigo, mas eu entendo. Dessa vez
não vou poder te acompanhar. Vou ficar com Miguel. Minha mãe e minha irmã têm planos,
e eu quero passar a noite com ele em casa. Você também compreende, não é mesmo?
Lembrar disso me parte o coração. Como vão ficar sozinhos? Mas, antes que eu
possa dizer alguma coisa, meu alemão acrescenta:
— Minha família desmoronou no dia em que Hannah morreu. E não posso cobrar
nada da minha mãe e da Marta. Quem desapareceu na primeira noite de Ano-Novo fui
eu. Enfim... Não quero mais falar disso, Any. Vá pra Espanha e aproveite. Miguel e eu
ficaremos bem aqui.
A dor em seu olhar me leva a tocar seu rosto. Desejo continuar falando, mas meu
Iceman não quer que eu tenha pena dele.
— Ligarei pro aeroporto pra que preparem o jatinho.
— Não. Não precisa. Vou num voo normal. Não se incomode com...
— Insisto, Any. Você é minha namorada e...
— Por favor, Poncho, não torne as coisas mais difíceis — eu corto. — Acho melhor ir
num voo regular. Por favor.
— Tudo bem — diz depois de um silêncio mais que significativo. — Deixe comigo.
— Obrigada — murmuro.
Resignado, pestaneja:
— Você volta depois do Ano-Novo?
Minha cabeça começa a rodar. Como pode me perguntar uma coisa dessas? Por
acaso não se deu conta de que o amo loucamente? Desejo gritar que claro, vou voltar,
quando ele pega minhas mãos.
— Quero que saiba que, se voltar pra mim, farei tudo o que me for possível pra que
não sinta saudades de nada do que tem na Espanha. Sei que a ligação com sua família
é muito forte, que se separar dela é o que te custa mais, mas comigo você será
cuidada, protegida e, principalmente, será muito amada. Desejo que seja feliz comigo
em Munique, e se pra isso todos tivermos que aprender coisas espanholas,
aprenderemos e conseguiremos que se sinta em casa. Quanto a Miguel, dê um tempo a
ele. Tenho certeza de que antes do que você espera esse garoto vai te adorar tanto ou
mais que eu. Já te disse que era uma criança especial e...
Emocionada, eu o interrompo:
— Poncho, eu te amo.
O tom de minha voz, o que acabo de dizer e seu olhar me deixam toda arrepiada.
Mais ainda quando ouço:
— Te amo tanto, pequena, que ficar longe de você me deixa louco.
Nossos olhares são sinceros e nossas palavras, mais ainda. Nós nos amamos. Nós
nos amamos loucamente, e quando ele vai me beijar, a porta se abre pouco a pouco e
surge o pequeno Miguel.
— Tioooooo! Por que está demorando tanto?
Rapidamente nos recompomos. Ao ver que Poncho não diz nada, diante do olhar do
menino, pego um churro na bandeja e pergunto em espanhol:
— Quer um churro, Miguel?
O menino faz cara feia. Não conhece a palavra “churro” e não me suporta. E como
não está disposto a deixar que lhe roube nem mais um segundo com seu amado tio,
responde:
— Tio, te espero lá embaixo pra jogar.
E antes que alguém consiga dizer qualquer coisa, fecha a porta e se vai.
Olho Poncho, risonha.
— Não tenho a menor dúvida de que Miguel se alegrará muito com minha partida.
Poncho não diz nada. Me beija na boca e depois vai embora. Durante um instante, olho
a porta, pensando que não entendo como Sonia e Marta, a mãe e a irmã de Poncho,
podem deixar esses dois sozinhos numa data assim. Me dá pena.
Às seis e meia da tarde, Poncho, Miguel e eu estamos no aeroporto. Não tenho bagagem
para despachar, levo apenas uma mochila com poucas coisas. Estou nervosa, muito
nervosa. Me despedir deles, principalmente de Poncho, me parte o coração. Mas tenho
que ver minha família.
Poncho age com frieza, mas tenta brincar. É seu mecanismo de defesa. Ela é
indiferente para não sofrer. Quando o momento da despedida chega, enfim, me agacho
e beijo a bochecha de Miguel.
— Rapazinho, foi um prazer conhecer você. Quando eu voltar, quero revanche no
Mortal Kombat.
O menino concorda. Por uns segundos, vejo um pouco de calor em seu olhar. Mas
ele mexe a cabeça e, quando volta a me olhar, essa impressão já não existe.
Poncho convence Miguel a se afastar de nós uns metros e o garoto se senta para esperar.
— Poncho, eu...
Mas não posso continuar. Poncho me beija com verdadeira devoção. Depois, quando se
separa um pouco, crava seus impressionantes olhos verdes em mim.
— Divirta-se, pequena. Cumprimente sua família por mim e não esqueça que pode
voltar quando quiser. Me ligue, estarei esperando sua ligação para te pegar no
aeroporto. Seja o dia que for, a hora que for.
Faço um gesto de concordância, emocionada. Tenho uma vontade terrível de chorar,
mas me contenho. Não devo chorar, ou vou parecer uma boboca molenga, e nunca
gostei disso. Então, sorrio, beijo meu amor de novo, pisco um olho para Miguel e sigo
para a porta de entrada. Depois que passo pela segurança, pego minha bolsa e minha
mochila e me viro para dar adeus. Meu coração se parte ao ver que Poncho já foi embora
com a criança.
Ando pelo aeroporto, olhando os painéis em busca do meu portão de embarque.
Quando o localizo, me dirijo para lá, mas, como ainda tenho uma hora de espera,
decido me distrair pelas lojas. Só que minha cabeça não está onde deve, só consigo
pensar em Poncho. Em meu amor. Na dor que vi em seus olhos quando me separei dele.
Isso me destroça a alma, segundo a segundo.
Exausta e abatida pela tristeza, me sento e observo as pessoas que passam.
Pessoas alegres e tristes. Pessoas com família e pessoas sozinhas. Fico assim um
bom tempo, até que meu celular toca. É meu pai.
— Oi, loirinha. Onde você está, meu bem?
— No aeroporto. Esperando que abram o portão de embarque.
— A que horas chega a Madri?
Olho minha passagem.
— Teoricamente, aterrissamos às onze e às onze e meia pego o último voo pra
Jerez.
— Perfeito. Vou te esperar no aeroporto daqui.
Por um momento, falamos de coisas banais.
— Você está bem, minha filha? — pergunta de repente. — Me parece meio pra
baixo.
Como sou incapaz de ocultar meus sentimentos do pai que me adora tanto,
respondo:
— Papai, tudo é tão complicado que... que... me sinto arrasada.
— Complicado?
— Sim, papai, muito.
— Brigou de novo com Poncho? — pergunta meu pai sem entender bem.
— Não, papai, não é nada disso.
— Então, querida, qual é o problema?
Antes de dizer algo, me convenço de que preciso contar para ele o que está
acontecendo comigo.
— Papai, eu quero passar a noite de Ano-Novo com vocês. Quero ver você, Luz e a
doida da Raquel, mas... mas...
O riso carinhoso de meu pai me faz sorrir mesmo sem vontade.
— Mas está apaixonada por Poncho e também quer ficar com ele, é ou não é, querida?
— Sim, papai, e isso me deixa péssima — sussurro, enquanto observo que dois
funcionários se posicionam no meu portão de embarque.
— Olha, loirinha, quando eu conheci sua mãe, ela morava em Barcelona e eu,
como você bem sabe, em Jerez. Te garanto então que sei o que está acontecendo
com você, eu já passei por isso. Quer um conselho? Deixa teu coração te guiar.
— Mas, papai, eu...
— Quieta e me ouça, meu bem. Tanto Luz como Raquel ou eu sabemos que você
nos ama. Nós vamos ter você e te amar pelo resto de nossas vidas, mas seu caminho
deve começar como começou o meu e depois o de sua irmã quando se casou. Seja
egoísta, minha filha. Pense no que você quer e no que deseja. E, se neste momento teu
coração te pede que fique na Alemanha com Poncho, fique, ora. Aproveita! Porque se você
estiver bem aí, eu ficarei mais feliz do que se você ficar ao meu lado toda jururu.
— Papai, que romântico você me saiu — soluço, comovida.
— Ei, ei, loirinha.
— Ai, papai! — desato a chorar. — Você é o melhor... o melhor...
Sua bondade preenche todo o meu ser, quando ouço:
— Você é minha filhinha e te conheço melhor que ninguém, e só quero que seja feliz.
E se tua felicidade está com esse alemão que te tira do sério, benza Deus! Seja feliz e
aproveite a vida. Eu sei que me ama, e você sabe que eu te amo. Onde está o
problema? Tanto faz que esteja na Alemanha ou ao meu lado, se sabemos que
teremos um ao outro pelo resto de nossas vidas. Porque você é minha loirinha, e
isso, nem a distância, nem Poncho, nem nada, vai mudar. — Emocionada com essas
palavras, choro de novo e ele continua. — Vamos, vamos, não chore. Senão fico
nervoso e me sobe a pressão. E você não quer isso, não é?
Sua pergunta me arranca um riso carregado de lágrimas. Meu pai é generoso. É
sensacional!
— Então, minha filha, por que não fica na Alemanha e passa uma noite de Ano-Novo
alegre e feliz? Este é o começo da vida que você tinha planejado há pouco e acho que
começá-la nessa época será sempre uma bela lembrança pra vocês, não acha?
— Papai, não se importa mesmo?
— Claro que não, minha vida. Então, sorria e vá procurar Poncho. Diga pra ele que
mando um abraço. E, por favor, seja feliz para que eu também possa ser. Combinado?
— Combinado, papai. — E antes de desligar, acrescento: — Te ligo amanhã à noite.
Te amo, papai. Te amo muito.
— Eu também te amo, loirinha.
Comovida, emocionada e com mil sensações dentro de mim, desligo o celular e
enxugo as lágrimas. Durante vários minutos permaneço sentada enquanto penso no que
devo fazer. Papai ou Poncho? Poncho ou papai? Por fim, quando os passageiros do meu voo
começam a embarcar, agarro minha mochila e sei, com toda a clareza, aonde devo ir.
Em busca do meu amor.



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Autor(a): Anna Albuquerque

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Pago com cartão o táxi que me deixa na porta da incrível mansão de Poncho. Como era dese esperar, começa a nevar de novo e minhas botas afundam na neve, mas nãoimporta: estou congelada, mas feliz. Quando o táxi se afasta, me deixando sozinhadiante da grade imponente, um ruído próximo me alerta. Olho, sobressaltad ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 228



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  • hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58

    Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38

    Pena q acabou;(

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23

    Amooooo<3 perfeita dmais!!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49

    Ainnnn<33333

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56

    Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08

    A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa

  • Postado em 29/03/2016 - 02:47:50

    Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...&#128588;&#10084;&#10084;&#128525; Posta mais pleace pleace..

  • ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23

    Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds &#9825;

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31

    Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa

  • ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22

    Cooooontiinuuaa logo <3


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