Fanfics Brasil - 106 Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada

Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)


Capítulo: 106

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Com um lindo vestido vermelho que comprei esta tarde, me olho no espelho do quarto.
Fiz um coque alto, e minha aparência é sofisticada.
Chove horrores. Está caindo um temporal tremendo, e os trovões fazem eu me
encolher. Não sou medrosa, mas nunca gostei dos trovões.
Ligo para meu pai em Jerez e falo com ele e com minha irmã. Ouço, ao fundo, as
risadinhas de minha sobrinha, e meu coração se aperta. Enquanto falamos, todos
parecem felizes, apesar de sabermos que morremos de saudade. Muita saudade.
Depois de desligar, um tanto emocionada, decido retocar a maquiagem. Chorei, meu
nariz está igual a um tomate. Preciso dar uma arrumada geral. Quando acho que já
estou totalmente apresentável, vou para a sala, descendo a escada presidencial. É a
última noite do ano e quero me sentir feliz com Poncho e Miguel. Poncho, ao me ver, se levanta e
caminha até mim. Está maravilhoso com seu terno escuro e sua camisa azul.
— Você está linda, Any. Linda.
Me beija, e seu beijo tem sabor de desejo e amor. Durante uma fração de segundos,
nos olhamos nos olhos, até que uma vozinha protesta.
— Parem já com esses beijos! Que nojo!
Miguel não suporta nossas demonstrações de afeto, e isso nos faz sorrir, embora o
menino não ache graça nenhuma.
Miguel está vestido como Poncho, mas em miniatura! Faço um gesto de aprovação.
— Miguel, vestido assim, você se parece muito com teu tio. Está muito bonito.
O menino me olha e esboça um sorrisinho. Gostou do meu comentário, mas, mesmo
assim, me apressa para jantar.
— Vamos de uma vez. Você está atrasada, e estou com fome.
Olho o relógio. Não são nem sete!
Santo Deus, como podem jantar tão cedo?
Este horário de gringo vai me matar. Poncho sorri — parece ler meu pensamento.
Quando me recomponho, contemplo a bela e enfeitada mesa que Simona e Norbert
prepararam e pergunto, enquanto Poncho me guia a uma das cadeiras:
— Bom, e na Alemanha, o que se janta na última noite do ano?
Mas antes que possam responder, a porta se abre e aparecem Simona e Norbert
com duas sopeiras que deixam sobre a bonita mesa. Surpresa, observo que numa das
sopeiras há lentilhas, e em outra, sopa.
— Lentilhas? — digo rindo.
— Eca! — careteia Miguel.
— É uma tradição na Alemanha, como na Itália — responde Poncho, feliz.
— A sopa é de torresmo com salsichas, senhorita Anahí, e está muito saborosa —
diz Simona. — Sirvo um pouquinho?
— Sim, obrigada.
Simona me serve, e todos ficam me olhando. Esperam que eu prove a sopa que
realmente está muito boa. Sorrio, e todos os outros sorriem também.
Sem conseguir ficar quieta, enquanto Norbert brinca com Miguel e Simona lhe enche o
prato de sopa, olho Poncho e cochicho:
— Por que não diz a Simona e Norbert que se sentem com a gente pra jantar?
Minha sugestão o surpreende, mas concorda, depois de entender o que pretendo.
— Simona, Norbert, querem jantar com a gente?
O casal se olha. Pela cara, imagino que é a primeira vez que Poncho propõe algo assim.
— Senhor — responde Norbert —, agradecemos muito, mas já jantamos.
Poncho me olha. Como estou disposta a atingir meu objetivo, digo sorridente:
— Gostaria que se sentassem com a gente pra sobremesa, combinado?
O casal se olha de novo e, por fim, diante de minha insistência, Simona sorri e
concorda.
Dez minutos depois, terminada a sopa, Simona e Norbert entram com mais
pratinhos. Fico olhando um deles com atenção.
— Isso é verdura. Se chama sauerkraut — explica Poncho. — Chucrute, repolho
avinagrado. Prove.
— Sim. Tá sensacional — diz Miguel.
Pela cara dele dá pra ver que não gosta, e a aparência do prato não me atrai.
Decido recusar a oferta com o melhor dos meus sorrisos e pego um pãozinho com algo
que parece uma salsicha branca.
Logo, Norbert deixa umas bandejas sobre a mesa. Aplaudo. Lagostins, queijo e
presunto ibérico. Olé! Poncho, ao ver minha reação, pega minha mão.
— Não esqueça que minha mãe é espanhola e temos muitos dos costumes que ela
nos passou.
— Nossa, adoro presunto! — exclama o baixinho.
O presunto está de lamber os beiços. Santo Deus, que maravilha!
E quando trazem o pato assado, já não me aguento. Mas como não quero fazer uma
desfeita, me sirvo um pouquinho, e a verdade é que está delicioso!
Também provo um queijo alemão fundido e repolho com cenoura. Me dizem que são
comidas tradicionais para trazer estabilidade financeira, e como estou desempregada,
fico vermelha!
O jantar transcorre tranquilamente, embora perceba que levo a conversa sozinha.
Poncho se contenta em me olhar e sorrir. Miguel tenta me evitar, mas, como tenho mais
experiência, falo de jogos como de Wii ou PlayStation, e o garoto acaba entrando na
conversa. Poncho sorri e sussurra:
— Você é incrível, querida.
Quando decido que não vou comer mais nada para não explodir, aparecem Simona e
Norbert com a sobremesa que tem um aspecto maravilhoso. Só de ver, já dá vontade
de devorar.
— Bienenstich de Simona. Delícia! — aplaude Miguel, emocionado.
Sem tirar os olhos da torta com a cara tão boa, pergunto:
— O que é isso?
— É um bolo típico alemão, senhorita — diz Norbert —, que minha Simona prepara
que é uma maravilha.
— Sim, sim! É o melhor bienenstich que você vai comer na sua vida — me garante
Poncho, achando graça.
A mulher, emocionada por ser o centro das atenções, em especial dos três homens
da casa, sorri e se dirige a mim:
— É uma receita que minha avó passou pra minha mãe e minha mãe, pra mim. O
bienenstich, ou “picada de abelha’, é feito por camadas. A de baixo é massa podre
com fermento; a segunda é um recheio de açúcar, manteiga e creme de amêndoas
trituradas, e a de cima é de novo massa podre com amêndoas caramelizadas.
— Mmm, que delícia! — Determinada, levanto e digo: — Como é a sobremesa,
agora têm que se sentar com a gente. — Simona e Norbert se olham, e antes que
possam dizer alguma coisa, lembro: — Vocês prometeram!
Poncho segue meu exemplo; se levanta, puxa uma cadeira e diz à mulher:
— Simona, tenha a gentileza de se sentar.
A mulher, quase sem respirar, senta, e junto dela, seu marido. Eu me aproximo e
pergunto:
— A gente corta como se fosse uma torta, né?
Simona confirma.
— Muito bem, sou eu quem vai servir a todos este fantástico bienenstich. — Em
seguida, olho o menino e peço a ele: — Miguel, poderia trazer dois pratinhos mais pra
Simona e Norbert?
O menino, feliz, corre à cozinha e volta com os dois pratos. Decidida, corto cinco
pedaços e os distribuo. Quando sento em minha cadeira, Poncho me olha, satisfeito.
— Vamos atacar logo antes que eu coma tudo — murmuro, provocando uma risada
geral.
Entre risos e piadas, devoramos a sobremesa maravilhosa. Surpresa, observo como
as pessoas à minha volta curtem o momento como algo único, e me sinto imensamente
feliz. Então proponho que cantem uma canção de festa alemã, e rapidamente Norbert
dispara com o tradicional O Tannenbaum.
O Tannenbaum, O Tannenbaum,
wie treu sind deine Blätter.
Du grünst nicht nur zur Sommerzeit,
nein auch im Winter, wenn es schneit.
O Tannenbaum, O Tannenbaum
wie grün sind deine Blätter!
Ouço maravilhada. Poncho, com seu sobrinho no colo, também canta essa canção tão
alemã que me deixa arrepiada. Ver essas pessoas unidas pela música me lembra
minha família. Com certeza, meu pai e minha irmã estarão fatiando o cordeiro, e minha
sobrinha e meu cunhado rindo com as piadas. Isso me emociona, e meus olhos se
enchem de lágrimas.
Quando a canção termina, aplaudo. Miguel, que entrou no meu jogo, logo pede que eu
cante uma canção espanhola. Minha mente voa, e tento pensar em alguma que ele já
possa ter ouvido com Sonia e começo Los peces en el río. Acerto, e o menino e Poncho
me acompanham, e cantamos batendo palmas.
Pero mira cómo beben los peces en el río,
Pero mira cómo beben por ver a Dios nacido
Beben, y beben, y vuelven a beber,
Los peces en el río por ver a Dios nacer.
Desta vez, quando acabamos, são Simona e Norbert que nos aplaudem, e nós
acabamos aplaudindo também.
Que momento tão bonito e familiar!
Poncho abre uma garrafa de champanhe e enche todas as taças. Para Miguel bota suco
de abacaxi. Todos brindamos a São Silvestre.
Quando Simona começa a tirar a mesa, quero ajudá-la. No começo, ela e Norbert se
queixam, mas por fim desistem ao ouvir Poncho dizer:
— Simona, se Any disse que ia te ajudar, nada vai detê-la.
A mulher se dá por vencida e eu ajudo com entusiasmo. Consigo que Norbert fique
com Poncho e Miguel na sala, conversando. Quando volto para tirar os últimos pratos,
Simona me sussurra:
— Não, senhorita Anahí: esses pratos devem ficar sobre a mesa até de madrugada.
Na Alemanha é tradição deixar as sobras do jantar na mesa. Isso nos garante que no
ano que vem teremos a despensa bem cheia.
Imediatamente solto os pratos com alegria.
— Então está bem! Tudo pela despensa cheia!
Por um instante, todos rimos, enquanto contamos piadas. Entre risos me falam de
uma brincadeira tradicional chamada Bleigiessen, e surpresa ouço que se vendem kits
de Bleigiessen com os significados.
O Bleigiessen é um ritual para prever ou adivinhar o futuro. Se funde um pedaço de
chumbo numa colher com o fogo de uma vela. Daí se derramam gotas de chumbo
derretido num recipiente com água fria, que se deixam endurecer. Em seguida cada
pessoa pega uma dessas formas e, com a ajuda do kit, prevê o futuro.
— Se o chumbo tem forma de mapa — diz Miguel, alegre —, você vai viajar muito.
— Se tem forma de flor — diz Norbert —, significa que fará novos amigos.
— E se sai em forma de coração — explica Simona, sorrindo —, é porque o amor
chegará logo.
Poncho está se divertindo. Vejo na cara dele, em seu jeito de sorrir. Por fim, ele se
levanta e convida todos nós a sentar nas poltronas. Enquanto liga a televisão, diz:
— Any, há outra tradição na Alemanha. É meio esquisita, mas é uma tradição.
— Mesmo? E qual é? — pergunto curiosa.
Todos sorriem, e Poncho, depois de me dar um beijo meigo na bochecha, diz:
— Os alemães, depois da ceia de Ano-Novo e antes de sair pra admirar os fogos de
artifício, costumam ver um vídeo cômico, bastante antigo, em preto e branco, chamado
Dinner for One. Veja, começa depois dos anúncios.
Todos concordam e se acomodam. Poncho, ao ver que estou rindo, diz:
— Não ria, loirinha. É uma tradição! Todos os canais de televisão transmitem ano
após ano, no dia 31 de dezembro. Mas o mais curioso de tudo é que é um esquete em
inglês, embora, em alguns canais, botem legendas em alemão.
— E é sobre o quê?
Poncho me acomoda entre seus braços e, enquanto começa o esquete, sussurra em
minha orelha:
— A senhora Sophie festeja seus 90 anos em companhia de James, seu mordomo,
e vários amigos que já não estão porque morreram. O engraçado é ver como o
mordomo, durante a noite, se faz passar por cada um dos amigos da senhora.
De repente, para de falar porque começa a rir com o que vê na televisão. No tempo
em que dura o vídeo, olho surpresa para todos. Se divertem tanto, que até Miguel desfaz
sua cara fechada para rir abertamente diante das coisas que o mordomo faz.
Quando acaba o esquete, Simona vai à cozinha e volta com cinco copinhos com
uvas. Olho as uvas com espanto.
— Lembre-se, minha mãe é espanhola — diz Poncho. — As uvas nunca faltaram numa
noite dessas.
Emocionada, abobada e feliz com simples uvas, grito quando Poncho troca para o canal
internacional que transmite direto da Puerta del Sol de Madri.
Aiii, minha Espanha!
Viva Espanha!
Me sinto mais espanhola que nunca.
Faltam quinze minutos para acabar o ano, e ver na televisão minha querida Madri faz
com que me emocione. Miguel me olha surpreso, e Poncho se aproxima para dizer em minha
orelha:
— Não chore, querida.
Engulo o choro e sorrio.
— Tenho de ir ao banheiro um segundinho.
Desapareço o mais rápido que posso.
Quando entro no banheiro e fecho a porta, minha boca se contrai, e choro. Mas
minhas lágrimas são estranhas. Estou feliz porque sei que minha família está bem.
Estou feliz porque Poncho está a meu lado. Mas essas lágrimas malditas insistem em
correr.
Choro, choro e choro até que consigo me controlar e passo água no rosto. Alguns
minutos depois, batem na porta. Saio e Poncho, preocupado, me pergunta:
— Tudo bem?
— Tudo — afirmo com um fio de voz —, só que é a primeira vez que estou longe de
minha família numa noite tão especial.
Meu rosto e, principalmente, meus olhos lhe indicam o que aconteceu. Poncho me
abraça.
— Sinto muito, querida. Sinto que, por estar aqui comigo, esteja passando um mau
momento.
Suas palavras me confortam, me fazem sorrir, e beijo Poncho na boca.
— Não sinta, meu amor. Está sendo uma noite mágica pra mim.
Não muito convencido, crava seus impressionantes olhos em mim e, quando vai
acrescentar algo mais, lhe dou um rápido beijo nos lábios.
— Vamos, vamos voltar para a sala. Miguel, Simona e Norbert nos esperam.
Quando o relógio da Puerta del Sol começa a tocar, digo a eles que esses são os
quartos de hora. E quando começam as verdadeiras badaladas, digo a todos para irem
engolindo as uvas. Para Miguel e Poncho isso é algo que já fizeram outras vezes, mas para
Norbert e Simona não, e rio ao ver suas caras.
Uva a uva, meu ânimo melhora.
Uma. Duas. Três. Papai, Raquel, Luz e meu cunhado estão bem.
Quatro. Cinco. Seis. Eu sou feliz.
Sete. Oito. Nove. O que mais posso pedir?
Dez. Onze. Doze. Feliz 2013!
Depois da última badalada, Poncho vai me abraçar, mas Miguel se mete entre nós dois e
nos separa. Eu sorrio e pisco um olho. É normal. O menino quer ser o primeiro. Norbert
e Simona, ao testemunharem o que aconteceu, me abraçam e dizem:
— Gutes Neues Jahr!
Incapaz de conter meus impulsos, beijo os dois e, entre risadas, faço com que
repitam em espanhol:
— Feliz Año Nuevo!
O casal se diverte repetindo o que eu digo, rindo e demonstrando sua felicidade.
Depois Norbert e Simona apertam a mão de Poncho e desejam feliz fim de ano, enquanto
Miguel se afasta do lado dele. Me agacho para ficar à sua altura e o beijo na bochecha,
sem que ele proteste.
— Feliz Ano-Novo, querido. Que este ano que começa seja maravilhoso e
espetacular.
O menino me beija também e, para meu espanto, sorri. Norbert o coloca entre os
braços. E Poncho me olha rapidamente, me abraça e, com todo o seu amor, murmura em
meu ouvido, me deixando arrepiada:
— Feliz Ano-Novo, meu amor. Obrigado por fazer desta noite algo muito especial
para todos nós.


 


 




 


 


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Autor(a): Anna Albuquerque

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Os dias passam — e estar com Poncho é a melhor coisa que já me aconteceu. Ele meama, me paparica e está atento a tudo que necessito. Miguel é outra história. Rivalizacomigo em tudo, e eu tento fazer com que veja que não sou sua adversária. Se façotortilhas de batata para ele, não gosta. Se danço e ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 228



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  • hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58

    Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38

    Pena q acabou;(

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23

    Amooooo<3 perfeita dmais!!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49

    Ainnnn<33333

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56

    Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08

    A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa

  • Postado em 29/03/2016 - 02:47:50

    Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...&#128588;&#10084;&#10084;&#128525; Posta mais pleace pleace..

  • ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23

    Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds &#9825;

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31

    Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa

  • ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22

    Cooooontiinuuaa logo <3


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