Fanfics Brasil - 109 Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada

Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)


Capítulo: 109

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Hoje é dia 5, véspera do Dia de Reis. A ceia será na casa da mãe de Poncho.
Durante estes dias meu alemão tem trabalhado em casa, nem fala em ir ao
escritório. Gostaria de conhecer o lugar. Mas prefiro que seja ele a propor a visita.
Miguel continua sem me dar trégua. Tudo o que faço o incomoda, e isso faz com que
eu e Poncho tenhamos alguns atritos. Reconheço, porém, que é sempre ele a dar o braço
a torcer para que a discussão não desande. Sabe que o menino não está se
comportando direito e tenta me entender.
Com Susto as coisas só melhoraram. Ele já não foge quando me vê. Viramos
amigos: ele entendeu que sou de confiança e deixa que o acaricie. Está com uma tosse
horrível que não me agrada, e fiz um cachecol para proteger o pescoço dele. Ficou
muito fofo!
Susto é uma graça. Tem uma cara de bonzinho que me derrete, e cada vez que saio
para refazer sua casinha e levar comida — sem que Poncho perceba — o pobre me
agradece do jeito que sabe: rabo abanando, lambidas e piruetas.
À noite, quando chegamos à casa de Sonia, Marta nos recebe com um sorriso
maravilhoso.
— Que bom, vocês chegaram!
Poncho fecha a cara. Não gosta desse tipo de festinhas que a mãe organiza, mas sabe
que não deve faltar. Não por ele, mas por Miguel.
Poncho me apresenta às pessoas que estão na sala como sua namorada. Vejo orgulho
em seu olhar e em como me segura, possessivo.
Minutos depois, começa a falar com vários homens sobre negócios e decido
procurar Marta. Mas quando vou me afastando, um cara me cumprimenta.
— Oi. Sou Jurgen. Você é Anahí, né? Sou primo de Poncho. — E cochichando: — O
que faz motocross.
Minha cara se ilumina. Empolgada, começamos a conversar. Menciona vários
lugares para praticar o esporte, e prometo aparecer. Me incentiva a usar a moto de
Hannah. Sonia comentou com ele que pratico motocross, o que o entusiasmou. Com o
canto do olho vejo que Poncho me observa e, pela cara, deve imaginar sobre o que
estamos falando. Em dois segundos, já está do meu lado.
— Jurgen, há quanto tempo! — diz Poncho, enquanto me agarra pela cintura de novo.
O primo sorri.
— Não será porque você não costuma dar as caras?
— Estive muito ocupado.
Jurgen não volta a mencionar o lance do motocross, e quase de imediato eles
mergulham numa conversa muito chata. Outra vez decido procurar Marta. Está na
cozinha, fumando.
Me oferece um cigarro. Não costumo fumar, mas, com ela, sempre tenho vontade e
aceito.
Assim, todas glamorosas para a festa, fumamos e conversamos.
— Como vai com Miguel?
— Nossa! Me declarou guerra — zombo, fazendo piada.
Marta cochicha, aproximando-se de mim:
— Se te serve de consolo, declarou guerra a todas nós, mulheres.
— Mas por quê?
Ela sorri.
— Segundo o psicólogo, é por ter perdido a mãe. Miguel pensa que nós, mulheres,
somos pessoas que estamos só de passagem na sua vida. Por isso tenta não
demonstrar afeto. Com mamãe e comigo se comporta do mesmo jeito. Nunca é
carinhoso e, se pode, nos rejeita. Mas, enfim, já nos acostumamos com isso. A única
pessoa que ele ama acima de todas é Poncho. Sente um amor especial por ele. Às vezes,
para meu gosto, doentio.
Nos calamos por uns segundos, até que já não me seguro mais:
— Marta, gostaria de comentar uma coisa sobre isso, mas talvez te chateie. Não
sou ninguém pra dar opinião num assunto desses, mas é que, se não falo, vou explodir!
— Continue — responde, sorrindo. — Prometo que não fico chateada.
Antes dou uma tragada no cigarro e solto a fumaça:
— Acho que o menino é agarrado demais a Poncho porque é o único que nunca o
abandona. E antes que me diga qualquer coisa, já sei que você e sua mãe não o
abandonaram, mas Poncho talvez seja o único que briga com ele e tenta fazer com que
raciocine e, nas datas importantes, como por exemplo no Natal, não vai embora. Miguel é
uma criança, e as crianças só querem carinho. E se para ele, por causa do que
aconteceu com a mãe, é difícil gostar de uma mulher, são vocês que têm que fazer
todo o possível pra que ele se dê conta de que a mãe dele partiu, mas que vocês
continuam aqui. Que não vão abandoná-lo.
— Anahí, te garanto que eu e mamãe fizemos de tudo.
— Não tenho dúvida, Marta. Mas talvez devessem mudar de tática. Não sei... Se
uma coisa não funciona, podiam tentar algo diferente.
O silêncio que se forma me deixa arrepiada.
— A morte de Hannah partiu o coração de todos nós — diz finalmente Marta.
— Imagino. Deve ter sido terrível.
Seus olhos se enchem de lágrimas, e pego Marta pelo braço. Ela sorri.
— Ela era o motor e o centro da família. Era cheia de energia, alegre e...
Vejo uma lágrima escorrer pelo seu rosto.
— Marta...
— Você a teria adorado, Any. Tenho certeza de que vocês teriam se dado muito
bem.—
Claro que sim.
Fumamos.
— Nunca esquecerei a cara de Poncho naquela noite. Ele não só viu Hannah morrer
como também perdeu o pai e a namorada.
— Tudo no mesmo dia? — pergunto, curiosa.
Nunca falei muito sobre esse assunto com Poncho. Não consigo. Não quero obrigá-lo a
lembrar.
— Sim. O pobre, quando não conseguiu falar com o pai pra contar o que tinha
acontecido, foi na casa dele e o encontrou na cama com aquela imbecil. Foi terrível.
Terrível.
Me arrepio.
— Juro que pensei que Poncho nunca ia se recuperar, Any. Muitas coisas ruins demais
em tão poucas horas. Depois do enterro de Hannah, durante duas semanas não
soubemos dele. Desapareceu. Ficamos muito preocupadas. Quando voltou, sua vida
era um caos. Teve que enfrentar o pai e Rebeca. Foi terrível. E pra completar, Leo, o
homem que vivia com minha irmã Hannah e Miguel, claro, outro imbecil!, nos disse que
não queria tomar conta dele. Assim, de um dia pro outro, não o considerava mais seu
filho. O menino sofreu muito. Foi então que Poncho retomou as rédeas de sua vida. Disse
que ele se encarregaria de Miguel e, como você tem visto, é o que ele faz. Quanto ao
Natal, sei que você tem razão, mas quem quebrou a tradição foi Poncho, levando Miguel ao
Caribe no primeiro ano. No ano seguinte, disse à mamãe e a mim que preferia que não
fizéssemos muita festa nessa noite, e assim foram correndo os anos. Por isso, mamãe
e eu fazemos nossos próprios planos.
— Sério?
Estou surpresa.
Justo nesse momento, a porta da cozinha se abre e Miguel nos observa com olhar
acusador. Instantes depois, se vai.
— Merda! — protesta Marta. — Prepare-se.
— Como assim?
Sorri, apoiada no marco da porta de vidro.
— Vai nos dedurar pro Poncho. Estamos fumando.
Começo a rir. Dedurar? Por favor, somos adultas.
Mas antes que possa contar até dez, a porta se abre outra vez, e meu alemão,
seguido pelo sobrinho, pergunta, enquanto se aproxima com um jeito intimidador:
— Estão fumando?
Marta não responde, mas eu faço que sim com a cabeça. Como e por que mentir?
Poncho olha minha mão. Fecha a cara e me tira o cigarro. Isso me irrita e digo, num tom
de voz nada calmo:
— Que seja a última vez que você faz isso.
A frieza dos olhos de Poncho me perfuram.
— Que seja a última vez que você faz isso.
Dá para cortar o ar com uma faca.
Espanha versus Alemanha. Isto vai acabar mal.
Não compreendo a irritação de Poncho, mas entendo muito bem minha indignação.
Ninguém me trata assim. Então, sem pensar duas vezes, pego na mesinha o maço de
cigarros, tiro um e acendo. Insolência? É comigo mesma!
Atônito, Poncho me olha enquanto Marta e Miguel nos observam. Instantes depois, ele de
novo me tira o cigarro das mãos e o joga na pia. Mas não, essa não. Não vou deixar
barato. Pego outro cigarro e acendo. Poncho o pega de novo.
— Bom, querem acabar com todos os meus cigarros? — protesta Marta e pega o
maço.
— Tio, Any fez uma coisa errada — insiste o menino.
Sua voz como de uma criança fantasma me encolhe o coração, e ao ver que nem
Marta nem Poncho dizem nada, eu o olho, irritada.
— E você, por que é dedo-duro?
— Fumar é errado — diz.
— Olhe, Miguel. Você é uma criança e deveria fechar essa boquinha. E...
Poncho me corta:
— Não se meta com o menino, Any. Ele só fez o que tinha de fazer.
— Dedurar era o que tinha de fazer?
— Era — responde sem hesitar. E depois, voltando-se para Marta, declara: — Acho
o cúmulo que você fume e incentive Any a fumar. Ela não fuma.
Ah, não, essa não! Eu fumo quando me dá na telha, e incapaz de ficar calada, atraio
o olhar de Poncho e, muito puta da vida, deixo claro:
— Está muito enganado, Poncho. Você não sabe se fumo ou não.
— Pois nunca vi você fumar em todo esse tempo — garante, mal-humorado.
— Se não me viu fumar é porque não fumo muito. Mas te garanto que em certos
momentos gosto de fumar um cigarrinho. Este não é o primeiro de minha vida e com
certeza não será o último, queira você ou não.
Ele me olha. Eu o olho. Ele me desafia. Eu o desafio.
— Tio, você disse que ninguém pode fumar, e ela e Marta estavam fumando —
insiste o pequeno monstrinho.
— Para com isso, Miguel! — protesto, diante da passividade de Marta.
Com o olhar muito sério, meu menino, nada latino, explica:
— Any, você não vai fumar mais. Eu não permito.
Uau, olha só o que ele acaba de dizer!
Meu coração bate num ritmo que anuncia que isso não vai acabar bem.
— Chega, cara, não enche! Você não é meu pai nem eu tenho 10 anos.
— Any... não me irrite!
Esse “não me irrite!” me faz sorrir.
Nesse instante meu sorriso avisa, como um grande cartaz luminoso: CUIDADO! Em
tom de gozação, olho Poncho e respondo diante da cara de incredulidade da Marta:
— Poncho, você já me irritou.
Então aparece a mãe de Poncho, que pergunta:
— Que está acontecendo, hein? — De repente vê o maço de cigarro nas mãos da
filha e exclama: — Ai, Marta, que bom! Me dê um cigarrinho, querida. Estou louca pra
fumar.
— Mamãe! — protesta Poncho.
Mas Sonia ergue a sobrancelha e, olhando o filho, diz:
— Ora, filhinho, um pouco de nicotina vai me relaxar.
— Mamãe! — protesta Poncho de novo.
Um sorriso me escapa, quando Sonia explica:
— A insuportável da mulher de Vichenzo, meu filho, está me tirando do sério.
— Sonia, fumar é proibido! — recrimina Miguel.
Marta e Sonia trocam um olhar. Por fim, Marta, sem vontade de continuar ali na
cozinha, pega a mãe pelo braço e sugere, enquanto puxa Miguel, que não quer ir com
elas:—
Vamos beber alguma coisa. Precisamos.
Já a sós, Poncho e eu, estou disposta a encarar a batalha:
— Nunca mais fale comigo dessa maneira na frente das pessoas.
— Any...
— Nunca me proíba nada de novo.
— Any...
— Any, Any. Que Any que nada! — explodo, furiosa. — Fez eu me sentir uma
garotinha diante da tua irmã e do dedo-duro. Quem você pensa que é pra me falar
assim? Não percebe que entra no jogo do Miguel pra que a gente brigue? Pelo amor de
Deus, Poncho, teu sobrinho é um pequeno demônio. Se você não o deter, amanhã será
uma pessoa insuportável.
— Não passe da conta, Any.
— Não estou passando, Poncho. Pra quem tem só 9 anos, esse menino é um velho
prematuro. Eu... eu é que, no fim...
Ele se aproxima de mim, pega meu rosto entre as mãos e diz:
— Escute, querida, eu não quero que você fume. É só isso.
— Tudo bem, Poncho, isso eu posso entender. Mas por que não me diz isso quando
estamos sozinhos em nosso quarto? Ou é preciso deixar Miguel ver que briga comigo
porque ele decidiu assim? Que merda, Poncho, sendo tão esperto como é, parece mentira
que às vezes você seja tão trouxa.
Viro e olho pela porta de vidro, chateada, muito chateada. Durante uns segundos
estou irritada com todo mundo, até que Poncho fica atrás de mim e me pega pela cintura e
me abraça, pousando seu queixo no meu ombro.
— Sinto muito.
— Sinta por ter se comportado como um babaca!
Essa palavra faz Poncho rir.
— Adoro ser o teu babaca.
Tenho vontade de rir, mas me seguro.
— Sinto ter sido tão idiota e não ter me dado conta do que você disse. Tem razão,
agi mal, me deixei levar pelo Miguel. Me perdoa?
Essas palavras e principalmente seu jeito de me abraçar me acalmam. Me dominam.
Tudo bem, sou mesmo mole demais, mas é que amo tanto Poncho que sentir que precisa
que o perdoe acaba com minha irritação e tudo o mais.
— Claro que perdoo. Mas repito: não me proíba mais nada, e muito menos na frente
dos outros. Entendido?
Ele mexe o rosto em meu pescoço e então sou eu que viro e o beijo. Beijo com
ardor, paixão, loucura. Poncho me levanta em seus braços e me prende contra o vidro da
porta, enquanto as mãos procuram a barra do meu vestido. Quero que continue. Sim,
quero que continue, mas, quando vou me desintegrar de prazer, me afasto uns
milímetros e murmuro pertinho de sua boca:
— Querido, estamos na cozinha da sua mãe e ali do outro lado estão os convidados.
Acho que não é hora nem lugar pra continuar a fazer o que estamos pensando.
Poncho sorri. Me solta. Ajeito a barra do meu bonito vestido de festa e, enquanto nos
dirigimos para a sala de mãos dadas, cochicha, me fazendo sorrir:
— Pra mim qualquer lugar é bom, se estou com você.
Voltamos de madrugada para casa. Chove, troveja. E apesar da vontade incessante
de transar com Poncho, me contenho. Sei que o menino, aquele velhinho prematuro,
dormirá com a gente. Diante disso, não posso fazer nada.



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Autor(a): Anna Albuquerque

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 228



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  • hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58

    Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38

    Pena q acabou;(

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23

    Amooooo<3 perfeita dmais!!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49

    Ainnnn<33333

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56

    Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08

    A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa

  • Postado em 29/03/2016 - 02:47:50

    Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...&#128588;&#10084;&#10084;&#128525; Posta mais pleace pleace..

  • ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23

    Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds &#9825;

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31

    Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa

  • ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22

    Cooooontiinuuaa logo <3


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