Fanfics Brasil - Capítulo 149 Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada

Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)


Capítulo: Capítulo 149

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Nesse dia, às duas e meia, todos estamos no restaurante da Pachuca exceto Juan Alberto, que foi visitar um possível cliente em Jerez. Para celebrar o nosso aniversário, Poncho convidou todos para comer.
Antes de sair do quarto, ele me entrega meu presente. É um envelope. Ele e seus envelopes. Sorrio. Abro e está escrito:
Vale um equipamento completo de motocross.
Está feliz. O seu rosto, os seus olhos, o seu sorriso me dizem que tudo está bem, e eu sou a mulher mais feliz do mundo. Nem preciso dizer que encho ele de beijos.
Desde que casamos não falamos sobre esse assunto nem uma única vez e isso me assombra. Estou pensando em entrar em contato com os editores do Guiness - Livro de Records para nos adicionarem. Pois, como diz a nossa canção, se ele diz branco, eu digo preto, mas a nossa felicidade neste momento é tanta que que nem pensamos em cores. A nossa harmonia é completa e espero que continue assim por muito… muito tempo.
O meu pai está radiante por estarmos todos reunidos e eu aprecio a sua felicidade. Sempre pensei que é o melhor pai do mundo e cada dia estou mais certa disso. Só por aguentar a minha irmã e a mim já vai direto para o céu.
Poncho e ele se dão maravilhosamente bem e eu gosto disso. Adoro ver a cumplicidade que há entre os dois e, ainda que eu saiba que algum dia isso poderá se virar contra mim, não me importo. Essa aliança entre eles é algo que o meu pai nunca teve com o alucinado do meu ex-cunhado.
Poncho o escuta e o respeita e meu pai gosta disso e eu gosto muito mais.
É claro que são dois homens de diferentes classes sociais, mas ambos se moldam às situações e isso é o que acredito que me deixa mais apaixonada por ambos: saberem se moldar.
Enquanto todos comemos ao redor da mesa, observo que Dexter olha para uns rapazes que entraram no restaurante. Graciela saiu do banheiro e eles assobiaram ao vê-la passar.
Acho graça o olhar duro de Dexter. Não sei o que acontecerá entre eles, mas tenho certeza que alguma coisa acontecerá. Só é preciso dar tempo ao mexicano.
A minha irmã parece relaxada. Depois de falar com ele e saber que o idiota do meu ex-cunhado quer voltar, fico tranquila quando Raquel deixa claro que não fará isso de jeito nenhum. Já a chateou muito e ela não pensa em lhe dar mais nenhuma oportunidade.
Por fim, o meu pai a convenceu e, pelo menos durante o primeiro ano de vida da pequena Lucia, elas ficarão com ele em Jerez.
Depois disso, retornará a Madrid para procurar trabalho. O que me pareceu uma excelente idéia. Estando com meu pai, Raquel estará como uma rainha, ainda que às vezes eles tenham vontade de estrangular-se.
Miguel e Luz ficaram muito amigos nas férias e quando fico sabendo das brincadeiras que aprontaram, me divirto. Cada vez que comentamos que dentro de alguns dias voltaremos para a Alemanha, eles ficam tristes, mas entendem que o período escolar começará em breve e que todos devem voltar à normalidade.
Quando a Pachuca traz um bolo, a minha irmã pergunta a Poncho:
- Você gostou do bolo desta manhã?
O meu garotão me olha. Eu sorrio e ele finalmente diz:
- Foi o melhor bolo que comi durante toda a minha vida.
Raquel, encantada pelo elogio, sorri e oferece:
- Pois quando você quiser, é só me dizer, que faço outra torta de limão para você, que sei fazer muito bem.
- Limão?! – Murmura Poncho, olhando-me – Que delícia!
Não consigo segurar e caio em gargalhadas e Poncho se junta a mim.
Nos beijamos e a minha irmã que nos observa, diz com a pequena Lucía nos braços:
- Ai, maluquinha, como é lindo o amor quando se está apaixonado e é correspondido.
Esse comentário que ela faz em voz baixa, me entristece.
Espero que Raquel conheça alguém e refaça a sua vida. Precisa disso. É o tipo de mulher que precisa de um homem ao seu lado para que seja feliz. E esse homem não é o meu pai.
Os dias passam e a nossa permanência em Jerez é uma maravilha.
Juan Alberto visita várias empresas na Andaluzia e, encantado, nos conta que vê possibilidades na área.
Nesses dias, observo como olha para a minha irmã. Está interessado, inclusive percebi que se dá muito bem com a minha sobrinha. Na verdade, é difícil não gostar de Luz, ela é tão inteligente e qualquer um que lhe dê atenção e entra no seu jogo a conquista por toda a vida.
Juan Alberto viaja todos os dias, mas quer voltar à noite para Jerez. Segundo ele, prefere estar em nossa companhia. Segundo Poncho e eu, ele gosta da minha irmã. Dá para ver em seu rosto.
Claro, Raquel não percebe o que está acontecendo e me surpreendo pois os dias se passam e não acontece nada. Mas claro, como sempre digo, a minha irmã é minha irmã, e uma tarde, enquanto tomamos sol na piscina do meu pai sozinhas, diz:
- É uma boa pessoa esse Juan Alberto, não é?
- Sim.
Espero... Sei que ela quer falar sobre o assunto, e depois de alguns minutos em silêncio, insiste:
- E é muito educado, não é?
- Sim.
Sorrio… Vejo que me olha de lado e então pergunta:
- O que você acha dele como homem?
- Um bom homem.
- Sabes o que me disse noutro dia, quando fomos todos jantar?
- Não.
- Você quer saber?
- Claro… me conte.
Nesse momento aparece Graciela e deita-se ao nosso lado.
Imagino que a minha irmã vai fechar o bico, mas em vez disso, senta-se na espreguiçadeira e continua:
- Na outra noite, quando voltavamos após alguns drinques, antes de entrarmos em casa, me olhou nos olhos e disse:
“ Você é como um delicioso capuccino: doce, quente e me deixa nervoso”.
Graciela ao ouvi-la, comenta:
- Os mexicanos são muito lisonjeiros.
Surpresa, olho para a minha irmã e pergunto:
- Ele disse isso?
- Sim, exatamente como lhe contei.
- Olha, é um ótimo elogio, você não acha?
Graciela, que está ao nosso lado, solta uma risada e as três se calam. Minha irmã parece uma boba.
Silêncio. Raquel deita-se, mas se bem a conheço sei que essa paz durará pouco. Em menos de dois minutos se senta novamente.
- E agora, cada vez que cruzo o olhar com ele, me diz «Saborosa!».
- Saborosa?! – repete Graciela e, sentando-se também, afirma -: Isso no México é como dizer que você é gostosa, ou que te comeria inteira.
- Sério? – pergunta Raquel, excitada, e a jovem chilena assente.
Prendo o riso. Ver a minha irmã nessa situação é algo novo para mim e ela diz de repente, dando-me um tapa no braço:
- Chega! Não posso continuar ignorando que esse mexicano lindo, com cara e voz de galã de telenovela me atrai, e quando me disse isso de «Saborosa!»… Ui, me deixa louca, me arrepio toda. E agora que sei que esse «Saborosa!» quer dizer isso… Oh, Deus, que calor!
Caio na gargalhada e ouço-a dizer:
- Maluquinha, não ria pois estou preocupada.
- Preocupada?
Raquel assente e, aproximando-se de Graciela e de mim, cochicha:
- Há várias noites que tenho sonhos muito quentes e nem tomo mais capuccino, de tão nervosa que estou. Sento na cadeira e olho para Graciela e começo a rir. Sim, é que a minha irmã é uma bomba. Mas ao ver a sua cara de preocupação, pergunto:
- Vamos lá, você gosta de Juan Alberto?
Minha irmã louca apanha a sua fanta laranja, bebe um gole e responde:
- Mais do que comer camarão com as mãos.
Nós três sorrimos e ela acrescenta:
- Gostaria de saber dele, maluquinha. É um cara muito legal e adoro a sua simpatia.
- Não é para você, Raquel.
- Por quê?
- Porque ele voltará para o México e…
- E porque eu me importaria com isso?
Isso me surpreende. Como não se vai importar? Estou boquiaberta quando digo:
- Não quero que me jure amor eterno nem nada desse tipo. Quero ser moderna pelo menos uma vez na vida e saber o que é ter uma aventura selvagem.
- Como? – Pergunto chocada.
- Maluquinha, quero me divertir. Esquecer meus problemas. Me sentir bonita e desejada, só não gostaria de me divertir com ele se fosse casado. Não gostaria de fazer outra mulher sofrer.
Vamos ver… Vamos ver…
A minha irmã é a pessoa mais tradicional que existe sobre a face da terra e de repente quer ser moderna e ter uma aventura selvagem? Estou impressionada. Muito impressionada.
Como vejo que ela me olha à espera que eu lhe diga algo sobre a sua possível aventura, olho para a Graciela. Ela conhece o Juan Alberto melhor do que eu, mas disposta a provocar Raquel, pergunto:
- Aventura selvagem?
Ela sorri. Fica linda quando sorri assim, e ao ver a brincadeira em meu olhar, diz:
- Ai, maluquinha, devo estar muito carente de atenção, porque quando estou com ele e me diz isso de «Saborosa!», sinto uma vontade infernal de agarrá-lo pelo pescoço, levá-lo para o meu quarto e fazer de tudo com ele. Vamos, ele me enlouquece!
Enlouquece?!
A minha irmã disse que Juan Alberto a enlouquece?
Morrendo de rir, olho para ela. Deus… Raquel necessita urgentemente de sexo e ao ver que ela me olha à espera de respostas, digo:
- Graciela, você o conhece melhor do que eu, por favor, tire as dúvidas da minha irmã e lhe conte sobre Juan Alberto.
A jovem chilena sorri, olha para Raquel e explica:
- Está divorciado e…
- Divorciado?!
- Sim…
Minha irmã gosta disso. Nervosa, bebe mais fanta laranja e Graciela acrescenta:
- Chama-se Juan Alberto Riquelme de San Juan Bolívares.
- Vamos, tem nome de personagem de novela – sussurra Raquel, contente.
- Já te digo – respondo divertida.
Tem quarenta anos e é primo de Dexter por parte de mãe. Não tem filhos. A sua ex-mulher, Jazmina, é uma víbora perigosa, nunca quis lhe dar esse prazer nos seis anos de matrimônio. Mas depois que se divorciou dele, engravidou do seu novo marido.
- Que nojenta! – resmunga minha irmã.
- Muito nojenta – afirmo, pensando que também não quero ter filhos.
- Juan é dono de uma empresa de segurança muito bem sussedida no México e com esta viagem tenta expandir o seu negócio pela Europa. É um homem de família, carinhoso e muito amigo dos seus amigos.
Durante uns instantes, observo que minha irmã processa a informação que Graciela lhe deu e, uma vez que o faz, solta:
- Sobre não ter filhos já imaginava. Basta olhar como ele segura Lucía para saber que ele nunca teve um bebê nos braços na vida.
-Poncho também não tem filhos e…
- Mas ele é diferente – afirma Raquel.
- Diferente por quê? – pergunto curiosa.
- Porque criou sozinho o seu sobrinho e estou certa de que quando Miguel era bebê, era super carinhoso com ele. Só é preciso reparar como mima a Luz e como se derrete por Lucía. E falando de crianças…
- Não – corto-a -. Nunca pensei em ter filhos. Por isso, vamos esquecer esse assunto.
Após dizer isso, vejo os olhares da minha irmã e da Graciela. Droga, droga! E caindo na cadeira, Raquel diz:
- Ai maluquinha… vocês teriam filhos lindos.
Quando se cala, respiro mais tranquilamente.
Mas porque todo mundo insiste que eu tenha filhos?
Por fim, sem querer retornar ao assunto, me deito e aproveito o sol da minha Andalucía.
Viva a minha terra!
Essa noite, quando todos se reúnem na casa do meu pai para o jantar, observo com mais atenção minha irmã e Juan Alberto. Formam um belo casal.
Depois de jantar, Raquel desliga o celular depois de falar com o idiota do meu ex-cunhado, e vejo que o mexicano se aproxima dela e a tranquiliza. Cada vez que o idiota liga, tira a minha irmã do sério.
O meu pai me olha, eu levanto as sobrancelhas e, logo, vejo que sorri apontando para Juan Alberto. Não quero nem imaginar o que está pensando. Pai, te conheço!
Os dias passam e temos que voltar para a Alemanha. As férias acabaram. Poncho tem que trabalhar, as aulas de Miguel retornaram e nossa vida tem que voltar ao normal.
Depois de uma deliciosa comida no restaurante da Pachuca, onde Miguel e eu comemos até nos fartar, decidimos sair essa última noite e beber alguma coisa.
O meu pai prefere não nos acompanhar. Prefere ficar em casa cuidando dos cachorros, como ele diz.
Às oito da noite, depois de Juan Alberto voltar de uma viajem a Málaga, passamos pela casa do meu pai para buscar Raquel, vamos todos jantar e beber algo.
Quando chegamos ao barzinho de Sérgio e Elena, como sempre, o mais movimentado de Jerez, meus amigos levantam-se para nos cumprimentar. Me parabenizam pelo meu casamento e Poncho convida-os para um drinque. Rocío, minha amiga, está feliz. Estou feliz e isso a deixa também. De repente, toca uma música e ela puxa minha mão e me leva até a pista de dança, enquanto cantamos como loucas.
Never can say goodbye, no, no, no, no,
never can say goodbye.
Every time I think I´ve had enough
And start heading for the door.
Nós sorrimos. Centenas de recordações de verões loucos vêm à nossa memória enquanto cantamos em voz alta e dançamos essa canção na voz de Jimmy Somerville.
Quando a música acaba, vamos ao banheiro, local de pura fofoca, e lhe conto tudo o que quer saber. Falamos… falamos e falamos. Durante dez minutos colocamos todo o assunto em dia e quando saímos estamos com sede e paramos no bar para pedir umas bebidas. Logo alguém me agarra pela cintura e fala no meu ouvido:
- Olá, preciosa.
Reconheço a sua voz…
Rapidamente me viro e vejo David Guepardo. O meu amigo das competições de motocross. Me dá dois beijos e me abraça. Convencida de que Poncho não gostará da forma como me abraça, saio de seus braços como posso e pergunto:
- Como você está? Como estão as coisas por aqui?
David, conquistador como ele é, passeia os olhos pelo meu corpo e, dando mais um passo até mim me pressionando contra o bar, responde:
- Cheguei ontem. E vim até aqui para ver se te encontrava.
Rocío me olha. Eu olho para ela e, antes que possa dizer algo, aparece meu alemão, meu Iceman, com uma cara chateada, por trás de David e diz:
- Poderias se afastar da minha mulher para que ela possa respirar?
Ao ouvir isso, David olha para trás e, ao vê-lo, sem sair do lugar, responde:
-Você de novo – E antes que eu possa dizer qualquer coisa, fala: -Olha amigo, esta não é a tua mulher e, pelo que imagino, nunca vai ser. Por isso, que tal dar uma voltinha e nos deixar em paz?
Meu Deus, a cara do meu Iceman. Ele bufa pelo nariz e eu rapidamente digo:
- David, você tem que…
Mas não consigo dizer mais nada. Poncho agarra-o pelo braço com as suas mãos enormes, separa-o de mim e, num tom nada calmo, grita na sua cara:
- Quem vai dar uma voltinha vai ser você. Porque se você voltar a se aproximar da minha mulher como fez hoje, vai ter problemas comigo, entendeu?
O motociclista fica parado. Eu levanto a mão e mostrando o anel no meu dedo esclareço:
- David, Poncho é o meu marido. Nós estamos casados.
A cara dele muda completamente. No fundo é um bom rapaz e diz rapidamente, levantando as mãos:
- Sinto muito, cara. Eu achei que as coisas ainda estavam como da última vez.
A expressão de Poncho se relaxa. Sua raiva diminui e, pegando-me pela mão, me puxa e, antes de sair do local, acrescenta:
- Pois bem, agora já sabe. Não se engane novamente.
Rocío me olha do bar e sorrio enquanto me afasto com Poncho. Apesar de não aprovar seu ciúme, reconheço que este momento territorial do meu maridinho excitou-me. Que sexy ele fica, quando me olha assim.
Sem falar, saímos do local e logo vejo o Fernando aparecer. Os nossos olhares se cruzam e ambos sorrimos. Está de mãos dadas com a mesma moça agradável que o acompanhou ao meu casamento na Alemanha e, quando nos aproximamos dele, Poncho me solta e Fernando e eu damos um enorme abraço.
- Olá jerezana.
Em seguida, me solta e estende a mão a Poncho, dizendo:
- Como você está?
- Tudo bem amigo. Tudo vai muito bem.
No seu código, entendem-se. Finalmente, depois de tudo o que aconteceu entre nós três, conseguimos normalizar nossa relação e nos tornamos amigos. Eu adoro isso. Fernando é uma das melhores pessoas que conheço e fico feliz ao ver que Poncho e ele por fim se dão bem.
Depois de cumprimentar Aurora, que é como se chama a garota que está com ele, tomamos algo juntos até que Fernando, olhando o seu relógio, diz:
- Temos de ir. Marcamos com alguns amigos.
Sorrio. Nos despedimos e, quando se vão, Poncho me agarra pela cintura e pergunta:
- Você está feliz, pequena?
Beijando-o, feliz da vida, respondo:
- Muitíssimo, grandalhão.
Quando voltamos para o nosso do grupo, falamos durante horas e nos divertimos. Estar com meus amigos é só alegria, piadas e diversão.
Sorrio para mim mesma ao ver a excitação que Graciela provoca.
Essa chilena de voz doce deixa-se levar pelos jerezanos, enquanto Dexter observa e bufa. Ele resiste. Isto vai demorar mais do que eu acreditava a princípio.
Todos estão bem dispostos, quando a minha irmã, que está sentada ao meu lado, diz com um gesto contrariado:
- Ai maluquinha….
A sua atitude e a sua voz me alertam:
- Que foi?
Com uma careta, me olha e cochicha:
- Acabo de ver José estacionar o carro.
Meu sangue ferve. Como o idiota do meu ex-cunhado tem coragem de aparecer aqui, vou dar-lhe um tapa tão grande que vai chegar voando em Madrid. Atordoada, olho ao meu redor e Poncho, ao perceber, pergunta:
- O que aconteceu?
- O imbecil do José está aqui.
Seu rosto se contrai, e me olhando, sussurra:
- Calma, pequena. Somos adultos e civilizados.
O seu comentário me faz sorrir ao recordar o que ocorreu antes com David, mas para acalmar a ânsia que tenho de abrir-lhe a cabeça e fazê-lo sofrer tanto como fez sofrer a minha irmã, apanho o meu copo e bebo um gole, quando vejo que Raquel se levanta. Onde ela vai? Vou agarrar seu braço para que não se aproxime de José, mas ela me deixa sem palavras. Vai até Juan Alberto, que está falando com Dexter, agarra seu pescoço, senta em seu colo e beija sua boca.
Assutador!
Eu engasguei.
Poncho segura a minha mão.
Dexter me olha e eu, surpresa, vejo que a minha irmã se derrete como uma adolescente, ali, diante de todos.
O meu ex-cunhado, que se aproxima, ao ver isso fica paralisado e grita:
- Raquel!
Mas ela continua o seu beijo devastador em Juan Alberto. Desde logo, está devorando-o, safada. Vejo ela dizendo: «Saboroso!».
Mas isso não parou por aí. O mexicano, animado pelo momento, passou os braços pela cintura da minha irmã e aprofundou o beijo enquanto uma das suas mãos vai até a sua bunda e a aperta.
Pelo amor de Deus, o que eles estão fazendo?
O tempo parece passar em câmara lenta enquanto eles se beijam sem pressa nenhuma, até que os seus lábios se separam e eu ouço que Juan Alberto diz:
- Raquel, você acredita em amor à primeira vista, ou tenho que te beijar novamente?
Uauuuuuuuuuu, não posso acreditar!
Novela mexicana ao vivo e a cores!
Um ex-marido, um novo amante e a protagonista, que não é outra senão a minha irmã. Que forte, por favor!
Boquiaberta, pisco, enquanto Poncho, ao meu lado, observa muito tranquilo a situação. O homem é puro gelo quando quer. E então, com uma cara de travêssa, que me deixa totalmente paralisada, a minha alucinante irmã olha para meu ex-cunhado que está parado diante dela e pergunta:
- O que você quer, seu chato?
Ele não consegue nem falar. Está tremendo até a sua barba e estou a ponto de gritar: «Toma, toma, idiota!».
Instantes depois, quando José consegue se recompor, com os olhos marejados diz:
- Raquel, não levarei isto em conta, mas temos que conversar.
Não levará isto em conta?
Meu Deus, eu levanto a minha cabeça. Que sem vergonha!
Mas Poncho, que vê como me mexo na cadeira, me olha e, sem soltar a minha mão, me pede tranquilidade com os olhos.
- Olha, José – responde Raquel, surpreendendo-me -, leve isso em conta, porque eu vou voltar a repetir quantas vezes eu quiser. Estamos separados! E antes que você comece seu discurso, a resposta é NÃO!
- Mas, fofaaaaaaaa…
- Já não sou a sua fofa – grita ela.
José a encara e, pela sua careta, vejo que não a reconhece e cá entre nós, eu também estranho, nem eu a reconheço!
De repente, surpreendendo a todos, Juan Alberto se levanta, com a minha irmã ainda entre os seus braços e, com uma expressão séria e intimidante, diz ao meu ex-cunhado:
- Escuta cara, esta linda mulher não tem mais nada para conversar contigo. A partir de agora, cada vez que ligar para o seu celular vais falar comigo, porque estamos cansados das suas ligações e das sua insistência. Ela não quer nem almoçar, nem jantar, nem tomar um café com um cara como você. Primeiro, porque não te deseja e segundo, porque esta maravilhosa mulher está comigo e eu sou muito possessivo. E o que é meu, é sou meu e não permito que ninguém a toque. Pague a pensão das meninas, que é o que tens de fazer, porque você é o pai, e no que se refere à minha rainha, agora sou eu quem cuidarei dela. Por isso, vai e desaparece da minha vista, entendido?
Boquiaberta…
Alucinada…
E surpreendida, pisco, quando a minha irmã, agarrada ao gigante mexicano, olha para o seu ex com um sorrisinho de satisfação e diz:
- Você já ouvi José. Adeus!
- Mas as meninas…
- Quanto as meninas, você vai vê-las sempre que for a sua vez. Quanto a isso não se preocupe – afirma Raquel.
Assim que o idiota processa o que aconteceu ali, dá a volta e vai embora. Quando desaparece da nossa vista, eu olho para a minha irmã ainda com a boca aberta e ela, recompondo-se por segundos por seu atrevimento, balbucia olhando para Alberto com uma cara assustada:
- Obri… Obrigada pela sua ajuda.
Ele, soltando-a, volta a sentar onde estava e, passando o olhar pelo corpo de Raquel, murmura num tom meloso:
- Sempre que quiser, querida.
- Foda – murmuro e ouço Poncho rir.
Como você pode rir num momento assim?
Vejo que a minha irmã fica totalmente bloqueada depois do que aconteceu, decido entrar em ação e, puxando sua mão, afasto-me dos olhares debochados dos demais. Quando chegamos ao banheiro, solto sua mão e ela abre a torneira e joga água na nuca. Não sei o que dizer até que Raquel exclama:
- Ai maluquinha…
- Eu sei…
- Ai que calor, maluquinha...
- Normal.
Totalmente perturbada, a decente da minha irmã me pergunta:
- Acabo de fazer o que acho que fiz?
- Sim.
- Sério?
- Confirmo. Acaba de fazer.
- Acabo de beijar o… o… o Juan Alberto?
- Sim. – E ao ver que não reage, acrescento - Acaba de dar um espectáculo com a tua aventura selvagem e não faltou nada. Só faltou você dizer «Saboroso!» cantando.
Eu pisco.
Nós duas piscamos e, logo, a atrevida diz:
- Minha mãe… minha mãe, mas você viu aquele beijo?
Afirmo com a cabeça. Vi, eu e metade de Jerez e, antes que eu diga alguma coisa, acrescenta:
- Me joguei no seu colo e… e… logo ele me apertou e... e… tocou a minha bunda indecentemente, além de meter sua língua até a minha garganta! Oh Deus… Que calor! E depois ainda disse que acreditava em amor à primeira vista ou…
- …Ou te beijava outra vez. Sim… Muito novela mexicana – finalizo.
Ou eu a abano ou ela desmaia, porque é muuuuuuito exagerada.
Volta a jogar água na nuca e arfa como um cachorrinho. Ainda não pode acreditar no que fez. Mas desejando que sorria, digo:
- Acho que hoje você tirou o José de vez da sua vida. – E, divertida, acrescento - : Esse mexicano deixou tudo muito claro, cara.
- Ai, maluquinha, não fique rindo.
- Não posso evitar, Raquel.
Olhando-se no espelho, horrorizada, sussurra:
- Esse homem vai pensar que sou uma vadia.
- Mas, você estava dizendo que queria ser moderna?
- Sim, mas não uma vadia – insiste chateada.
Consciente que precisa reanimar a sua vida, olho e digo:
- Olha, Raquel, deixe que ele pense o que quiser. Você gostou do beijo?
Não hesita e responde em menos de um segundo:
- Sim… Não vou negar isso.
- Pois então. Seja positiva e pense em duas coisas. A primeira, é que se livrou de José e, a segunda, é que um mexicano, como os atores das novelas que você gosta, te deu um beijo que tirou seus sentidos.
Ao ouvir isso, ela sorri e eu a imito. Alguns segundos depois, me olha e diz:
- Meu Deus, maluquinha… Como ele com tomate!


 



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Autor(a): Anna Albuquerque

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 228



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  • hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58

    Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38

    Pena q acabou;(

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23

    Amooooo<3 perfeita dmais!!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49

    Ainnnn<33333

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56

    Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08

    A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa

  • Postado em 29/03/2016 - 02:47:50

    Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...&#128588;&#10084;&#10084;&#128525; Posta mais pleace pleace..

  • ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23

    Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds &#9825;

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31

    Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa

  • ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22

    Cooooontiinuuaa logo <3


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