Fanfics Brasil - Capítulo 161 Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada

Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)


Capítulo: Capítulo 161

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Na manhã seguinte, logo que abro os olhos eu sinto uma incontrolável vontade de vomitar.
Eu corro para o banheiro e chego a tempo de não fazer um estrago pior.
Apanhei definitivamente a gripe de Miguel.
Com o estômago destruído e garganta dolorida, me levanto e caminho até a cama. Atiro-me nela e fico dormindo como uma tonta.
- Anahí, não vai se levantar hoje? – Ouço de imediato, é Simona.
Eu levanto a cabeça, olho para ela, e pergunto:
-Que horas são?
A mulher se aproxima e com gesto de alarme, diz:
- Você está bem?
Assento. Não quero assustá-la, ou rapidamente ela chamará Poncho.
Olho para o relógio, 11 meia.
- Por Deus, mas quanto já dormi?
Simona, não para de me olhar, olhondo para ela eu murmuro:
- Ontem à noite eu fiquei até tarde lendo até cair de sono.
Ela sorri, vira e diz:
- Vamos lá, dorminhoca. Os churros que fiz para você já estão frios.
Quando fecha a porta, meu estomago se contrai e corro novamente para o banheiro. Ali fico um bom tempo, até que me sinto melhor e caminho de volta para a cama. De imediato penso nos churros e novamente sinto náuseas. Estou
morrendo de nojo. Isso me faz parar no meio do quarto e pensar. Desde quando os churros me dão nojo?
Minha cabeça dá voltas.
Olho-me no espelho, e sem saber o porquê, me lembro de que minha irmã tinha nojo de churros quando estava grávida.
Meu estomago se contrai novamente e sussurro levando as mãos à cabeça:
— Não, não, não, não pode ser.
Minha mente se bloqueia, meu estomago se contrai e corro para o banheiro.
Dez minutos depois, estou atirada ao chão, com os pés apoiados no lavabo. Tudo gira. Acabo de perceber que minha menstruação está mais atrasada do que desejo.
Estou sem ar.
Sinto-me oprimida.
Acredito que vou ter um infarto a qualquer momento.
Quando tudo para de girar, coloco meus pés no chão e me ajeito.
Olho-me no espelho e murmuro com um gemido lastimável:
- Por favor..., por favor..., não posso estar grávida.
Pinica-me o pescoço. Meu Deus, ele está cheio de erupções! Coço-me, coço e coço, mas tenho que parar se não ficará em carne viva. Nem ligo, e me coço!
Volto para a cama. Sento e abro a gaveta. Pego minha caixa de remédios, e horrorizada me dou conta de que se passaram vários dias desde a última pílula que tomei. Pensando bem me recordo que a ultima menstruação que veio, desceu apenas uma manchinha, estranhei, mas retornei a tomar a pílula.
Oh, Deus... Oh Deus!
Praguejo, me desespero chutando.
Tenho estado muito ocupada com tudo ultimamente que nem me dei conta de que estava acontecendo. Abro a bula da pílula, leio que a margem de erro é de 001%. Tenho tanto azar que venho a ser o 1%? Mas entao me recordo de algo. À noite em que estive no hospital, quando aconteceu o acidente com a moto, nao tomei o comprimido. Aí tenho o meu 1%.
Fico zonza...
Sinto-me cansada...
Pinica-me o pescoço...
Preciso de um cigarro...
Deito na cama, fecho os olhos. Sinto o cheiro de Poncho em mim e adoro isso. Quando consigo me recompor do susto, me visto e decido ir a uma farmácia. Com urgência! Ao descer, Simona sorri e diz:
- Nao coma os churros frios, Anahí. Espera que já sirvo a comida. Daqui 15 minutos começa Loucura Esmeralda. Vou deixar estas camisas do Sr. em seu quarto, e depois irei até a cozinha, lá assistimos juntas, o que acha?
Concordo, passo ao seu lado e a mulher me pergunta:
- Está acontecendo algo com você, Anahí?
A olho e respondo:
- Nada por quê?
Ela me olha, depois de piscar, insiste:
- Está um pouco pálida.
Ai, mamãe, se ela souber!
Mas como posso respondo:
- Fiquei lendo até as quatro da madrugada, senti falta do Poncho.
Simona sorri e enquanto sobe as escadas diz:
- Não se desespere Anahí, o Sr. voltará no máximo depois de amanhã.
Quando ela desaparece, vou à cozinha. Ao entrar vejo que os churros estão sobre a mesa. E para provar a mim mesma me lanço a eles, dou uma mordidinha e meu estomago se comporta bem.
Sorrio e isso me tranquiliza. Mas como estou atacada dos nervos, ataco sete churros de uma vez até que meu estomago se rebela e tenho que sair correndo a todo vapor da cozinha. No caminho cruzo com Simona, e ao chegar ao banheiro, a sinto atrás de mim. Sem nojo e preâmbulos a mulher faz o que tantas vezes minha mãe fez quando eu era pequena, me segura pela frente, enquanto sai tudo do meu corpo. Absolutamente tudo.
Que nojo que me dá!
Quando parece que relaxo, com um suor frio horroroso descendo pelo meu rosto, caminho de mãos dadas com Simona até a cozinha. Ao sentar ela me olha e diz:
- Está pálida, muito pálida.
Eu não digo nada, nem posso.
Não quero falar do que aconteceu comigo. Mas no instante Simona olha para o prato dos churros e diz:
- Como não vai vomitar com todos os churros que você comeu?
Concordo. Ela tem razão.
Não quero dar explicações e respondo:
- Estava com tanta fome que os comi muito rápido, acredito que não tenham caído bem no estomago.
Ela me prepara um chá, e me pede que o tome para que meu estomago se tranquilize.
Que nojo!
Eu nunca gostei de chás, mas Simona se empenha para que eu o beba e não faça caso. Devo beber se não ela chamará Poncho.
Dez minutos mais tarde, sou outra pessoa. Estou recomposta e a cor volta ao meu rosto. Para tentar não falar mais a respeito ligo a tv e começa Loucura Esmeralda. Não presto atenção em nada, meus pensamentos do outro lado. Mas Simona presta atenção, logo que termina o episódio, diz:
-Pobrezinha da Esmeralda. Toda a sua vida sofrendo e agora seu amor não a reconhece e ainda se apaixona por sua enfermeira do hospital. Que triste...,que triste!
Quando se vai fico sozinha na cozinha, penso que preciso ir a uma farmácia. Sem mais, me levanto, procuro Simona e a digo que não vou almoçar. Tenho que sair. Preciso sair, tomar um ar ou vou ter um troço. Pego meu casaco roxo, vou até a garagem e subo no Mitsubishi. O cheiro de Poncho me inunda novamente e susurro:
-Se eu estiver grávida, te mato Sr. Herrera.
Começo a dirigir sem rumo, enquanto a música toca no carro e eu não consigo nem cantar.
Não posso acreditar o que está acontecendo comigo. Eu sou um desastre como pessoa, como vou ter um filho?
Paro o carro perto de Bogenhausen e decido dar uma volta pelo jardim Inglês. Faz frio. Em novembro em Munique começa a fazer um frio de mil demônios. Caminho. Penso e vejo que passa uma bicicleta cervejeira, é a atração da cidade.
Observo como os que vão até a bicicleta se divertem enquanto pedalam e tomam cerveja. Ao pensar nisto meu estomago embrulha. Que nojo!
Sigo meu passeio e cruzo com várias mamães com seus bebês. Que arrepio me dá!
Não sei por quanto tempo fico caminhando, até que fico consciente de que estou totalmente congelando. Meu casaco não é suficiente, se continuar aqui pegarei uma pneumonia.
Quando saio do jardim Inglês, vejo uma barraca, vou até lá compro uma carteira de cigarro e um isqueiro.
Acendo um cigarro, trago e o desfruto.
Não posso estar grávida, Deve estar acontecendo algum problema. Sigo caminhando e acho uma farmácia, eu a observo a distância, quando acabo o cigarro, entro, espero na fila, quando é minha vez, digo:
- Quero um teste de gravidez.
- Digital ou tradicional?
A farmacêutica me olha, como não entendo destas coisas, contesto:
- É tudo a mesma coisa.
Abre uma gaveta, pega várias caixas de cores diferentes e diz:
- Qualquer uma destas se pode fazer há qualquer momento do dia. Este é digital, este é ultrassensível...
Durante um par de minutos, a mulher fala, fala e fala, enquanto eu quero que ela se cale e me dê a droga do teste de gravidez. Por fim quando ela pega a última caixinha, me explica:
- Alguns podem ser feitos a qualquer hora do dia, mas eu lhe recomendo que se faça o teste com a primeira urina da manhã.
Com os olhos arregalados, olho para aquelas caixas. Mas o que eu faço aqui comprando isso?
- Você dirá qual vai querer?
Não sei o que dizer. Ao final, pego quatro caixas e respondo:
- Quero estas.
- Todas?
- Todas - Afirmo.
A farmacêutica sorri, sem questionar nada mais, as coloca em uma sacola plástica. Eu a entrego meu cartão de crédito, e uma vez pago, saio da farmácia.
Quando entro no carro, abro a sacola e pego os testes, leio as bulas e em todos dizem basicamente a mesma coisa. Tenho que fazer xixi sobre a faixa, e tem uma confiabilidade de 99%. Any... lá vamos nós com as porcentagens.
Ao chegar em casa, Simona me olha e ao ver que só estou com meu casaco, me repreende por estar com pouca roupa e por ter estado fora por tantas horas. De imediato me dou conta de que são três da tarde. A manhã se passou e eu não me dei conta. Depois de me dar bronca como se eu fosse uma criança pequena, Simona me informa que Poncho me ligou 20 vezes preocupado e voltará a ligar.
Alucinada, me dou conta de que com o ocorrido saí sem o celular, e digo:
- Você não lhe contou o que me aconteceu está manhã?
A mulher nega com a cabeça e diz:
- Não, Anahí. Ele já estava bastante preocupado por não te localizar, Além do mais, o conheço e sei que isso o angustiaria muito. Eu preferi não dizer nada.
- Obrigada - sussurro, ao ponto de lhe abraçar.
Logo Simona volta a seus afazeres, pego o celular e o coloco no bolso da calça e subo a toda pressa para meu quarto. Me fecho no banheiro, me sento no vaso, olho para a sacola que deixei no bidê. Durante vários minutos, digo a mim mesma que isso não pode estar acontecendo.
Eu não posso estar grávida!
Retomo minhas forças, pego um dos teste de gravidez e faço o que indica. Retiro a calça me abaixo e sento, com mãos trêmulas pego o teste e retiro o lacre, por fim começo a urinar na parte absorvente além da minha mão, tampo o teste e o coloco na posição horizontal sobre a pia.
Uma vez que me recomponho e subo as calças, acendo um cigarro. Mas com as tragadas me sinto enjoada. Sento no chão, me deito e coloco as pernas no lavabo.
Minha nossa, minha nossa! Estou apavorada!
Eu mãe de um bebê????
Nem de mentirinha!
Uff... que enjôo!
Lembro-me o parto da Raquel e me dá mais náuseas. Que angustia!
Já se passaram 2 minutos e 37 segundos, 38...39...40.
Tento cantar. Isso sempre me relaxa, nossas canções são as primeiras que me veem à cabeça.
Sé que faltaron razones, sé que sobraron motivos,
contigo porque me matas y ahora sin ti ya no vivo.
Tú dices blanco, yo digo negro.
Tú dices voy, yo digo vengo.
Vivo la vida en color y tú en blanco y negro.
Paro. Olho o relógio. Passaram-se os 5 minutos. Tenho que olhar o resultado, mas continuo cantando.
Dicen que el amor es suficiente,
pero no tengo el valor de hacerle frente.
Não... não...não, definitivamente, eu sou uma covarde!
Não posso abrir o teste. Acendo outro cigarro, não ligo se me enjoa, eu preciso!
Me pinica o pescoço. Me coço, me coço e me coço, já nem posso mais cantar. Abaixo as pernas do lavabo, me sento e olho o teste horizontal. Pego a bula e a releio pela milésima vez. Se saírem duas linhas é positivo e se der só uma é negativo. Pela primeira vez em minha vida desejo ver um negativo maior que um caminhão.
Por favor...,por favor...
Quando apago o cigarro, me encho de coragem, pego o teste, sem pensar o abro. Meus olhos se arregalam.
- Duas linhas – sussurro.
Solto o teste e volto a olhar a bula. Duas linhas, positivo. Uma, negativo.
Sinto-me enjoada...
Volto a reler. Duas linhas, positivo. Uma, negativo.
Me deito no chão do banheiro, enquanto medito com os olhos fechados:
- Não pode ser... Não pode ser...
Dez minutos depois, decido repetir o teste ao recordar que há 1% de erro. Se o anticoncepcional falhou, por que o teste de gravidez também não pode falhar?
Levo a cabo o mesmo procedimento de minutos antes. Novamente espero e desta vez sem fumar, quando passam os 5 minutos, abro a tampa do teste e dou um grito:
-Nãooooooooooooooooooooooooooooo...
Faço o terceiro. Depois o quarto teste. O resultado é o mesmo: POSITIVO.
Meu coração bate à mil. Vai ter um enfarto, e quando Poncho voltar vou estar mais dura do que ovos no chão do banheiro.
Penso na margem de erro que tem o teste. Mesmo que quatro me gritem “está grávida!”, me faz duvidar.
Sinto-me enjoada...
Tudo gira...
Volto a deitar no chão e subo os pés no lavabo.
Por quê? Por que tem que acontecer isto comigo?
No instante, toca meu celular. Tiro ele do bolso e vejo que é Poncho.
O pai da criatura!
Uff..., que nervo!
Estou com calor, me abano com as mãos.
Não quero que ele me ache estranha e, depois de seis toques, atendo do jeito mais animada que eu consigo.
- Oi, meu amor.
- Como você sai da casa sem o celular? Quer me deixar louco? – pergunta com a voz tensa.
Não estou para tensão e respondo:
- Primeiro: não grite comigo.
- Segundo: eu esqueci.
- E terceiro: se me liga para ser um chantagista, se prepara porque eu também posso ser.
Silencio. Ninguém diz nada, até que insiste:
- Onde você estava, Any?
- Eu fui comprar umas coisas e acabei dando um passeio, porq...
- Um passeio muito grande, não acha? – me corta. E insiste:
- Sozinha ou acompanhada?
- Onde quer chegar com isso?
- Sozinha ou acompanhada? – Sobe o ton de voz. Seu mal humor me dói. Me quebra.
O que há? Antes que eu possa protestar a comunicação é cortada.
Como uma boba fico olhando o telefone.
Ele me cortou?
O idiota desligou o telefone?
Furiosa, digito seu número. Este vai saber o que é gritar. Mas quando toca, desliga sem atender. Isso me enraivece. Eu tento três vezes mais, mas acontece o mesmo.
Estou histérica, nervosa e para piorar, grávida!
Se eu pego Poncho neste momento, o mato!
Não sei o que fazer, no final decido nadar. Eu preciso.
Ponho o maiô e, quando chego a borda da piscina, o estomago embrulha e saio correndo ao banheiro.
Quando Miguel chega, estou sentada na borda, e totalmente distraída. O menino me abraça por trás e me beija a testa. Encantada com esta demonstração de afeto que preciso fecho meus olhos e murmuro:
- Obrigada, querido. Eu precisava disto.
Eu creio que ele é muito esperto, senta-se ao meu lado, me olha e pergunta:
- O que discutiu com meu tio?
Sem muito humor, respondo:
- Não, céus! Seu tio está em Londres e é difícil discutir com ele.
O pequeno me olha, concorda e não responde. Tira suas próprias conclusões. No momento, meu estomago ronca, me olhando assustado Miguel pergunta:
- O que você tem aí dentro, um ET?
Nesse instante solto uma risada que não consigo parar.
Tudo volta a ser surreal.
Estou grávida e Poncho, o homem que deveria estar ao meu lado, beijando-me como um louco porque vai ser pai, está me cansando.
Convencida de que isto não pode piorar mais, digo:
- Vamos comer se não devoro você agora mesmo!
De noite, quando Miguel vai dormir, volto a ficar sozinha na minha imensa sala, acompanhada de Susto. Faço um sinal e ele sobe na cadeira. Agora que Poncho não está aqui, ele aproveita.
Telefono para o Poncho. Ele não me atende. Por que ele está tão transtornado? Ligo a TV fico assistindo por um tempo, com a necessidade de contar a alguém o que está acontecendo comigo, passo a mão em Susto, que levanta sua cabeça, me olha e digo:
- Estou grávida, Susto. Vamos ter um pequeno Herrera Puente.
O animal parece entender e, deitando-se novamente, tapa seus olhos com uma de suas patas. Isso me faz rir. Até ele sabe que isso é uma loucura.
Já são vinte e três horas e vejo que Poncho nem me ligou, decido subir para meu quarto. Estou me arrastando. No banheiro escovo meus dentes e vejo a carteira de cigarros. A jogo fora no lixo justo no momento em que o celular toca. Poncho, até que enfim!
- Oi, querido – o saúdo, sem intenção de discutir. Dá pra ouvir muito barulho ao fundo e por fim diz:
- Quando você pensava em me contar?
Surpreendida, sento no banheiro. Olho ao redor a procura de uma câmera escondida. Ele sabe que estou grávida? Pergunto:
- O que?
- Você sabe bem, mas muito bem...
- Não, eu não sei...
- Você sabe! – grita.
Desconcertada, franzo a testa. Se ele estivesse falando da gravidez ele não estaria assim tão contrariado. Poncho bebeu isso me deixa impressionada. É a primeira vez que ele está bêbado e isso me preocupa.
- Onde você está, Poncho?
- Tomando uma.
- Está com Amanda?
Ele ri. Não gosto da sua risada, e me responde:
- Não, Amanda não está comigo. Estou sozinho.
- Vamos ver, Poncho – digo, sem levantar a voz - Pode me explicar o que está acontecendo? Não estou entendendo nada e ...
- Você tem visto Bjorn?
- Como?!
- Não se faça de inocente, querida, que te conheço bem.
- Mas? O que está acontecendo com você? – grito, desesperada.
- Não sei como não me dei conta disso tudo antes. – sobe a voz. –Meu melhor amigo e minha mulher, juntos!
Ele ta ficando louco? Além de bêbado, louco! Do nada a ligação cai.
Sem entender nada do que me disse, ligo para ele. Ele não me atende. Embrulha meu estomago de nervoso e no final é o que acontece e me dou por vencida.
Esta noite não consigo dormir. Só queria saber se ele está bem. Fico preocupada por ele estar tão bêbado e que possa acontecer-lhe algo ruim, mas por mais que eu ligue, ele nem me atende. Mando várias mensagens. Sei que ele nem vai ver, e nada nem manda uma mensagem contestando-me.
Penso em Bjorn. Deveria ligar e contar a ele o que está acontecendo? Decido que não. Já são cinco horas da manhã e acredito que ele ainda esteja dormindo.
São seis e meia, passei uma noite horrorosa sem conseguir falar com Poncho, quando Simona entra na cozinha, se assusta a me ver.
- Mas, o que faz em pé tão cedo?
Meu semblante muda e desato a chorar. A mulher se desfaz. Senta-se ao meu lado e, como uma mãe seca minhas lágrimas com um lenço enquanto eu falo e falo, e Simona não entende nada. Quando em fim consigo ficar mais tranquila, omito a gravidez, mas a conto o que aconteceu com Poncho. Ela está transtornada. Sabe que adoro, quero e gosto do meu alemão como ninguém, e sabe que Bjorn é somente um bom amigo de nós dois.
Às oito ela acorda Miguel, e às 8:30 quando o pequeno entra na cozinha com ela e vê meu estado deplorável, sentando-se ao meu lado, pergunta:
- Você discutiu com o tio, não é?
Desta vez concordo, não tenho por que mentir. E nos surpreendendo ele diz:
- Tenho certeza que meu tio não tem razão alguma.
- Miguel...
- Você é muito boa mamãe – insiste.
Com cara de choro volta a desabar em prantos. Ele me chamou de mamãe. Agora não tem quem me faça parar de chorar. No final depois que Simona serve o café a Miguel e Norbert chega para levá-lo ao colégio, decido ir junto. Tomar um ar me fará bem.
No caminho, meu pequeno alemão coreano aperta minha mão e não a solta. Como sempre, isso me dá força e, ele me dá um beijo antes de sair do carro, para que ninguém o veja fazendo isso, acho engraçado. Quando ele sai, peço a Norbert que espero um minuto e saio do veículo. Preciso que me dê algum espaço.
Pego um cartão da bolsa e começo a olhá-lo, decido ligar para o número. O médico me dá o telefone de uma ginecologista particular. Consigo marcar uma consulta com ela para o dia seguinte. O bom de ter dinheiro é isso, que se conseguem as coisas mais fáceis. Igualzinho o Seguro social da Espanha. Maria minha nova amiga espanhola, a me ver, vem até mim e, ao reparar no estado das minhas olheiras, pergunta:
- Você está bem, Anahí?
Concordo e sorrio.
Não sou uma pessoa que sai contando seus problemas para todo mundo.
Mas nesse momento vejo em seus olhos algo estranho e pergunto:
- O que está acontecendo?
Ela suspira. Fica em dúvida, mas finalmente cede ao meu olhar.
- É difícil lhe dizer o que eu preciso, mas se não o faço não conseguirei dormir tranqüila. – Surpreendida. Olho para ela, e ela apontando as “papagaias”, que está há alguns metros de nós, diz:
- Suas amigas, estas que gostam tanto de você, estão te difamando, estão dizendo coisas terríveis de você.
- De mim? Mas se nem me conhecem!
Maria concorda e gesticula, e eu pergunto:
- O que está acontecendo? Conta-me.
- Dizem que você está tendo um caso com um amigo de seu marido. Um tal de Bjorn.
A terra treme em meus pés e de imediato me vem a cabeça uma música de Alejandro Sanz que eu tanto gosto e que diz:
Y alo vês, que no hay dos sin três
O que está acontecendo?
Estou grávida. Poncho acredita que estou tendo um caso com Bjorn e agora também no colégio de Miguel estão achando isso.
Tremo...
Estou apavorada...
Não estou entendendo nada do que está acontecendo.
- Além disso – prossegue Maria - zombam porque você era secretária do Poncho e, bem..., imagine os comentários que fazem a respeito.
Boquiaberta e transpassada, concordo.
- Realmente, eu trabalhava para a empresa do Poncho, mas...mas eu não estou enganando o meu marido, nem com Bjorn, nem com ninguém. Acabei de me casar, faz 4 meses, amo o Poncho e sou feliz e... e...
Maria me abraça e eu fecho meus olhos. Estou com os nervos a flor da pele, quando vejo que as “papagaias” nos olham e sorriam. Que cadelas! E então meu sangue espanhol ferve e me põe como um tsunami, pergunto:
- Desde quando corre esta fofoca?
- À mim chegou ontem.
- E foram estas “papagaias”, não é?
Maria concorda. Eu levanto a cabeça e como sempre, sem pensar duas vezes, vou até elas. Achei que havia deixado claro quem eu era, mas como vejo, elas não se tocaram, então irei deixar mais claro para elas.
Eu não me importo se pareço um cafetão. Não me importo se sou pior. Não me importo com nada, exceto que digam mentiras a meu respeito.
Quando estou próxima da “papagaia” número um, a mulher de Joshua, sem me preocupar vou até ela e, ficando frente a frente, enquanto vejo pelo canto dos meus olhos que Norbert sai do carro e vem até mim, silvo:
- Não gosto de você e sei que é recíproco, isso nós duas já sabemos, não é? - Ela nem se meche, está com medo. - Pois prefiro que você goste menos ainda de mim do que saia espalhando mentiras a meu respeito. No entanto, se não quer ter um problemão comigo, diga-me quem é a filha da mãe que está inventando tudo isto sobre mim, ou eu te juro que hoje mesmo ficará sem os seus dentes.
- Anahí – sussurra Maria, nervosa.
A “papagaia” mãe fica vermelha como um tomate. Suas amiguinhas se afastam, elas a abandonaram. Tchau amigas!
Ao ver que está sozinha, ela tenta se safar de mim, mas eu não permito. A agarro pelo braço com força e exijo que fale:
- Eu disse para que me digas quem está contando estas mentiras.
Assustada e tremendo, me olha, e responde:
- A ... a jovem que vem de vez em quando buscar o chinesinho.
Fecho meus olhos: Laila!
O Sangue me sobe a cabeça e de imediato entendo tudo. Laila também deve ter contaminado a Poncho com suas mentiras em Londres. Abro os olhos e, com a fúria refletida em meu rosto, silvo:
- Meu filho tem nome, se chama Miguel. – E, soltando-a com força, grito - Te digo pela última vez, não é chinês! E para sua informação, sim eu trabalhava para a empresa do meu marido e, não, não estou tendo um caso com Bjorn, e espero que a fofoca que você espalhou se acabe ou te juro que vou fazer a sua vida impossível, porque não deixo passar nada quando a mim alguém aborrece entendido?
- Senhora Herrera, o que está acontecendo? – intervém Norbert.
O grupo de papagais saem rapidamente apavoradas.
Ao ponto de desmaiar, olho para a pobre Maria e digo:
- Obrigada por me contar, Maria. Nos vemos em breve.
Depois olho para Norbert, que paralisado me observa, e o digo quase tendo um troço:
- Leve-me para casa. Não estou nada bem.



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Autor(a): Anna Albuquerque

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 228



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  • hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58

    Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38

    Pena q acabou;(

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23

    Amooooo<3 perfeita dmais!!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49

    Ainnnn<33333

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56

    Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08

    A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa

  • Postado em 29/03/2016 - 02:47:50

    Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...&#128588;&#10084;&#10084;&#128525; Posta mais pleace pleace..

  • ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23

    Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds &#9825;

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31

    Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa

  • ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22

    Cooooontiinuuaa logo <3


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