Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)
Quando acordo na manhã seguinte, consigo abrir os olhos e o meu estômago se contrai, toda manhã eu tenho que sair correndo ao banheiro.
Poncho, que está na cama comigo, vem atrás de mim o mais rápido possível com o gesso da perna, quando vê que estou vomitando, agarra-me com força.
Quando a náusea passa, sento no banheiro e, olhando-o, murmuro:
- Isso é horrível... Medusa me mata.
O pobre, que pegou uma toalha e molhou na água, me passa pelo rosto e, com todo o amor do mundo, diz:
- Calma pequena. Logo vai passar.
- Eu... eu não posso com isto... Eu não posso.
- Sim você pode querida. Você vai ter um bebê lindo e esquecerá tudo.
- Você tem certeza?
Poncho crava seu peculiar olhar sangrento em mim e responde:
- Com toda certeza. Vai ser uma menina loirinha como você, vai ver!
- E te dará muitos problemas, como eu. - Acrescento.
Sorri, me da um beijo carinhoso na ponta do nariz e murmura:
- Se tiver a sua graça, ficarei encantado.
Sem querer dramatizar, concordo e finalmente sorrio. Meu menino é maravilhoso e até mesmo em um momento assim me faz esquecer o quão ruim me encontro e consegue me fazer sorrir.
Eu li que os vômitos geralmente duram apenas os três primeiros meses, essa é a minha esperança, que acabem!
Uma vez que a cor voltou ao meu rosto, Poncho sai do banheiro e decido tomar um banho. Eu fico nua, mas quando tiro a calcinha, eu tremo. Sangue!
Oh, meu Deus!
Rapidamente chamo Poncho, nervosa.
Ele, apesar de seu gesso, num segundo está no banheiro, e olhando-o assustada sussurro:
- Estou sangrando.
- Vista-se querida. Vamos para o hospital.
Como um robô, saio do banheiro e me visto apressada. Poncho se apronta antes de mim e, quando desço, Norbert e ele me esperam e, Simona dando um beijo, me diz:
- Não se preocupe. Tudo vai ficar bem.
No carro, Poncho pega minhas mãos. Estão frias. Estou assustada. A perda de sangue não é nada bom quando se está grávida.
E se eu perder Medusa?
Quando chegamos ao hospital, Marta nos espera na porta com uma cadeira de rodas. Fazem com que sente nela, e já com os comprimidos, me levam para a sala de emergência. Uma vez lá, impedem Poncho de entrar. Marta fica com ele e eu vou com alguns médicos.
Eu tenho medo.
Eles me fazem centenas de perguntas e eu respondo, ainda que nem eu me entenda. Eu nunca quis estar grávida, mas Medusa já significa muito para mim. Para Poncho. Para nós dois.
Me perguntam se eu estive nervosa com alguma coisa recentemente. Concordo. Não vou contar minha vida, mas a tensão sofrida pode ter causado isso. Me deitam em uma maca e fazem ultrassom. Em silêncio e com a respiração acelerada, vejo dois médicos com o rosto sério olhando para o monitor. Eu quero que tudo esteja bem. No final, depois de avaliar o que eles acreditam relevante, olham para mim e um deles diz:
- Tudo está bem. Seu bebê ainda está com você.
Começo a chorar.
Eu choro, choro e choro.
Acho que vão me nomear a chorona geral da Alemanha.
Cinco minutos depois, eles deixam Poncho entrar. Ele parece preocupado e muito tenso. Ao me ver, me abraça. Estou tão emocionada que não posso dizer nada, senão chorar, e os médicos são os que explicam que tudo está bem. Beijando-me na cabeça, Poncho me embala e murmura:
- Calma campeã. Nosso bebê está bem.
Concordo e me acalmo em segundos.
Dez minutos depois, antes de nos mandar para casa, um dos médicos faz um relatório e diz que se eu não sangrar mais, devo ir para minha revisão normal com a ginecologista. Acrescenta que tenho que fazer repouso. Poncho acena com a cabeça e eu suspiro. Não quero nem pensar no quão cansativo será agora o repouso.
Como eu imaginava, ao chegar em casa, ele me manda para a cama. Nesse momento nem eu duvido. Depois do susto que eu tomei estou exausta e, ao deitar a cabeça no travesseiro me sinto fria. Quando eu acordo e vou levantar, vejo que Poncho está ao meu lado. Pegou seu computador e está trabalhando no quarto. Ao me ver, ele rapidamente deixa o computador, e beijando-me pergunta:
- Você está bem pequena?
- Sim, perfeitamente.
- Frida e Andrés telefonaram. Mandam beijos e se alegraram que tudo está bem.
- Como já sabem?
Poncho sorri e, beijando a ponta do nariz, responde:
- Björn.
Eu vou ao banheiro. Poncho me acompanha e, quando vejo que já não sangro mais, eu relaxo. Quando eu vou para a cama, ele se deita ao meu lado e murmura:
- Eu me sinto culpado pelo que aconteceu.
- Por quê?
Poncho balança a cabeça e responde:
- Eu fui o culpado por toda a tensão que você sofreu. Por minha culpa quase perdemos nosso bebê. Além disso, na noite passada eu pedi demais e...
- Não diga bobagens, - Eu o corto. - Os médicos disseram que às vezes acontece. E quanto à noite passada, não comece a culpar-se com algo que você não sabe.
Iceman concorda, mas eu o conheço e sei que se culpará sempre pelo acontecido. Eu decido não falar sobre o assunto. O passado é passado. Agora devemos olhar para a futuro. Como diz meu pai "não olhe para trás nem para ganhar impulso".
Naquele dia, não me deixa levantar e no dia seguinte, quando eu acordo, insiste para que eu fique na cama. Durante a manhã me entretenho como posso, eu vejo a Loucura Esmeralda com Simona, falo pelo Facebook com as minhas amigas guerreiras, porém à tarde já não posso mais, e quando Miguel chega da escola, eu me levanto. Quando Poncho me vê na cozinha franze o rosto. Não gosta de me ver ali e antes que me diga qualquer coisa, solto com o cenho franzido:
- Repouso é tranquilidade. Não estar presa na cama as vinte e quatro horas do dia. Portanto, não me estresse nem me deixe nervosa, certo?
Ele não diz nada. Se contém e, quando uma hora depois me vê correr para o banheiro, ao sair me pega nos braços e diz:
- Para a cama pequena.
Protesto e reclamo, mas não adianta. Ele me leva para a cama.
Os dias seguintes são iguais. Repouso, repouso e repouso.
Uma semana depois, estou de repouso até o chapéu.
Minha família, avisada por Poncho, descobre o que aconteceu. Papai se esforça para vir à Alemanha para me cuidar. Como posso, tento convencê-lo de que não precisa. Morro de vontade de vê-lo e abraçá-lo, mas eu sei que ele, Raquel e Poncho, os três juntos, me deixariam louca com seus cuidados, e me recuso.
No final, meu pai e Raquel ligam todos os dias e por suas vozes percebo que se tranquilizam quando me ouvem sorrir.
Do México, Dexter e Graciela telefonam, e me alegra o coração em saber que tudo está indo bem. Segundo me conta Graciela, Dexter dorme com ela todas as noites e diz a todos que ela é sua noiva. Eu não quero nem imaginar a alegria que será para a mãe de Dexter.
Com o passar do tempo, Poncho parece entender que estou enjoada de estar na cama e aceita que eu vá de lá para o sofá da sala de estar e vice-versa. É um grande passo!
Segundo ele, até que eu vá novamente à ginecologista não aceitará nada mais. Ele ainda se recusa a me tocar, somente doces carícias e beijos. No começo estava divertido, mas agora não mais. Eu estou quase gritando.
Falamos muito de Medusa. Será uma loirinha? Será um loirinho? Ele odeia que chame de Medusa, mas ao final concorda ao entender que faço com carinho e eu sou incapaz de chamar de outra forma.
Toda noite, na privacidade do nosso quarto, Poncho beija minha barriga e isso me faz sentir uma pateta. Como é lindo! O amor que transpira por todos os poros de sua pele é tão grande que só posso sorrir.
Uma noite, quando estamos os dois na cama, depois do nosso momento de flerte eu o abraço e murmuro:
- Te desejo.
Poncho sorri e me dá um casto beijo nos lábios.
- Eu também querida, mas não devemos.
Eu sei disso. Ele está certo. Mas desejosa, murmuro:
- Não precisa me penetrar...
Levantando-se da cama, se afasta de mim.
- Não querida. Melhor não abusar da sorte. - Meu rosto diz tudo e acrescenta: - Quando a médica nos liberar, tudo voltará ao normal.
- Mas Poncho..., ainda faltam duas semanas para ir à ginecologista. - Divertindo-se com a minha insistência, abre a porta e, antes de sair do quarto, diz:
- Pois já não falta tanto loirinha. Temos que esperar.
Quando estou sozinha suspiro frustrada. Meus hormônios descontrolados querem sexo e está claro que não vou ter hoje à noite.
Os dias passam e Poncho tira o gesso da perna. Isto me faz feliz e a ele muito mais. Poder recuperar a sua mobilidade e independência é um descanso.
Uma tarde, depois de um cochilo de três horas, Poncho me desperta dando muitos beijos. Isto me encanta. Me espremo contra ele e, quando vou me lançar ao ataque, ele para e murmura:
- Não pequena... Não devemos.
Isso me acorda completamente e rosno. Poncho sorri e me pegando em seus braços diz:
- Venha. Miguel e eu queremos lhe mostrar uma coisa.
Eu desço a escada, enquanto continuo com cara feia. Não ter sexo está me matando. Mas quando se abre a porta da sala e vejo o que os dois fizeram para mim, eu me emociono.
Meu pequeno smurf mal-humorado exclama:
- Surpresa! É Natal e eu e o tio colocamos a árvore dos desejos.
Quando Poncho me deixa no chão, tapo minha boca com as mãos e sem poder controlar, eu choro. Eu choro como uma boba e, ante o gesto de surpresa de Miguel, que não entende nada, Poncho rapidamente me senta em uma cadeira.
A minha frente está a árvore de Natal vermelha, que no ano passado nos custou tantos aborrecimentos. Sem parar de chorar eu aponto. Quero falar para agradecê-los e dizer-lhes que é linda, mas as lágrimas não me deixam. Então, meu menino diz:
- Se você não gosta, podemos comprar outra.
Isto me faz chorar ainda mais. Eu choro, choro e choro.
Poncho, depois de me beijar na cabeça, olha para o seu sobrinho e explica:
- Any não quer outra. Ela gosta.
- Por que está chorando?
- Porque a gravidez a faz ficar muito sensível.
O garoto me olha e franze o nariz:
- Tão complicado.
O que eles fizeram é algo tão bonito, tão precioso, tão sensível, que eu não posso segurar as lágrimas. Imaginar meus dois rapazes, sozinhos, decorando a árvore para mim me arrepia e me emociona.
Poncho se agacha e, ao contrário de Miguel, entende o que se passa e, enxugando as lágrimas que escorrem pelo meu rosto com as mãos, diz:
- Miguel e eu sabemos que esta é a sua época favorita do ano e queríamos fazer esta surpresa. Nós sabemos que você prefere esta árvore a um abeto, que leva tempo para crescer, e olha – me mostra algumas pequenas folhas de papel que estão sobre a mesa - você tem que anotar aqui seus desejos, para que possamos pendurar.
- E estas outras folhas - Miguel prossegue - são para quando a família chegar e escrever os seus desejos e também pendurar na árvore. Não é uma boa ideia?
Engolindo as lágrimas concordo, e com um fio de voz murmuro:
- É uma ótima ideia querido.
O menino aplaude e me dá um abraço. Poncho, vendo-nos tão unidos, concorda e, em sua boca leio o que me diz "eu te amo".
No dia seguinte, vamos à consulta de Marta no hospital. Na revisão dos olhos de Poncho. No começo, ele se recusa que eu o acompanhe, devo seguir o repouso. Mas vacila quando atiro um sapato na cabeça dele e grito que ou eu vou com ele, ou em um táxi atrás.
Seus olhos continuam manchados de sangue. Não melhoram com a medicação nem com o tempo. Marta, após avaliar com outros colegas, decide agendar a cirurgia para drenar o sangue para o dia 16 de dezembro.
Tenho medo e eu sei que Poncho está com medo. Mas nenhum dos dois fala. Eu, para não preocupá-lo, e ele para não me preocupar.
No dia da operação eu tremo toda. Insisto em acompanhá-lo e ele não se nega. Eu preciso. Sonia, sua mãe, vai conosco. Quando chega a hora de se separar, Poncho me beija e sussurra:
- Não se preocupe, tudo vai ficar bem.
Aceno com a cabeça e sorrio. Gostaria de ser mais forte. Mas quando desaparece, Sonia me abraça e faço o que tão bem tenho feito ultimamente, chorar!
Como todos queríamos, a cirurgia foi um sucesso e, Marta insiste que Poncho deve passar uma noite no hospital. Ele se recusa, mas quando viro uma fera, vacila e inclusive aceita que eu fique para lhe fazer companhia.
Naquela noite, quando estamos em silêncio, ele diz na escuridão:
- Espero que o nosso bebê não apresente o problema dos meus olhos.
Nunca pensei sobre isto e me entristece saber que Poncho já se preocupa com isto. Como sempre, ele calcula tudo.
- Certamente que não querido. Não se preocupe com isso agora.
- Any..., meus olhos sempre darão problemas.
- Eu também sempre vou dar. E nem imagina quando nascer a Medusa. Uauuu! Prepare-se Herrera.
Eu ouço sorrir e isso me conforta. Eu preciso que sorria.
Ansiosa para abraçá-lo, me levanto da minha cama e deito na dele, digo:
- Você tem um problema nos olhos querido, e com isto vamos viver para sempre. Eu te amo, você me ama e, vamos ser capaz de passar por esse problema e todos os que se apresentarem. Eu não quero que se preocupe agora, certo?
- Tudo bem pequena.
Tentando mudar de assunto, eu acrescento:
- Quando Medusa chegar, não pense que você vai escapar de cuidá-la por causa de seus olhos malditos. Oh não, espertinho, nem sonhe! Penso ter você a par de tudo, desde o primeiro dia que nascer até que vá para a faculdade, ou se for hippie ou queira viver em uma comunidade, entendido campeão?
Poncho sorri, me beija na cabeça e responde:
- Entendido campeã.
Depois de dois dias, seus olhos voltam gradualmente ao que eram, e eu estou feliz por isso e porque minha família vem passar as festas natalinas com a gente. Mas apesar da minha felicidade, estou uma merda. Não paro de vomitar, eu estou mais magra que em toda a minha vida. As roupas caem de mim, eu nunca tenho fome e sei que meu estado leva Poncho à rua da amargura. Eu vejo isso em seus olhos. Sofre quando me vê correr para o banheiro, e também quando me segura a sua frente. Meus hormônios estão fora de controle e, assim como sorrio, eu choro. Nem eu mesma me reconheço.
Em 21 de dezembro vamos para o aeroporto para buscar a minha família. Me enche de alegria e felicidade que venham passar as festas conosco. Mas quando meu pai e minha irmã me veem, seus rostos dizem tudo, embora fiquem em silêncio. Entretanto, minha sobrinha, quando me da um beijo, pergunta:
-Tia, você está ruinzinha?
- Não querida, por quê?
- Porque você tem uma cara horrível.
- Vomita muito – esclarece Miguel. - E isso nos tem preocupado.
- Será que estão cuidando bem? - Luz pergunta:
- Sim. Todos cuidamos bem da mamãe.
Surpresa, minha sobrinha olha para ele e pergunta:
- A tia é sua mãe?
Ele me olha e eu pisco um olho.
- Sim, a tia Any é minha mãe. - Responde.
- Muito legal. - Murmura luz, olhando.
Crianças e sua sinceridade.
No dia 24 de dezembro comemoramos véspera de Natal todos juntos. Minha família está feliz. Eles escrevem seus desejos e penduram na árvore. Poncho sorri e eu aproveito como uma louca tê-los todos juntos.
A gravidez me mata. Não me deixa viver.
Não seguro nada no estômago, nem o presuntinho gordo que o meu pai trouxe. Eu como com prazer, mas logo depois sai de mim, como tudo ultimamente. Daí sim, eu me recomponho e o presunto retorna para mim.
Sou cabeça dura!
Minha irmã, em seu afã de me tranquilizar, confirma que as náuseas desaparecem após os primeiros três meses.
- Espero que sim, porque Medusa...
- Maluquinha, não o chame assim! É um bebezinho e pode se ofender de ser chamado por esse nome.
Eu olho e finalmente calo a boca. Melhor.
Então eu olho para o meu pai e Poncho jogando tênis no Wii com Miguel e Luz. Como estão bem!
- Ai maluca, mas eu não acredito que você vai ser mãe.
- Nem eu... - bufo.
Raquel começa a falar sobre a gravidez, estrias, pés inchados, manchas na pele e a mim estão me dando os sete males. Tudo isto vai acontecer comigo? Eu escuto. Processo a informação e, quando não posso mais, faço como ela faz tão bem e, desviando o assunto, pergunto:
- Bem, você não vai me contar nada sobre o seu rolinho selvagem?
Raquel sorri e, aproximando-se de mim, sussurra:
- Na noite que eu fiquei com Juanín, o da loja de ferragens, quando retornei estava me esperando no beco ao lado da casa.
- Mas, e o que me diz?
Ela assente e continua:
- Ela estava com ciúmes, maluca.
- Normal.
- E discutimos. Sim, bem baixinho para que ninguém nos ouvisse.
Eu sorrio e acrescento, ao ver a minha sobrinha gritar como uma louca ao vencer no Wii:
- Se você saiu com outro, é normal que tivesse ciúme. Eu em seu lugar teria lhe mandado para o espaço se depois de pedir a sua mão, você recusasse e ainda logo saísse com outro.
Minha irmã louca ri. Que felicidade eu vejo em seu rosto. Eu também sorrio e logo sussurra se aproximando:
- Eu dormi com ele. Por certo, que desconfortável é fazer em um carro. Felizmente, depois fomos para Villa loirinha. Espantada e boquiaberta, eu vou dizer algo, quando a sonhadora da minha irmã acrescenta:
- É tão cavalheiro, tão homem, que me deixa louca.
- Você dormiu com ele?
- Sim.
- Sério?
- Sim.
- Você?
Raquel olha para mim, me mandando baixar a voz, e diz:
- Claro que sim. Por acaso você acha que eu sou assexuada como um molusco? Ei, tenho as minhas necessidades e Juan Alberto é um cara que eu gosto. Claro que eu dormi com ele. Porém não contei antes, porque eu queria te dizer pessoalmente e garantir que não sou nenhuma vadia.
- Mas desde quando você faz essas coisas?
Minha irmã olha para mim, levanta as sobrancelhas e diz:
- Desde que me tornei moderna.
Nós rimos e continuo:
- Mas vamos ver, você não disse que tinham discutido?
- Sim, mas quando ele saiu do carro e me encurralou contra ele, oh Deus... Oh Deus, maluca o que me subiu pelo corpo!
Eu imagino. Penso nas reconciliações com Poncho e suspiro.
- E quando ele me beijou e disse em seu sotaque "Eu não me importaria em ser seu escravo se você fosse minha senhora", eu não podia mais e fui eu quem o arrastou para dentro do carro e avancei.
Mais uma vez sorrio.
Eu não posso segurar.
Minha irmã me mata e eu repito assombrada:
- Você avançou?
- Oh sim... Ali no beco mesmo, fiz a loucura do século. Eu esfolei a perna esquerda com a alavanca de marcha, porém minha Mãeeeeee! Que momento e que bem me senti. Estava sem sexo desde o quarto mês de gravidez de Lucia e, maluca... foi incrível.
Eu me parto de rir. Poncho olha para mim e sorri. Ele gosta de me ver feliz.
Minha irmã continua:
- Quando terminamos, não me deixou sair do carro e dirigiu como um louco para a sua casa. Como eu disse, papai deixou as chaves e, quando entramos...
- Conta... conta...
Deus... Eu estou ficando louca. A falta de sexo me faz indagar a vida de minha irmã. Ela cora, mas incapaz de parar, continua:
- Fizemos amor por todos os lados. Em cima da mesa de jantar, na varanda, no chuveiro, contra a parede da despensa, no chão...
- Raquel... - Murmuro espantada.
- Ah... e na cama. - E ao ver a minha cara de espanto e graça, acrescenta: - Ai maluca, esse homem me possui de uma maneira que eu nunca pensei que eu provaria. Mas quando estamos juntos e fazemos, literalmente me transformo numa loba!
A sinceridade de minha irmã é esmagadora, e a minha necessidade de sexo, eloquente. Escutá-la me sobe a libido e sussurro:
- Que inveja.
- Por quê? - E ao entender, confessa: - Quando eu estava grávida de Luz, José não me tocou por quatro meses. Ele tinha medo de machucar o bebê.
Isto me faz sorrir. Talvez o que acontece com Poncho não é tão raro e pergunto:
- E quando você tinha relações grávida, tudo bem?
- Alucinante. O desejo é devastador, porque os hormônios estão em altos níveis que eu mesma me assustava. Claro que, quando eu engravidei de Lucia, como ele me pediu o divórcio no meio, eu tinha um tubo com Superman.
- Quem é o Superman?
- O consolo que o idiota do meu ex me deu. Graças a ele, me controlei para não ficar louca.
Estou cada vez mais bloqueada pelas coisas que minha irmã diz. Ela me olha e desabafa:
- Filha, nem que tivesse dito que me meti uma garrafa de gás ou que havia participado de uma orgia. Quantos anos você tem.
O seu comentário me faz rir em voz alta. Se ela soubesse.
Dois dias depois, chega o famoso momento da minha visita à ginecologista. Todos querem me acompanhar, mas eu insisto que só quero que Poncho venha. Meu pai e minha irmã entendem e ficam com as crianças em casa.
Eu levei para a médica todos os exames que me pediu na primeira vez, inclusive os da minha visita de emergência ao hospital. Estou nervosa, na expectativa. Com o gesto profissional, ela olha tudo e quando eu faço o ultrassom, diante do rosto sério de Poncho, diz:
- O feto está bem. Seu coração está batendo perfeitamente e as medidas corretas. Portanto, você sabe, siga com sua vida normalmente, tome as vitaminas e vejo você em dois meses.
Poncho e eu nos olhamos e sorrimos.
Medusa está perfeita!
Enquanto eu limpo o gel da barriga e voltamos para o consultório, onde a médica escreve no computador, eu digo:
- Eu posso perguntar uma coisa?
A mulher para de digitar.
- Diga.
- Os vômitos desaparecem?
- Como regra geral sim. No fim do primeiro trimestre, o feto se assenta e, supostamente, a náusea desaparece.
Estou prestes a bater palmas com as orelhas. Poncho me olha, sorri e eu pergunto novamente:
- Eu posso ter relações sexuais completas?
O rosto de meu marido agora é um poema. É como um golpe quando pergunto isto. A médica sorri, olha para mim e diz:
- Claro que sim, mas por um tempo com cuidado, entendido?
Quando saímos da consulta, Poncho está sério e quando entramos no carro, eu não posso suportar a tensão e digo:
- Vai, vai proteste!
Explode como uma bomba e quando acaba, eu olho e respondo:
- Tudo bem... Eu entendo tudo que você diz. Mas entenda querido, que não sou uma pedra e que você é uma tentação permanente. - Ele sorri e aproximando-me dele acrescento: - Tuas mãos me provocam a querer que me toque, tua boca a querer beijar e seu pênis, oh Deussssssssss! - Eu digo, tocando-o por cima da calça. - Me convida a querer que jogue comigo.
- Para, Any... para.
Dou uma risada. Ele sorri também e me beijando, diz:
- Eu lhe asseguro que se em você eu provoco tudo isto, nem quero te dizer o que você provoca em mim.
- Hummmm, isto ficou interessante.
- Porém...
- Oh... Eu não gosto dos “poréns”.
- Vamos com calma para que não voltemos a nos assustar.
- Eu te dou toda a razão. – Concordo. - Porém...
- Bem, você também tem um porém. - Poncho ri.
- ...porém eu quero jogar com você.
Ele não responde, mas sorri. Isso é um bom sinal.
CAPÍTULO 26
No dia seguinte, eu estou um pouco melhor e decido ir às compras por Munique com a minha irmã, Frida e Martha. Nós quatro somos poderosas e tivemos um dia genial. Eu insisto em comer um hambúrguer e, quando mergulho minha batata no kepchup, eu olho rindo e digo:
-Eu amo comida gordurosa. A medusa adora.
Minha irmã franze a testa ao ouvir esse nome, mas antes de dizer qualquer coisa, Frida fala:
- Quando Glen estava na minha barriga eu o chamava de Eidechse.
Marta e eu rimos e Rachel pergunta:
- O que significa isso?
Divertida, coloco outra batata gordurosa na boca e respondo:
- Lagarto.
Quando saímos da lanchonete pensamos em ir tomar um café,mas passando pela mais antiga cervejaria em Munique, o Hofbräuhaus, decidimos entrar para minha Irma conhecer. Eu bebo água.
Rachel esta assombrada. Ela tem a mesma cara que eu quando entrei ali pela primeira vez, e a tia mostra a capacidade de que tem de beber cerveja. Isso me surpreende. Não conhecia essa faceta dela, divertida, digo ao ver que Marta e Frida começam a quarta rodada.
- Raquel, se você não parar, você vai chegar arrastada em casa.
Minha irmã olhou para mim e respondeu:
- Como você não pode beber, bebo por nós duas. Vendo que rimos, ele acrescenta:
- Você agora está no fase deliciosa da gravidez. Você sabe, azia, tornozelos inchados, seios doloridos e maravilhosas náuseas matinais.
- Que engraçada você é, linda. Burlo-me e ela responde:
- Oh e o que me diz da libido lá em cima? Você leva a melhor?
Eu não respondo. É uma cachorra! Frida, ao nos ouvir conta divertida:
- Durante minha gravidez, só digo que o pobre Andrés me evitava. Meu Deus, quão chata me transformei com o tema sexo.
Ouvindo isso de alguma forma é reconfortante. Eu vejo o que acontece comigo aconteceu com as outras e não ficaram loucas. Todos nós rimos quando trouxeram a próxima rodada e Marta, ao ver uma amiga, grita:
- Tatianaaaaaaaaaaaa!
A jovem loira olha para nós e, depois de cumprimentar minha cunhada, nos apresenta. A menina é linda e por um tempo senta conosco para uma conversa. Quando ela sai, minha irmã, que já tomou muita cerveja, olha para mim e diz:
- Cuchu... ou estou muito bêbada ou eu não entendi nada.
Horrorizada, eu percebo que nós falamos tudo em alemão, segurando-a, respondo:
- Oh, Raquel, querida, sinto muito. É o costume.
Rapidamente conto que Tatiana é um bombeiro e minha irmã fica surpresa. Mas se racha de rir quando eu comentei que pedi emprestada a roupa de Bombeiro dela e disse que sempre quando quiser me empresta.
Chega a última noite do ano.
Eu ainda não tenho sexo, mas não porque Poncho não quer, mas sim porque eu continuo uma merda e quem não deseja agora sou eu.
Esta tarde, quando veio a mãe e a irmã de Poncho, ele desaparece. Não diz para onde está indo e isso me deixa com raiva. Estou me tornando rabugenta
É hora de jantar e Poncho ainda não voltou e, quando estamos na cozinha dando os últimos retoques, eu digo:
- Simona, agora nós todos levaremos as coisas para a mesa e eu quero você junto a Norbert sentados nela, ok?
A mulher vem arrastando os pés e observando isso, acrescento:
- Estou avisando, ou se sentam à mesa e jantam com todos ou aqui ninguém janta.
- Ui ui, Simona - zomba Martha. Vai nos deixar sem jantar?
-De modo algum. - explica Sonia. - Simona e Norbert jantarão com todos.
Junto com Martha saem da cozinha rindo com um par de bandejas, e meu pai olha para Simona e diz:
- Vê, Simona, minha filha é muito teimosa.
A mulher sorri e pisca um olho, depois responde:
- Sim, Manuel, já estou conhecendo-a. E vendo que enrugo o nariz para a salada de repolho acrescenta: - Eu vou levar isso para a mesa. Quanto mais longe de você, melhor.
- Obrigada, Simona.
Quando ela sai da cozinha, meu pai aproxima-se e me diz:
-Sente-se, querida. Deixe que eu termine de organizar a bandeja de camarão.
Eu faço o que ele pede. Hoje não é o meu melhor dia, sentando a meu lado, tira o cabelo do meu rosto e acrescenta:
- Por que você não vai para a cama, minha vida? La estará melhor que zanzando por aqui.
Revirando os olhos, respondo:
-Não, pai. É véspera de Ano Novo e quero estar com você.
- Mas, filha, te vejo com o rosto pálido. Eu sorrio e ele me pergunta: - Esta mal, certo?
Assento. É o meu pior dia de longe, e com um sorriso triste ele diz:
- Eu acho que ver e sentir toda essa comida não te ajuda, não é?
Olho para os camarões, milanesa frita, cordeiro grelhado, e presunto de parmai que meu pai trouxe da Espanha, preparado com todo o seu amor, e respondo:
- Oh, papai, como eu gosto de milanesa frita, de cordeiro grelhado e o camarão que você faz, e também as náuseas que me dão agora.
O homem sorri e me dando um beijo carinhoso na bochecha, diz:
- Ate nisso você é igual a sua mãe. Ela também teve nojo de marinada durante a gravidez. Sim, e quando isso aconteceu, eu comia grãos.
A porta da cozinha abre e Poncho entra. O homem desaparecido!
Ao ver-me com o meu pai se acerca, agachando perante mim, diz preocupado:
- Querida, por que você não vai para a cama?
- Isso mesmo que eu estou dizendo a ela, Poncho, mas você sabe como é a minha loirinha. Teimosa!
Ignorando, eu olho meu moreno lindo:
- Onde você estava?
Poncho sorri e responde:
- Recebi uma chamada urgente e tive que lidar com isso.
De repente, ouço um grito. Assustada, eu me levanto quando a porta da cozinha abre amplamente e minha irmã com o rosto totalmente contorcido, exclamou:
- Chuchuuuuuuuuuu, olha quem está aqui!
Vejo Juan Alberto com a pequena Lucia em seus braços, olho para Poncho e sorrio. Essa foi a urgência.
O mexicano cumprimenta meu pai, que lhe dá a mão feliz da vida, e depois se aproximando de mim, me da dois beijos e pergunta:
- Como esta minha linda mamãe?
- Corcunda, mas feliz por ter você aqui - eu digo, feliz por minha irmã.
- Dexter e Graciela enviaram muitos beijos e esperam poder viajar para conhecer o bebê.
Nesse momento, minha sobrinha entra correndo como um vendaval e grita:
- Ei, cara, como é que você está aqui?
O mexicano olha divertido e responde:
- Eu vim para ver pequena dama linda e desafiá-la no Mario Bros.
Luz se joga em seus braços e todos nós rimos. Esta claro que esse mexicano sabe ganhar minha família. Uma vez que Luz corre, ele olha para minha irmã, que o contempla fascinada, e aproximando-se dela da um beijo na boca e todo meloso na frente do meu pai pergunta:
- Como esta a minha rainha?
Sem se preocupar, Rachel o beija de volta e responde:
- Muito feliz em vê-lo.
Muito forte!
O Sorriso de minha irmã é imenso.
Eu olho para o meu pai e vejo que sorri, pisca o olho para mim e eu sei que ele gosta do que vê. Eu fico alucinada com a atrevida da Raquel, quando escuto o que o mexicano diz:
- Deliciosa, me diga.
Minha irmã totalmente liberada põe o dedo na boca e sussurra sem se preocupar na frente de todos:
- Como-te com tomate.
Espantada, pisco.
Ela disse que o come com tomate?
Poncho, divertido, ri. Claramente, Juan Alberto gosta. Meu pai, com minha irmã e comigo, se vê que já esta curado de sustos. Isso é bom!
Quando o barulho para na cozinha, os dois homens da minha vida, olham para mim. Eles voltaram a estar preocupado comigo e, sustentando meu olhar, eu declaro convencida:
- Eu quero estar com vocês essa noite especial e eu não vou perder por nada nesse mundo, ok?
Meia hora depois, estamos todos sentados ao redor da mesa e a felicidade inundou minha casa, apesar de estar me arrastando.
Quão diferente este Natal do ano passado, quando eram apenas Poncho, Miguel, Simona, Norbert e eu. Agora estão aqui toda a minha família, a família de Poncho, Susto, Calamar e Juan Alberto. É maravilhoso!
Quando Sonia oferece lentilhas para minha sobrinha e Miguel, as crianças torcem o nariz. Isso me faz sorrir. Mas eu rio mais quando o meu pai oferece para Miguel gaspacho. O garoto vê e de seus olhos saem faíscas.
Aguento o jantar como posso. Ver muita comida e, principalmente, sentir o cheiro me dá aflição. Mas a felicidade que me da ter todos ao meu lado faz valer a pena para não perdê-la. O cheiro forte me embrulha o estomago, mas como uma campeã, me mantenho à mesa sem comer, enquanto todo mundo fica roxo. O primeiro, meu marido e o Mexicano. Olha, eles gostam de presunto de Parma.
Uma vez que termina o suntuoso jantar, nos sentamos nos sofás para assistir televisão e eu explico a minha família que vamos assistir uma comédia que é tradição na Alemanha.
Quando começa o Dinner for One, todo mundo ri, e minha irmã, que se senta sobre as pernas, sem entender essa estranha tradição, olha para mim e sussurra:
- Oh, Cuchu, que estranho são os alemães!
- Ei, o que isso que você come com tomate?
Rachel ri e maliciosamente, sussurrando:
- Ele gosta que eu diga essa frase. Ele diz que excita como falo.
Espantada, eu sussurro também:
- E você diz que os alemães são estranhos?
Acomodada nos braços do meu amor, assim como o ano anterior, eu rio. Uma vez que acaba o programa, meu pai, Simona e Sonia vão para a cozinha para pegar uns copinhos com uvas e Poncho faz mesmo que fez no ano passado: coloca no canal Internacional e se conecta à Puerta del Sol.
Oh minha Espanha!
Mas, ao contrário do ano anterior, não chorei. Eu tenho na sala de estar minha família e eu estou completamente feliz. Quando o relógio começa a tocar, todos falamos e pedimos silencio total (Isso é uma tradição espanhola). E quando os sinos começam, eu olho para Poncho me observando, e mastigo uva por uva sem desviar o olhar do meu amor. Eu quero que ele seja a última coisa que verei no ano que passou e a primeira do novo ano.
- Feliz ano novo! Grita Miguel e Luz ao terminarem as uvas.
Desta vez, ninguém vem entre nós, e Poncho me abraça, me beija e sussurra perto de minha boca, totalmente apaixonado:
-Feliz Ano Novo, meu amor.
Autor(a): Anna Albuquerque
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 228
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hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58
Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️
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julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38
Pena q acabou;(
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julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23
Amooooo<3 perfeita dmais!!!!
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julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49
Ainnnn<33333
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ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56
Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!
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julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08
A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa
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Postado em 29/03/2016 - 02:47:50
Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...🙌❤❤😍 Posta mais pleace pleace..
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ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23
Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds ♡
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julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31
Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa
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ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22
Cooooontiinuuaa logo <3