Fanfics Brasil - 23 Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada

Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)


Capítulo: 23

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O despertador toca. Olho a hora: sete e meia.


Estico o braço e o desligo. Espreguiço na cama e minha cabeça desperta rapidamente.


Olho à minha direita e vejo que Poncho não está. Minha mente recupera a consciência do


que aconteceu e eu me sento na cama quando ouço uma voz:


— Bom dia.


Olho na direção da porta e ali está ele, vestido. Vejo sua roupa e me surpreendo ao


perceber que o terno e a camisa que ele está usando não são os mesmos da véspera. Ele


se dá conta e responde:


— Tomás me trouxe essa roupa há uma hora.


— E a dor de cabeça? Passou? — pergunto.


— Passou, sim, Any. Obrigado por perguntar.


Respondo com um sorriso triste. Levanto da cama sem ter consciência da minha cara


péssima, toda despenteada, cheia de remela e com o pijama do Taz. Chego perto dele,


fico na ponta dos pés e lhe dou um beijo na bochecha enquanto murmuro um ainda


sonolento “bom dia”.


Vou à cozinha para dar o remédio de Trampo, até que vejo suas coisas em cima da


bancada. Paro de repente e sinto Poncho atrás de mim. Nem me deixa pensar. Me segura


pela cintura e me vira.


— Já para o chuveiro! — ordena.


Quando saio do banheiro e entro no quarto para me vestir, Poncho não está mais ali.


Então me apresso a pegar uma calcinha e um sutiã da gaveta e os coloco. Depois abro o


armário e me visto. Quando já estou vestida e apresentável, vou para a sala e o vejo


lendo o jornal.


— Tem café fresco — diz ao olhar para mim. — Come alguma coisa.


Ele dobra o jornal, se levanta, vem beijar o alto da minha cabeça.


— Hoje você vai me acompanhar a Guadalajara. Tenho que visitar as sucursais de lá.


Não se preocupe com nada. No escritório já estão todos avisados.


Concordo com um gesto, sem ânimo para falar ou contestar. Tomo o café e, quando


deixo a xícara na pia, sinto que Poncho se aproxima por trás, mas desta vez não encosta em


mim.


— Está melhor? — me pergunta.


Faço um gesto afirmativo, sem olhar para ele. Estou com vontade de chorar de novo,


mas respiro fundo e consigo controlar o impulso. Tenho certeza de que Trampo se


aborreceria se eu continuasse me comportando como uma fraca. Com meu melhor


sorriso, me viro, tirando os fios de cabelo que caem sobre meus olhos.


— Quando quiser, podemos ir.


Ele faz que sim. Não me toca.


Não se aproxima de mim mais do que o estritamente necessário. Descemos até a rua


e lá está Tomás, nos esperando com o carro. Entramos e a viagem começa. Durante o


trajeto de uma hora, Poncho e eu folheamos vários papéis. Sou a encarregada de manter


atualizadas as sucursais da Müller, então conheço quase todos os chefes. Poncho me explica


que quer saber em primeira mão absolutamente tudo de cada sucursal: produtividade,


número de funcionários que trabalham nas fábricas e o rendimento de todos eles. Isso


me deixa nervosa. Com a taxa de desemprego tão alta hoje em dia, tenho medo de que


comece a demitir a torto e a direito. Mas em seguida me esclarece que seu objetivo não


é esse, mas sim o contrário: tentar fazer com que seus produtos sejam mais competitivos


e dar início à expansão.


Às dez e meia chegamos a Guadalajara. Não me espanto quando noto que Enrique


Matías não se surpreende ao me ver. Cordial, nos cumprimenta e entramos todos juntos


em sua sala. Poncho e ele conversam sobre produtividade, deficiências da empresa e uma


série de outras coisas. E eu, sentada num discreto segundo plano, tomo nota de tudo. À


uma e meia, quando deixamos a sala, saio feliz ao ver que eles se entenderam.


Recebo um torpedo de Fernando. Respondo que estou bem, mas no íntimo me sinto


culpada. Receber suas mensagens e estar com Poncho faz com que eu me sinta mal. Mas por


quê? Não tenho nada sério com nenhum dos dois.


No caminho de volta a Madri, Poncho sugere que a gente pare e almoce em alguma


cidadezinha. Gosto da ideia e digo que por mim tudo bem. Tomás para em Azuqueca de


Henares e comemos um cordeiro delicioso. Durante o almoço, ele recebe várias


mensagens. Lê todas elas com as sobrancelhas franzidas e não responde. Às quatro da


tarde seguimos viagem e, quando chegamos ao hotel Villa Magna, começo a ficar tensa.


Poncho percebe e segura minha mão.


— Não se preocupe. Só quero trocar de roupa pra passar a tarde contigo. Você tem


algum plano?


Penso rápido e, por fim, digo que sim, que tenho um plano. Mas não lhe dou tempo de


pensar nenhuma bobagem.


— Tenho um compromisso às seis e meia — aviso. — Se você não tiver nada melhor


pra fazer, pode ir comigo. De repente você vai gostar. Aí posso te mostrar meu segundo


emprego.


Minha resposta o surpreende.


— Você tem um segundo emprego?


— Tenho, pode-se chamar assim, apesar de que este ano é o último. Mas não vou te


dizer do que se trata se você não vier comigo.


Ele sorri enquanto desce do carro. Eu o acompanho.


No elevador, o ascensorista nos cumprimenta e nos leva diretamente à cobertura. Ao


entrarmos em seu quarto bonito e espaçoso, Poncho deixa em cima da mesa a pasta com o


notebook e se enfia no quarto que não usamos no dia em que ficamos aqui brincando.


Seu telefone apita. Uma mensagem. Não consigo deixar de olhar o visor do aparelho,


onde leio o nome “Betta”. Quem será? Segundos depois, o celular apita de novo e na tela


aparece escrito “Marta”. Nossa, que homem disputado!


Estou inquieta. Na última vez que estive aqui, ocorreu algo que ainda me deixa


constrangida. Passo a mão pelo lindo sofá marrom-café e contemplo o jardim japonês,


enquanto procuro controlar minha respiração. Se Poncho sair nu do quarto e me chamar para


brincar com ele, não sei se consigo dizer não.


— Quando você quiser, podemos ir — ouço uma voz atrás de mim.


Surpresa, me viro e o vejo de jeans e camiseta vinho. Está gatíssimo. Elegante, como


sempre. E o melhor: está cumprindo direitinho a promessa de não encostar em mim. Mas


sinto uma estranha decepção ao não ser arrastada pelo mar de luxúria a que ele costuma


me levar.


Será que estou ficando louca?


Dez minutos depois, estamos no carro com Tomás a caminho da minha casa.


Assim que entro, sinto saudades de Trampo. Poncho percebe e me beija na cabeça.


— Vamos, são seis horas. Dá uma apressada ou chegaremos tarde.


Seu comentário me desperta.


Entro no quarto. Coloco uma calça jeans, tênis e uma blusa azul. Prendo o cabelo num


rabo alto e saio rapidamente. Sem precisar olhar para ele, sei que está me observando.


Minha temperatura sobe quando estou perto dele. Pego a máquina fotográfica e uma


mochila pequena.


— Vamos — digo.


Guio Tomás em meio ao trânsito de Madri e em poucos minutos estamos diante da


porta de um colégio. Surpreso, Poncho sai do carro e olha ao redor. Não parece haver


ninguém. Sorrio. Pego sua mão com determinação. Entramos no colégio, e Poncho fica ainda


mais desconcertado. É divertido vê-lo assim. Gosto de vê-lo intrigado.


Segundos depois, abro uma porta onde está escrito “Quadra” e uma algazarra imensa


nos engole. Em seguida, dezenas de meninas com idade entre 7 e 12 anos correm na


minha direção, gritando:


— Treinadora! Treinadora!


Poncho me olha, admirado.


— Treinadora?


Sorrio e dou de ombros.


— Sou a treinadora de futebol feminino do colégio da minha sobrinha — respondo


antes que as meninas cheguem.


Poncho abre a boca, surpreso, e logo sorri. Mas já não posso conversar com ele. As


garotas chegaram e agora se penduram nos meus braços e pernas. Brinco com elas até


que suas mães as tiram de cima de mim.


— Quem é esse cara? — ouço minha irmã dizer.


— Um amigo.


— Sei, maninha, sei. Amigo! — murmura e eu abro um sorriso.


As mães das garotas ficam na maior agitação com a presença de Alfonso. É normal. Poncho


exala sensualidade, e eu tenho consciência disso. Dou oi para todo mundo, e agora


minha irmã não para de me pedir para ser apresentada a ele, e eu acabo cedendo. Que


chata! Por fim, de braços dados com ela, vou até onde ele está sentado.


— Raquel, esse é o Alfonso. — Ele se levanta para cumprimentá-la. — Poncho, essa é minha


irmã, e essa fofura ao meu lado é minha sobrinha Luz. — Dão dois beijinhos.


— Por que você é tão alto? — pergunta minha sobrinha.


Poncho olha para ela e responde:


— Porque comi demais quando era pequeno.


Eu e minha irmã sorrimos.


— Por que você fala tão estranho? — Luz volta a perguntar. — Tem algum problema


na boca?


Me preparo para responder, mas então ele se agacha até minha sobrinha e diz:


— É que sou alemão e, apesar de saber falar espanhol, não consigo disfarçar meu


sotaque.


A menina olha para mim, achando graça. Mas eu penso “que droga”, esperando sua


resposta sem conseguir detê-la.


— Que goleada os italianos deram em vocês outro dia, hein? Mandaram a Alemanha


pra casa.


Constrangida, minha irmã puxa a menina. E Poncho se aproxima de mim.


— Não dá pra negar que é sua sobrinha — sussurra em meu ouvido. — É tão direta


quanto você ao dizer as coisas.


Nós dois rimos, e as crianças correm de novo na minha direção. Isso não é um treino,


é uma festa de verão que as mães organizaram para encerrar as aulas. Durante uma


hora e meia eu falo com elas, abraço as meninas para me despedir e tiro milhares de


fotos com elas. Poncho continua sentado na arquibancada e, a julgar por sua expressão,


parece curtir o espetáculo.



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Autor(a): Anna Albuquerque

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 228



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  • hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58

    Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38

    Pena q acabou;(

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23

    Amooooo<3 perfeita dmais!!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49

    Ainnnn<33333

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56

    Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08

    A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa

  • Postado em 29/03/2016 - 02:47:50

    Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...&#128588;&#10084;&#10084;&#128525; Posta mais pleace pleace..

  • ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23

    Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds &#9825;

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31

    Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa

  • ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22

    Cooooontiinuuaa logo <3


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