Fanfics Brasil - 33 Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada

Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)


Capítulo: 33

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— Uau! Um Lotus Elise 1600!


Poncho se surpreende.


— Senhorita Puente, além de entender de futebol, a senhorita também entende de


carros?           


— Meu pai tem uma oficina mecânica em Jerez — respondo orgulhosa.


— Gosta desse carro?


— Mas como não iria gostar? É um Lotus! — respondo. — Você vai me deixar dirigir,


né? — digo, sem me aproximar dele, apesar da vontade que sinto.


Sem sorrir, Poncho me olha... me olha... me olha e, por fim, joga as chaves para o alto e


eu pego.


— Todo seu, pequena.


Quero me atirar no seu pescoço e beijá-lo, mas me controlo. Ao fundo, vejo Amanda


nos olhando com curiosidade e não quero que ela saiba de nada, embora eu tenha


consciência de que ela já está tirando suas próprias conclusões. Que se dane! Sua cara


diz tudo, e dá para sacar que ela está muito... muito irritada.


Poncho e eu atravessamos a porta do hotel e, assim que entramos no carro e eu arranco,


ligo o rádio. A música Kiss, do Prince, está tocando e eu movimento os ombros


empolgada. Poncho olha para mim e, brincando, faz cara de contrariado. Divertindo-me,


sorrio por sua expressão e, antes que ele diga qualquer coisa, coloco meus óculos


escuros.


— Manda ver, menina.


O dia tem tudo para ser maravilhoso. Estou dirigindo um Lotus incrível ao lado de um


homem mais incrível ainda. Quando saímos de Barcelona em direção a Tarragona, me


desvio por uma estradinha. Poncho não olha.


— Não sei se você sabe, mas já passei muitos verões em Barcelona — digo.


— Não. Não sabia.


Sinto a adrenalina no auge enquanto dirijo.


— Vou te levar num lugar onde você vai poder experimentar esta maravilha. Você vai


ver. Vai enlouquecer!


Com sua seriedade habitual, Poncho olha para mim e diz:


— Any... essa estrada não é para um carro como esse.


— Fica quietinho.


— O pneu vai furar, Any.


— Cala a boca, seu estraga-prazeres!


Minha adrenalina vai a mil.


Continuo e vamos passando por várias poças d’água. O carro brilhante se enche de


lama e Poncho me olha. Eu cantarolo e finjo que nem estou reparando. Sigo meu caminho,


mas, de repente, ah, ah...! O carro faz um movimento estranho e sinto que o pneu furou.


A adrenalina, a alegria e o bom humor se apagam em décimos de segundos e penso


num palavrão. Com certeza ele vai dizer que me avisou e terei que concordar e ficar


quieta. Reduzo a velocidade e, quando paro, mordo o lábio e olho para Poncho com cara


séria:


— Acho que o pneu furou.


Ele me encara com uma expressão irritada. Já percebi que Poncho não gosta de


imprevistos. Estamos no meio da estrada, ao meio-dia, com o sol a pino. Sem dizer nada,


sai do carro e bate a porta com força. Eu saio também. Finjo ignorar seu gesto brusco


com a porta. O carro está imundo e cheio de lama. Nada a ver com o lindo e reluzente


carro que comecei a dirigir há apenas quarenta minutos. O pneu furado é bem o da frente


e do lado do motorista. Poncho fecha os olhos e suspira fundo.


— Ok, o pneu furou. Mas tudo bem. Não vamos entrar em pânico. Se o estepe está


onde deve estar, eu troco rapidinho.


Não responde. Mal-humorado, anda até a traseira do carro, abre o porta-malas e vejo


que tira um pneu e as ferramentas necessárias para trocá-lo. Irritado, se aproxima de


mim, solta a roda no chão e me diz com as mãos sujas de graxa:


— Você pode sair da frente?


Suas palavras me deixam furiosa. Não apenas pelo tom, mas pelo que dão a entender.


— Não — respondo sem me mover um centímetro —, não posso sair da frente.


Minha resposta o surpreende.


— Any — diz —, você acabou de estragar um dia lindo. Não o estrague mais ainda.


Ele tem razão. Cismei de entrar por aquele caminho, mas não gosto que ele fale desse


jeito comigo.


— É você quem está estragando o dia lindo com sua falta de educação e sua cara


emburrada — respondo, incapaz de ficar de boca fechada. — Porra! O pneu furou. Só


isso. Não seja tão exagerado.


— Exagerado?!


— Sim, terrivelmente exagerado. E agora, por favor, saia da frente que eu mesma vou


trocar esse pneu sozinha e apagar meu erro terrível e irreparável.


Poncho está suando. Eu também. O sol não nos dá descanso e não trouxemos nem uma


mísera garrafa de água para nos refrescarmos. Vejo a aflição em seu rosto, em seu olhar.


— Tudo bem, espertinha — ele diz, abrindo as mãos. — Agora você vai trocar o pneu


sozinha.


Em seguida começa a andar até uma árvore que está a uns dez metros do carro.


Quando chega à sombra, Poncho senta e me observa.


A fúria me domina por dentro e começa a pinicar meu pescoço. Maldita urticária! Sem


parar para pensar nisso, ponho o macaco por baixo do carro e começo a fazer força para


erguê-lo. O esforço me faz suar mais ainda. Estou ensopada de suor. Meus seios e


minhas costas estão encharcados, minha franja gruda na testa, mas eu continuo


determinada, sem dar o braço a torcer.


Sou forte e autossuficiente!


Após um esforço terrível em que sinto que vou desmaiar, consigo retirar o pneu furado.


Me sujo toda de graxa, mas não há o que fazer. Quando estou prestes a gritar de


frustração, sinto Poncho me agarrando pela cintura.


— Tá bom, você já provou que sabe fazer isso sozinha — diz com voz suave. — Agora,


por favor, fica na sombra e eu termino de pôr a roda.


Quero dizer não. Mas estou com tanto... tanto calor que das duas uma: ou eu fico


debaixo da árvore ou com certeza vou desmaiar.


Dez minutos depois, Poncho liga o carro, dá uma volta e se aproxima de mim de marcha a


ré.


— Vamos... suba.


Irritada, faço o que me pede.


Estou suja, furiosa e morrendo de sede. Ele está igual, mas reconheço que seu humor


está melhor que o meu. Dirige com cuidado pela droga de caminho e pega a autoestrada.


Quando avista um enorme posto de gasolina, para o carro, olha na minha direção e


pergunta:


— Quer beber alguma coisa bem gelada?


— Não... — Ao ver como me olha, acrescento: — Claro que quero beber alguma coisa.


Estou morrendo de sede, você não está vendo?


— Posso saber o que te deu agora?


— O que me deu é que você é um rabugento. É isso que me deu.


— O quê?! — pergunta, surpreso.


— Sério, você acha que, só porque um pneu furou e você sujou sua roupa de graxa, o


dia lindo foi por água abaixo? Por favor! Como é pequeno seu senso de humor e de


aventura... Só podia ser alemão.


Faz menção de responder algo, mas se cala. Respira bufando, sai do carro e entra no


posto de gasolina. Então vejo a meu lado um lava-jato manual e não penso duas vezes.


Arranco com o carro, ponho o veículo em paralelo, enfio três euros na maquininha e a


mangueira da água começa a funcionar. A primeira coisa que faço é molhar minhas mãos


e tirar a graxa toda. E o calor é tão forte que solto o cabelo e, sem me importar com


quem possa estar vendo, coloco a cabeça embaixo do jato de água. Ai, que geladinho!


Uma delícia!


Quando minha cabeça já está refrescada, recupero o bom humor. Poncho sai da loja de


conveniência do posto com duas garrafas grandes de água e uma Coca-Cola, e vem até


mim, surpreso.


— O que você está fazendo?


— Me refrescando e, de quebra, aproveitei para lavar o carro. — E, sem avisar, viro a


mangueira na direção dele e o molho, morrendo de rir.


Sua expressão é impagável.


As pessoas nos olham e eu já começo a me arrepender do que estou fazendo. Meu


Deus, que cara irritada! Essa minha espontaneidade vai me trazer problemas, e estou


vendo que não vai demorar muito. Mas, para minha surpresa, Poncho põe as garrafas de


água e a Coca-Cola no chão.


— Tudo bem, gatinha, você pediu!


Corre na minha direção, me rouba a mangueira e me encharca inteira. Eu grito, rio e


corro em volta do carro enquanto ele se diverte com o que está fazendo. Por alguns


minutos nos molhamos um ao outro, e nossa raiva se desfaz junto com a lama e a


sujeira. As pessoas nos olham achando graça da cena, enquanto nós, como duas


crianças, continuamos nos molhando e caindo na gargalhada.


Quando a água para de repente porque os três euros já acabaram, estou ensopada e


apoiada na porta do carro. Poncho solta a mangueira e se gruda no meu corpo antes de me


beijar. Devora minha boca com verdadeira paixão e me deixa arrepiada.


— Alguém tão imprevisível como você está conseguindo emocionar um alemão


rabugento.


— Jura? — murmuro como uma boba.


Poncho faz que sim e me beija.


— Onde você esteve a minha vida toda?


Grande momento!


Cena de filme! Me sinto a heroína. Sou Julia Roberts em Uma linda mulher. Babi em


Tres metros sobre el cielo . Nunca ninguém me disse algo tão bonito num momento tão


perfeito.


Após um monte de beijos ardentes, decidimos ir embora. Estamos encharcados e


colocamos toalhas nos bancos de couro do carro. Poncho me entrega as chaves do Lotus


outra vez.


— Continuemos a aventura — murmura.


Entre risadas, chegamos a Sitges. Estacionamos o carro, e não me surpreendo quando,


depois de guardar as chaves na minha bolsa, Poncho busca minha mão. E, como um


casalzinho, caminhamos de mãos dadas pelas ruas dessa bonita região.


O calor seca nossas roupas e Poncho me leva a um restaurante maravilhoso onde


almoçamos enquanto observamos o mar. Nossa conversa flui com facilidade, ou, melhor,


a minha conversa flui com facilidade. Não paro de falar e ele sorri. Poucas vezes o vi


assim. Nessa hora, nem ele é meu chefe nem eu sou sua secretária. Somos apenas um


casal que aproveita um momento agradável.


À tarde, por volta das seis, decidimos dar um mergulho. Assim que entramos na água,


Poncho me pega em seus braços e caminha comigo até mais para o fundo, depois me solta e


eu acabo engolindo um pouco de água. Ah, isso não vai ficar assim! Disposta a fazê-lo


pagar pela travessura, coloco uma perna entre as suas e, quando ele menos espera, eu


vou lá e o afundo. Isso o surpreende, e agora preciso fugir dele, mas Poncho me segura de


novo e me afunda no mar.


Passamos um tempinho divertido na água e, quando saímos, nos atiramos sobre


nossas toalhas na areia e nos secamos ao sol em silêncio. A moleza me domina e estou


quase caindo no sono quando Poncho se levanta e me propõe tomar alguma coisa gelada.


Aceito imediatamente. Recolhemos nossas coisas e vamos a um quiosque.


Poncho vai pedir as bebidas enquanto eu me sento numa mesinha e meu telefone toca.


Minha irmã. Fico na dúvida se atendo ou não, mas ao fim decido que não e interrompo a


chamada. O celular toca outra vez e eu acabo cedendo.


— Fala, sua chata.


— Chata? Como chata? Te liguei mil vezes, sua ingrata.


Sorrio. Não me chamou de “maninha”. Está chateada. Minha irmã é uma figura, mas,


como não estou a fim de ficar três horas conversando com ela, pergunto logo:


— O que houve, Raquel?


— Por que você não me liga?


— Estou muito enrolada. O que você quer? — pergunto enquanto observo Poncho pedindo


as bebidas e logo digitando alguma coisa no celular.


— Falar contigo, fofaaaaa.


— Raquel, querida, posso te ligar mais tarde? Agora não estou podendo falar.


Do outro lado da linha, ela suspira.


— Tudo bem, mas me liga mesmo, tá?


— Beijossss.


Encerro a ligação e fecho os olhos. A brisa do mar sopra no meu rosto e eu estou feliz.


O dia está sendo maravilhoso e eu não quero que acabe nunca. O telefone toca outra vez


e, convencida de que é minha irmã, respondo:


— Caramba, mas como você é mala, Raquel. O que te deu?


— Oi, gata, sinto dizer que não sou a mala da Raquel.


Logo percebo que é Fernando, o filho do Bicho. Mudo o tom da voz e solto uma


gargalhada.


— Oi, Fernando, desculpa! Acabei de desligar com a minha irmã e você sabe como ela


é chata...


Escuto sua risada.


— Onde você está? — pergunta.


— Em Sitges, Barcelona.


— Fazendo o quê aí?


— Trabalhando.


— No sábado?


— Nããããão... hoje não. Hoje estou curtindo o sol e a praia.


— Com quem?


A pergunta me pega tão de surpresa que nem sei o que responder.


— Com um pessoal da minha empresa — digo, por fim.


Poncho se aproxima. Deixa em cima da mesa uma Coca com muito gelo e uma cerveja, e


se senta ao meu lado.


— Quando você vem a Jerez? Já estou te esperando.


— Daqui a alguns dias.


— Vai demorar tanto assim?


— Acho que sim.


— Que merda — ele diz.


Incomodada com a forma como Poncho me observa e escuta a conversa, respondo:


— Você aproveite bem aí. Já sabe que não precisa sofrer por mim.


Fernando suspira. Não gostou nem um pouco das minhas palavras, e acrescenta:


— Só vou aproveitar quando você chegar. As férias sem minha conterrânea preferida


não têm a menor graça.


Seu comentário me faz rir. Poncho olha para mim.


— Ah, Fernando, não seja bobo. Você vai ficar bem e, quando eu chegar aí, te dou um


toque e a gente se vê, ok?


Após nos despedirmos, fecho o celular, deixo na mesa e pego a Coca-Cola. Estou


morrendo de sede. Por alguns segundos, Poncho me olha enquanto bebo.


— Quem é Fernando?


Deixo o copo em cima da mesa e tiro o cabelo do rosto.


— Um amigo de Jerez. Queria saber quando vou pra lá.


De repente me dou conta de que estou lhe dando explicações. O que estou fazendo? O


que deu em mim?


— Um amigo... muito amigo? — insiste.


Sorrio ao pensar em Fernando.


— Digamos que só amigo.


O homem maravilhoso que está a meu lado balança a cabeça concordando e olha para


o horizonte.


— Qual é o problema? Você não tem amigas?


— Tenho... e com algumas eu faço sexo. Você faz sexo com Fernando?


Se eu pudesse me ver, veria a cara de idiota que fiz ao ouvir a pergunta de Alfonso.


— Às vezes. Quando estamos a fim.


— É bom com ele?


Essa pergunta tão íntima me parece totalmente fora de lugar.


— É.


— Tão bom quanto comigo?


— É diferente. Você é você, ele é ele.


Poncho crava os olhos em mim e me observa... me observa e me observa.


— Você está certa, Any. Aproveite sua vida e o sexo.


Depois disso, não pergunta mais nada sobre Fernando. Nossa conversa continua, e o


clima bom entre nós também.


Às sete da noite, decidimos voltar a Barcelona. De novo Poncho me dá as chaves do Lotus


e eu dirijo fascinada, curtindo o momento.


Mais tarde, quando chegamos ao hotel, Poncho pede que nos tragam algo para comer no


meu quarto e durante horas transamos de forma selvagem.



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Autor(a): Anna Albuquerque

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 228



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  • hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58

    Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38

    Pena q acabou;(

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23

    Amooooo<3 perfeita dmais!!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49

    Ainnnn<33333

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56

    Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08

    A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa

  • Postado em 29/03/2016 - 02:47:50

    Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...&#128588;&#10084;&#10084;&#128525; Posta mais pleace pleace..

  • ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23

    Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds &#9825;

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31

    Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa

  • ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22

    Cooooontiinuuaa logo <3


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