Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)
— Uau! Um Lotus Elise 1600!
Poncho se surpreende.
— Senhorita Puente, além de entender de futebol, a senhorita também entende de
carros?
— Meu pai tem uma oficina mecânica em Jerez — respondo orgulhosa.
— Gosta desse carro?
— Mas como não iria gostar? É um Lotus! — respondo. — Você vai me deixar dirigir,
né? — digo, sem me aproximar dele, apesar da vontade que sinto.
Sem sorrir, Poncho me olha... me olha... me olha e, por fim, joga as chaves para o alto e
eu pego.
— Todo seu, pequena.
Quero me atirar no seu pescoço e beijá-lo, mas me controlo. Ao fundo, vejo Amanda
nos olhando com curiosidade e não quero que ela saiba de nada, embora eu tenha
consciência de que ela já está tirando suas próprias conclusões. Que se dane! Sua cara
diz tudo, e dá para sacar que ela está muito... muito irritada.
Poncho e eu atravessamos a porta do hotel e, assim que entramos no carro e eu arranco,
ligo o rádio. A música Kiss, do Prince, está tocando e eu movimento os ombros
empolgada. Poncho olha para mim e, brincando, faz cara de contrariado. Divertindo-me,
sorrio por sua expressão e, antes que ele diga qualquer coisa, coloco meus óculos
escuros.
— Manda ver, menina.
O dia tem tudo para ser maravilhoso. Estou dirigindo um Lotus incrível ao lado de um
homem mais incrível ainda. Quando saímos de Barcelona em direção a Tarragona, me
desvio por uma estradinha. Poncho não olha.
— Não sei se você sabe, mas já passei muitos verões em Barcelona — digo.
— Não. Não sabia.
Sinto a adrenalina no auge enquanto dirijo.
— Vou te levar num lugar onde você vai poder experimentar esta maravilha. Você vai
ver. Vai enlouquecer!
Com sua seriedade habitual, Poncho olha para mim e diz:
— Any... essa estrada não é para um carro como esse.
— Fica quietinho.
— O pneu vai furar, Any.
— Cala a boca, seu estraga-prazeres!
Minha adrenalina vai a mil.
Continuo e vamos passando por várias poças d’água. O carro brilhante se enche de
lama e Poncho me olha. Eu cantarolo e finjo que nem estou reparando. Sigo meu caminho,
mas, de repente, ah, ah...! O carro faz um movimento estranho e sinto que o pneu furou.
A adrenalina, a alegria e o bom humor se apagam em décimos de segundos e penso
num palavrão. Com certeza ele vai dizer que me avisou e terei que concordar e ficar
quieta. Reduzo a velocidade e, quando paro, mordo o lábio e olho para Poncho com cara
séria:
— Acho que o pneu furou.
Ele me encara com uma expressão irritada. Já percebi que Poncho não gosta de
imprevistos. Estamos no meio da estrada, ao meio-dia, com o sol a pino. Sem dizer nada,
sai do carro e bate a porta com força. Eu saio também. Finjo ignorar seu gesto brusco
com a porta. O carro está imundo e cheio de lama. Nada a ver com o lindo e reluzente
carro que comecei a dirigir há apenas quarenta minutos. O pneu furado é bem o da frente
e do lado do motorista. Poncho fecha os olhos e suspira fundo.
— Ok, o pneu furou. Mas tudo bem. Não vamos entrar em pânico. Se o estepe está
onde deve estar, eu troco rapidinho.
Não responde. Mal-humorado, anda até a traseira do carro, abre o porta-malas e vejo
que tira um pneu e as ferramentas necessárias para trocá-lo. Irritado, se aproxima de
mim, solta a roda no chão e me diz com as mãos sujas de graxa:
— Você pode sair da frente?
Suas palavras me deixam furiosa. Não apenas pelo tom, mas pelo que dão a entender.
— Não — respondo sem me mover um centímetro —, não posso sair da frente.
Minha resposta o surpreende.
— Any — diz —, você acabou de estragar um dia lindo. Não o estrague mais ainda.
Ele tem razão. Cismei de entrar por aquele caminho, mas não gosto que ele fale desse
jeito comigo.
— É você quem está estragando o dia lindo com sua falta de educação e sua cara
emburrada — respondo, incapaz de ficar de boca fechada. — Porra! O pneu furou. Só
isso. Não seja tão exagerado.
— Exagerado?!
— Sim, terrivelmente exagerado. E agora, por favor, saia da frente que eu mesma vou
trocar esse pneu sozinha e apagar meu erro terrível e irreparável.
Poncho está suando. Eu também. O sol não nos dá descanso e não trouxemos nem uma
mísera garrafa de água para nos refrescarmos. Vejo a aflição em seu rosto, em seu olhar.
— Tudo bem, espertinha — ele diz, abrindo as mãos. — Agora você vai trocar o pneu
sozinha.
Em seguida começa a andar até uma árvore que está a uns dez metros do carro.
Quando chega à sombra, Poncho senta e me observa.
A fúria me domina por dentro e começa a pinicar meu pescoço. Maldita urticária! Sem
parar para pensar nisso, ponho o macaco por baixo do carro e começo a fazer força para
erguê-lo. O esforço me faz suar mais ainda. Estou ensopada de suor. Meus seios e
minhas costas estão encharcados, minha franja gruda na testa, mas eu continuo
determinada, sem dar o braço a torcer.
Sou forte e autossuficiente!
Após um esforço terrível em que sinto que vou desmaiar, consigo retirar o pneu furado.
Me sujo toda de graxa, mas não há o que fazer. Quando estou prestes a gritar de
frustração, sinto Poncho me agarrando pela cintura.
— Tá bom, você já provou que sabe fazer isso sozinha — diz com voz suave. — Agora,
por favor, fica na sombra e eu termino de pôr a roda.
Quero dizer não. Mas estou com tanto... tanto calor que das duas uma: ou eu fico
debaixo da árvore ou com certeza vou desmaiar.
Dez minutos depois, Poncho liga o carro, dá uma volta e se aproxima de mim de marcha a
ré.
— Vamos... suba.
Irritada, faço o que me pede.
Estou suja, furiosa e morrendo de sede. Ele está igual, mas reconheço que seu humor
está melhor que o meu. Dirige com cuidado pela droga de caminho e pega a autoestrada.
Quando avista um enorme posto de gasolina, para o carro, olha na minha direção e
pergunta:
— Quer beber alguma coisa bem gelada?
— Não... — Ao ver como me olha, acrescento: — Claro que quero beber alguma coisa.
Estou morrendo de sede, você não está vendo?
— Posso saber o que te deu agora?
— O que me deu é que você é um rabugento. É isso que me deu.
— O quê?! — pergunta, surpreso.
— Sério, você acha que, só porque um pneu furou e você sujou sua roupa de graxa, o
dia lindo foi por água abaixo? Por favor! Como é pequeno seu senso de humor e de
aventura... Só podia ser alemão.
Faz menção de responder algo, mas se cala. Respira bufando, sai do carro e entra no
posto de gasolina. Então vejo a meu lado um lava-jato manual e não penso duas vezes.
Arranco com o carro, ponho o veículo em paralelo, enfio três euros na maquininha e a
mangueira da água começa a funcionar. A primeira coisa que faço é molhar minhas mãos
e tirar a graxa toda. E o calor é tão forte que solto o cabelo e, sem me importar com
quem possa estar vendo, coloco a cabeça embaixo do jato de água. Ai, que geladinho!
Uma delícia!
Quando minha cabeça já está refrescada, recupero o bom humor. Poncho sai da loja de
conveniência do posto com duas garrafas grandes de água e uma Coca-Cola, e vem até
mim, surpreso.
— O que você está fazendo?
— Me refrescando e, de quebra, aproveitei para lavar o carro. — E, sem avisar, viro a
mangueira na direção dele e o molho, morrendo de rir.
Sua expressão é impagável.
As pessoas nos olham e eu já começo a me arrepender do que estou fazendo. Meu
Deus, que cara irritada! Essa minha espontaneidade vai me trazer problemas, e estou
vendo que não vai demorar muito. Mas, para minha surpresa, Poncho põe as garrafas de
água e a Coca-Cola no chão.
— Tudo bem, gatinha, você pediu!
Corre na minha direção, me rouba a mangueira e me encharca inteira. Eu grito, rio e
corro em volta do carro enquanto ele se diverte com o que está fazendo. Por alguns
minutos nos molhamos um ao outro, e nossa raiva se desfaz junto com a lama e a
sujeira. As pessoas nos olham achando graça da cena, enquanto nós, como duas
crianças, continuamos nos molhando e caindo na gargalhada.
Quando a água para de repente porque os três euros já acabaram, estou ensopada e
apoiada na porta do carro. Poncho solta a mangueira e se gruda no meu corpo antes de me
beijar. Devora minha boca com verdadeira paixão e me deixa arrepiada.
— Alguém tão imprevisível como você está conseguindo emocionar um alemão
rabugento.
— Jura? — murmuro como uma boba.
Poncho faz que sim e me beija.
— Onde você esteve a minha vida toda?
Grande momento!
Cena de filme! Me sinto a heroína. Sou Julia Roberts em Uma linda mulher. Babi em
Tres metros sobre el cielo . Nunca ninguém me disse algo tão bonito num momento tão
perfeito.
Após um monte de beijos ardentes, decidimos ir embora. Estamos encharcados e
colocamos toalhas nos bancos de couro do carro. Poncho me entrega as chaves do Lotus
outra vez.
— Continuemos a aventura — murmura.
Entre risadas, chegamos a Sitges. Estacionamos o carro, e não me surpreendo quando,
depois de guardar as chaves na minha bolsa, Poncho busca minha mão. E, como um
casalzinho, caminhamos de mãos dadas pelas ruas dessa bonita região.
O calor seca nossas roupas e Poncho me leva a um restaurante maravilhoso onde
almoçamos enquanto observamos o mar. Nossa conversa flui com facilidade, ou, melhor,
a minha conversa flui com facilidade. Não paro de falar e ele sorri. Poucas vezes o vi
assim. Nessa hora, nem ele é meu chefe nem eu sou sua secretária. Somos apenas um
casal que aproveita um momento agradável.
À tarde, por volta das seis, decidimos dar um mergulho. Assim que entramos na água,
Poncho me pega em seus braços e caminha comigo até mais para o fundo, depois me solta e
eu acabo engolindo um pouco de água. Ah, isso não vai ficar assim! Disposta a fazê-lo
pagar pela travessura, coloco uma perna entre as suas e, quando ele menos espera, eu
vou lá e o afundo. Isso o surpreende, e agora preciso fugir dele, mas Poncho me segura de
novo e me afunda no mar.
Passamos um tempinho divertido na água e, quando saímos, nos atiramos sobre
nossas toalhas na areia e nos secamos ao sol em silêncio. A moleza me domina e estou
quase caindo no sono quando Poncho se levanta e me propõe tomar alguma coisa gelada.
Aceito imediatamente. Recolhemos nossas coisas e vamos a um quiosque.
Poncho vai pedir as bebidas enquanto eu me sento numa mesinha e meu telefone toca.
Minha irmã. Fico na dúvida se atendo ou não, mas ao fim decido que não e interrompo a
chamada. O celular toca outra vez e eu acabo cedendo.
— Fala, sua chata.
— Chata? Como chata? Te liguei mil vezes, sua ingrata.
Sorrio. Não me chamou de “maninha”. Está chateada. Minha irmã é uma figura, mas,
como não estou a fim de ficar três horas conversando com ela, pergunto logo:
— O que houve, Raquel?
— Por que você não me liga?
— Estou muito enrolada. O que você quer? — pergunto enquanto observo Poncho pedindo
as bebidas e logo digitando alguma coisa no celular.
— Falar contigo, fofaaaaa.
— Raquel, querida, posso te ligar mais tarde? Agora não estou podendo falar.
Do outro lado da linha, ela suspira.
— Tudo bem, mas me liga mesmo, tá?
— Beijossss.
Encerro a ligação e fecho os olhos. A brisa do mar sopra no meu rosto e eu estou feliz.
O dia está sendo maravilhoso e eu não quero que acabe nunca. O telefone toca outra vez
e, convencida de que é minha irmã, respondo:
— Caramba, mas como você é mala, Raquel. O que te deu?
— Oi, gata, sinto dizer que não sou a mala da Raquel.
Logo percebo que é Fernando, o filho do Bicho. Mudo o tom da voz e solto uma
gargalhada.
— Oi, Fernando, desculpa! Acabei de desligar com a minha irmã e você sabe como ela
é chata...
Escuto sua risada.
— Onde você está? — pergunta.
— Em Sitges, Barcelona.
— Fazendo o quê aí?
— Trabalhando.
— No sábado?
— Nããããão... hoje não. Hoje estou curtindo o sol e a praia.
— Com quem?
A pergunta me pega tão de surpresa que nem sei o que responder.
— Com um pessoal da minha empresa — digo, por fim.
Poncho se aproxima. Deixa em cima da mesa uma Coca com muito gelo e uma cerveja, e
se senta ao meu lado.
— Quando você vem a Jerez? Já estou te esperando.
— Daqui a alguns dias.
— Vai demorar tanto assim?
— Acho que sim.
— Que merda — ele diz.
Incomodada com a forma como Poncho me observa e escuta a conversa, respondo:
— Você aproveite bem aí. Já sabe que não precisa sofrer por mim.
Fernando suspira. Não gostou nem um pouco das minhas palavras, e acrescenta:
— Só vou aproveitar quando você chegar. As férias sem minha conterrânea preferida
não têm a menor graça.
Seu comentário me faz rir. Poncho olha para mim.
— Ah, Fernando, não seja bobo. Você vai ficar bem e, quando eu chegar aí, te dou um
toque e a gente se vê, ok?
Após nos despedirmos, fecho o celular, deixo na mesa e pego a Coca-Cola. Estou
morrendo de sede. Por alguns segundos, Poncho me olha enquanto bebo.
— Quem é Fernando?
Deixo o copo em cima da mesa e tiro o cabelo do rosto.
— Um amigo de Jerez. Queria saber quando vou pra lá.
De repente me dou conta de que estou lhe dando explicações. O que estou fazendo? O
que deu em mim?
— Um amigo... muito amigo? — insiste.
Sorrio ao pensar em Fernando.
— Digamos que só amigo.
O homem maravilhoso que está a meu lado balança a cabeça concordando e olha para
o horizonte.
— Qual é o problema? Você não tem amigas?
— Tenho... e com algumas eu faço sexo. Você faz sexo com Fernando?
Se eu pudesse me ver, veria a cara de idiota que fiz ao ouvir a pergunta de Alfonso.
— Às vezes. Quando estamos a fim.
— É bom com ele?
Essa pergunta tão íntima me parece totalmente fora de lugar.
— É.
— Tão bom quanto comigo?
— É diferente. Você é você, ele é ele.
Poncho crava os olhos em mim e me observa... me observa e me observa.
— Você está certa, Any. Aproveite sua vida e o sexo.
Depois disso, não pergunta mais nada sobre Fernando. Nossa conversa continua, e o
clima bom entre nós também.
Às sete da noite, decidimos voltar a Barcelona. De novo Poncho me dá as chaves do Lotus
e eu dirijo fascinada, curtindo o momento.
Mais tarde, quando chegamos ao hotel, Poncho pede que nos tragam algo para comer no
meu quarto e durante horas transamos de forma selvagem.
Autor(a): Anna Albuquerque
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 228
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hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58
Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️
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julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38
Pena q acabou;(
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julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23
Amooooo<3 perfeita dmais!!!!
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julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49
Ainnnn<33333
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ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56
Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!
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julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08
A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa
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Postado em 29/03/2016 - 02:47:50
Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...🙌❤❤😍 Posta mais pleace pleace..
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ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23
Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds ♡
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julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31
Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa
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ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22
Cooooontiinuuaa logo <3