Fanfics Brasil - LIVRO 2 Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada

Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)


Capítulo: LIVRO 2

75 visualizações Denunciar




LIVRO 2


 


Depois de sair do escritório, chego em casa me sentindo como se tivesse levado uma
surra. Olho as caixas embaladas e fico com o coração partido. Tudo foi à merda. Minha
viagem à Alemanha foi cancelada e minha vida, por ora, também. Meto quatro coisas
numa mochila e desapareço antes que Poncho me encontre. Meu telefone toca, e toca, e
toca. É ele, mas me nego a atender. Não quero falar com Poncho.
Disposta a sumir de casa, vou a uma cafeteria e ligo para minha irmã. Preciso falar
com ela. Faço-a prometer que não dirá a ninguém onde estou e marco um encontro
com ela.
Minha irmã vem me socorrer e, depois de me abraçar como sabe que preciso, me
escuta. Conto a ela parte da história, apenas uma parte, senão deixaria ela sem
palavras. Não menciono o assunto do sexo e tal, mas Raquel é Raquel!, e quando as
coisas não lhe batem bem começa com esse negócio de “Tá louca!”, “Você tem um
parafuso a menos!”, “Poncho é um bom partido!” ou “Como pôde fazer isso?”. Afinal me
despeço dela e, apesar de sua insistência, não revelo aonde vou. Eu a conheço,
contará a Poncho assim que ele ligar.
Quando consigo me livrar de minha irmã, ligo para meu pai. Depois de uma conversa
rápida e de fazê-lo entender que daqui a uns dias irei a Jerez e explicarei tudo o que
está acontecendo, pego o carro e vou para Valência. Ali me hospedo num albergue e
durante três dias passeio pela praia, durmo e choro. Não tenho nada melhor para fazer.
Não atendo as ligações de Poncho. Não, não quero.
No quarto dia, um pouco mais relaxada, vou dirigindo a Jerez, onde papai me recebe
de braços abertos e me dá todo seu amor e carinho. Conto que minha relação com Poncho
acabou para sempre, e ele não quer acreditar. Poncho ligou para ele várias vezes,
preocupado — segundo meu pai, esse homem me ama demais para me deixar
escapar. Pobrezinho. Meu pai é um romântico incorrigível.
No dia seguinte, quando me levanto, Poncho já está aqui em casa.
Papai ligou para ele.
Poncho tenta falar comigo, mas não quero ouvir. Fico uma fúria: grito, grito e grito, e
falo tudo o que tenho sufocado antes de lhe bater a porta na cara e me trancar no
quarto. Por fim, ouço que meu pai pede que ele vá embora, e por ora me deixe
respirar. Papai sabe que por enquanto sou incapaz de pensar e que, em vez de
solucionar as coisas, vou complicar ainda mais.
Poncho se aproxima da porta do meu quarto e, com a voz carregada de tensão e raiva,
me diz que está indo, então. Mas que vai embora para a Alemanha. Tem que resolver
uns assuntos lá. Insiste mais uma vez para que eu saia, mas, diante da minha negativa,
finalmente se vai.
Passam dois dias, e minha angústia é constante.
Esquecer Poncho é impossível, ainda mais quando ele me liga toda hora. Não atendo.
Mas, como sou mesmo uma masoquista, escuto várias vezes nossas canções e me
entrego a essa tortura. A parte boa dessa história é que sei que Poncho está muito longe
e, além do mais, tenho minha moto para me distrair e saltar pelos campos enlameados
de Jerez.
Dali a uns dias, me liga Miguel, meu ex-colega na Müller, e me deixa chocada. Poncho
despediu minha ex-chefe. Ouço incrédula. Poncho teve uma tremenda discussão com ela
quando a flagrou falando mal de mim na cafeteria. Resultado: rua. Bem feito, sua
vagabunda!
Sinto muito, isso não deveria me alegrar, mas a malvada que há em mim se delicia:
enfim essa jararaca desgraçada recebeu o que merecia. Como diz muito sabiamente
meu pai, “o tempo bota cada um em seu lugar”, e a essa o tempo pôs onde devia, no
olho da rua.
Nessa tarde minha irmã aparece com José e Luz, e nos surpreendem com a notícia
de que vão ser pais outra vez. Bebê a bordo! Meu pai e eu nos olhamos com
cumplicidade e sorrimos. Minha irmã está feliz, meu cunhado também e Luz está
visivelmente entusiasmada. Vai ter um irmãozinho!
No dia seguinte, é Fernando quem aparece aqui em casa. Damos um longo e
significativo abraço. Pela primeira vez desde que nos conhecemos, há meses que não
nos falamos, e a forma como nos abraçamos diz que, entre nós, aquilo que nunca
existiu, por fim acabou.
Não pergunta por Poncho.
Não faz a menor menção a ele, mas intuo que imagina que nosso caso ou acabou ou
que alguma coisa está acontecendo. À tarde, enquanto minha irmã, Fernando e eu
beliscamos uns tira-gostos no bar da Pachuca, pergunto:
— Fernando, se eu te pedisse um favor, você faria?
— Depende do favor.
Sorrimos, e esclareço, disposta a conseguir meu objetivo:
— Preciso do endereço de duas mulheres.
— Que mulheres?
Tomo um gole de Coca-Cola e respondo:
— Uma se chama Marisa de la Rosa e mora em Huelva. É casada com um cara
chamado Mario Rodríguez, que é cirurgião plástico. É quase tudo que sei. E a outra se
chama Rebeca e foi namorada de Alfonso Herrera por uns dois anos.
— Anahí — protesta minha irmã —, nem pensar!
— Fica quieta, Raquel.
Mas minha irmã começa seu sermão e já não há quem a pare. Depois de discutir
com ela, olho Fernando de novo, que não abriu a boca.
— Pode me conseguir o que te pedi ou não?
— Pra que quer isso? — me responde.
Não estou com vontade de contar o que aconteceu.
— Fernando, não é para nada de mal — explico. — Enfim, se você puder me ajudar,
eu te agradeço.
Durante uns segundos, ele me olha sério, enquanto ao meu lado Raquel continua me
metendo pau. Por fim ele concorda e se afasta. Vejo que fala pelo celular. Isso me
deixa nervosa. Dez minutos depois, vem com um papel e diz:
— Sobre Rebeca só posso te dizer que está na Alemanha; ela não tem uma
residência fixa. E o endereço da outra está aqui. Aliás, tuas amigas se movem num
ambiente de alto nível e estão nos mesmos jogos que Alfonso Herrera.
— Que jogos são esses? — pergunta Raquel.
Fernando e eu nos olhamos. Vou cortar sua língua se der mais um pio!
Nós nos entendemos bem: sabe que se pensar em responder a minha irmã, se verá
comigo. Ele me leva a sério. É um amigo excelente. Finalmente, Fernando se resigna e
diz:
— Nenhuma besteira com elas, certo, Anahí?
Minha irmãzinha faz que não com a cabeça, ofegante. Eu, emocionada, pego o papel
e beijo Fernando no rosto.
— Obrigada. Muito, mas muito obrigada.
Essa noite, quando fico sozinha no meu quarto, a raiva toma conta de mim. Saber
que no dia seguinte, com um pouco de sorte, vou estar cara a cara com Marisa me
deixa nervosa. Essa bruxa desgraçada vai saber quem eu sou.
Acordo às sete da manhã. Chove.
Minha irmã já está de pé e, mal vê que me preparo para viajar, gruda em mim como
um carrapato e não para de fazer perguntas.
Tento escapar dela.
Vou a Huelva fazer uma visitinha a Marisa de la Rosa. Mas Raquel... é muito Raquel!
Por fim, ao perceber que não posso me livrar dela, concordo que me acompanhe.
Mesmo que durante o trajeto eu me arrependa e sinta uns impulsos assassinos de
jogá-la na sarjeta. É tão chata e repetitiva que tira qualquer um do sério.
Ela não sabe o que realmente aconteceu comigo e com Poncho, e não para de delirar
com suas suposições. Se soubesse a verdade, ficaria de queixo caído. Uma
mentalidade como a de minha irmã não entenderia minhas brincadeiras com Poncho.
Pensaria que somos depravados, ou coisas ainda piores.
No dia em que tudo aconteceu, quando contei a Raquel, amenizei um pouco a
realidade. Contei que essas mulheres tinham armado pra cima da gente e por isso
havíamos discutido e terminado. Não pude lhe dizer outra coisa.
Quando chegamos a Huelva, estranhamente não estou nervosa.
Basta o nervosismo da minha irmãzinha.
Ao chegar à rua indicada no papel, estaciono. Observo ao redor e vejo que Marisa
vive muito, mas muito bem. É um bairro de luxo.
— Ainda não sei o que fazemos aqui, fofinha — protesta minha irmã, saindo do
carro.
— Fique aqui, Raquel.
Mas, me ignorando, fecha decidida a porta e responde:
— Nem pensar, benzinho. Aonde você for, eu vou.
Bufo, resmungo.
— Ei, espera aí: por acaso eu preciso de guarda-costas?
Ela se põe ao meu lado.
— Precisa, sim. Não confio em você. Tem a língua solta e pode exagerar na
grosseria.
— Foda-se!
— Tá vendo? Já disse “foda-se!” — repete ela.
Ignoro. Ando em direção à bonita portaria. Toco o interfone e, quando uma voz de
mulher responde, digo na bucha:
— Carteiro.
A porta se abre, e minha irmã, os olhos deste tamanho, me olha.
— Ai, ai, ai, Anahí! Acho que você vai fazer uma besteira. Calma, querida, por favor.
Calma, que te conheço, tá certo?
Rio e murmuro, enquanto esperamos o elevador:
— Quem fez besteira foi ela quando me subestimou.
— Ai, ai, ai, fofinha!
— Veja bem — sussurro, mal-humorada —, a partir deste momento, quero você de
boca fechada. Este é um assunto entre mim e essa mulher. Entendido?
O elevador chega. Entramos. No quinto andar, procuro a porta D e toco a
campanhia. Instantes depois, uma mulher de uniforme nos atende.
— O que deseja? — pergunta a jovem.
— Bom dia! — respondo com o melhor dos meus sorrisos. — Gostaria de ver a
senhora Marisa de la Rosa. Ela está em casa?
— Da parte de quem?
— Diga que sou Vanesa Arjona, de Cádiz.
A moça desaparece.
— Vanesa Arjona? — cochicha minha irmã. — Que negócio é esse de Vanesa?
Rapidamente, com um gesto seco, ordeno que se cale.
Dois segundos mais tarde, Marisa aparece diante de nós, lindíssima com um
conjunto branco-gelo. Ao me ver, sua cara de susto diz tudo. E antes que ela possa
fazer ou dizer qualquer coisa, impeço que ela feche a porta, enquanto disparo:
— Olá, sua vadia!
— Fofiiiiiinnnhhhhaaa! — protesta minha irmã.
Marisa treme toda. Olho minha irmã para que fique em silêncio.
— Só quero que saiba que sei onde você mora — sussurro. — Que tal? — Marisa
está pálida, mas continuo implacável: — Seu jogo sujo complicou minha vida, mas, pode
crer, se eu quiser, posso ser muito pior que você ou suas amigas.
— Eu... eu não sabia que...
— Feche o bico, Marisa! — rosno entre dentes. — Tanto faz o que você me disser.
Você é uma desgraçada de uma bruxa: me manipulou de uma maneira vergonhosa. E
quanto à tua amiguinha Betta, como tenho certeza que mantêm contato, diga pra ela
que o dia em que cruzar comigo vai saber com quem se meteu.
Marisa treme. Olha para o interior da casa, e sei que teme o que eu possa dizer.
— Por favor — suplica —, meus sogros estão aí e...
— Seus sogros? Sensacional! Me apresente pra eles. Será um prazer conhecê-los e
contar umas coisas sobre a santinha da sua nora.
Descontrolada, Marisa nega com a cabeça. Está com medo. Sinto pena dela. Ela é
uma bruxa, sim, mas eu não sou. Por fim resolvo dar por terminada minha visita.
— Se você se meter a besta comigo de novo, sua bela e confortável vida com seus
sogros e seu famoso maridinho vai se acabar. Porque eu mesma vou me encarregar de
que seja assim, entendeu?
Concorda, branca como cera. Não me esperava aqui e menos ainda desaforada
assim. Quando já disse tudo o que tinha para dizer e me viro para ir embora, minha
irmã vem e pergunta:
— É esta a piranha que você procurava?
Faço um gesto afirmativo. Raquel, como sempre, me surpreende:
— Se você se meter de novo com minha irmã ou o namorado dela, te juro pelo que
há de mais sagrado que quem volta aqui com a faca de presunto do meu pai sou eu e
te arranco os olhos, sua mocreia de merda!
Marisa, depois da cascata de palavras de minha querida Raquel, bate a porta na
nossa cara. Ainda de boca aberta, olho minha irmã e murmuro em tom alegre, a
caminho do elevador:
— Ainda bem que a grossa e desbocada da família sou eu. Tá rindo do quê? Não te
disse pra ficar caladinha?
— Olha, fofinha, quando se metem com minha família ou a prejudicam, eu viro bicho
e armo o maior barraco.
Rindo, voltamos para o carro e regressamos a Jerez. Quando chegamos, meu pai e meu cunhado nos perguntam sobre nossa viagem.
Nós duas nos olhamos e rimos. Não dizemos nada. Essa viagem foi uma coisa nossa, só nossa.


 


 




 


leticiagrufino: Até a madrugada de hoje pra manhã hahahaha


 


VOLTO MAIS TARDE!!!



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Anna Albuquerque

Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

É 17 de dezembro. As festas de fim de ano se aproximam e os amigos da vida inteira,que vivem fora de Jerez, vão chegando. Se o mundo acabar no dia 21, como dizem osmaias, pelo menos teremos nos visto uma última vez.Como todos os anos, nos reunimos na grande festa que Fernando organiza na casade campo de seu pai e passamos superbem. Risadas, danças ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 228



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58

    Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38

    Pena q acabou;(

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23

    Amooooo<3 perfeita dmais!!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49

    Ainnnn<33333

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56

    Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08

    A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa

  • Postado em 29/03/2016 - 02:47:50

    Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...&#128588;&#10084;&#10084;&#128525; Posta mais pleace pleace..

  • ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23

    Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds &#9825;

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31

    Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa

  • ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22

    Cooooontiinuuaa logo <3


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais