Fanfics Brasil - 93 Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada

Fanfic: Peça-me o que quiser (AyA) Adaptada | Tema: AyA (Hot)


Capítulo: 93

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É 17 de dezembro. As festas de fim de ano se aproximam e os amigos da vida inteira,
que vivem fora de Jerez, vão chegando. Se o mundo acabar no dia 21, como dizem os
maias, pelo menos teremos nos visto uma última vez.
Como todos os anos, nos reunimos na grande festa que Fernando organiza na casa
de campo de seu pai e passamos superbem. Risadas, danças, piadas e,
principalmente, ótimo ambiente. Durante a festa, Fernando não me faz a menor
insinuação. Fico agradecida. Não estou para insinuações.
Num momento da farra, Fernando se senta perto de mim e falamos com franqueza.
Por suas palavras, deduzo que sabe muito sobre minha relação com Poncho.
— Fernando, eu...
Ele bota um dedo em minha boca para me calar.
— Hoje quem vai escutar é você. Te falei que não gostava desse cara.
— Eu sei...
— Nós dois sabemos por que ele não serve para você.
— Sei...
— Mas, gostando ou não, sei a realidade. E essa realidade é que você está caidinha
por ele, e ele por você. — Eu o olho espantada. — Poncho é um homem poderoso que
pode ter a mulher que quiser, mas demonstrou que sente algo muito forte por você, e
sei disso por sua insistência.
— Insistência?
— Me ligou mil vezes, desesperado, no dia em que você desapareceu de seu
escritório. E quando digo “desesperado”, é desesperado.
— Te ligou?
— Sim, todos os dias, várias vezes. E mesmo sabendo que não vou com a cara
dele, o sujeito se arriscou, engoliu o orgulho, só pra me pedir ajuda. Não sei como
conseguiu meu celular, mas o certo é que ligou pra me suplicar que te encontrasse.
Estava preocupado com você.
Meu coração se descontrola. Pensar em meu Iceman enlouquecido por minha
ausência me deixa boba. Boba demais.
— Me disse que tinha se comportado como um idiota — continua Fernando — e que
você tinha ido embora. Te localizei em Valência, mas não contei nada pra ele, nem
tentei entrar em contato com você. Imaginei que você precisava pensar, não é?
— Sim.
Paralisada pelo que está me dizendo, olho para ele.
— Já tomou uma decisão? — pergunta.
— Sim.
— Dá pra saber qual?
Tomo um gole da minha bebida, afasto o cabelo do rosto e, com toda a dor de meu
coração, sussurro num fio de voz:
— O que havia entre mim e Poncho acabou.
Fernando concorda, olha para uns amigos e murmura, depois de um suspiro:
— Acho que você está enganada, conterrânea.
— Como?
— Você ouviu.
— Ouvi, sim, mas você tá maluco?
Meu amigo, o maluco, sorri e toma um gole de sua bebida.
— Ah, se teus olhos brilhassem por mim como brilham por ele! — exclama
finalmente. — Ah, se você tivesse ficado tão louca por mim como sei que está por ele!
Ah, se eu não soubesse que esse ricaço está tão louco por você que é capaz de me
ligar pra que eu te procure e te encontre, mesmo sabendo que numa hora dessas eu
posso botar você contra ele.
Fecho os olhos, com mais força ainda, quando Fernando começa a falar de novo.
— Para ele, tua segurança, te encontrar e saber que você está bem, foi essencial, o
mais importante, e isso me faz ver que tipo de homem é Poncho e o quanto está
apaixonado por você. — Abro os olhos e ouço com atenção. — Sei que estou
acabando com minhas chances ao te confessar isso, mas, se o que há entre você e
esse convencido é tão verdadeiro como ambos me dão a entender, por que terminar?
— Está me dizendo pra voltar pra ele?
Fernando sorri, afasta uma mecha de cabelo do meu rosto e murmura:
— Você é boa, generosa, uma mulher excelente, e sempre te achei esperta o
bastante pra não se deixar enganar por qualquer um ou fazer alguma coisa de que não
gosta. Além disso, gosto de você como amiga, e se você se apaixonou por esse cara,
deve ter seus motivos, não? Olha, andaluza, se é feliz com Poncho, pense no que quer, no
que deseja, e se teu coração te pede pra ficar com ele, não negue isso ou vai se
arrepender, não é mesmo?
Suas palavras tocam meu coração, mas antes que eu comece a chorar como uma
imbecil e as cataratas do Niágara brotem dos meus olhos, sorrio. Está tocando o Waka
waka, de Shakira.
— Não quero pensar. Vem, vamos dançar — proponho.
Fernando também sorri, me pega pela mão, me leva para o centro da pista e juntos
dançamos enquanto, aos gritos, cantamos com nossos amigos:
Tsamina mina, eh eh, waka waka, eh eh
Tsamina mina, zangaléwa, anawa ah ah
Tsamina mina, eh eh, waka waka, eh eh
Tsamina mina, zangaléwa, porque esto es África.
Horas depois, a animação continua, e falo com Sergio e Elena, os donos do pub da
moda de Jerez. Em outros anos, nas festas de fim de ano, trabalhei de garçonete para
eles e me convidam para trabalhar de novo. Topo, com prazer. Agora que estou
desempregada, qualquer grana que pinte cai superbem.
De madrugada, quando chego em casa, estou cansada, meio bêbada e satisfeita.
Como todo ano, me inscrevo para participar na corrida beneficente de motocross
que arrecada fundos para comprar brinquedos para as crianças carentes de Cádiz. A
corrida será no dia 22 de dezembro em Puerto de Santa María. Meu pai, o Bichão e o
Lucena adoram. Eles sempre se divertem tanto ou mais que eu com esses eventos.
No dia 20 de dezembro, pela manhã, meu telefone toca pela décima oitava vez.
Estou morta. Trabalhar no pub é divertido mas exaustivo. Ao pegar o celular e ver que
se trata de Frida, ressuscito e atendo rapidamente.
— Oi, Any! Feliz Natal. Tudo bem?
— Feliz Natal. Estou bem, e você?
— Bem, amiga, bem.
Sua voz é tensa, e me assusto.
— O que foi, Frida? Aconteceu alguma coisa? Poncho está bem?
Depois de um silêncio incômodo, Frida se decide.
— É verdade o que ouvi sobre Betta?
— Não — respondo, e respiro fundo lembrando. — Foi tudo armação dela.
— Eu sabia — murmura.
— Tanto faz, Frida. Não importa mais.
— Como não importa?! Eu me importo. Me conte agora mesmo sua versão.
Sem demora, conto a ela o que aconteceu tim-tim por tim-tim. Quando acabo, ela
responde:
— Nunca gostei dessa Marisa. É uma bruxa, e Poncho parece um principiante. Homens!
Sabe que Marisa é amiga de Betta? Ela que apresentou os dois.
— Ela os apresentou?
— Sim. Betta é de Huelva, como Marisa. Quando começou sua relação com Poncho, foi
pra Alemanha morar com ele, até que deu no que deu e a perdi de vista. Mas essa
Marisa é uma filha da mãe, merece uma lição.
— Calma. Já fiz uma visita a essa bruxa e deixei bem claro que comigo não se
brinca.
— Não me diga!
— É isso aí. Avisei que eu também sei jogar sujo.
Frida cai na risada, e eu com ela.
— Como Poncho está? — pergunto sem poder evitar.
— Mal — ela responde, eu suspiro. — Ontem à noite jantei com ele na Alemanha e,
como não te vi, perguntei por você. Foi assim que fiquei sabendo do que aconteceu.
Fiquei furiosa e disse poucas e boas pra ele.
Acho graça de ouvi-la falar assim e insisto, enquanto me espreguiço:
— Mas... ele está bem?
— Não, não está bem, Anahí, e não me refiro a sua doença, mas a ele como
pessoa. Por isso te liguei logo que cheguei aqui na Espanha. Você deve dar um jeito
nisso. Deve ligar pra ele. Poncho morre de saudades de você.
— Ele me tirou da vida dele, agora que aguente as consequências.
— Sei. Ele também me disse isso. É um cabeça-dura, mas um cabeça-dura que te
ama. Não tenha dúvidas.
Ouvir uma coisa dessas faz com que, inconscientemente, esvoacem não borboletas
no meu estômago, mas avestruzes. Sou a rainha das masoquistas. Gosto de saber que
Poncho ainda me ama e tem saudades, embora eu mesma me esforce para não acreditar.
— Te liguei porque neste fim de semana vamos à ceia de Natal nos meus sogros,
em Conil, e depois estaremos em nossa casa de Zahara, sossegados. Passaremos o
Ano-Novo na Alemanha com minha família. Claro que Poncho vai vir ficar com a gente em
Zahara. Não quer aparecer?
Esse é um plano maravilhoso. Em outro momento teria parecido perfeito. Mas
respondo:
— Não, obrigada. Não posso. Estou enrolada com minha família e além do mais,
nesses dias, trabalho à noite e...
— Então trabalha à noite?
— Sim.
— Mas no quê?
— Sou garçonete num pub e...
— Como assim, Anahí!? Garçonete?! Poncho não vai achar graça, não. Eu o conheço,
não vai gostar nem um pouquinho.
— Que Poncho goste ou não já não é problema meu — esclareço sem querer entrar em
detalhes. — Além disso, no sábado tenho uma corrida em Cádiz e...
— Tem uma corrida?
— Hum-hum.
— De quê?
— De motocross.
— Então você corre de motocross?
— Sim.
— Motocross! — grita, surpresa. — Any, não posso perder essa. Você é minha
heroína. Que coisas mais bacanas você faz! Se por acaso eu tiver uma filha, quero que
ela seja como você quando crescer.
Ao perceber sua surpresa, rio e digo:
— É uma corrida beneficente, sabe, pra arrecadar fundos pra comprar brinquedos e
distribuir pras crianças de famílias pobres.
— Ah, estaremos lá! Onde você disse que é?
— Em Puerto de Santa María.
— A que horas?
— Começa às onze da manhã. Mas olha, Frida... Não diga nada pro Poncho. Ele não
gosta nem um pouco dessas corridas. Fica agoniado porque lembra do que aconteceu
com a irmã.
— Não dizer ao Poncho? — zomba sem querer me ouvir. — É a primeira coisa que vou
fazer quando estiver com ele... Se ele não quiser ir, que não vá, mas é claro que eu vou
te ver.
— Eu não quero ver o Poncho, Frida. Estou muito chateada com ele.
— Para com isso, pelo amor de Deus! Agora vai ser mais idiota que ele?! Olha, se
amanhã o mundo acaba como dizem os maias, e você nunca mais vê o Poncho... Já
pensou?
O comentário me faz rir, embora reconheça que pensei nessa possibilidade.
— Frida, o mundo não vai acabar. E quanto ao Poncho, uma pessoa que desconfia de
mim e que se enfurece comigo sem deixar que eu me explique não é o que quero na
minha vida. Além disso, já estou cheia dele. É um babaca.
— Minha nossa! Realmente você é pior que ele. Vem cá, vocês são tão idiotas que
não veem que foram feitos um pro outro? Bom, enfim... não quer deixar de lado esse
teu orgulho desgraçado e dar a vocês a chance que merecem? Ele é um cabeça-dura?
Com certeza! Você é uma cabeçuda? Com certeza! Mas, pelo amor de Deus, Anahí,
você tem que falar! Lembra que ia se mudar logo pra Alemanha? Já esqueceu? — E
sem me dar tempo de dizer mais nada, afirma: — Bom, deixa comigo. Até sábado, Any.
E, com uma estranha dor no estômago pelo que ouvi, me despeço.



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Autor(a): Anna Albuquerque

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A sexta-feira passa — e o mundo não acaba! Os maias não acertaram.No sábado, acordo muito cedo. Estou exausta por causa do meu trabalho degarçonete, mas é a vida. Olho pela janela.Não está chovendo!Beleza!Saber que Poncho está a poucos quilômetros de mim e que há a possibilidade de nosvermos me deixa ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 228



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  • hortensia Postado em 19/04/2020 - 08:10:58

    Fanfic simplesmente maravilhosa, sou louca por essa história, simplesmente perfeita.. ❤️❤️

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:38

    Pena q acabou;(

  • julia_loveponny_aya Postado em 20/04/2016 - 01:20:23

    Amooooo<3 perfeita dmais!!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/04/2016 - 10:26:49

    Ainnnn<33333

  • ponnyyvida Postado em 01/04/2016 - 00:55:56

    Como assim penúltimo ????!!!!! Aí Meu Deus !!!! Não quero q acabe !!!!

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/03/2016 - 19:07:08

    A ponte dos cadeados, o nascimento do baby,..*-*<333 e a mel é um amrrr!! Continuuuuuuaaaaaaaa

  • Postado em 29/03/2016 - 02:47:50

    Meuuuuuu Deuuuuuuus que coisa liiiinda. Enlouquecendo aqui...&#128588;&#10084;&#10084;&#128525; Posta mais pleace pleace..

  • ponnydelirio Postado em 17/03/2016 - 01:46:23

    Coooontiiiiinuuuuuaa Logooo plmds &#9825;

  • julia_loveponny_aya Postado em 01/03/2016 - 01:36:31

    Tadinha ela tá pirando kkkkkk o poncho chamando ela de poodle tbm OAJSAKKAKA morta!!! Continuuuaaaaa

  • ponnydelirio Postado em 21/02/2016 - 02:24:22

    Cooooontiinuuaa logo <3


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