Fanfic: Todo cambió | Tema: A Feia Mais Bela

Assim que Otto termina de falar ele afasta o corpo da porta e caminha diretamente para o nosso quarto. Assim posso fechá-la sem nenhum empecilho. Ao fechar apoio as minhas costas na porta e fico ali por um tempo de olhos fechado enquanto respiro profundamente.

Maria: Não vai ate der o telefone, mi vida? – Ela diz apontando com a cabeça para a minha mão. Meu Deus! Havia esquecido de Jaime no telefone. E o pior. Ele presenciou toda a discussão. Minha mãe continua: Vou sair para que vozes conversem a vontade.Minha mãe caminha até a porta. E eu desvio da mesma, deixando seu corpo passar por mim. Ela sorri brevemente enquanto se retira do ambiente e assim fecha a porta. Acredito que tenha ido até a cozinha.

Angelica: James?... – Digo em tom de pergunta, não sabia se realmente ele ainda estava ali. Mas ele logo responde.

Jaime: Só um minuto princesa. – Fico aguardando, mas depois de um tempo ouço-o aos berros com a sua esposa: Heidi, eu vou pro meu antigo apartamento. E se é o que você pensa, pra mim tanto faz.Ouço uns barulhos estranho e não demora muito ouço o motor de sua moto "roncar". Ele então volta sua atenção pra mim.

Jaime: Posso te ligar em dois minutos? – Fico meio sem entender mas confirmo. A final não seria muito prudente pilotar a moto e falar ao telefone ao mesmo tempo. Então desligamos.

Creio ter passado por volta de uns 20 minutos até que ele me retornasse. E prontamente o atendo, estava preocupada e curiosa, queria saber o que havia acontecido na sua casa.

Angelica: James? – Digo curiosa.

Jaime: Oi Angie. Desculpa por aquela hora. E desculpa também por ter te causado uma discussão com o seu marido. – Ele fala em um tom triste.

Angelica: Está tudo bem, James. Mas me conta o que aconteceu por aí. Não entendi nada. – Fico aguardando suas resposta, ele fica em silêncio por um tempo.

Jaime: Preciso te ver. Saí de casa, discuti com Heidi e não quero voltar pra lá. Estou no meu antigo apartamento. Vou ficar por aqui agora.

Angelica: Mas porquê discutiram, James? – Continuo curiosa. E faço várias perguntas até liquidar toda minha curiosidade.

Jaime: Por sua causa. Hoje cedo, eu disse pra ela que não estou bem no nosso casamento, que não estou feliz. Ela por sua vez, fez todo aquele drama que é típico dela. Ela sabe que eu não a amo. Mas mesmo assim insiste em ficar comigo. Então eu disse pra ela que te amo. Pra que ela entenda que eu só quero uma mulher na minha vida. Que é você.

É inevitável não sorrir boba ouvindo ele dizer essas coisas. E eu o faço.

Angelica: E por quanto tempo você vai ficar aí no seu antigo apartamento?

Jaime: Tempo o suficiente para que os papeis do divórcio chegue até ela. – Novamente sorrio boba. Não sabia que ele iria se divorciar, pelo visto ele estava falando sério quando disse que me queria na sua vida.

Angelica: Você não me disse que iria se divorciar. – Deixo a frase subentendida no ar. Queria que ele me falasse mais sobre isso.

Jaime: É então, é que estou pensando seriamente em entregar toda minha vida nas mãos de uma pessoa aí. – Ele cai no riso ao terminar de falar. Faço o mesmo. Ele continua: Você pode vir aqui, agora? – Já estava muito tarde. Não podia sair assim, e tinha a minha mãe também.

Angelica: Não posso sai hoje, James... Minha mãe está aqui e... – Sou cortada pela minha mãe na porta do quarto. Viro meu corpo para olhá-la, ela sorria. Peço para que Jaime aguarde.

Maria: Se o problema for eu, não se preocupe. – Ela sorri terno. Continua: Vai filha, vai resolver sua vida.Volto ao telefone. A fim de respondê-lo. Jaime esperava em silêncio e antes que eu falasse algo ele volta a perguntar.

Jaime: E aí... Você vêm? – Fico pensando por um tempo antes de responder.

Angelica: Mas eu nem sei aonde é esse seu antigo apartamento. – Deixo a frase subentendida e ele pega a dica no ar.

Jaime: Te pego daqui a 20 minutos em frente ao Teatro Municipal. – Ele disse em tom alegre, o que me fez sorrir boba. Minha me observava e sorria comigo. Ela sabia que eu estava feliz por falar com ele. Ela podia ver isso nos meus olhos. Logo Jaime e eu encerramos a ligação.

Maria: Ele te faz feliz, posso ver isso nos seus olhos. Se dê a chance de ser feliz filha, pense em você. – Ela sorri terno pra mim, enquanto se aproxima. Ela acaricia meus cabelos olhando nos meus olhos.

Angelica: Mas e o Otto? Mami ele vai saber que saí e... – Ela me corta.

Maria: Já disse... Pense na sua felicidade. Pode ir tranquila. Otto não vai voltar a te procurar hoje. – Ela está certa. Tenho que pensar em mim.Tenho que ser feliz, Otto é uma pessoa maravilhosa, mas não é quem eu quero ao meu lado para o resto da vida.

Angelica: Mamiii, já estou atrasada. James disse 20 minutos. E já se passaram 10 minutos.  – Digo enquanto corro para me olhar no espelho. Minha mãe me observava atenta, sorrindo o tempo todo: Não estou tão ruim assim, né? – Digo enquanto retoco minha maquiagem, que a essa hora estava toda borrada por conta de eu ter chorado.

Maria: Você está linda, mi vida. – Ela ria do meu desespero para sair logo.

Angelica: Mami... Fui! – Digo enquanto caminho até a porta, abrindo-a. Mando um breve beijo pelo ar enquanto me retiro daquele ambiente. Ela retribui sorrindo.

Ando devagar pelo corredor, sabia que Otto está acordado não queria chamar sua atenção e nem que ele soubesse que eu iria sair à essa hora. Amanhã irei explicar tudo pra ele, mas hoje sei que iríamos brigar outra vez. Me aproximo das escada e desço por elas, em passos apressados. Quando chego ao último degrau da escada dou de cara com Otto.

Otto: Vai sair?... Denovo? – Ele diz me olhando dos pés a cabeça.

Angelica: Amanhã conversamos. – Digo enquanto sigo caminho até a porta principal. Antes que eu chegue até a porta Otto me segura pelo braço me puxa pra perto dele.

Otto: Você vai ver ele não é? – Ele diz desapontado,  enquanto me olha firme nos olhos.

Angelica: Me solta Otto. Amanhã conversamos. Já disse. Você esta machucando meu braço. – Digo enquanto tento desvencilhar meu braço da sua mão,  puxando-o para frente.

Otto: Desculpa. Eu não quis te machucar. Só queria que me contasse o que está havendo. Mas amanhã conversamos. – Ele por fim solta meu braço e sobe a escada apressado. Sem olhar pra trás. Fico mais confusa ainda com as suas palavras.

Fico por um tempo parada no saguão principal pensando nas suas últimas palavras. Então retorno o caminho percorrido e vou direto para o nosso quarto. Ele estava lá,  sentado na poltrona, com o corpo largado, com a cabeça totalmente virada para cima, e suas mãos tampando seus olhos. Quando ele percebe que eu entrei no quarto ele volta sua atenção para mim.

Otto: O que houve? – Ele diz enquanto seca as lágrimas que percorrem a extensão de seu rosto. Otto não era de chorar, acho que as únicas vezes que ele chorou na minha presença foi no nosso casamento e quando nossos filhos nasceram.

Angelica: Posso dormir aqui com você? – Ele abre um sorriso enorme. Se levanta e caminha até mim.Otto: Aqui é o seu lugar... – Ele me abraça apertado. Não queria fazê-lo sofrer. Ele não merecia isso, Otto é meu marido e é com ele que eu tenho que ficar. Jaime... Bom, Jaime é apenas uma ilusão que eu tenho que esquecer.

Sorrio para Otto. E em seguida caminho até o closet, a fim de trocar minha roupa. Pego então uma camisola vermelha, me troco e retorno em direção a minha cama. Otto já estava deitado a minha espera. Então caminho até o lado direito da cama, levanto o edredom e deslizo meu corpo para de baixo do mesmo. Decido esquecer Jaime, se nossa história não deu certo quando éramos solteiros e livres para fazermos o que quiser, também não daria certo agora. Balanço a cabeça negativamente para afastar esses pensamentos de mim.

Otto: Odeio brigar com você meu amor. Me desculpa por aquela hora. Mas você sabe que você é a minha princesa, e não vou deixar outro cara te chamar assim.  – Ele bufa, fazendo uma careta engraçada.

Angelica: Também não gosto de brigar com você. E Jaime me chamou daquele jeito, porque é bobo. E não vamos ficar falando disso, né? – Mudo rapidamente se assunto. Não queria mais falar de Jaime, queria esquecê-lo.

Otto: Não meu amor. Não vamos ficar falando disso. – Ele vira seu rosto pra mim e diz em seguida: Te quiero, mi amor.Angelica: Te quiero más.  – Sorrimos um para o outro e assim deixo que Otto me abrace. Ele envolve suas mãos junto a minha cintura e dá vários beijinhos na altura da minha nuca. Contraio os ombros com seus movimentos.

Queria esquecer Jaime, mas era praticamente impossível. A cada toque que Otto me dava, eu acabava comparando com o seu. Jaime me tocava como ninguém fazia. Ele sabia exatamente o que eu queria e o que eu precisava.

Acordo de meus pensamentos quando ouço meu celular tocar em notificação de mensagem. Pego de cima do criado mudo e olho na tela. Era Jaime. Mas não olho a mensagem. Devolvo o celular no criado mudo. Logo pegamos no sono. Otto e eu dormimos abraçados, sempre dormiamos assim. Eu gostava, me sentia protegida.

Acordo no meio da madrugada, aliás tenho esse péssimo costume. Sempre acordo de madrugada. Otto não estava na cama. Decido me levantar e procurar Otto pela casa. Ao descer as escadas percebo que ele está no escritório. Estava ao telefone então fico atrás da porta que estava entreaberta, penso em chamá-lo mas desisto quando ouço melhor a conversa.

Otto: Tudo bem meu anjo. A gente vai se ver esse final de semana com certeza. – Ele diz pra outra pessoa na linha. Apenas fico escutando. Logo Otto vira seu corpo e me vê parada na porta. Assim que me vê ele desconversa no telefone e logo desliga.

Otto: O que está fazendo acordada à essa hora? – Ele caminha até mim e tenta me abraçar, mas me desvio antes que o faça.

Angelica: Com quem você estava falando? – Não gosto de bancar a esposa ciumenta, mas também não sou idiota. E tenho certeza que ele não falava com ninguém do escritório. Pelo menos não com um homem.

Otto: Com o Juan dó escritório amor. Ei! Relaxa. – Ele volta a tentar me abraçar, mas novamente desvio dele.

Angelica: Por favor né Otto? Não sou idiota! Vai me dizer que agora você chama seus "amigos" de anjo?.. – Digo a palavra amigo dando ênfase e gesticulando aspas com as mãos.

Otto: Amor, não era nada demais. Esquece isso vai? – Ele tenta então me beijar. Viro as costas e subo correndo pro meu quarto.

Otto sobe atrás de mim, mas tranco a porta do quarto antes que me alcance.