Fanfic: Todo cambió | Tema: A Feia Mais Bela

Ao terminar de me explicar, Jaime permanecia sério, me olhando firme nos olhos. Fico impaciente com o seu silêncio. Então decido continuar a falar.

Angelica: Você não acreditou wm nada do que eu disse, não é mesmo? – Bufo ao terminar de falar. Ele revira os olhos.

Jaime: Então era "essa" a explicação que você tinha a me dar? – Ele ergue as mãos a altura do rosto, fazendo movimentos de aspas com as mesmas. Dessa vez sou eu quem revira os olhos. Assim ele continua: Se soubesse que era isso, tinha ficado na festa, com a minha mulher. – Ele caminha pelo saguão e vai em direção a sala. Sigo seu corpo, ao chegar ele se senta no sofá.

Angelica: Espera! Acho que não entendi direito. Sua mulher? – Sorrio irônica, mas por detro queria bater nele, pela raiva que suas palavras me provocaram. Continuo: Agora, Heidi novamente é a sua "mulher"? – Faço movimentos de aspas com os dedos a altura do meu rosto. Continuo e digo em ironia: Não foi o que você me disse quando estávamos juntos ontem. – Bufo pela irritação que me dominava.

Jaime: Posso ter te falado bobagens demais, ontem na cama. – O cinismo dele me matava por dentro. Me viro de costas para o seu corpo, levo as mãos espalmadas a altura da minha testa e esfrego aquela região com as mesmas, enquanto respiro profundamente soltando firme o ar pela boca.

Já não sabia mais o que fazer, nem como argumentar, tudo que havia dito até o dado momento foi em vão, Jaime apenas ironizou tudo o que falei. Sinto um nó na minha garganta, mas n deixo que isso me domine.

Angelica: Eu não acredito que você esteja me dizendo essas coisas. – Digo ainda com as costas virada para ele. Jaime não diz nada. Fica em silêncio por um bom tempo, assim também o faço.

Logo meu celular começa a tocar, pego-o de dentro da bolsa, levo-o a altura do meu rosto, para que pudesse identificar quem me ligava. Em vão, era um número desconhecido, decido não atender. O deixo sobre a mesinha de centro da sala.

Jaime: Então era só isso, não é mesmo? – Ele diz enquanto levanta seu corpo do sofá, para de frente com o meu, cruzando os braços contra seu tórax.

Angelica: Já te expliquei o que aconteceu. Se você não é capaz de acreditar na mulher que um dia julgou ser a mulher da sua vida... – Dou de ombros e Jaime revira os olhos.

Meu celular volta a tocar, dessa vez nem me movo para pega-lo, ele toca, toca, toca. Jaime, curva seu corpo na mesinha de centro e toma meu celular pelas mãos, desliza seu dedo sobre a tela e atende a ligação, levando o mesmo a altura do seu ouvido. Ele fica em silêncio. Eu também, por estar incrédula com o que ele estava fazendo. Jaime começa a revirar os olhos e posso ver sua mandíbula novamente se contrair.

Angelica: Ei, me dá meu celular... – Digo enquanto levo minha mão na direção do seu rosto para pega-lo. Jaime me ignora, simplesmente encerra a ligação em silêncio, deixa novamente meu celular sobre a mesinha de centro e fica me olhando fixamente nos olhos. Continuo: Quem era? – Digo enquanto caminho para mais perto de seu corpo.

Jaime: Era seu "príncipe". Princesa. – Ele revira os olhos enquanto diz. Logo ele continua: Havia pensado que esse era um apelido carinhoso, nosso... Não que qualquer um te chamasse assim. – Ele bufa ao terminar de falar.

Angelica: Ei, me diz quem ligou! Porquê não disse nada? Você ficou em silêncio. Não pude identificar quem era. – Ele novamente revira os olhos, enquanto caminha pela sala.

Jaime: Alex... Esse nome te remete algo? – Tento me aproximar de Jaime, mas ele desvia seu corpo.

Angelica: Não sei como ele conseguiu meu número... Aliás, nem tenho o número dele salvo nos meus contatos. – Levo minha mão de encontro a seu rosto, mas Jaime segura minha mão com firmeza, tirando-a de seu rosto.

Jaime: Quer saber? Já cansei dessa conversa, sabia? Por mim você fica com quem bem entender, Angelica. Eu não sou idiota. – Ele diz enquanto caminha para a porta de saída da sala.

Angelica: Você está me ofendendo, Jaime. – Digo ríspida. Enquanto caminho junto com ele.

Jaime: Você pode escolher agora, entre Alex, Otto, Mamny... E dentre tantos outros. – Ele diz parando seu corpo de frente para o meu.

Ergo a minha mão a altura do seu rosto, desferindo um forte tapa sobre o mesmo. Jaime me olhava incrédulo. Mantinha seus olhos firmes no meu. Eu sentia as lágrimas percorrerem a extensão do meu rosto. Eu não permitiria que ele me ofendesse de tal forma.

Angelica: Saí daqui... Saí da minha casa agora!!! – Grito indicando a saída com as mãos.

Jaime: Angie. Me desculpa. Não tive a intenção de te ofender. – Ele diz enquanto aproxima seu corpo do meu. O empurro, com as mãos pressionadas sobre seu peito.

Angelica: Não quero te ouvir Jaime. Não quero. Saí daqui, por favor. Você disse o que quis dizer, não se faça de bobo agora. – Ele continua indo de encontro ao meu corpo, mesmo com as minhas mãos empurrando-o para o lado oposto.

Jaime: Você não entende que eu estou louco de ciumes? Eu devia ter socado a cara dele quando tive oportunidade. Mas não... Não... Você não me deixou.. – Ele bufa.

Angelica: Se você tivesse feito isso, todo mundo iria saber que estou com você agora, Jaime. – Ele revira os olhos... Continuo empurrando seu corpo, mas ele me prende nos seus braços.

Jaime: Eu não me importo, Angie. Quero que o mundo saiba que você é minha, não quero que nenhum homem se aproxime de você. – Ele fala tão alto que saí como um grito pela sua boca.

Angelica: Para, Jaime. Você está louco. Me solta. – Novamente tento me desvencilhar meu corpo de seus braços.

Jaime: É, realmente estou louco mesmo. Louco por você, Angie. Eu te quero, te quero só pra mim. – Ele muda a expressão do seu rosto, de furioso a terno.

Ele mantém seu olhar fixo nos meus lábios enquanto ficamos em silêncio. Não demora muito, Jaime me toma em um beijo. Um beijo intenso, sua língua se movimenta com agilidade por todos os cantos da minha boca. Empurro ele novamente interrompendo o beijo.

Angelica: Preciso ficar sozinha... Sua mulher deve estar te esperando, Jaime. – Digo enquanto me afasto de seu corpo.

Jaime: Não faz assim, vai? – Ele se aproxima de mim novamente, levando sua mão a altura do meu rosto. Ele acaricia aquela região por um bom tempo, me mantenho em silêncio. Faço biquinho enquanto aconchego meu rosto ali na sua mão.

Angelica: Você não confia em mim, Jaime. Já me provou isso várias vezes! – Mudo minha expressão, agora com uma triste em meu rosto.

Jaime: Já disse, não é falta de confiança. Só que... perco o controle. Fico louco. E também ele me deu motivo para isso aquela hora na festa. – Ele diz, enquanto levanta meu rosto pelo queixo. Ele continua: Não quero ficar brigando com você. 

Angelica: Jaime, já está tarde. Acho que a sua mulher está a sua espera. Não? – Me afasto dele.

Jaime: Tá bom, Angie. Vou indo... Enfim, se mudar de idéia vou estar te esperando. – Ele vira as costas e caminha em direção a saída.

Angelica: Jaime... – Digo enquanto me aproximo de seu corpo, prontamente ele se vira a mim.

Jaime: Oi? – Ele diz enquanto dá dois passos em minha direção. Fico sem ter o que falar, queria que ele ficasse, mas não queria dar o braço a torcer.

Angelica: Não... Nada! – Digo ríspida. Ele balança positivamente a cabeça vagarosamente. E retorna seu percurso. Fico ali, parada, observando-o, até que seu corpo suma do meu campo de visão.