Fanfic: Todo cambió | Tema: A Feia Mais Bela

Angelica: E foi isso que aconteceu, desde sua última vinda até aqui... – Respiro profundamente soltando firme o ar pela boca, ao terminar de contar tudo que estava acontecendo. Minha mãe fica em silêncio por um tempo, mas logo esse silêncio é quebrado pela sua dúvida.

Maria: Você está bem, meu amor? – Ela demonstra preocupação na sua voz, tento acalmá-la. Não estava de todo bem, mas não queria preocupa-lá ainda mais com isso. Dou de ombros.

Angelica: Estou bem, Mami. Não se preocupa com isso, viu? Mas e aí, como andam as coisas? – Tento então mudar de assunto, mas ela praticamente me impede de fazê-lo.

Maria: Amanhã vou praí. Precisamos conversar, mas não por telefone. Vou ficar três dias sem gravar, acho que vai ser o suficiente para falarmos sobre isso. Não te quero ver mal, minha vida. Estou sim preocupada com você e isso só vai passar quando eu te ver... Te olhar nos olhos e poder te proteger.

Angelica: Vem mesmo, Mami. Vem correndo. Preciso de você comigo aqui. – Digo em tom suplico. Nesse momento, precisava realmente do colo da minha mãe. Me sentia frágil, desprotegida, e se tem uma coisa que a minha mãe faz melhor do que ninguém, é me passar essa sensação de segurança. Quando estou com ela, sinto que nada pode me acontecer.

Não nos demoramos muito após isso na ligação, minha mãe estava no SET gravando, então logo teve que desligar. Assim que desligamos fiquei ali sentada na cadeira junto ao balcão da cozinha pensando. Heidi era tão perversa, a ponto de ligar para a mãe dele só para causar desavenças na família. Que mulher podre. Balanço negativamente a cabeça. Levanto meu corpo da cadeira e caminho em direção a saída da cozinha. Logo o telefone volta a tocar. Júlia estava ocupada, então volto o meu corpo até a base do telefone na cozinha, levo a mão até o mesmo, trazendo-o para o meu rosto, enquanto atendo a ligação. Assim o direciono até o meu ouvido.

Angelica: ¿Bueno? – Digo em tom curioso. Não sabia quem era. Ouço apenas o silêncio predominante ao outro lado da linha, consigo ouvir apenas uma respiração, o que me incomoda um pouco. Volto então a falar: Heidi? – Digo como em uma pergunta. Só podia ser ela. Ninguém mais me ligaria para não falar nada.

Heidi: Ora, ora... Então você sabe que sou eu. – Ela diz em tom de deboche ao outro lado. Reviro os olhos ao ouvi-la.

Angelica: Só podia ser você, não é? A única pessoa que conheço que não é normal. Aliás, o que você quer? – Digo em irritação. Júlia fica me observando ao telefone.

Heidi: A única coisa que quero de você, é que deixe o meu marido em paz, Angelica. Acho que essa brincadeira do Jaime com você já foi longe demais. Você não vê que ele não é para você? Você não se olha no espelho? – Reviro os olhos.

Angelica: Me polpe da sua inveja, Heidi. Se sou ou não para ele, quem tem que dizer é o Jaime, não acha? E também você acha que é a coisa mais linda do mundo, não é? Se fosse te garanto que Jaime não correria para os meus braços como o fez. Você tem algo aproveitável a me dizer? – Digo em deboche. Não queria ter que falar esse tipo de coisas para ela, não sou assim. Mas ela quem me provocou. Dou de ombros e volto a falar: Olha, Heidi. Por tudo que é mais sagrado. Me esquece, esquece que eu existo, ta bom? Afinal eu não corri atrás dele para nada, ele quem me procurou. – Ela se mantém em silêncio do outro lado da linha. Paro então de falar e fico em silêncio também.

Heidi: Estou te avisando. O melhor que você faz é se afastar de Jaime, querida. – Ela ri, ri de um modo estranho ao terminar de falar, sinto um calafrio passar pelo meu corpo.

Realmente essa mulher não é normal. Desligo o telefone sem dizer mais nada. Ela tem o dom de estragar o meu dia e me deixar confusa. Queria falar com Jaime, mas não sabia se ele estava em gravação. Decido não ligar, é melhor esperar até que ele volte, para conversarmos. Deixo novamente o telefone na base e volto a minha atenção a Júlia, que me parecia preocupada.

Júlia: Está tudo bem, Angie? – Ela diz enquanto aproxima seu corpo do meu. Não sei mentir, aliás, nem tem por que, começo a contar sobre a minha conversa com Heidi, Júlia fica meio boquiaberta com a petulância de Heidi. Acabo rindo pelas caras que ela faz.

Angelica: Ela não é normal, Jú. Ela ama infernizar a minha vida, quando parece que está tudo em ordem. - Dou de ombros. Essa mulher não vai estragar a minha felicidade.

Júlia: Mas a Dona Angelica Maria, vem quando mesmo? – Rio ao vê-la chamando minha mãe de "Dona". Minha mãe também não gosta disso, pra ela ou a chamam de Angelica ou de Maria. Como aqui em casa já tem Angelicas demais a chamam de Maria.

Angelica: Ela vem amanhã. – Sorrio largo ao pensar que dentro de muito pouco ela vai estar aqui comigo. Sinto muita falta da minha mãe, do nosso dia a dia. Era tão incrível morar com ela, nossas conversas então... Sorrio boba ao lembrar das conversas que tínhamos. Era incrível a forma como a qual ela me entendia.

Logo Júlia precisa sair para a área de serviços, então a deixo trabalhando tranquila e vou até o meu quarto, ficar com o meu Danico. Ao chegar percebo que ele havia acabado de acordar, então o pego no colo e caminho até a varanda do meu quarto. Me sento com ele no colo na cadeira de balanço que havia por lá, assim tenho visão da minha anjinha, que brincava ao jardim, abaixo da varanda, ela era toda sorriso, brincando no balanço posto para ela no Jardim. Ouço meu celular tocar, eu estava longe dele, então quando me aproximo ele para de tocar. Era Jaime, rapidamente retorno a ligação. Ele não atende. Retorno então o meu corpo para a cadeira com Dani nos braços. Fico com o celular junto ao corpo.

Fico brincando com Dani, ergo ele acima da altura da minha cabeça, fazendo uma voz engraçada, conversando com ele. É tão gostoso vê-lo rir. Gargalho junto com ele. Ao voltar meu olhar para o jardim, vejo Jaime entrando com a sua moto. Sorrio ao vê-lo. Ele estaciona sua moto a frente da entrada da casa, sorri largo ao me ver na varanda.

Não demora muito Jaime entra com o seu corpo pelo quarto, caminho em sua direção. Nos beijamos e ele sorri, sorri sem parar.

Angelica: Chegou cedo, hein? – Digo enquanto me sento na cama, ainda com Dani nos meus braços.

Jaime: Acabou que o Diretor não quis gravar muitas cenas hoje. E pude vir mais cedo pra casa. Mas mais tarde tenho que passar uns textos. Você me ajuda? – Ele diz enquanto tira a jaqueta, que usa sempre que está de moto, deixando-a na poltrona, junto ao seu capacete.

Angelica: Claro que ajudo, aliás vou adorar. – Sorrio terna para ele, continuamos conversando por um tempo e logo ele entra para o banho.