Fanfic: Todo cambió | Tema: A Feia Mais Bela

Não leva muito tempo para Otto subir e nos incomodar. Reviro os olhos ao vê-lo a porta do meu quarto.

Otto: Só vim avisar que já estou indo... – O tom da sua voz saía sarcástico e ele sorria ironicamente. O que me irritava completamente.

Angelica: Onde está Angelica? – Pergunto rispidamente. Pouco me importava o que ele iria fazer e aonde iria. Só queria saber da minha filha.

Otto: Está no quarto dela, eu já a troquei. Está assistindo TV também. – Ele volta a ironizar, dessa vez Jaime não se controla.

Jaime: Até quando você vai continuar com essa babaquice? Você não precisava ter vindo aqui para informar que estava indo embora, ninguém se importa. Só queremos que você vá logo. – Quando dou por mim, Jaime já estava parado a frente de Otto, esbravejando palavra sobre palavra.

Otto: Não vim falar com você. Pelo ao contrário, nem sei o que você está fazendo aqui, nessa casa. – Eu reviro os olhos ao ouvi-lo falar.

Jaime: Você não tem que saber de nada mesmo. Aliás a casa não é sua. E, olha... Saía daqui logo antes que eu termine de perder minha paciência com você. – Jaime estava furioso, podia perceber por que a todo instante via sua mandíbula se contraindo.

Otto: Como é que é? Você está me expulsando de uma casa que não é sua? – Otto gargalha olhando para Jaime ao voltar a falar: Você só pode estar brincando não é mesmo? – Jaime me olha rápidamente, eu sabia o que ele iria fazer, tento impedi-lo, mas chego tarde demais junto a seu corpo. 

Jaime ergue seu braço direito, fechando sua mão em punho e a direciona com toda sua força para o rosto de Otto, desferindo ali um murro. Olho para ele assustada. Ele segura Otto pelo braço e o tira do quarto. Os dois se atracam pelo corredor entre socos, tento apartar a briga, entrando em meio aos dois. Otto estava furioso, tanto que me empurrou contra a parede para voltar a brigar com Jaime. Bato com as costas na mesma e que pela força com que ele o fez, sim, doeu bastante.

Jaime: Você está louco? – Ele se referia ao empurrão que Otto havia me dado, quando menos espero Jaime desfere outro soco em seu rosto, acertando em cheio o seu nariz. Jaime com toda certeza é relativamente mais forte e alto que Otto, o que deixa a briga desigual.

Mais uma vez entro no meio dos dois, segurando Jaime com as mãos espalmadas sobre o seu peito, usando toda a aminha força para tentar controlá-lo. Eu já estava quase sem força e Otto estava a minhas costas tentando alcançar Jaime com o seu braço.

Angelica: Já chega! – Grito, o mais alto que conseguia naquele momento. Quando percebe que ambos pararam de me pressionar entre eles, volto a falar: Vocês estão sendo infantis. Eu de verdade não sei quem é o pior. Os dois estã... – Sou cortada por Otto.

Otto: Ele quem começou, Angie. – Reviro os olhos ao ouvi-lo. Eu realmente não estava acreditando nisso. Meu Deus, quanta infantilidade... E vinda de um importante Empresário. Isso é realmente demais para mim. Respiro profundamente soltando firme o ar pelo nariz enquanto volto a falar.

Angelica: Eu não quero saber quem começou. Os dois estão errados e ponto. Olha pra você Otto, olha o estado em que você fico. – O nariz dele estava sangrando, o que me afligia. Jaime... Que diabos deu em você para você agredi-lo assim? Amor... Já conversamos tanto sobre isso. – Olho para ele com um olhar triste na minha feição. O que dizia o quanto reprovava a sua atitude.

Jaime: Desculpa, amor. Só que... Esse babaca. Ele te empurrou. Por Deus, Angie. Como queria que eu reagisse? – Acarinho seu rosto, sorrio para ele.

Angelica: Mas não devia ter batido nele por isso. – Faço biquinho, entortando-o para o lado, mas sem mudar a expressão dos meus olhos.

Otto: Eu ainda estou aqui, viu? – Reviro os olhos ainda de costas para Otto, Jaime novamente volta a contrair a mandíbula, o que me preocupa.

Angelica: Otto, obrigada pela visita mas já deu, não é mesmo? E por favor, ligue antes de vir visitar as crianças. – Indico o final do corredor com as mão para ele. Jaime me observava em silêncio, rapidamente ele enlaça seus braços em volta da minha cintura, pressionando seu corpo contra o meu. Posso apostar que nesse momento ele olhou para Otto, sorrindo ironicamente. Otto balança negativamente a cabeça e logo vira seu corpo em direção ao final do corredor e caminha sem dizer mais nada, fico parada ali com Jaime até perdermos ele do nosso campo de visão. Viro meu corpo de frente para o de Jaime, olho-o com olhar de reprova.

Jaime: Não fiz nada... Vêm cá, nena? Esquece isso. – Ele diz me abraçando novamente.

Angelica: Sei que você provocou ele... Mas enfim, não quero ter brigas com ele. Não nos convém. A propósito amanhã você assina o divórcio, certo? – Esse assunto me causava um certo desconforto, quero resolver tudo isso logo.

Jaime: Graças a Deus, sim! Não vejo a hora de poder me casar com você. Com quem eu devia ter casado quando tive oportunidade. – Sorrio largo para ele, fico toda boba quando ele fala assim.

Angelica: Eu vou assinar na quinta. Você não precisa me buscar no teatro nesse dia. Vou sair mais cedo pra fazer isso e volto direto pra casa, está bem? – Suspiro aliviada, de pensar que isso tudo estava prestes a acabar. Sorrio com esse pensamento.

Jaime: Mas eu quero sair com você depois disso. Quero comemorar... – Ele deixa a frase subentendida, enquanto direcionava seus lábios junto aos meus. Iniciamos um bom, terno e cheio de carinho.

Ao desvencilharmos nossos lábios, caminhamos juntos para dentro do quarto. Eu queria esquecer toda aquela confusão que houve entre ele e Otto, então voltamos a assistir TV. Jaime senta sobre a cama, com as costas apoiada sob a cabeceira da mesma, suas pernas estavam entreabertas, fico entre as mesmas, deitada, com a cabeça apoiada em uma de suas pernas. Jaime por suas vez, leva sua mão a altura da minha cabeça, enlaçando seus dedos pelo meus cabelos ao acariciá-los.

Jaime: Daqui a pouco tenho que sair... – Sua frase fica subentendida, rapidamente viro meu corpo para de frente com o dele. Ele não havia me dito nada sobre sair hoje. Pelo ao contrário, ele disse que ficaria em casa.

Angelica: Aonde você vai, Jaime? Posso saber? – Já havia levantado o meu corpo, estava sentada sobre a cama, olhando-o fixamente com uma expressão séria, esperando sua resposta.

Jaime: Ei, ei, ei... Calma, Angie. – Ele diz sorrindo. Aliás ele sempre se divertia quando o assunto era eu mais ciúmes. Reviro os olhos: Eu só vou ver meus filhos. E depois vou sair com a Eleninha. – Ele ainda sorria. Fico um pouco mais tranquila com a sua resposta, mas não o suficiente, ele ainda iria ver Heidi. O que não me agradava nem um pouco.

Angelica: E você vai demorar na casa dela? – Pergunto curiosa, eu não queria que ele fosse. Mas ele precisava ver os filhos.

Jaime: Lá eu não pretendo demorar não. Mas com a Eleninha... Bom, você sabe. Meninas no Shopping é um perigo. – Ele me tira um sorriso com as suas palavras.

Angelica: Ta bom amor. Espero que se divirtam. – Deposito um selinho em seus lábios. Prontamente me deito novamente e seguimos assistindo o filme.

Ao terminar, Jaime se levanta e caminha decidido para o banheiro. Toma um rápido banho e se arruma. Me levanto também após o filme terminar. Caminho para a varanda. Me sento a cadeira que havia por ali. Não demora muito para que Jaime vá se despedir de mim.

Jaime: Prometo voltar o mais breve possível. – Seus lábios vão de encontro a minha testa, ele faz uma leve pressão com os mesmos, depositando ali, un dócil beijo.

Angelica: Não se preocupa, amor. Curte a sua princesa. Sei que você está louco de saudades dele e ela de você. Nós ainda temos o dia de amanhã, só pra gente. – Sorrio largo para ele, o que ele também o faz.

Jaime: Você é incrível sabia? Por isso te amo tanto. Esse seu jeito de saber lidar com as coisa... Você é maravilhosa. – A última frase ele dizia serrando os dentes, fazendo uma careta engraçada, enquanto levava suas mãos a altura da minha barriga, fazendo cócegas naquela região. Ele não fica por muito tempo repetindo esses movimentos, mas é inevitável controlar minha gargalhada.

Angelica: Eu te amo, seu bobo. – Digo já controlando o riso. Em seguida volto a falar: Te espero para jantar comigo, ou vocês pretendem jantar por lá mesmo? – Jaime faz uma expressão engraçada, como se estivesse pensando, para dar a resposta. O que me faz rir.

Jaime: Claro que venho jantar com você, meu amor. Também não vou ficar até a noite com ela na rua. – Ele sorri gostoso, minha mão estava a altura da sua bochecha, eu acariciava aquela região suavemente.

Angelica: Então... Vai com Deus. Quanto mais rápido você for, mais rapido irá retornar. – Acabo gargalhando ao terminar de falar, por lembrar de Daniela, o meu personagem no Musical, que faz essa citação a Emmanuel.

Jaime: Boba. Até já. Te amo... – Ele sorria terno. Com um olhar acolhedor, um olhar que fazia eu me sentir a mulher mais amada do mundo.

Angelica: Eu te amo... – Digo baixinho, próximo ao seu rosto. Fico olhando-o fixamente nos olhos, ficamos em silêncio por um tempo, desvio o meu olhar para a sua boca, que estava muito próxima a minha. Sorrio ao juntar meus lábios aos seus em um beijo.