Fanfic: Todo cambió | Tema: A Feia Mais Bela

Permaneciamos deitados sobre a cadeira da piscina. Ouço um barulho estranho as nossas costas, como se tivesse alguém ali, nos observando. Fico preocupada.

Angelica: Amor, vamos subir? – Digo já forçando meu corpo contra o dele, para me levantar.

Jaime: Agora? Vamos ficar mais um pouquinho vai? Ainda estou com saudades. – Ele não sai de cima de mim para que eu me levante. Permanece estático, abraçado ao meu corpo.

Angelica: Agora amor! Anda vamos... Quero sair daqui. Levanta vai? – Com isso ele se levanta de cima de mim, ficando sentado ao meu lado.

Jaime: O que houve? Porquê quer sair daqui assim, correndo? – Fico olhando a nossa volta antes de respondê-lo.

Angelica: Não, nada... Só quero subir amor, vamos? – Não queria preocupá-lo, então resolvi não dizer nada. Ele caminha para junto da mesa de centro, onde pega uma toalha para mim, me levanto e a enrolo em meu corpo. Com isso caminhamos para casa.

Não conseguia parar de olhar tudo a nossa volta, realmente sentia a presença de alguem ali, dou de ombros, devia ser só a minha imaginação.

Estávamos no quarto, entro primeiro no banheiro, precisava de um banho. Jogo a toalha em que havia enrolado meu corpo, no sexto de roupas sujas. Ligo o chuveiro e inicio um rápido banho. Ouço baterem a porta, sabia que era Jaime, reviro os olhos e sorrio em seguida, ele não tinha necessidade de bater a porta para entrar.

Angelica: Entra amor... – Digo em tom alto para que ele pudesse ouvir ao outro lado da porta. Ouço a porta se abrir, ele entra sem dizer nada. 

Estava com o box fechado, então não podia vê-lo. Continuo a tomar meu banho, não ouço mais barulho nenhum ao outro lado, o que estranho. Decido abrir o box para falar com ele.

Angelica: Amor, o que houv... – Levo um susto ao sair pelo box. Que? Mas como? O que ele estava fazendo aqui? Eu não estava acreditando nisso. De novo não!

Otto: Oi, "Amor"... – Ele diz de forma irônica. Reviro os olhos, eu estava tão irritada, surpresa e nervosa que não havia percebido que estava nua, até ele me olhar de cima a baixo, e fazer um dos seus horríveis comentários: Continua uma delícia... – Tento passar pelo seu corpo e pegar a toalhar que estava pendurada próximo a porta. Otto me segura pelo braço, me puxando para ele.

Angelica: Me solta! – Tento manter a calma. Respiro fundo ao voltar a falar: Me solta, Otto... Você está louco. O que está fazendo aqui? E como você entrou no meu quarto com Jaime aqui? – Disparavas perguntas sem nem ao menos respirar.

Otto: Calma, nena. Jaime nem está no quarto, pelo menos não mais... – Tento soltar meu braço de suas mãos, mas ele me segurava com força. Ele volta a falar: Creio que foi atender um telefonema para ele lá em baixo. – Ele ri ao terminar de falar, Otto já estava me assustando.

Angelica: O que você quer aqui, Otto? Me solta... Você está me machucando. Vai embora, quando Jaime entrar aqui... Meu Deus, não quero nem pensar. – Mal havia terminado de fechar a boca, ouço a porta se abrir novamente. E dessa vez, sim... Era Jaime.

Jaime: Amor, ligaram a pouco só que... – Ele para de falar ao ver Otto segurando meus braços. Fico estática, sem reação, não conseguia me mexer e muito menos falar. Otto também não diz nada, ficamos os três em silêncio por alguns minutos.

Angelica: Amor... Me escuta. Me solta Otto. – Quando fico nervosa não consigo me expressar. Jaime me olha de cima a baixo, balança negativamente a cabeça, sem dizer nenhuma palavra ele da as costas e sai do banheiro.

Consigo por fim me desvencilhar de Otto, pego a toalha, passo em volta do meu corpo e corro atrás de Jaime, ele não estava mais no quarto, caminho rapidamente pelo corredor e desço as escadas correndo. Quando chego no fim das escadas ele estava saindo por a fora.

Angelica: Ei amor, me escuta. Espera... Você está sendo injusto comigo. Não faz isso... Jaime! – Ele nem olha para trás, bate a porta e sai... Fico furiosa, volto novamente até o meu quarto. Otto estava lá, próximo ao berço de Dani.

Otto: Acredito que ele já foi embora, certo? Angie quando você vai entender que esse cara não é pra você? Ele não te merece, eu sim a mereço. Me deixa voltar, ficar ao seu lado e ao lado dos meus filhos? – Não, ele só podia estar louco. De verdade, depois de tudo o que ele fez, ainda me pedir pra voltar... É muita cara de pau. Não respondo a sua pergunta.

Angelica: Otto, por favor... Vai embora. Acho que já deu por hoje, não? Não quero ser obrigada a ter que chamar os seguranças pra te tirar daqui. – Respiro profundamente, cansada. Soltando firme o ar pelo nariz.

Otto: Calma, Angie. Já vou... Mas olha, pensa no que eu disse. Lembra de como fomos felizes, eu quero você, só preciso da sua resposta. Volta pra mim? Vamos voltar a ser como antes... Quero criar os meus filhos ao seu lado. – Ele leva sua mão a altura do meu queixo, alisando aquela região com os dedos. Desvio meu rosto, puxando-o para trás. Não disse nada. E com isso ele sai do quarto.

Jogo meu corpo para trás e caio deitada na cama. Pego meu celular, aperto o número de discagem rápida e ligo para Jaime. Chama, chama, chama e nada dele atender. A ligação cai na caixa de mensagens. Respiro fundo e ligo novamente, chama umas duas vezes até que ele atenda. 

Jaime: ¿Bueno? – Ele me trata com indiferença. Não me surpreendo, já esperava.

Angelica: Aonde você está? – Minha voz sai um pouco mais baixa do que esperava. Ele êxita em falar, fica por uns minutos em silêncio.

Jaime: No meu apartamento. Mas já estou de saída... – Ele continuava em tom frio. Odeio quando ele o faz, ainda mais sem ter motivos.

Angelica: Espera... Você vai para onde? – Estava mais preocupada do que ansiosa.

Jaime: É melhor você não saber... – Ele deixa a frase subentendida, rapidamente o retruco, já sabia pra onde ele iria, não precisava da sua confirmação. 

Angelica: Meu Deus! Como você é infantil, Jaime. Tudo isso para quê? Me diz. Bom, você nem ouviu o que ei tinha a dizer. Poxa, você acha mesmo que traria outra pessoa aqui, ainda mais pro nosso quarto? E o pior, dps de tudo que rolou entre a gente... James, por Deus. Você não precisa novamente fazer isso comigo. – Minha voz já estava embargada. Mas não iria chorar, não na presença dele, não mais.

Jaime: Angelica... Preciso desligar! – Com isso ele encerra a ligação, sem ao menos deixar que eu me despeça dele.