Fanfics Brasil - Crepúsculo (Terminada)

Fanfic: Crepúsculo (Terminada)


Capítulo: 61? Capítulo

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- De Debussy pra isso? - ele ergueu uma sobrancelha.


 


Era o mesmo CD. Eu examinei a capa familiar, mantendo meus olhos virados pra baixo. Nós continuamos assim o dia inteiro. Enquanto ele me acompanhava para a aula de Inglês, quando ele foi me buscar na aula de Espanhol, durante todo o almoço, ele me questionava incessantemente sobre cada detalhe insignificante da minha existência. Filmes que eu gostava e que detestava, os poucos lugares que eu conhecia e os muitos que gostaria de conhecer, e livros, inúmeros livros. Eu não me lembrava da última vez que havia falado tanto. Mais de uma vez, eu me senti envergonhada,certamente eu estava aborrecendo ele. Mas a expressão de extrema concentração, e as perguntas inacabáveis, me forçavam a continuar. A maioria das perguntas eram fáceis de responder, somente algumas me fizeram corar com muita facilidade. Como quando ele me perguntou qual era a minha pedra preciosa favorita, e eu respondi que era o topázio sem pensar. Ele fazia tantas perguntas tão depressa que eu me sentia como se estivesse fazendo um daqueles testes psiquiátricos onde você tem que responder com a primeira palavra que vier na sua cabeça. Eu tinha certeza que ele continuaria seguindo a mesma linha de pensamento que ele estava seguindo antes, se eu não tivesse ruborizado. Meu rosto ficou vermelho porque, até pouco tempo atrás, minha pedra preciosa favorita era o Ônix. Era impossível olhar pra os seus olhos da cor do Topázio, e não entender o motivo da troca. E, naturalmente, ele não ia descansar enquanto eu não admitisse porque estava envergonhada.


 


- Me diga - ele finalmente ordenou depois que a persuasão não deu certo, não deu certo porque eu mantive meus olhos seguramente longe do rosto dele.


 


- É a cor dos seus olhos hoje - eu suspirei, me rendendo, olhando para as minhas mãos enquanto brincava com uma mecha do meu cabelo. - Eu acho que se você tivesse me feito essa pergunta a duas semanas atrás eu teria dito que era o Ônix.


 


Eu estava dando mais informações do que era necessário na minha honestidade sem vontade, e eu estava preocupada em trazer a tona aquela raiva que sempre aparecia quando eu demonstrava o quanto estava obcecada por ele. Mas sua pausa foi muito curta.


 


- Que tipo de flor você prefere? - ele atirou.


 


Eu suspirei aliviada, e ele continuou com a psicanálise. Biologia foi uma complicação de novo. Alfonso continuou com o seu questionário até o Sr. Banner entrar na sala, trazendo o equipamento áudio visual com ele. Enquanto o professor se aproximava do interruptor de luz, eu percebi Alfonso afastar a cadeira dele da minha. Isso não ajudou. Assim que a sala estava escura, houve a mesma fagulha de eletricidade, a mesma vontade irresistível de invadir o pequeno espaço entre nós e tocar a sua pele fria, como ontem.


 


Eu me inclinei para a frente na mesa, descansando o meu queixo nos braços dobrados, meus dedos escondidos estavam agarrando a borda da mesa, enquanto eu tentava lutar com a vontade irracional que me tirava do sério. Eu não olhei pra ele, com medo que se ele estivesse olhando pra mim, eu tivesse ainda mais dificuldades de me controlar. Eu sinceramente tentei me concentrar no filme, mas no fim eu não tinha a menor idéia do que eu tinha acabado de ver. Eu suspirei aliviada de novo quando o Sr. Banner ligou as luzes, e finalmente olhei pra Alfonso; Ele estava olhando pra mim com olhos ambivalentes. Ele se levantou em silêncio e ficou em pé, esperando por mim. Nós andamos para a minha aula de Educação física em silêncio, como ontem. E, também como ontem, ele tocou o meu rosto sem dizer nada, dessa vez com as costas da sua mão fria, alisando o espaço da minha têmpora até a minha mandíbula, antes de se virar e ir embora.


 


A aula de Educação física passou rapidamente, enquanto eu observava Mike dar um show solo no Badminton. Ele não falou comigo hoje, seja por causa da minha expressão vazia ou porque ele ainda estava com raiva por causa da nossa discussão de ontem. Em algum lugar, no fundo da minha mente, eu estava me sentindo mal com isso. Mas eu não consegui me concentrar nele. Eu me apressei pra me trocar depois, doente de ansiedade, sabendo que , quanto mais rápido eu me movesse, mais rápido eu estaria com Alfonso. A pressão me deixou mais desastrada do que o normal, mas eventualmente eu saí, sentindo o mesmo alívio quando vi ele lá, um largo sorriso automaticamente aparecendo no meu rosto. Ele sorriu em resposta antes de continuar com as perguntas. Suas perguntas eram diferentes agora, porém, não tão fáceis de responder.


 


Ele quis saber do que eu sentia falta em casa, insistindo pra que eu descrevesse as coisas que não eram familiares pra ele. Nós ficamos sentados na frente da casa de Charlie por horas, enquanto o céu escurecia e a chuva se transformava num dilúvio de repente. Eu tentei descrever coisas impossíveis de descrever, como o cheiro do creosoto amargo, um pouco residuoso, mas agradável mesmo assim, o som alto, agudo das cigarras em Julho, a esterilidade emplumada das árvores, a até o tamanho do céu, com sua extensão azul e branca de horizonte á horizonte, poucas vezes interrompido por montanhas baixas cheias de rochas vulcânicas. O mais difícil de explicar foi porque eu achava bonito, justificar a beleza que não dependia de uma vegetação escassa, que as vezes parecia meio morta. Uma beleza que tinha mais á ver com o formato da terra que ficava exposta,com as bacias superficiais entre os vales que ficavam entre as colinas escarpadas, e a forma que elas emolduravam o sol. Eu me vi tendo que usar as mãos enquanto explicava isso pra ele.


 


Suas perguntas quietas, tentadoras, me fizeram falar livremente, esquecendo, na luz escassa, de me sentir envergonhada por estar monopolizando a conversa. Finalmente, quando eu havia terminada de descrever o meu quarto bagunçado em casa, ele parou ao invés de fazer outra pergunta.


 


- Você já acabou? - eu perguntei aliviada.


 


- Nem perto, mas o seu pai vai chegar logo em casa.


 


- Charlie! - eu finalmente lembrei de sua existência, e suspirei. Eu olhei para o céu escurecido pela chuva, mas não demonstrei estar sentindo nada. - Que horas são? - eu me perguntei em voz alta enquanto olhava para o relógio. Eu me surpreendi com a hora, Charlie deveria estar chagando em casa agora.


 


- É o crepúsculo


 


Alfonso murmurou, olhando para o horizonte obscurecido pelas nuvens. Sua voz estava pensativa, como se sua mente estivesse em um lugar distante. Eu olhei pra ele enquanto ele olhava pelo para brisa sem estar enxergando nada. Eu ainda estava olhando quando ele de repente virou seu olhar para mim.


 


- É a hora mais segura do dia pra nós - ele disse, respondendo uma pergunta que eu não fiz, mas que estava nos meus olhos. - A hora mais fácil. Mas, também mais difícil, de certa forma...o fim de outro dia, o retorno da noite. A escuridão é tão imprevisível, você não acha? - ele perguntou, sorrindo tristemente.


 


- Eu gosto da noite. Sem a escuridão não poderíamos ver as estrelas. - eu fiz uma careta. - Não que elas apareçam muito por aqui. - Ele sorriu, o humor abruptamente mais leve.


 


- Charlie vai chagar em alguns minutos. Então, a não ser que você queira dizer pra ele que estará comigo no Sábado... - ele ergueu uma sobrancelha.


 


- Obrigada, mas não, obrigada - eu peguei meus livros, me dando conta de que o meu corpo estava rígido pela posição que eu estive sentada por tanto tempo. - Amanhã é minha vez, então?


 


- Certamente não! - seu rosto estava com uma expressão de ultraje divertida. - Eu disse que ainda não tinha acabado, não disse?


 


- O que é que ainda falta?


 


- Você vai saber amanhã. - Ele se inclinou na minha frente para abrir a porta pra mim, e essa proximidade repentina fez meu coração palpitar loucamente. Mas a mão dele congelou na maçaneta. - Isso não é bom - ele murmurou.


 


- O que foi? - eu estava surpresa de ver que sua mandíbula estava apertada, seus olhos perturbados. Ele olhou pra mim por um breve segundo.


 


- Mais complicações - ele disse aborrecido.


 


Ele abriu a porta com um movimento rápido, e então se afastou, quase ultrajado, rapidamente pra longe de mim. O flash dos faróis na chuva chamaram minha atenção enquanto um carro virava na curva, a apenas alguns metros de nós nos encarando.


 


- Charlie está na esquina –  ele avisou, olhando pelo retrovisor para outro veículo.


 


Eu saí rapidamente, a despeito da minha confusão e curiosidade. A chuva estava mais forte enquanto batia no meu casaco. Eu tentei distinguir as duas sombras que estavam no banco da frente do outro carro, mas estava muito escuro. Eu podia ver Alfonso iluminado pelo brilho dos faróis do outro carro; ele ainda estava olhando para a frente, seu olhar estava travado em algo ou alguém que eu não podia ver. Sua expressão era um estranho misto de frustração e desafio. Então ele ligou o motor, e os pneus ressoaram no asfalto molhado. Dentro de segundos o Volvo já estava fora de vista.


 


- Ei, Any - chamou uma voz rouca, familiar que vinha do banco do motorista do pequeno carro preto.


 


- Jacob? - eu perguntei andando pela chuva.


 


Só então, a viatura de Charlie virou na esquina, os faróis dele iluminando os ocupantes do carro na minha frente. Jacob já estava saindo do carro. Seu sorriso largo e brilhante era visível mesmo na escuridão. No banco do passageiro havia um homem muito mais velho, um homem pesado, com um rosto memorável, um rosto que se transbordava, as bochechas estavam pressionadas nos ombros com rugas na pele ruiva, como um casaco velho de couro. E os olhos surpreendentemente familiares, olhos pretos que pareciam ao mesmo tempo jovens demais e velhos demais para aquele rosto largo.


 


Era o pai de Jacob, Billy Black. Eu o reconheci imediatamente, mesmo depois de cinco anos e tendo esquecido do nome dele no meu primeiro dia aqui. Ele estava me encarando, estudando meu rosto, então eu sorri tentadoramente pra ele. Seus olhos estavam arregalados, como se de susto ou de medo,as narinas estavam infladas. Meu sorriso desapareceu. ‘Outra complicação’, Alfonso disse.


 


Billy ainda estava me encarando com olhos intensos, ansiosos. Eu gemi por dentro. Será que Billy reconheceu Alfonso tão facilmente? Será que ele realmente poderia acreditar nas lendas impossíveis que o filho dele havia me contado? A resposta estava clara nos olhos de Billy. Sim. Sim, ele podia.


 


 



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Autor(a): Bela

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- Billy! - Charlie chamou assim que saiu do carro. Eu virei na direção da casa, convidando Jacob pra entrar enquanto passava pelo portal da entrada. Eu ouvi Charlie saudando os dois em voz alta atrás de mim.   - Eu vou fingir que não vi você atrás do volante, Jake - ele disse em tom de desaprovação.   - N&o ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 97



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  • luanna Postado em 09/10/2009 - 00:02:58

    perfecta a web.. emocionante.. e vou procurar lua nova agora mesmo! besitos amixx

  • luanna Postado em 04/10/2009 - 00:11:01

    amixxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
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  • marcos00 Postado em 03/10/2009 - 09:10:07

    postaaaa+++++++++++++++++++++++++++++++++++++
    Desculpa o tempo sem comentar....Passa em Loucos Por Dinheiro??É minah e da Isabella220, obg


    bjks

  • luanna Postado em 03/10/2009 - 00:22:19

    amix, depois q c ler amanhecer"o livro mais emocionante da saga na minha opinião" vc ler o sol da meia noite, depois tem anoitecer , q é a continuação de "amanhecer" sabe tenho uma colega posta, se vc estivar enteressada a web se chama "anoitecer" e é da maria, ou jumah, uma das duas ta???

    valhe muito a pena!

    depois q c ler amanhecer, vai nessa web e ler anoitecer

  • luanna Postado em 03/10/2009 - 00:20:30

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  • luanna Postado em 03/10/2009 - 00:20:19

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  • bela Postado em 01/10/2009 - 19:10:36

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    bjinhos

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