Fanfics Brasil - Crepúsculo (Terminada)

Fanfic: Crepúsculo (Terminada)


Capítulo: 78? Capítulo

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Ele ficou em silêncio, provavelmente ouvindo as batidas descompassadas do meu coração.


 


 


 


- Mas ciúme... é um sentimento estranho. Muito mais poderoso do que eu tinha imaginado. E irracional! Agora mesmo, quando Charlie te perguntou sobre Mike Newton... - ele balançou a cabeça com raiva.


 


- Eu devia saber que você estaria escutando - eu gemi.


 


- É claro.


 


- No entanto, aquilo te deixou com ciúmes?


 


- Eu sou novo nisso tudo; eu estou ressuscitando o humano que existe em mim, e tudo é mais forte porque é tão novo.


 


- Mas honestamente - eu zombei. - Você ficou com ciúmes disso, depois que eu tive que ouvir que Rosalie, Rosalie a encarnação pura da beleza, foi feita pra ficar com você. Com Emmett ou sem Emmett, como é que posso competir com aquilo?


 


- Não há competição. - Seus dentes brilharam. Ele colocou as minhas mãos ainda presas atrás das costas dele e me apertou contra seu peito. Eu fiquei tão rígida quanto pude, controlando até a respiração.


 


- Eu sei que não há competição. - Eu murmurei no peito gelado dele. - Esse é o problema.


 


- É claro que Rosalie é linda do jeito dela, mas mesmo se ela não fosse minha irmã, mesmo se ela não estivesse com Emmett, eu não sentiria por ela nem um décimo, nem um centésimo da atração que eu sinto por você. - Ele estava sério agora, pensativo. - Por quase noventa anos eu estive andando entre a minha espécie, e a sua... todo o tempo pensando que estava bem sozinho, sem saber o que eu estava procurando. E sem encontrar nada, porque você ainda não estava viva.


 


- Não parece muito justo - eu sussurrei, meu rosto no peito dele, ouvindo sua respiração entrando e saindo. - Eu não tive que esperar. Porque eu posso me safar tão facilmente?


 


- Você está certa - ele disse divertido. - Eu definitivamente devia tornar as coisas mais difíceis pra você. - Ele liberou a sua mão soltando meu pulso, só pra prendê-lo com a outra mão. Ele alisou meu cabelo molhado suavemente, do topo da minha cabeça até a minha cintura. - Você só tem que arriscar a sua vida a cada segundo que passa comigo, isso com certeza não é muito. Você só tem que virar as costas para a sua natureza, a sua humanidade... quanto isso vale?


 


- Muito pouco, eu não me sinto privada de nada


 


- Ainda não. - E sua voz estava abruptamente cheia de aflição. Eu tentei me afastar, para olhar para o rosto dele, mas suas mãos seguravam meus pulsos com uma força inquebrável.


 


- O que -  eu comecei a perguntar quando seu corpo começou a ficar alerta. Eu fiquei congelada, mas ele de repente soltou minhas mãos e desapareceu. Eu fiz um esforço pra não cair de cara.


 


- Deite-se - ele assobiou. Eu não podia dizer de que lugar da escuridão ele estava falando.


 


Eu rolei pra baixo do meu edredom, me virando de lado, do jeito que eu costumo dormir. Eu ouvi a porta se abrir, enquanto colocou a cabeça pra dentro pra ver se eu estava lá como deveria estar. Eu respirei uniformemente, exagerando o movimento. Um longo minuto se passou. Eu escutei, sem ter certeza de que a porta havia se fechado. Então o braço gelado de Alfonso estava em cima de mim, por baixo da coberta, seus lábios no meu ouvido.


 


- Você é uma péssima atriz, eu diria que essa carreira está fora de cogitação pra você.


 


- Droga - eu murmurei. Meu coração batia com força no peito. Ele sussurrou uma melodia que eu não conhecia; parecia uma canção de ninar. Ele parou.


 


- Será que eu devo cantar pra você dormir?


 


- Certo - eu sorri. - Como se eu conseguisse dormir com você aqui!.


 


- Você faz isso o tempo inteiro - ele me lembrou.


 


- Mas eu não sabia que você estava aqui - eu repliquei friamente.


 


- Então, se você não quer dormir... - ele sugeriu, ignorando meu tom. Minha respiração parou.


 


- Se eu não quero dormir...? - Ele gargalhou.


 


- O que você quer fazer então? - Primeiro eu não consegui responder.


 


- Eu não tenho certeza - eu disse finalmente.


 


- Me avise quando você se decidir. - Eu sentia a respiração gelada dele no meu pescoço, podia senti o nariz dele percorrendo minha mandíbula, inalando meu cheiro.


 


- Eu pensei que você estivesse sem sensibilidade.


 


- Só porque eu estou resistindo ao vinho, não significa que eu não posso apreciar sua fragrância - ele suspirou. - Você tem um cheiro muito floral, como lavanda... ou freesia - ele notou. - É de dar água na boca.


 


- É, é praticamente um feriado quando não tem alguém me dizendo o quanto eu sou apetitosa. - Ele gargalhou e então suspirou.


 


- Eu decidi o que quero fazer. - Eu disse pra ele. - Eu quero ouvir mais sobre você.


 


- Me pergunte qualquer coisa. - Eu escolhi entre as perguntas de maior importância.


 


- Porque você faz isso? - Eu disse. - Eu ainda não entendo como você pode resistir tanto a quem você...é. Por favor, não entenda mal, é claro que me alegra que você faça isso. Eu só não entendo porque você se incomoda.  - Ele hesitou antes de responder.


 


- Essa é uma boa pergunta, e você não é primeira a fazê-la. Os outros, a maioria da nossa espécie está contente do jeito que as coisas são pra eles. Eles também se perguntam como nós vivemos. Mas, veja, só porque nós estamos... mortos de certa forma... isso não significa que nós não possamos escolher ser melhores, tentar cruzar as barreiras do destino que nós não escolhemos. Podemos tentar reter o pouco de humanidade que ainda existe dentro de nós. - Eu me mantive parada, presa no silêncio pasmo.


 


- Você dormiu? - ele sussurrou depois de alguns minutos.


 


- Não


 


- Você só estava curiosa pra saber isso? - Eu rolei os olhos.


 


- Não exatamente.


 


- O que mais você quer saber?


 


- Porque você consegue ler mentes, e só você? E Alice ver futuro? Como isso acontece? - Eu o senti levantar os ombros na escuridão.


 


- Nós realmente não sabemos. Carlisle tem uma teoria... ele acredita que todos nós temos alguma coisa em nossa vida humana que era muito forte, e que quando trazemos essa coisa para a nossa outra vida, ela é intensificada, como nossas mentes e os nossos sentidos. Ele acha que eu já devia ser sensível aos pensamentos das pessoas ao meu redor. E Maite tinha previsões, onde quer que ela esteja.


 


- O que ele trouxe para a próxima vida? E os outros?


 


- Carlisle trouxe sua compaixão. Esme trouxe a sua capacidade de amar apaixonadamente. Emmett trouxe sua força, Rosalie a sua...tenacidade. Ou será que eu devo chamar de cabeça dura? - Ele gargalhou. - Christian é muito interessante. Ele era muito carismático em sua primeira vida, capaz de influenciar as pessoas ao seu redor a ver as coisas da sua maneira. Agora ele é capaz de influenciar as emoções das pessoas que estão ao seu redor, acalmar uma sala cheia de pessoas raivosas, por exemplo, ou excitar uma multidão letárgica. É um dom muito súbito.


 


Eu considerei as possibilidades que ele estava me dando, tentando aceitar tudo aquilo. Ele esperou pacientemente enquanto eu pensava.


 


- Então como isso tudo começou? Quer dizer, Carlisle mudou você, e então ele deve ter sido mudado por alguém, e assim por diante...


 


- Bem, de onde você veio? Evolução? Criação? Será que nós não podemos ter nos desenvolvido da mesma forma que as outras espécies, predador e presa? Ou, se você não acredita que esse mundo inteiro surgiu do nada, como eu mesmo acho difícil de acreditar, será que não dá pra você acreditar que a mesma força maior que criou o peixe anjo e o tubarão, eu o golfinho e a baleia assassina, tenha também criado também nossas duas espécies?


 


- Me deixe entender isso direito, eu sou o golfinho, não é?


 


- É. - Ele sorriu, e alguma coisa tocou meus cabelos, seus lábios?


 


Eu queria me virar pra ele, pra ver se eram realmente seus lábios que estavam tocando meus cabelos. Mas eu tinha que ser boazinha; eu não queria fazer isso mais difícil pra ele do que já era.


 


- Você está pronta pra dormir? - ele perguntou interrompendo o breve silêncio. - Ou você tem mais perguntas?


 


- Um milhão ou dois.


 


- Nós temos amanhã, e o dia depois, e o dia depois... - ele me lembrou. Eu sorri, eufórica com o pensamento.


 


- Você tem certeza que não vai desaparecer de manhã? - eu queria ter certeza. - Afinal de contas, você é uma criatura mística.


 


- Eu não vou te deixar - havia um tom de promessa na sua voz.


 


- Só mais uma, então, por hoje...  - Eu corei. A escuridão não ia ajudar, eu sabia que ele podia sentir o súbito calor na minha pele.


 


- O que é?


 


- Não, esqueça. Eu mudei de idéia.


 


- Any, você pode me perguntar qualquer coisa. - Eu não respondi e ele gemeu. - Eu fico pensando que vai ser menos frustrante, não ouvir os seus pensamentos. Mas então fica pior e pior.


 


- Eu me alegro que você não possa ouvir meus pensamentos. Já é ruim o suficiente que você ouve o que eu falo no sono.


 


- Por favor? - a voz dele era muito persuasiva, quase impossível de resistir. - Eu balancei minha cabeça. - Se você não me contar, eu vou simplesmente pensar que é muito pior do que realmente é - ele ameaçou obscuramente. - Por favor? - de novo aquela voz implorativa.


 


- Bem... - eu comecei feliz que ele não podia ver meu rosto.


 


- Sim?


 


- Você disse que Rosalie e Emmett vão se casar logo... esse... casamento... é como é para os humanos? - Ele riu silenciosamente agora, compreendendo.


 


- É lá que estamos chegando? - Eu me mexi, sem consegui responder. "Sim, eu acredito que é a mesma coisa - ele disse. - Eu te disse, a maioria desses desejos humanos estão lá, só que estão escondidos por desejos muito mais fortes.


 


– Oh! - foi tudo que eu consegui dizer.


 


- Qual é o propósito por trás da sua curiosidade?


 


- Bem, eu me pergunto... sobre você e eu... algum dia... - Ele estava instantaneamente sério, eu podia dizer pela súbita rigidez do corpo dele. Eu gelei também, reagindo automaticamente.


 


- Eu não acho que... que... Seria possível pra nós.


 


- Porque seria demais pra você, se estivéssemos tão...perto?


 


- Isso certamente seria um problema. Mas não era nisso que eu estava pensando. É só que você é tão delicada, tão frágil. Eu tenho que comandar todas as minhas ações quando estou perto de você pra não te machucar. Eu poderia te matar tão facilmente, Any, simplesmente por um acidente. - Sua voz havia se transformado num leve murmúrio. Ele mexeu sua palma gelada para colocá-la na minha bochecha.


 


- Se eu estivesse muito ansioso... se por um segundo eu não estivesse prestando atenção o suficiente, eu poderia avançar, querendo tocar seu rosto, e amassar o seu crânio por engano. Você não se dá conta do quanto é quebrável. Eu não posso me dar ao luxo de perder o controle quando estou perto de você. - Ele esperou que eu respondesse, e ficou ansioso quando eu não respondi. - Você está com medo? - ele perguntou.


 


Eu esperei um momento antes de responder, pra que as palavras fossem verdadeiras.


 


- Não, eu estou bem. - Ele pareceu pensar por um momento.


 


 - Contudo, eu estou curioso. - ele disse, sua voz leve de novo. - Você já...? - ele parou deliberadamente.


 


- É claro que não - eu corei. - Eu te disse que nunca senti isso por ninguém antes, nem perto.


 


- Eu sei. É só que eu sei os pensamentos das outras pessoas. E amor e luxúria nem sempre andam acompanhados.


 


- Pra mim andam. Agora, de qualquer forma, que isso existe pra mim. – eu suspirei.


 


- Isso é bom. Pelo menos, temos uma coisa em comum. - Ele pareceu satisfeito.


 


- Seus instintos humanos... - eu comecei. Ele esperou. - Bem, você se sente atraído por mim, nesse sentido, de alguma forma? - Ele sorriu e fez o meu cabelo quase seco voar levemente.


 


- Eu posso não ser humano, mas eu sou homem - ele me assegurou. Eu bocejei involuntariamente. - Eu respondi todas as suas perguntas, agora você devia ir dormir - ele insistiu.


 


- Eu não tenho certeza se consigo.


 


- Você quer que eu vá embora?


 


- Não! - eu disse alto demais.


 


Ele sorriu e então recomeçou a sussurrar aquela mesma canção de ninar desconhecida; a voz de um arcanjo, macia no meu ouvido. Mais cansada do que eu imaginava, exausta pelo estresse mental e emocional como eu nunca havia estado antes, eu caí no sono nos seus braços gelados.


 


 



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Autor(a): Bela

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  A luz de outro dia nebuloso eventualmente me acordou. Eu deitei com o braço na frente dos olhos, grogue e ofuscada. Alguma coisa, um sonho tentando ser lembrado, estava lutando pra alcançar minha consciência. Eu bocejei e rolei pra o lado, esperando que mais sono viesse. E então o dia anterior flutuou na minha consciência.   - ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 97



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  • luanna Postado em 09/10/2009 - 00:02:58

    perfecta a web.. emocionante.. e vou procurar lua nova agora mesmo! besitos amixx

  • luanna Postado em 04/10/2009 - 00:11:01

    amixxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
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  • marcos00 Postado em 03/10/2009 - 09:10:07

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    Desculpa o tempo sem comentar....Passa em Loucos Por Dinheiro??É minah e da Isabella220, obg


    bjks

  • luanna Postado em 03/10/2009 - 00:22:19

    amix, depois q c ler amanhecer"o livro mais emocionante da saga na minha opinião" vc ler o sol da meia noite, depois tem anoitecer , q é a continuação de "amanhecer" sabe tenho uma colega posta, se vc estivar enteressada a web se chama "anoitecer" e é da maria, ou jumah, uma das duas ta???

    valhe muito a pena!

    depois q c ler amanhecer, vai nessa web e ler anoitecer

  • luanna Postado em 03/10/2009 - 00:20:30

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  • luanna Postado em 03/10/2009 - 00:20:19

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  • bela Postado em 01/10/2009 - 19:10:36

    postando em crepuscúlo
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    bjinhos

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