Fanfic: Chantagem do Desejo AyA - Terminada

Quatro semanas depois, Anahí foi à abertura de uma galeria de arte na companhia de um empresário gre­go, um rapaz jovem e bonito, e da irmã dele, Eugena. Quando retornou da Itália, Alfonso estava em Nova York e Anahí passara mais de uma semana hos­pedada no confortável lar de Pelias e Calliope Herrera. Lá, havia conhecido diversas pessoas, porque o casal idoso era muito sociável, e tinham feito questão de introduzi-la no círculo social que freqüentavam. Damon e Eugena Bourikas, que inicialmente visita­ram Pelias e Calliope na companhia do pai, deram boas-vindas a novos conhecidos, uma vez que eram da mesma faixa etária de Anahí.

Pela primeira vez em muito tempo, Anahí estava em uma posição de apreciar a vida social, e tentava ti­rar o melhor proveito disso. Pretendia também procu­rar um emprego de meio período em algum escritó­rio, a fim de voltar ao trabalho. A velocidade com que sua vida mudara nas últimas semanas, contudo, a vi­nha desafiando mais do que esperava.

Finalmente, tivera coragem de telefonar para a sua mãe na Nova Zelândia e contar-lhe sobre os gêmeos. A notícia súbita de que era avó havia soado como um choque para Maura. Apesar da mágoa pelo fato de a filha não ter confiado nela antes, Maura telefonou no dia seguinte, fazendo um milhão de perguntas sobre os netinhos e pedindo que Anahí lhe enviasse algumas fotos deles.

Embora Anahí estivesse livre de problemas finan­ceiros ou de preocupações com acomodações no mo­mento, vinha sofrendo de uma terrível depressão, a qual fazia o possível para esconder atrás de um sorri­so alegre. Sentia que um emprego lhe daria um novo alento. Se voltasse para o mercado de trabalho, readqui­riria alguma independência.

Afinal, não estava disposta a viver como uma es­pécie de concubina sob a generosidade de Herrera para sempre. E talvez uma ocupação profissional lhe desse algo melhor para pensar do que o fato de que sentia falta de Alfonso.

Não era fácil suportar a ausência dele, admitiu Anahí. Alfonso estava trabalhando no exterior há muito tempo. Dera um jeito de visitar os gêmeos em três ocasiões enquanto estava fora.

Somente uma semana se passara desde que Anahí se mudara para um maravilhoso apartamento com­pletamente mobiliado, o qual Alfonso lhe arranja­ra. Era infinitamente maior, mais luxuoso e melhor localizado do que ela podia imaginar.

— Suponho que os boatos sobre você e Alfonso Herrera devem ser verdadeiros — comentou Damon Bourikas provocativamente enquanto ambos vagavam pela exibição de quadros e esculturas da galeria.

Desejando que a irmã dele não se tivesse afastado, deixando-os sozinhos, Anahí ficou tensa.

— Nunca falo sobre Alfonso.

— Os tablóides dizem tudo isso por você? — revi­dou o jovem grego.

Anahí enrubesceu.

— De que boatos você está falando?

— Que você não está com ele de modo algum. Fiz o comentário porque vi sua babá quando trouxe as crianças para visitar Pelias e Calliope.

— Não estou entendendo. — Anahí o examinou, intrigada.

— Sua babá, Maribel, é uma moça muito bonita — explicou Damon. — Somente uma mulher que não teme competição empregaria uma babá tão linda em sua casa. Especialmente uma que combina com o per­fil feminino dos homens Herrera: uma loura de pernas esculturais com curvas celestiais.

Quando ele terminou a descrição, Anahí empalideceu. Até aquele momento, nunca havia pensado no fato de que Maribel era bonita. Os inegáveis charmes da babá explicariam as recentes visitas de Alfonso aos gêmeos na ausência de Anahí? Damon estava tentando lhe dar um aviso? Alfonso estava sedu­zindo a babá e ela, Anahí, era a última a saber?

— Sim, ela é encantadora, não é mesmo? — disse Anahí, fingindo indiferença. — Acredito que ela pos­sa lembrar Alfonso da esposa falecida.

— Sobre o que vocês estão falando? — A irmã de Damon, Eugena, uma morena tagarela, juntou-se a eles naquele momento.

— Sobre Ianthe Herrera — informou Damon.

— Minha mãe costumava citá-la como modelo para mim — confidenciou Eugena com expressão lastimável. — É claro que Ianthe era muito mais ve­lha do que eu. Era uma mulher maravilhosa e vivia fazendo caridade. Era também totalmente devotada a Alfonso...

— Ele casou-se com ela e transformou-se num workaholic — observou Damon.

— Todo mundo sabe que eles tinham um casamento perfeito!                                                              

Eugena dirigiu ao irmão um olhar de reprovação. Anahí engoliu em seco e mediu as palavras.

— Pelias e Calliope nunca mencionam Ianthe.

— Todos ficaram arrasados quando ela morreu. O fato de ela nunca ter tido um filho foi muito trágico. — Então, como se percebendo o que estava dizendo, Eugena corou, constrangida. — Desculpe-me, Anahí. Não tive a intenção...

— Não, claro que não. — Anahí sorriu, mas havia uma sensação desagradável em seu interior.

Bem, havia perguntado e recebido uma resposta, pensou, vagando distraída por entre a exposição. Tudo que podia pensar agora era que Ianthe fora uma mulher maravilhosa, e Alfonso tinha sido feliz ao lado da esposa. Pela primeira vez, foi forçada a con­frontar o demônio de seu próprio ciúme. Estava en­vergonhada daqueles sentimentos, porém, por mais que quisesse, não era capaz de reprimi-los.

Mesmo assim, sentia-se perturbada por saber que aquele ciúme amargo e o orgulho ferido a haviam im­pedido de refletir sobre a proposta de casamento dele. Por outro lado, estava realmente tão desespera­da para considerar casar-se com um homem que dis­sera abertamente que sexo era tudo que tinha a lhe oferecer?

Alfonso amara a esposa. Estivera de luto por Ianthe quando conheceu Anahí, e a usara como uma atadura para a ferida... facilmente descartável, uma vez que se sentiu pronto para recomeçar a vida. Em comparação a Ianthe, ela não passara de uma parceira para um sexo casual e prazeroso, e somente o nasci­mento de Toby e Connor dera a Anahí um passaporte de volta à vida de Alfonso. Entendeu que aquelas verdades doloridas haviam ferido sua auto-estima e a fizera negar o fato de que estava perdidamente apai­xonada pelo pai dos gêmeos. Mas também entendeu que precisava superar suas emoções sobre a esposa falecida e o casamento perfeito dele.

Quando a galeria já estava prestes a fechar, Anahí fingiu um bocejo e recusou o convite para uma festa. Damon ofereceu-se para levá-la em casa.

— Há um carro esperando por mim...

— Acompanho-a até lá fora. Então, você não está livre, afinal de contas?

— Não sei o que você quer dizer com isso.

— Seus filhos não estão aqui, mas você está sain­do apressada numa limusine com motorista. É uma declaração de posse de Herrera — murmurou o jovem grego.

— Não necessariamente — replicou Anahí sem graça quando chegaram à rua escura. — Geralmente, levo os garotos a todo lugar, e Alfonso insiste que eu use o carro.

— De qualquer forma, não se preocupe com a atra­ção fatal de sua babá — disse ele. — Se ela estiver disponível, pretendo mantê-la totalmente ocupada!

Anahí admirou-se do interesse do rapaz por Maribel e, naquele exato momento, um flash de luz quase a cegou, fazendo-a piscar. O fotógrafo fugiu e Damion a empurrou para dentro da limusine.

Beijoks...

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karol ^^