Fanfic: Chantagem do Desejo AyA - Terminada

— Foi um dia tão longo e detesto esperar, querida — disse Alfonso pressionando a boca sensual e quente na nuca da esposa. Anahí perdeu o fôlego. Vendo-o colocar os filhos no carrinho de bebê, en­trou no carro.

— O que isso significa, ágape mou? Você usa essa expressão muitas vezes.

Alfonso sentou-se ao volante, e ligou o carro.

— Significa... meu amor.

Anahí arregalou os olhos e não ousou fitá-lo. A pergunta o teria deixado desconfortável? Ele não dis­se uma única palavra durante o trajeto para casa.

A sorridente babá apareceu para se encarregar de Toby e Connor e, pegando a mão de Anahí, Alfonso conduziu-a para dentro de casa, e então direto para o quarto.

— Alfonso...

— Há algo que venho tentando lhe dizer... — co­meçou ele tenso. — É culpa sua não ter falado no dia de nosso casamento.

— O quê? Ele hesitou.

— Eu amo você. Apaixonei-me por você na Irlan­da, mas não reconheci o sentimento. Minhas emo­ções eram tão fortes que fui incapaz de acreditar que era normal sentir-me daquela maneira.

Anahí piscou.

— Você está falando sério?

— Sim. Eu estava desequilibrado.

Anahí pensou que poderia desmaiar.

— Desequilibrado?

— Lá estava eu, tentando arduamente refazer-me de um casamento ruim, então você apareceu e levou-me a um território que eu nem mesmo sabia que exis­tia — admitiu ele. — Sou um sujeito que planeja tudo, e nada que aconteceu com você foi planejado. Não percebi que era amor. Pensei que meu desequilí­brio emocional, depois da morte de Ianthe, havia me tirado do controle.

— Talvez não tenhamos nos conhecido na hora certa. Então você me amou. Não é de admirar que eu tenha ficado tão ferida quando tudo acabou. Eu me senti muito segura até aquele ponto.

— Quando você me disse que me amava, tudo que pude pensar foi em Ianthe, e nas declarações de amor que ela me fazia, e que nunca pude retribuir.

— Talvez você precisasse de um tempo para se re­cuperar do que havia acontecido com Ianthe. Realmen­te ia dizer que me amava no dia de nosso casamento?

Ele assentiu.

— Mas você estragou tudo, dizendo que nossa noi­te de núpcias estava fora de cogitação.

— Isso não teria acontecido se você tivesse men­cionado amor! Quando descobriu que me amava?

— Ignorei meus sentimentos até o dia em que fui ao seu apartamento e, por trinta segundos, pensei que esti­vesse fazendo sexo com Damon Bourikas. De súbito, minha mente clareou — confessou ele. — A crença que você podia ter encontrado consolo com outro ho­mem quase me matou e quase o matou também.

— Meu Deus, por isso maquinou a chantagem para que eu me casasse com você?

Alfonso assentiu com cautela.

— Oh, isso é tão doce! — Anahí o abraçou. — Então, o piquenique foi mais real do que imaginei. Mas por que continuou repetindo que era apenas sexo?

— No princípio acreditei que fosse, então pareceu mais seguro deixar as coisas como estavam.

— Você quase despedaçou meu coração! — con­fessou ela. Alfonso abraçou-a carinhosamente. Desculpando-se em grego e inglês, cobriu-lhe o rosto úmido com beijos confortadores.

— Desculpe-me, signomi. Não posso ser feliz sem você. Sei que não a mereço, mas realmente a amo, ágape mou. Você e as crianças me devolveram a vida, e acordo todos os dias sentindo-me abençoado.

— Eu também o amo — sussurrou Anahí feliz. — Posso finalmente dizer isso novamente.

— Nunca deixarei de dizer, ágape mou.

 

— Que pequena preciosidade! — suspirou Calliope Herrera, olhando dentro do berço para a sua mais nova bisneta, uma garotinha chamada Athena. — Ela é delicada e graciosa como a mãe. E pensar que você e meu neto disseram que não haveria mais crianças por alguns anos!

Anahí sorriu. Athena tinha agora três meses. Sua concepção não foi planejada. Alfonso murmurara uma noite que adoraria vê-la grávida, e a pílula anti­concepcional fora esquecida uma vez ou outra. Athe­na foi concebida dentro de algumas semanas.

Toby e Connor estavam com três anos agora. Ati­vos e saudáveis, tinham personalidades distintas.

Toby possuía um temperamento hiperativo, en­quanto Connor era mais tranqüilo e introspectivo.

Eles haviam voado até a vila na Itália com os avós somente dois dias antes. Pelias e Calliope, contudo, não ficariam muito tempo. O velho casal partiria numa viagem pelas suas cidades italianas preferidas.

Deixando as crianças aos cuidados da babá, Anahí desceu a escadaria com Calliope e deu-lhe um beijo de despedida. Acenou para Pelias, que já esperava impaciente no carro.

Algumas vezes, Anahí achava difícil acreditar que já estava casada há dois anos. Sua mãe e seu padrasto os haviam visitado no começo do verão. Alfonso achava que ela devia ver a família tão freqüentemen­te quanto possível.

O casamento fortalecia-se cada vez mais enquanto a confiança recíproca acrescentava um senso de segu­rança mútua. Ambos valorizavam o que tinham juntos.

Alfonso tomara algumas medidas drásticas para diminuir suas horas de trabalho, e Anahí via o marido com freqüência agora, e adorava isso.

Aquele era o dia do segundo aniversário de casa­mento deles, e ela dissera a todos que não fariam nada de especial.

Mentira. Algumas coisas, contudo, não podiam ser compartilhadas.

Ela mirou-se no espelho para verificar se o vestido de algodão verde caía-lhe bem, e depois partiu para a torre.

Andou pelo caminho arborizado e o viu através das árvores. Seus passos apressaram-se sem que Alfonso percebesse. A romântica cena de edredons luxuosos, almofadas e mesa de mármore coberta com deliciosos alimentos era simplesmente magnífica, e Anahí abriu um sorriso iluminado. Alfonso, recostado contra as almofadas com um cálice de vinho na mão, começou a levantar-se.