Fanfic: O Desejo Errado (Adaptada) DyC - FINALIZADA. | Tema: Vondy

-Se não for muito incomodo você poderia cuidar dos meus machucados? –Christopher perguntou quebrando o silencio constrangedor que nos rondava.

-Claro que sim. –Respondi sorrindo docilmente. – E não será incomodo nenhum para mim.

Aproximei-me dele pegando ligeiramente o saco de gelo em suas mãos, sorri timidamente, agachei-me na sua frente, e com muito cuidado encostei o saco de gelo em seu ferimento na sua testa. Inesperadamente suas mãos procuram as minhas agarrando-se fortemente à elas, através desse pequeno ato senti um arrepio percorrer o meu corpo, meus olhos castanhos encontraram com os pretos e naquele momento sentia como se existisse apenas nós dois no mundo. Ele olhava-me intensamente fazendo-me sentir nua em sua frente, tentava frustamente desviar meu olhar, todavia seus olhos eram como duas estrelas pretas que me atraiam, eram como imas que me atraiam e prendia-me naquele olhar misterioso e obscuro.

-Obrigado por cuidar de mim. –Christopher disse com uma voz rouca extremamente sensual.

-De nada. –Sorri e em seguida desviei  o olhar para seu machucado, se eu ficasse mais alguns segundos olhando para ele não seria capaz de responder pelos meus atos. –Na verdade eu que tenho que lhe agradecer!

-Por quê?

-Por ter me defendido do Victor. – Respondi cuidando carinhosamente do seu machucado. –Obrigada. –Agradeci com um sorriso sincero.

-Dulce Maria me agradecendo? –O loiro falou com uma voz surpresa e debochada. –Isso é inédito para mim!

-Ah, cala a boca. –Retruquei dando um leve tapa em sua braço. Olhei para seu rosto angelical e um sorriso brincalhão estampou-se pelos seus lábios carnudos, não resisti tive que rir também. –Você é insuportável!

Continuei sorrindo que nem idiota, às vezes Christopher me irritava ao extremo, porem às vezes era divertido ficar ao seu lado. Apenas Uckermann conseguia me deixar nervosa e alegre ao mesmo tempo. Um curto silencio permaneceu enquanto cuidava dos seus ferimentos tentando concentrar-me, porém sentia o seu olhar sob mim deixando-me ruborizada.

-Christopher, porque você me defendeu? –Questionei curiosa, e ansiosa. Eu sabia muito bem que não deveria lhe perguntar aquilo, entretanto a minha duvida era maior do que meu orgulho. Precisava desesperadamente saber a resposta daquela pergunta que não saiu da minha cabeça. –A gente nunca deu certo, então porque de uma hora para outra você me defendeu? –Perguntei encarando ele tentando não me perder em seus olhos pretos.

-Porque eu sou anjo da guarda. –Respondeu com a expressão pacifica.

-O que? –Perguntei arregalando meus olhos. O olhei com a expressão incrédula. Será que eu havia ouvido direito? Ou será que aquilo era imaginação minha? Seja qual for à resposta precisava entender a sua resposta.

-Quer dizer... –Christopher falou desviando olhar para chão, as suas mãos estavam agitadas e suas bochechas estavam ruborizadas. –Eu... Eu... –Ele voltou a olhar-me gaguejando, tentando inventar alguma desculpa. –Eu... apenas te defendi porque você é a minha amiga.

O olhei por alguns segundos tentando estudar a sua expressão, será que ele havia me defendido apenas porque eu era a sua amiga? Ou porque talvez ele sentisse algo por mim? Balancei a minha cabeça desaprovando a minha segunda pergunta, é claro que Christopher Uckermann não gosta de mim, o único sentimento que ele tem por mim é o ódio assim como eu tenho por ele.

-Então quer dizer que somos amigos agora? –Perguntei com a voz baixa.

-Se você quiser... –Suas palavras eram suaves, seu olhar era dócil e gentil. –Mas é claro que mesmo sendo seu amigo eu continuarei infernizando a sua vida, Maria. –Um sorriso brincalhão estampou-se em sua face.

-Eu jamais duvidaria disso. –Respondi com um sorriso enorme em minha face. –O que seria da minha vida se você não me infernizasse? –Arquei as sobrancelhas entrando em seu jogo. Seria melhor para ambos se continuássemos com as nossas provocações.

-Seria chata com certeza. –Respondeu ele com sorriso presunçoso.

Ambos caímos na gargalhada. Apesar do nosso orgulho iminente éramos amigos, apesar de todas as nossas brigas sabia muito bem que poderia contar com Ucker sempre que precisasse.

-Você realmente não tem jeito, Uckermann. –Conclui o olhando indignada, o sorriso grandioso estava ainda em meus lábios.

-Que bom que achei você. –Pronunciou uma terceira voz no terraço fazendo com que ambos olhássemos. –Eu só vim lher... –Maite tentava continuar dizendo, entretanto o seu folego era pouco. –Eu já estou indo embora...

-Respira fundo, Mai. – Aproximei-me dela tentando ajuda-la. –Porque você esta tão ofegante?

-Porque eu percorri o salão inteiro atrás de você praticamente correndo e não lhe encontrei. –Falou ela colocando a mão sob o coração, tentando buscar ar.

-Porque você me procurou no salão inteiro correndo? –Questionei preocupada. – O que aconteceu?

-A Annie sumiu. –Pronunciou ela arregalando seus incríveis olhos negros, sua expressão era preocupada.

-Como assim a Annie sumiu? –Perguntei desesperada, aumentando meu tom de voz. –Me explica essa historia direito!

-A ultima vez que a vi ela estava com o Poncho e depois disso não a vi mais, estava te procurando para que nos duas fossemos atrás dela. –Maite falou disparada mal respirando.

-Não se preocupem – Christopher falou do outro lado do terraço. –Com certeza ela deve estar com o Poncho! –Sua voz era tranquila, olhei-o e a sua expressão era serena.

-Você sabe o que esta acontecendo entre a Anahí e o Poncho? –O questionei apreensiva, precisava descobrir desesperadamente o que estava acontecendo com eles.

-Ainda não. –Ele levantou-se do banco caminhando em nossa direção. –Mas em breve descobrirei. –Ele assegurou confiante deixando eu e Maite com a expressão confusa.

-É melhor a gente ir para o nosso dormitório e esperar a Annie parecer. –Conclui voltando olhar a minha amiga.

-Vamos então. –Maite sorriu em direção a Christopher e começou a descer as escadas nos deixando sozinhos novamente.

-Ate depois. –Despedi-me mal o olhando, caminhando em direção as escadas.

-Espera. –Ucker pediu carinhosamente fazendo olha-lo. –Você ainda vai cumprir a sua parte do nosso acordo?

-Claro que sim. –Respondi dando lhe um breve sorriso. Apesar de não gostar muito da ideia de passar um mês no mesmo apartamento que Uckermann, eu sou uma mulher de palavra e cumpria todas elas.

-Ótimo. –Um sorriso perfeito estendeu-se em sua face e seus olhos pretos voltaram a brilhar. –Te espero amanha depois da aula em meu dormitório.

Engoli seco, um pânico atingiu-me, amanha começaria a nossa aposta e com certeza não seria nada fácil cumpri-la, entretanto nem tudo estava perdido, eu havia um plano perfeito em minha cabeça e torcia mentalmente para que ele desse certo.

-Como quiser. –Respondi tentando parecer confiante diante dele, não podia demostrar medo nenhum a Christopher Uckermann. –Ate amanha. –Sorri calorosamente, o olhei pela ultima vez e comecei a descer as escadas deixando para trás o seu cativante sorriso e seus atraentes olhos pretos.

Ao chegarmos ao dormitório percebemos que ele estava vazio e solitário como deixamos, sentei-me no sofá exausta e com uma leve enxaqueca, tudo que eu precisava naquele momento era uma boa noite de sono sem problemas, necessitava estar muito bem para enfrentar o sr. Olhos Pretos Encrenqueiro, além disso precisava colocar o meu plano em ação.

-Será que Annie esta como Poncho? –Perguntou Maite  aflita, dividindo o sofá comigo.

-Espero que sim. –Respondi a olhando pelo canto do olho. –Espero que ela não esteja aprontando nada e esteja com o Poncho.

Fechei meus olhos por míseros segundos tentando relaxar, precisava tomar um remédio e depois ir para cama, porem eu estava angustiada com desaparecimento de Annie a ponto de não conseguir relaxar ou dormir.

-E o Christopher? –Perguntou Mai com uma voz maliciosa. Abri meus olhos e encarei seus brilhantes olhos pretos que radiavam

-O que tem ele? –Perguntei indiferente

-Não se faça de desentendida. –Retrucou ela com um sorriso enorme estampado em sua face. –Eu sei você adorou cuidar dos machucados dele e, além disso, também esta adorando ter perdido essa aposta.

-Sinceramente não sei de onde você tirou isso. –Falei impassível. –Eu odeio o Christopher desde do primeiro dia que o vi, eu não suporto ele. E eu apenas cuidei dos seus ferimentos, pois ele me defendeu do idiota do Victor.

-Não negue seus sentimentos, eu sei que tudo que você disse é mentira. -Contra argumentou ela levando-se do sofá e parando à minha frente. –O que não é visível para vocês e visível para os outros, todo colégio sabe que todo esse ódio que vocês fingem sentir é apenas uma maneira de esconderem seus sentimentos reais um pelo outro. Pense nisso. –Concluiu ela caminhando em direção ao quarto.

Permaneci ali tática pensando nas palavras da minha amiga, será que fingíamos nos odiar para não admitir que gostamos um do outro? Claro que não, censurei-me, eu jamais poderia pensar em gostar de Ucker, ele  era mulherengo, encrenqueiro, egocêntrico, insolente, mal educado, arrogante, orgulhoso, audacioso....etc, ademais eu tinha motivos suficientes para odiá-lo eternamente. Christopher era o tipo de cara que eu deveria manter distancia para não perder a razão.