Fanfic: O Desejo Errado (Adaptada) DyC - FINALIZADA. | Tema: Vondy

Eu passei a noite em claro de domingo para segunda, deixei as minhas lagrimas caírem livremente pelo meu rosto enquanto sentia o meu coração despedaçado em meu peito. Já havia namorado e envolvido-me com alguns garotos, porem nenhum me fez sofrer tanto assim, nenhum fez me sentir como se alguém tivesse arrancando o coração do meu peito e o levasse consigo. Eu senti uma dor insuportável dentro de mim, era como se eu me afundasse em um abismo sem saída. Raiva, ódio, rancor, tristeza percorriam e domava-me aos poucos me fazendo entregar por completo.

Depois da noite terrível que passei eu havia acordado com os olhos vermelhos, o rosto inchado e tinha olheiras profundas. Não estava com vontade alguma de ir para aula, não queria encarar Christopher tão cedo depois da noite passada, então Anahí e Maite se dispuseram me fazer companhia e faltar a aula, o que era inédito para ambas, porem elas me convenceram dessa loucura usando o argumento que eu precisava delas e infelizmente não pude negar, eu realmente precisava de alguém ao meu lado agora.

Eu estava sentada no sofá enquanto conversava com Anahí contando sobre tudo, desde do meu pedido ate quem Christopher realmente é, ao passo que Maite fazia um café amargo na cozinha para ver se eu animava.

-Aqui seu café. Esta amargo e bem quente do jeito que você gosta. –Maite disse interrompendo a minha conversa com a loira e entregando-me a xicara de café.

Sorri forçado para ela agradecendo pelo seu esforço, a morena logo se sentou ao meu lado e eu tomei um gole do café que estava do jeito que eu gostava.

 -Me deixa vê se entendi. –Pronunciou a loira sentada do outro lado. –Você fez um pedido para que nunca conhecesse seu amigo e a Maite que é uma fada realizou ele. –Anahí pronunciou palavra por palavra cuidosadamente, eu apenas balancei a cabeça e a loira prosseguiu: -Então você veio parar nessa sua nova vida e além disso, Christopher é o seu anjo da guarda ? – Ela arqueou as sobrancelhas com o semblante incrédulo.

-Sim. –Disse com a voz baixa com a revelação de Ucker ainda martelando em minha cabeça.

-Uau, isso é assustador, porem ao mesmo tempo muito legal. –Exclamou Annie com a expressão entusiasmada.

Nesse instante vi Maite lançar a loira um olhar desaprovador. 

-Deixa-a, Mai. – Reprendi a morena que ainda olhava com expressão severa para Anahí. –Qualquer um teria a mesma opinião que a Annie, mas o importante é que agora sei de toda a verdade e já me decidi: eu irei embora, quero voltar para minha vida antiga. –Falei decidida enquanto encarava ambas que me olhavam incrédulas.

-Mas a sua vida antiga não era um inferno? Não foi por isso que você fez esse pedido? –Perguntou Anahí olhando-me com a expressão curiosa.

-Sim, mas depois que descobri a verdade sobre tudo não faz nenhum sentido ficar aqui e sem contar que não terei que ver mais Christopher o que será ótimo. –Disse tranquilamente tentando controlar as minhas lagrimas que insistiam em escorrer meu rosto toda vez que me lembrava dele. –Mai, me ajuda, quero voltar para minha vida antiga. –Implorei para ela fazendo um biquinho fofo.

-Tem certeza disso, Dul? –Perguntou ela olhando-me receosa. –Quando você voltar para sua vida antiga você tem que viver lá para sempre. –Alertou ela com a voz baixa, e com um olhar preocupado.

Minha antiga vida nunca foi um mar de rosa e isso com certeza jamais seria, entretanto eu não aguentaria encontrar-me com Christopher pelo colégio acidentalmente e fingir que nada entre nós aconteceu, pois as nossas noites de amor e nossos momento mágicos não foram em vão, ali tiveram sentimentos verdadeiros e reais, bom pelo menos de minha parte tiveram, pois eu jamais diria um “eu te amo” apenas da boca para fora, diria apenas quando eu realmente tivesse certeza daquele sentimento e sem duvida de sombra eu ainda amo Christopher Uckermann com todo meu coração .

-Sim tenho certeza absoluta. –Disse com a voz segura, porem sentia minha garganta se fechar diante a minha fala. –Quero voltar para minha vida antiga! –Falei decida, porem sentia dentro do meu fundo do meu coração que não era realmente aquilo que queria, todavia o ignorei, estava na hora de usar a razão e deixar o coração de lado.

-Ok. Então precisamos do mapa para acharmos a pedra do desejo, pois ela é  a única forma de leva-la para onde quer. –Maite disse confiante olhando-me.

-Mas quem tem mapa dessa tal pedra? –Perguntei ansiosa, nós três embarcaríamos em nossa ultima aventura juntas.

-O Christopher tem mapa basta pegarmos com ele. –A morena disse calmamente. –Bom meninas, sugiro que arrumem roupas, pois a nossa viagem vai ser longa. –Maite disse levantando-se do sofá e olhando para ambas.

A turma novamente estava reunida para uma missão, porem infelizmente essa seria a ultima missão que eu participaria. Sem duvidas irei sentir falta de cada um, porem é necessário partir, pois todo mundo um dia nessa vida tem que fazer escolhas e havia feito a minha, apesar de que um dia futuramente eu posso arrepender-me dela, entretanto é para meu bem.

-Porque esse mapa nos leva ate a minha casa? Porque a pedra dos desejos esta lá? –Perguntei curiosa tentando entender o mapa que por um passe de magia mostrou o caminho da minha casa onde fui criada e morei antes da minha mãe falecer.

-Porque a pedra sempre aparece para pessoa no lugar mais importante para a mesma e no seu caso parece que a pedra esta na sua casa em Chiapas. –Explicou Maite tranquilamente analisando o mapa que estava estendido na parte da frente do carro do Poncho.  -E temos que chegar a Chiapas o quanto mais rápido possível e fazer o pedido, pois quando você completar 18 anos não poderemos fazer mais nada e você terá que ficar seja onde você estiver. –Anunciou Mai olhando-me pelo canto do olho com a expressão preocupada.

-Mas só falta 5 dias para meu aniversario. –Aumentei meu tom de voz alarmada.

-Então será uma corrida contra o tempo. –Pronunciou Christopher encostado no carro sem olhar-me.

-Então é melhor partimos quanto antes. –Anunciou Anahí com a expressão entusiasmada olhando para nós cinco.

Rapidamente nos organizamos nos dois carros, eu, Maite e Christian fomos no carro do Chris, enquanto Anahí, Alfonso e Christopher foram no carro do Poncho. Por sorte e um pouco inteligência conseguimos sair do colégio graça as autorizações falsas dos nossos responsáveis que Christopher fez para cada um de nós. Logo pegamos a estrada em rumo a Chiapas numa corrida contra o tempo.

-Quer dizer que você é uma fada que realizou o pedido da Dul? –Perguntou Chris olhando para Mai com a expressão surpresa. Maite apenas balançou a cabeça timidamente. –Eu sempre soube que você é uma garota especial. –Anunciou Chris sorridente fazendo a morena corar levemente. –Você pode realizar meu desejo? –Indagou Christian com voz galanteadora olhando para a morena que estava sentada no banco do passageiro.

-Depende do desejo. –Argumentou Maite olhando-o intensamente.

-Não é difícil o meu pedido, eu quero você para sempre ao meu lado. –Christian revelou sorrindo largamente para ela e Maite sorriu ainda mais sem graça.

-Isso tudo é lindo. –Interrompi-os impaciente com aquela cena melosa. –Mas eu ainda estou aqui. –Argumentei com um sorriso breve fazendo com que ambos corassem repetidamente.

-Perdão, Dul. –Chris desculpou-se lançando um sorriso caloroso para mim pelo retrovisor.

-Tudo bem, eu que estou atrapalhando vocês dois. –Retruquei sorrindo sem graça. –Porque não paramos para comer alguma coisa e dormir? Eu estou morrendo de fome. –Pedi com a voz manhosa, fazendo um biquinho.

-Ótima ideia porque eu também estou faminta. –Maite disse disparada enquanto ela forçava um sorriso.

Segundo Maite havíamos chegado à pequena cidade chamada Puebla, era uma cidade historica com varias construções antigas no estilo vitoriano, com paisagens belíssimas, e inúmeras catedrais. Achamos um hotel simples, porem, organizado e acolhedor, fizemos as reservas dos quartos e depois fomos para um bar restaurante que tinha uma vista de frente ao mar.

-Procurem uma mesa para gente sentar e nos vamos buscar as comidas. –Anunciou Christian animado indo ate o bar acompanhado de Christopher e Alfonso.

Eu e as meninas sentamos em uma mesa mais afastada na imensa sacada do hotel, era um lugar fresco e tranquilo já que estávamos bem próximos ao mar agitado daquela noite. Logo os meninos trouxeram sanduiches, algumas porções de batinhas fritas e refrigerantes. Atacamos a comida deliciosa sem piedade, pois estávamos todos com muita fome.

Alfonso e Christian contavam algumas piadas muito sem graça para nos distrair, porem meu pensamento estava no homem dos olhos pretos sentado ao meu lado. Ele comia silenciosamente, sem ao menos rir ou falar. Depois da revelação não havíamos trocado nenhuma palavra ou olhar, era como se eu não existe mais para Christopher, porem não era isso que você queria? Então porque você esta reclamando disso? Perguntei a mim mesma em meus pensamentos, tentando ignorar esse meu lado do coração.

Olhei mais adiante e vi uma pequena pista de dança onde alguns casais dançavam abraçados ao som de uma musica romântica, suspirei lembrando-me das vezes que dancei assim com Christopher, era tão bom sentir o seu perfume delicioso, a sua pele tocando a minha e principalmente ter o seu corpo colado ao meu.

No que estou pensando? Droga Dulce, esqueça o Christopher, esqueça! Pensei cesurando meus pensamentos. Uma musica agitada começou a tocar no ambiente e a pista foi ocupada por algumas que pessoas que dançavam no ritmo dela. Essa seria a saída perfeita para me manter longe dele.

-Vamos dançar, meninas. –Pedi com a voz entusiasmada olhando para ambas.

Maite e Anahí sorriam animadas e levantaram da cadeira acompanhando-me para a pista. Assim que chegamos deixei meu corpo se libertar ao som da musica, precisa que nem seja por um segundo esquecer-me de Christopher, então deixei a musica agitada guiar-me.

Já me sentia solta juntamente com meu corpo, quando inesperadamente senti duas mãos pesadas agarrem a minha cintura fazendo-me ficar paralisada. Com certeza aquelas mãos não eram de Christopher, pois as deles eram carinhosas e faziam-me arrepiar toda vez que ele me tocava e aquelas mãos que estavam em mim fazia-me ter repulsa por elas.

Virei a minha cabeça para trás e vi um homem encarando-me com um brilho malicioso. Seus olhos eram negros assim como seus cabelos despenteados, sua pele é morena e ele tinha um sorriso torto nos lábios, ele usava uma calça jens justa e uma camiseta azul com os primeiros botões abertos deixando a mostra seus pêlos pretos.

-Olá, gatinha. –Ele disse com a voz baixa, puxando-me para mais perto dele. –Faz tempo que eu estou te observando dançar e devo te dizer que você é muito gostosa. –Um sorriso malicioso estendeu-se no seu rosto, ele me puxou ainda para mais perto e pude sentir o seu hálito de álcool e nicotina que fez meu estomago revirar.

-Me solta. –Pedi tentando frustramente sair de seus braços, porem ele segurou-me com mais força ainda em minha cintura enquanto aproximava seus lábios dos meus. –Me solta, idiota. –Gritei desesperada quando faltava centímetros para sua boca nojenta pousar sobre a minha.

-Você não a ouviu.  –Pronunciou uma voz seria atrás de nos, fazendo ele me liberar.

Virei-me e deparei com Christopher encarando o rapaz com a expressão robusta e com os braços cruzando sobre o peito recalcando seus bicípites.

-E quem é você? –Perguntou o rapaz olhando para Christopher com a expressão também seria.

-Sou amigo dela e a vi você agarrando. –Ucker respondeu tranquilamente.

-Ela também me queria para sua informação. –Retrucou com o rapaz com um sorriso malicioso. –Agora se nos der licença. –Ele disse voltando a olhar-me.

-De maneira alguma. –Christopher pronunciou disparado enquanto apressava os seus passos para ficar entre nós. –De meia volta e saia daqui, ela não é para seu bico. –Ucker argumentou com a voz segura ficando em minha frente como se fosse uma barreira para minha proteção.

-E quem vai me impedir? –Perguntou a rapaz em tom debochado. –Você? –Ele arqueou as sobrancelhas soltando um riso. –Me poupe.

Christopher abriu e fechou as mãos que estavam caídas ao lado do corpo, não podia ver a sua expressão, porem sabia que ele estava com muita raiva. Subitamente Ucker atacou o rapaz indo para cima dele derrubando-o no chão. Depois disso houve uma sessão de socos de Ucker em quase todo o corpo de rapaz, pessoas os rondavam assustados e curiosos querendo assistir ao show de camarote. Eu fiquei paralisada com a cena, não era a primeira vez que Christopher me defendia de alguém assim e também não seria a ultima, já que ele é meu anjo da guarda e a sua função é essa.

Antes que houvesse mais derramamento do sangue, Alfonso e Christian com muito esforço afastou Christopher de cima do rapaz e outros homens ajudou o rapaz levantar-se do chão. Observei-o e nos canto da sua boca e na sua testa jorrava sangue e seu olho esquerdo estava roxo.

Olhei para Ucker que tentava soltar-se de seus amigos, porem eles o seguravam fortemente, apesar dele ter ganhando a briga no canto dos seus lábios havia um pouco de sangue. Aproximei-me dele com raiva e o puxei pelo braço para o bar, ele apenas me seguiu com a expressão confusa.

-Sente-se. –Ordenei impaciente apontando para o banco alto de madeira que ficava de frente ao balcão do bar.

Christopher sentou-se no banco meio recesso, aproximei-me do barman e disse educadamente:

-Você poderia me arrumar uma bolsa de gelo para colocar no machucado dele? –Pedi sorrindo enquanto senti as orbitas pretas sob mim.

Depois de alguns segundos o barman arrumou a bolsa de gelo e entregou-me sorridente. Virei-me para Christopher e coloquei inesperadamente a bolsa no canto dos seus lábios.

-Aiiiiii. –Exclamou Ucker irritado e em seguida segurou em minhas mãos.

Olhei para nossas mãos enlaçadas e senti meu coração disparar em meu peito, um arrepio delicioso percorreu-me, olhei para ele que sorria largamente para mim.

Não, isso não pode acontecer novamente, controla-se, Dul, controla-se. Disse a mim mesma por pensamento. Por impulso nervoso, tirei minhas mãos das suas e concentrei-me em seu ferimento. Christopher permaneceu em silencio, enquanto às vezes fazia caretas quando eu apertava o gelo contra sua pele ferida. Sentia seus olhos pretos sob mim, entretanto controlava-me para não retribuir o olhar, o que era uma tarefa muito árdua.

-Não vai me agradecer por ter salvado não? –Perguntou Christopher cortando o silencio, olhando-me.

-Você é o meu anjo da guarda então essa sua função. –Disse ríspida olhando para o gelo. –Não tem necessidade de lhe agradecer por nada. –Conclui a minha fala tranquilamente ignorando a sua olhada incrédula.

-Como sempre você sendo adorável. –Retrucou Christopher com ironia, sorrindo forçado para mim. –É sempre bom agradecer as pessoas às vezes, Dulce, sua mãe não te ensinou isso não? –Indagou Ucker arqueando as sobrancelhas com a expressão seria.

Uma raiva me domou, ele não tinha direito de falar da minha mãe, pois ela me criou muito bem, me deu tudo que uma filha necessita e apesar dela ter ido eu sou eternamente grata a ela.

-Você não tem direito de falar assim da minha mãe. –Disparei lançando lhe um olhar raivoso. –Porque você não volta para seus pais e me deixa em paz? –Indaguei arqueando as sobrancelhas. –Ah, espera eles morreram, perdão eu me esqueci. –Contra argumentei soltando um riso e em seguida joguei a bolsa de gelo nele antes de sair apressada.