Fanfic: O Desejo Errado (Adaptada) DyC - FINALIZADA. | Tema: Vondy

Acordei pela manha com a luz do sol refletindo em meus olhos, os abri lentamente acostando-me com a claridade iminente do quarto. Abaixei meu olhar para meu corpo e assim que notei que estava totalmente nua sob o lençol branco levei um súbito susto, fechei meus olhos tentando me lembrar do que havia acontecido, quando inesperadamente flashes passaram-se pela minha mente revelando a minha atividade da noite passada: eu havia feito sexo selvagem com Christopher!

Sentimentos de culpa e ódio surgiram na superfície da minha consciência. Claro que não estava arrependida por ter feito sexo com ele, o problema é que eu havia bebido um pouco além do que devida e quase não me lembrava da nossa noite, apenas me recordava dele tirando as minhas roupas bruscamente, ele dentro de mim e por ultima lembrava-me nitidamente de ambos chegando ao orgasmo sublime. Foi a nossa ultima noite juntos e eu quase não me lembrava de nada, e sem contar que estava com um terrível dor de cabeça .

Virei-me para lado com cautela imaginando se ele ainda estaria ainda dormindo ali, todavia pude respirar tranquilamente quando vi o lado esquerdo da minha cama vazio sem resquícios do loiro. Por lado estava aliava, pois não estava a fim de encarar Christopher assim que acordasse, entretanto uma solidão atingiu-me por ele não estar ali. Antes que pudesse sentir mais algo à deriva, levantei-me da cama e fui em direção ao banheiro para tomar um banho.

Assim que terminei de me arrumar, desci para o restaurante para tomar o café da manha antes de partir para meu ultimo dia de viagem. Mesmo de longe eu podia notar os olhares tristes de meus amigos e isso tudo é culpa minha, não deveria ter trago eles para essa viagem, pois isso aumentaria o sofrimento deles e o meu também. Respirei fundo, controlando meus olhos pesados, não iria chorar na frente dele, eu irei ser forte apesar por dentro sentia o meu coração se despedaçar.

Tomamos nosso café em silencio e eu evitava trocar olhares com Christopher, preferia o silencio porque infelizmente ele é minha única arma nesse instante. Assim que terminamos o café fizemos uma longa viagem de quase 8 horas em total silencio e melancolia, eu rezava mentalmente a todo instante para que chegássemos logo à Chiapas para que aquela tortura acabasse, pois se eu ficasse mais um segundo assim juro que não aguentaria.

O crepúsculo dava cor e vida a aquela tarde quinta quando havíamos chegado a Chiapas. Assim que o carro do Christian parou em frente à minha antiga casa eu prendi a respiração antes de encara-la. A casa onde fui criada, onde vivi por muito tempo estava ali em minha frente esperando-me, entretanto ela não era a mesma de sempre, ela parecia hoje mais um cenário de terror.

A casa que um dia foi perfeita e guardava recordações maravilhosas estava destruída pelo tempo; as paredes que sempre tiveram pinturas coloridas e alegres agora estavam sem vida, o jardim na parte da frente que era um dos meus lugares favoritos foi coberto por capim altos e secos, aquele cenário não era mais reconfortante e magico como antes, porém talvez porque toda minha infância não se passou de uma ilusão e aquele paraíso era apenas fruto da minha imaginação fértil.

Assim que caminhava em direção a porta principal sentia uma vontade imensa desistir e sair correndo ali, mas não poderia fazer aquilo depois de tudo que havíamos passado, esse é o meu destino, essa é a minha sina. Os meninos fizeram um esforço imenso para empurrar a porta de madeira pesada e conseguiram com sucesso após inúmeras tentativas. A casa por dentro estava em um estado pior do que o lado de fora: as paredes estavam sujas e cheia de mofos, havia inúmeras teias de aranha pela sala de estar e a maioria dos moveis estavam quebrados.

- Agora como vamos achar a pedra? –Perguntei recosa desejando mentalmente para que saíssemos logo desse lugar tenebroso.

-Estou com um pressentimento que a pedra está no 2ª andar da casa. –Anunciou Mai com a voz baixa parada ao meu lado.

Subimos as imensas escadas de madeiras que estavam quebradas e cheias de sujeira, assim que chegamos ao andar superior deparei-me com a porta do meu quarto, engoli seco assim que vi Maite caminhando silenciosamente para ele. Não estaria preparada para entrar no meu “castelo”; sorri ao lembrar que era assim que chama meu quarto cor de rosa decorado de borboletas e fadas.

Adentramos em meu quarto e por instantes notei que meu castelo havia se modificado transformando-se em mais um quarto de terror: as cores rosas e lilás que predominavam meu quarto haviam desaparecido deixando-o sem vida, todavia ainda havia uma solitária borboleta presa a parede sem cor.

-Eu sinto que a pedra esta aqui tenho quase certeza disso. –Maite disse calmamente enquanto analisava atentamente o meu quarto.

Nada mais era igual, nem meu presente e muito menos meu passado, talvez eu havia decido voltar para a minha vida antiga com a um desculpa para fugir dos meus problemas, entretanto meu passado é assombroso e infelizmente estou destinada à eternamente; agora não tem mais volta, tenho que encara-lo com a cabeça erguida.

Analisei meu quarto novamente e um objeto chamou-me atenção, caminhei ate ele calmamente. Respirei fundo antes de pegar a pequena caixinha entre minhas mãos, sorri ao lembrar que minha mãe havia me dado um dia antes do seu acidente, aquele era meu ultimo presente que havia recebido dela e por incrível que pareça ele ainda existia, porem estavam bem empoeirado.

Abri a tampa da caixinha lentamente e deparei-me com um objeto brilhante dentro dela, peguei a pedra que tinha uma coloração azul incrível e dentro dela havia pequenos pontinhos brilhantes que prendeu a minha atenção.

-Meu Deus. –Exclamou Maite subitamente fazendo-me deixar a pedra de lado e olha-la. –Você achou a pedra dos desejos. –Ela disse olhando para o objeto em minhas mãos com o semblante surpreso.

Olhei novamente para pedra que cintilava em minhas mãos, finalmente eu havia achado agora só precisava fazer um desejo e eu teria minha vida de volta. Entretanto por incrível que pareça eu não estava feliz, na verdade estava angustiada e triste em imaginar a minha vida sem meus amigos e principalmente sem Christopher. Não queria ir, entretanto é preciso, já havia atrapalhado a vida de todos e agora é a hora do adeus.

-Dul.. –Correu Anahíe em minha direção puxando-me para um abraço. –Não vai, por favor! –Implorou ela entre lagrimas, meu coração se cortou nesse instante.

-É preciso, tenho que ir. –Disse com a voz baixa controlando as minhas lagrimas. Não irei chorar, não... Droga! Amaldiçoei as minhas lagrimas que já escorriam em minha face. –Sentirei muito a sua falta. –Sussurrei apertando o nosso abraço ainda mais.

-Também sentirei. –Respondeu a loira soltando-se do abraço com a face inundada de lagrimas. –Quero que fique com isso. –A loira disse inesperadamente estendendo a sua pulseira colorida da sorte. –Pois toda vez que vê-la você ira se lembrar de mim. –Anunciou ela com a voz baixa olhando-me melancolicamente.

-Annie...

-Não diga nada, apenas aceite. –Implorou ela interrompendo-me meu discurso, em seus olhos havia suplica e não poderia negar à ela isso.

Peguei a pulseira de sua mão e coloquei a pulso sorrindo forçado, logo Christian aproximou-se abraçou-me e em seguida entregou-me um colar que havia um coração escrito: Best Friends, depois Alfonso abraçou-me e entregou-me seu chaveirinho da sorte.

Depois de despedidas e choros, despedi-me de todos. Era tão dolorido e infelizmente ninguém nunca havia me dito o quanto era tão difícil, porém eu sabia que ainda tinha um mundo pela frente para encarar e isso com certeza irá me fazer forte. Levei a pedra contra meu peito e apertei-a com força antes de fazer meu pedido, olhei para cada um, com certeza irei sentir falta das loucuras de Annie, irei sentir falta do jeito protetor de Christian, irei sentir falta do humor de Alfonso, irei sentir falta dos conselhos da Maite e sem duvida de sombra irei sentir falta de Christopher.

Sorri para todos, porem meu sorriso desmanchou-se quando vi os olhos marejados de Christopher, minha vontade era de pular em seus braços e dizer que não iria embora, mas ele também iria embora e não estávamos destinados a ficarmos juntos, porém jamais esquecerei dos nossos momentos, das nossas brigas idiotas e jamais esquecerem-me dele, pois ele foi e sempre será o homem da minha vida.

Respirei fundo sentindo lagrimas inundarem minha face, fechei meus olhos concentrando-me naquele instante e fiz um pedido mentalmente que por tanto ansiei um dia: “Desejo voltar para minha antiga vida.” Inesperadamente fui envolvida por um neblina branca que levou-me para longe daquela casa, para longe dos meus amigos e principalmente para longe do meu presente. Abri meus olhos e novamente estava no meu antigo quarto em minha antiga casa que divido com meu pai, olhei ao redor e senti um vazio percorrer-me aquele quarto não era o mesmo diante meus olhos, ele não era mais o meu cativeiro que eu ficava por dias e noites. Nada ali havido mudado desde que o deixei, os objetos eram os mesmos, o quarto era o mesmo, entretanto eu não era mesma, sentia-me uma intrusa naquele quarto.

Deitei-me na cama deixando as lagrimas caírem sob o fronha florida do meu travesseiro, eu havia consigo, estava novamente na minha casa, então porque eu não me sentia em casa? Porque tudo estava diferente? Continuei chorando enquanto essas perguntas sem respostas rondavam a minha cabeça, por fim fui vencida pelo sono e acabei adormecendo ali mesmo diante meu travesseiro encharcado de lagrimas e a deriva da saudade eterna.