Fanfics Brasil - Capítulo 01 - Pense em coisas bonitas I Will Be Right Here

Fanfic: I Will Be Right Here | Tema: Frozen, A Origem dos Guardiões


Capítulo: Capítulo 01 - Pense em coisas bonitas

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Os lábios rosados dos alunos da escola tremiam de frio, com toda a certeza era o dia mais frio do ano. Todos estavam com frio, se tremendo e torciam para que não houvesse aulas, mas Elsa era diferente. Ela não sentia frio, e ela queria ir as aulas, mas ao mesmo tempo não queria. Com o passar do tempo, os monstros que Elsa via começaram a aparecer para ela quando estava acordada. Ela tinha medo de entrar em contato com qualquer coisa que refletisse a sua imagem, caso olhasse para si mesma, via um monstro de seus pesadelos logo atrás. Com um capuz e seus clássicos fones de ouvidos brancos, a loira se dirigiu para a sala de aula, e assim que entrou, o sinal irritante tocou.


Sempre sentara no fundo da sala, o mais longe da janela possível. Ela via seu reflexo, e um monstro mais horrível que o outro aparecia atrás dela. Desligou o rádio de seu celular e tratou de tirar o capuz antes que o professor chegasse. Professor Harris tinha uma certa implicação com Elsa. Ou era por ela não participar muito das aulas ou então era por ela estar constantemente olhando para o além pensando em qual pesadelo teria esta noite.


Como é se sentir normal? Elsa pensava. Deve ser melhor do que ser perseguida por monstros todas as noites, todos os dias, todas as vezes que se olha ao espelho. Elsa sabia que todos tinham pesadelos à noite, mas ao acordarem, não se recordam do que sonharam, e os monstros, nunca aparecem. Era sempre para ela que os monstros apareciam, parecia que ela tinha algo diferente que as demais pessoas não tinham.


– Sentem-se alunos!


Professor Harris disse ao chegar na sala de aula. Colocou sua pasta em cima da mesa, e de lá tirou cinquenta e oito folhas, o número de alunos da classe de Elsa. Ele sorriu ao ver que nenhum aluno faltara naquele dia de quarta-feira.


– Preparei uma prova para vocês. – Várias reclamações foram ouvidas, mas Elsa não se importava, ela esperava que Harris fizesse uma prova surpresa para poder testá-la.


Começou a entregar, bem lentamente e sem pressa. Ao chegar da mesa de Elsa, sorriu e entregou a última prova que estava em sua mão.


– Antes de começarem suas provas, coloquem nome e número da chamada. Mas eu sei que irá me aparecer uma prova no qual me faça perguntar todas as noites o verdadeiro motivo de eu ter me tornado professor.


Ao falar, ele olhava para Elsa de um modo sarcástico, era sempre ela que esquecia de colocar o nome na prova. Dessa vez ela faria diferente. Dessa vez ela iria colocar seu nome na prova antes de fazê-la.


Barulhos irritantes a estavam incomodando. Pequenos barulhos que não seriam incomodantes para uma pessoa normal, mas eram bastantes desconfortáveis para Elsa. Quantas vezes as pessoas não começaram a rir da jovem por conta de acharem que se irritava fácil? Ou por garantir que algo estava no vidro da janela, a olhando como se fosse devorá-la. Quantas vezes ela não ouvir da diretora Anna: Cresça! Deixe de ser uma menininha assustada! Realmente eram muitas vezes, perdera até a conta. Suspirou e concentrou-se na prova, certificando-se de que saberia as respostas. Não estavam difíceis, quando chegava em casa, revisava o que estudou para o caso de alguma prova surpresa, mas as provas sempre eram do mesmo professor, Harris Berenson.


– Vocês têm só uma hora para concluir a prova.


O professor dizia, atrapalhando os alunos que começaram a fazer a prova. Elsa passou as mãos no cabelo e atreveu-se a olhar para a janela. Por um milagre, nada aconteceu. A loira estranhou, mas não importou-se com isso, ela tinha esperança de que as coisas começassem a mudar, mudar para melhor. Lembrou-se do dia em que descobrira que os monstros que via eram invisíveis para outras pessoas. Lembrou-se das risadas, das provocações que sofreu e as broncas de professor Harris, assim como um pedido da diretora. Crescida Elsa já estava, mas parecia que os pesadelos insistiam em querer que ela continue sendo uma menininha assustada.


Ao terminar a prova, levantou-se e foi andando calmamente para a mesa do professor que olhava para a sala inteira, vigiando os alunos que iriam colar a prova. Ao percebê-la, a encarou com um sorriso falso no rosto. Elsa deu mais um passo e parou instantaneamente ao ver um dos monstros de seus pesadelos parecer querer decapitar o professor. Assustada, ela correu até a mesa do professor e gritou para o professor que a olhava confuso.


– Professor Harris, cuidado!


Mas quando o professor olhou para trás, só havia o quadro branco com as letras dele escrito em grandes letras: SILENCE. Elsa amaldiçoou-se ao acreditar que o monstro realmente iria machucar o professor. Olhou novamente para detrás de Harris e não havia mais absolutamente nada. Nenhum monstro. Nenhuma morte do seu professor que por algum motivo a odiava.


– Senhorita Elsa, está se sentindo bem? – Ele perguntou sem interesse.


– Não. – A menina respondeu.


– Acredito que não queira ir dar um passeio na sala da diretora.


– Não. – Algumas risadinhas foram ouvidas por Elsa, mas ela simplesmente fez o que sempre fazia. Ignorou – Me desculpe, professor.


– É impressionante como até mesmo no dia mais frio do ano você arruma um jeito de insistir que monstros vêm nos atormentando, atrás de nós prontos para poder nos atacar. Elsa, a diretora já disse para você que essas coisas simplesmente não existem!


– Me desculpe... Eu só não consegui evitar.


– Por favor, se retire da sala e vá ter outra conversa com a diretora!


– Professor Harris, me deixe ficar! Prometo que não direi mais nada.


– Você precisa de um psicólogo. – O professor levantou-se e dirigiu-se para a porta – Por favor, peço que vá conversar com a diretora.


Sem mais questionamentos, Elsa saiu da sala, assustando-se quando o professor fechou quando ela saiu. Em passos lentos, foi para a diretoria. Anna estava lá comendo um cupcake com glacê cor azul. As cores preferidas da diretora Anna era azul e rosa. Elsa gostava de conversar com a diretora, acho que era porque a mesma tinha quase a mesma idade de Elsa. Anna tinha seus 23 anos, mas era rigorosa em questão de alunos desrespeitarem seus professores. Bateu na porta, e imediatamente Anna a mandou entrar. Elsa sorriu, parecendo estar bem e que apenas queria conversar.


– Elsa? Problemas de novo?


– Sim. – Elsa confessou – E me desculpe por isso.


– Ainda vê monstros? – Elsa assentiu – Elsa...


– Eu sei. – A loira interrompeu a diretora – Cresça! Deixe de ser uma menininha assustada! – Anna mandou Elsa sentar-se, o que a garota fez sem dizer absolutamente nada – Acha que estou ficando louca?


– Não necessariamente louca, apenas uma garota solitária.


– Não é fácil quando se perde os pais. – Elsa confessou.


– Sei que é difícil... Também perdi os meus pais quando tinha mais ou menos a sua idade.


– Foi muito difícil? – Anna suspirou e assentiu – Eu ainda não me conformo.


– Acidentes de carro acontecem!


– Mas pessoas sóbrias não têm culpa de outro motorista estar completamente embriagado. – Anna olhou para Elsa e aproximou-se da garota.


– Escute! Não direi que tem que crescer, querida. Mas quando esses monstros aparecerem de novo, feche os olhos e pense em coisas bonitas. Coisas bonitas como... Lindos pássaros voando ao seu redor, lhe protegendo contra esses monstros que estão querendo assustá-la.


– Acha que vai funcionar?


– Não saberemos se você não tentar. – Anna sorriu, logo sendo retribuída por um sorriso sincero vindo de Elsa – Volte para a sala, diga ao professor Harris que não verá monstros outra vez. – Elsa assentiu – Coisas bonitas?


– Coisas bonitas.


Voltando para a sala de aula, Elsa pensou em como as pessoas têm mudado desde quando ela era apenas uma criança. As pessoas começavam a ser mais ignorantes, mais hipócritas. Mas ainda existiam pessoas boas, e Elsa tinha esperança de que ela encontrasse alguém como ela, alguém com quem ela possa conversar sobre o que sente, sobre o que passa. Ao conversar com a diretora, lembrou-se do dia da morte de seus pais. Fora há três anos atrás, ela tinha apenas quatorze anos de idade e havia ficado com uma amiga de sua mãe. Enquanto dormia, fora acordada pela mulher avisando-a que estava órfã. Seus pais enquanto iam para New Jersey, um carro colidiu com o de seus pais, fazendo=os capotar e todos morrerem na mesma hora. Horas mais tarde, testemunhas afirmaram que o homem do outro carro estava bêbado. Desde esse dia, os monstros começaram a assombrá-la quando também estava acordada. E Elsa entrou na escuridão, no frio sombrio e na tristeza.


– Pense em coisas bonitas.


A garota repetia para si mesma enquanto ia para a sala de aula. Conversou com alguns funcionários e finalmente chegou na sala número 07. Abriu a porta e disse para professor Harris que prometera à diretora não ver mais monstros, e se ver, tentaria colocar em sua mente que eles não existem e que não fariam nada de mal a ninguém que estivesse presente naquela sala de aula. Era isso o que ela esperava acontecer.



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Autor(a): mrs_haddock

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

A insônia vencia Elsa, mas ela deixara claro para si mesma que não queria ver monstros. Monstros não existem! Repetia isso várias vezes, mas parecia que ela simplesmente negava o fato de que desde pequena sofria uma crise de loucura constante. Sempre que se sentia nervosa, lembrava-se de coisas boas que aconteciam em sua vida, coisas que a fizeram ...


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