Fanfics Brasil - Capítulo 02 - Como um anjo I Will Be Right Here

Fanfic: I Will Be Right Here | Tema: Frozen, A Origem dos Guardiões


Capítulo: Capítulo 02 - Como um anjo

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A insônia vencia Elsa, mas ela deixara claro para si mesma que não queria ver monstros. Monstros não existem! Repetia isso várias vezes, mas parecia que ela simplesmente negava o fato de que desde pequena sofria uma crise de loucura constante. Sempre que se sentia nervosa, lembrava-se de coisas boas que aconteciam em sua vida, coisas que a fizeram sorrir, coisas que a fizeram se emocionar. Presa num mundo obscuro no qual é vigiada quase todo o dia por monstros horríveis, Elsa se via sem amigos e sem família. Tinha 20 anos, e por conta desses pesadelos e constantes visitas de monstros indesejados, repetiu o segundo ano três vezes, felizmente agora ela estava cursando o último ano no ensino médio, e torcia para que a tortura da escola a deixasse passar os seus dias de solidão na casa que –com a ajuda da amiga de sua mãe– comprara para poder ter um lugar para morar, um lugar confortável o suficiente para Elsa sentir-se bem. Jennifer, a mulher que cuidou de Elsa desde os seus quatorze anos, disse que se a loira precisasse, poderia pedir ajuda quando fosse necessário, mas Elsa nunca pediu ajuda, nunca achou que precisasse da pena dos outros para poder se sentir amada. Ela só precisava de alguém que a compreendesse, de alguém que soubesse o que ela está sentindo, alguém que Elsa amasse de verdade e que essa pessoa também a amaria. Não estava falando de um namorado, talvez sim, mas talvez Elsa estivesse falando de um amigo. Afinal, todos nós precisamos de um amigo para nos ajudar quando precisamos.


Levantou-se de sua cama e foi até a cozinha no andar debaixo do apartamento. Sua garganta estava seca e precisava urgentemente de água. Elsa era uma pessoa estranha, bebia mais de dois litros de água por dia, e mantinha duas garrafinhas d’água na geladeira para poder beber enquanto fazia a coisa mais divertida em sua humilde opinião. Elsa era louca para poder publicar um livro, mas o medo e o desespero não a deixavam, e sempre dizia que o que escrevia parecia um diário suicida. Falava de si mesma, dizia que parecia estar no fundo do posso e que logo, logo iria afogar-se num rio de lágrimas e desespero. Se alguém lesse, acharia que Elsa teria se suicidado logo depois de ter escrito seu pequeno livro dramático.


Já que não conseguia dormir. Elsa voltou para o quarto e pegou um livro em sua estante. Adorava ler, era o seu segundo hobby predileto. Sentou-se na poltrona em frente a cama e colocou seus óculos de leitura. Elsa tinha um certo problema quando ia ler livros, as letras ficavam embaçadas e queixava-se que as editoras colocavam a letra pequena demais. Abriu o mesmo e começou a ler um de seus livros preferidos.


“E mesmo de longe, sem que você perceba, eu cuido de você.”


— Querido John


Algumas vezes, Elsa parava e pensava: Será que um dia alguém irá amar-me tanto quanto Romeu amou Julieta? Será que alguém diria o quanto sou bonita mesmo não sendo uma garota perfeita como Augustus Waters disse que Hazel era bonita? Perguntas simples, mas Elsa não sabia se seriam respondidas. Fechou o livro e ajeitou-se na poltrona, olhando para a janela que deixara aberta para o vento frio tocar suas bochechas enquanto lia. Não se importava se alguém entrasse, se entrasse, não levaria nada, Elsa não tinha nada de valo, e, mesmo se tivesse, não se importaria. O importante era estar viva. Aos poucos, suas pálpebras começaram a pesar. Ela lutava para não dormir, mas o sono foi mais forte, e logo ela caiu em um sono profundo e sem pesadelos, sem sonhos. Era a primeira vez em anos que isso acontecia.


Enquanto Elsa dormia tranquilamente em sua poltrona, e ainda continuava com os óculos de leitura nos olhos. Um garoto albino, invisível para a maioria das pessoas voava em direção ao seu apartamento. Seu nome era Jack, Jack Frost. Mais conhecido como uma gíria para que as crianças coloquem roupas de frio em dias de neve. Devagar, ele entrou no quarto de Elsa e a observou dormir. Sandman tinha feito um bom trabalho, conseguiu bloquear os pesadelos, mas não conseguiu dar-lhe sonhos.


As pessoas já não sonhavam mais, todas as noites tinham pesadelos. Mas ao acordarem, não lembravam-se das terríveis imagens de seus pesadelos. Só Deus sabe o que eles haviam sonhado, mas de uma coisa Jack tinham certeza. Elsa deveria ser diferente, era a única capaz de conseguir ver os monstros dos pesadelos, a única que tinha as lembranças de seus pesadelos. O que tinha em Elsa que deveria ser tão importante assim?


– E mesmo de longe, sem que você perceba, eu cuido de você.


Jack pronunciou as palavras do adorável livro de Elsa. Pegou-o com cuidado e guardou na estante da loira. Jack olhou-se no espelho e desejou que Elsa pudesse vê-lo, adoraria conversar com ela e ser seu amigo, assim como ela deseja. Calmamente, pegou-a no colo e a colocou na cama, a cobrindo em seguida por conta do frio que fazia lá fora. Sentou-se então na poltrona e ficou a olhando dormir. Tão doce e tão inocente, Elsa.


– Quando você dorme, fica mais linda do que as flores da primavera. – Disse Jack – Adoraria atender o seu desejo, pequena Elsa, mas é você quem tem que fazer um pouco de esforço para poder enfim acreditar em mim.


Como Elsa poderia acreditar em Jack sendo que tudo o que ela queria era ter uma vida normal como qualquer outra pessoa? Um amigo que na verdade é o espírito do inverno certamente seria ainda mais estranho do que monstros de seus pesadelos atormentá-la quando está acordada. Como todas as vezes que Jack fazia uma visita à Elsa, Jack deixou um floco de neve desenhado na janela do quarto da jovem. Fechou as portas e foi embora. Iria espalhar mais nevasca por aí enquanto pensava num jeito de ajudar Elsa.


♥♥♥


Elsa sentiu-se feliz pela primeira vez ao acordar. Sem sonhos. Sem pesadelos. O terror finalmente havia acabado ou entrou num sono tão profundo que os monstros não foram capazes de atormentá-la? Ela não sabia, mas estava gostando da ideia de não ter mais pesadelos. Como na maioria das manhãs, Elsa admirou a beleza da natureza ao estranhamente desenhar um floco de neve em sua janela. Ao sair do quarto, parou por um estante no meio do corredor e voltou para o quarto. A janela estava fechada, Elsa lembrava-se muito bem que havia deixado a janela aberta. O livro que lera ontem a noite estava guardado na estante, e ela havia acordado na cama. Elsa não era sonambula, não podia ser. Foi até a janela e a abriu, tocou o desenho completamente congelado e procurou em todos os lugares sinais de vida por perto. Como o esperado, não viu nada. Mas antes de fechar a janela, viu um ser flutuando no meio da pequena tempestade de neve. Era um garoto aparentemente mais jovem do que Elsa. Cabelos brancos, olhos incrivelmente azuis e pele super branca. Albino. Pensou Elsa.


O garoto sorriu para Elsa como se fosse a coisa mais natural do mundo estar flutuando num “galho” e aproximou-se da sacada do prédio.


– Sei que gostou! – Jack começou – Você sempre gosta dos meus desenhos.


Ao notar que a garota não falava nada. Jack resolveu aproximar-se mais um pouco. Ela o encarava com olhos azuis arregalados e assustados, enquanto ele a encarava com olhos azuis semicerrados e preocupados.


– Elsa? Você está bem?


Assustada com o contato visual com o garoto, Elsa deu um passo para trás e esbarrou em sua poltrona, fazendo-a quase cair. Jack estava confuso, Elsa deveria estar vendo algum monstro, o que significava que o feitiço de Sandman não durara muito tempo. Elsa enfim, ao tentar dar mais um paço para trás, escorrega no tapete vermelho de seu quarto, fazendo um pouco de barulho e Jack instantaneamente tentou socorre-la. Para a sua surpresa, ele conseguia tocá-la, coisa que ele nunca conseguia com quem não podia vê-lo.


– Não toque em mim! – Ela disse – Eu vou gritar!


– Elsa? Você pode me ver?


– Eu vou perguntar somente uma vez. – Elsa levantou-se e encarou o garoto albino que estava surpreso pelo fato de Elsa conseguir vê-lo. Jack estava feliz. Sim, ele estava muito feliz – Quem é você?


Jack não a respondeu, simplesmente sorriu e imaginou que agora ele poderia ajuda-la, poderia conversar com ela. Elsa, diferente de Jack, estava assustada e encantada com a imensidão azul dos olhos de Jack. Seus olhos eram tão azuis quanto o dela, tão intensos quando os delas. Alguns minutos de completo silêncio foram ocupado o quarto de Elsa. A loira estava incomodada, não era todo dia que um garoto flutuando numa espécie de cajado aparecia em seu quarto e afirmava que desenhava flocos de neve em sua janela. Jack tentou aproximar-se, mas Elsa deu dois passos para trás.


– Quem é você? – A garota repetiu a pergunta.


– Achei que fosse perguntar uma única vez. – Jack brincou, mas ao perceber que Elsa não havia gostado, tratou logo de responde-la – Me chamo Jack. Jack Frost.


– Jack... Frost?


Ou esse garoto acha que ele é o espírito do inverno, ou eu estou vendo coisas novamente. Pensava Elsa. Jack sentou na cama da garota e riu ao notar que a garota estava o achando maluco. Que pessoa iria acreditar em mim? Jack falava para si mesmo. Não era nada normal um garoto invadir seu apartamento e admitir ser o espírito do inverno. O albino levantou da cama da loira e foi até a escrivaninha, lá estava uma foto de Elsa, seu pai e sua mãe. Na época, Elsa não tinha pesadelos, era feliz e tinha vários amigos. Dias depois, tudo em sua volta mudou, tornando-a fria e independente. Elsa teve de se tornar adulta muito cedo.


– Você se parece com ela. – O albino começou.


– Quem?


– Sua mãe. – Jack virou-se para Elsa – Você se parece bastante com ela quando tinha a sua idade. Se não te conhecesse, diria que era a sua mãe.


– Você conhecia a minha mãe?


– Brincávamos nos dias de neve.


Os amigos de sua mãe também diziam a mesma coisa, e assim como ela, diziam que Elsa se tornaria uma grande mulher no futuro. Ela não acreditava. Dizia para si mesma que grandes mulheres não viam monstros quando viam o seu reflexo. Olhou a foto do retrato que Jack segurava e lembrou do dia em que tirou essa foto. Era inverno, e Elsa visitava pela primeira vez a belíssima cidade de Nova Iorque. Diferente de Arendelle, Nova Iorque era agitava e várias pessoas andavam de um lado pra o outro no centro da cidade. Ao perceber que Elsa estava com os olhos lacrimejando, Jack guardou o retrato e abraçou a garota que assustou-se com o contato. Ela nunca havia recebido um abraço desde o dia em que sua mãe morreu, nem mesmo da mulher que cuidou dela durante anos e anos até que ela tivesse a maior idade.


– Eu sei como se sente. – Jack a desabraçou e enxugou as suas lágrimas – Eu também perdi a minha família. Sei como é se sentir órfão.


Elsa simplesmente o abraçou. Nunca conhecera alguém que a entendesse de verdade. Todas as pessoas sempre diziam que a entendiam, mas Elsa sabia que no fundo eles não faziam a mínima ideia do que é ser órfão e ser atormentada por monstros que a cada dia que se passa veem a assustando cada vez mais. Ela ainda não acreditava no que o albino dissera, mas de qualquer forma, ela estava gostando de sua companhia. Ele era diferente, ele foi o único que não a mandou crescer quando a viu chorar pela morte de seus pais. Eles se foram há seis anos, mas a falta de carinho materno e paterno durante sua adolescência a afetava mais do que os monstros.


– Como a perdeu? – Elsa perguntou.


– Minha mãe? – A loira assentiu – Esse é o problema. Eu não sei.


– Como assim você não sabe?


– Passei trezentos anos da minha vida sem saber que eu tinha uma família, uma vida. Quando descobri, já era tarde demais para poder conhecê-la.


– Trezentos anos? – Elsa estava espantada. Não sabia se acreditava em Jack ou o expulsava de seu apartamento por ser completamente louco.


– Com o tempo lhe conto essa história um pouco melhor.


– Então... Pode me falar mais um pouco sobre você, Jack Frost?


Era o início de uma longa e douradora conversa. Elsa não estava preocupada com o horário, era feriado em Arendelle, comemoração do aniversário do filho mais novo do prefeito. Não teria aulas, os comércios estavam fechados, e a maioria das pessoas estariam na praça para comemorar o aniversário de Hans. Jack contou-lhe de quando ele saiu do lago congelado e de como se tornou um guardião. Elsa começara a acreditar em Jack quando ele congelou o chão de seu quarto. A garota ficou maravilhada com o tal ato, e por um momento, desejou que pudesse fazer algo assim. Nove horas da manhã, e provavelmente a comemoração já estaria começando. Jack olhou para a janela quando os sinos da igreja começaram a tocar, a missa já estaria começando, e lá, Hans seria batizado. Jack olhou para Elsa e sorriu.


– Quer ir ver a comemoração?


– Não sei se seria bom. Tenho medo de ver os monstros e as pessoas acharem que sou louca quando gritar. – Confessou Elsa – Se quiser, pode ir.


– Elsa, eu já lhe disse para não ter medo. Você estará comigo, e enquanto estiver perto de mim, eu prometo que nada e nem ninguém machucará você.


– Você é como um anjo, Jack.


– Eu sou um anjo. O seu anjo, Elsa.


Elsa estava feliz. Havia encontrado um amigo, um amigo completamente diferente do que havia imaginado. O destino era mesmo uma coisa engraçada. Num momento, parece que não se importa conosco, no outro, era o nosso melhor amigo, aquele que traz coisas boas para a nossa vida. Elsa sorriu. Um sorriso sincero, e alegre.


– Então, quer ir para a praça? – Jack perguntou.


– Quero.


♥♥♥


Elsa usava um sobretudo verde e meia calça preta. Botas que iam até o seu joelho preta e uma pequena bolsa bege. Seu cabelo loiro, quase branco, estavam presos em um rabo de cavalo. Era extremamente raro ver Elsa com cabelos soltos, dizia que algumas vezes a incomodava. Para muitas pessoas, Elsa estava sozinha. Mas para crianças que acreditam em Jack, ela estava conversando com alguém, com um albino de encantadores olhos azuis. Ela ouvia sussurros de pessoas a chamando de louca por estar conversando sozinha, mas não se importava, já estava acostumada com seu apelido. Se perguntassem qual era a pessoa mais louca de Arendelle, todos responderiam Elsa.


– Você conhece o filho mais novo do prefeito?


Jack a perguntou. Elsa pensou por um instante e lembrou-se claramente de ver um garoto conversando com o prefeito. Talvez fosse Hans, assim como era provável que não fosse. O garoto era da escola, ela sabia pois o viu em sua aula de química. Pelo o que sabia, Hans estava completando 18 anos hoje, e sempre que seus filhos faziam aniversário, o prefeito fazia uma grande festa na cidade e considerava aquele dia como um prefeito. Elsa não sabia ao certo quantos filhos o prefeito tinha, mas sabia que eram muitos.


– Acho que o vi na escola uma vez. – Elsa respondeu.


– Ele é metido? – Jack a olhou e Elsa riu – É sério!


– Infelizmente eu não sei. Nunca falei com ele se for quem estou pensando.


– Então não tem certeza de quem pode ser o filho do prefeito?


– É isso aí!


Elsa estava impressionada consigo mesma. Nunca havia falado tanto com uma pessoa como estava falando com Jack, e podia ser um progresso para ela perder o medo de assustar as pessoas quando começasse a falar que estava vendo monstros. Era estranho, desde que vira Jack, não viu nenhum monstro. Talvez porque não estava olhando para o seu reflexo, ou talvez porque a presença do guardião a fazia esquecer os seus problemas.


Comprou uma barra de chocolate e ofereceu à Jack, mas o mesmo recusou. Ao passarem pela igreja –que fazia cinco minutos que havia acabado a missa-, Elsa fez uma pequena oração e pediu benção ao Senhor. Sua mãe dizia que era um modo de respeito quando passasse pela casa de Deus e fizesse uma pequena oração agradecendo por tudo que tem acontecido. Ela agradeceu pelo Senhor ter lhe dado um amigo tão carinhoso como Jack, e, apesar de tê-lo conhecido á pouco tempo, já considerava Jack um grande amigo.


– Você é bem religiosa, não é? – Jack disse ao vê-la parada fazendo uma oração.


– Só um modo de respeito pelo criador. – Elsa o respondeu.


Jack gostava de Elsa. Achava adorável o modo como ela era tão inocente e ingênua num mundo onde o mal reina, onde as pessoas boas sempre pagam pelas pessoas más. Jack perdera as contas de quando gente inocente morreu por causa de ladrões ou traficantes. Seguiram mais adiante e viram o prefeito dando os parabéns ao seu filho. Agora Elsa tinha certeza, era um de seus colegas da aula de química. Havia algumas vidraças de lojas, e Elsa temia ver um monstro. Mas ao olhar para Jack e ver que ele estava ali, segurando a sua mão e lhe protegendo, o medo rapidamente fora embora.


– Sua mão é bem gelada. – Elsa disse e Jack deixou com que suas bochechas ficassem vermelhas. Não tinha notado que segurava a mão de Elsa, e amaldiçoou-se por ter uma pele tão branca a ponto de deixa-la ver que suas bochechas queimavam de tão vermelhas que estavam. Nunca tinha ficado com vergonha, sempre era ele quem fazia as crianças ficarem tímidas em sua presença. Elsa riu – Não sabia que espíritos podiam ficar corados.


– Acredite, eu também não sabia!


– Você fica mais adorável quando está corado! – Jack deu um meio sorriso e tentou controlar-se para suas bochechas não ficarem vermelhas, mas todo o seu esforço fora em vão. Elsa riu novamente e Jack amaldiçoou-se pela segunda vez. Bochechas malditas! Dizia para si mesmo. Olhou para Elsa e deu um sorriso, tentando espantar a timidez.


– A sua mão também é gelada.


Jack conhecia Elsa desde quando tinha seus 18 anos de idade. Foi mandado pelo homem da lua protegê-la, Elsa estava a ponto de se suicidar, e se não fosse o monte de neve que Jack havia criado no local, Elsa teria morrido ao se jogar daquela ponte.


Elsa achara Hans um cara interessante, mas não se envolveria com ele, tinha aparência de ser um completo idiota, e ela queria toda a distância de caras idiotas. Estava tudo normal, tudo tranquilo. Elsa e Jack esperavam que o resto do dia continuasse assim, normal. Mas coisas ruins estavam reservados para ele. O medo de Elsa só iria aumentar e aumentar, e um dos queridos monstros de Breu se preparava para assustá-la. Ninguém sabia ao certo o motivo de Breu estar usando o medo da loira, nem mesmo os guardiões sabia, mas eles tentavam a todo o custo protegê-la do maligno Bicho Papão.


– Hoje, meu filho, se torna um homem!


Dizia o prefeito, todo orgulhoso de seu caçula. Hans estava mais orgulhoso de si mesmo, mas achava que a sua festa de aniversário estava simples demais. Queria uma festa com classe, com mordomia, e sem o povo pobre de Arendelle presente. Se fosse possível, adoraria que o presidente do país estivesse presente em sua festa de aniversário. Como era ambicioso, como era hipócrita em chamar o seu povo de fedelhos! Este era Hans.


– Não existe pessoas mais felizes do que eu, sua mãe e seus irmãos!


Elsa adorava ver momentos em família, e estava emocionada com o tamanho do carinho que prefeito George tinha pelo seu filho. Ele poderia ter dado ao seu filho a festa mais chique que conseguisse, mas ao invés disso, ele estava compartilhando seu orgulho e felicidade junto com o seu povo. Elsa não sabia se Hans sentia orgulho de ser de Arendelle, mas aparentava que sim, ele tinha muito orgulho de ser daquela pequena cidade. Mas infelizmente, ela estava bastante errada em relação à Hans. Oh, como estava!


– Como presente de seu aniversário, trago-lhe o presente que tanto me pediu mas nunca pude lhe dar por achar que não estava na hora certa. – O prefeito aproximou-se de um enorme presente com embrulho cor azul. Ao abri-lo, revelou um porsche prata que para Elsa, era um exagero de presente. – Estava esperando o momento certo, Hans. E acho que esse é o momento certo. – Hans estava tão maravilhado com o carro que ignorou o que o pai dizia.


– Muito obrigado, pai.


Elsa levantou um pouco o olhar e arrependeu-se mortalmente por isso. Via o reflexo de si mesma e de Hans abraçando e beijando o seu belíssimo carro. Tinha que ser justo um carro? Pensava Elsa. Não podia ser alguma coisa que não refletisse a minha imagem? Devagarinho, viu algo atrás de Hans. Era o monstro que comandava os outros, o líder de todos, pelo que aparenta. Elsa o viu agarrar Hans pelo pescoço e puxá-lo até que metade de seu corpo tivesse se partido ao meio. Horrorizada, Elsa gritou, chamando a atenção do prefeito e de Hans também.


– Por Deus! – Disse o prefeito – Quem é estar garota?


Hans encantou-se pela beleza de Elsa, mas não deixaria que uma garota abalasse os seus sentimentos, e nela viu a chance de humilhar uma pessoa pela primeira vez. Sempre fora o filho que seu pai queria que fosse, mas estava cansado de ser o último a receber atenção de seus pais. E a única maneira de ter atenção, era humilhando alguém e causando problemas. Não importava a festa, não importava o carro, não importava seu aniversário ser dado como feriado em Arendelle, depois disso tudo, ele voltaria a ser o que menos recebe atenção de sua família, o caçula da família.


Desceu do palco improvisado e segurou os ombros de Elsa, que chorava ao recordar da cena que vira no reflexo do carro. Todas as vezes, via somente um monstro prestes a atacar, mas nunca tivera uma ilusão do monstro fazendo tamanha violência contra uma pessoa. Sentiu mãos em seus ombros e desejou que Jack estivesse a protegendo, mas não era Jack, era o famoso filho do prefeito. Olhou para o lado e viu Jack olhá-la assustado. Ele pretendia que o feitiço de Sandman durasse muito mais do que horas.


– Você está bem?


Uma voz grossa e rouca fora ouvida. Elsa olhou pra Hans e a primeira coisa que vinha em sua mente era a violência da ilusão, o quanto isso chamou a atenção das pessoas que ali estavam. Mais comentários maldosos sobre Elsa, mais risadas e mais pessoas colocando na cabeça de seus filhos que ela era uma louca e que não sabiam o que ela podia fazer quando tivesse um surto como aquele. Olhou para Hans mais uma vez e o mesmo sorriu falsamente.


– Chamo-me Hans.



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Autor(a): mrs_haddock

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