Fanfic: Reencontro LevyRroni | Tema: Levyrroni

William a fitava com raiva.

WLevy —Notei que omitiu de todos porque seria inconveniente para você que a verdade surgisse. A viuvinha forte tem mais apelo que a viúva que pula na cama com o primeiro homem que aparece... Imagine as caras de espanto, sem mencionar os comentários. E sempre haverá os crentes em que você sequer esperou que Eugenio morresse. A medida que falava, William adotava uma expressão mais e mais sombria. Deixando o coração de Maite cheio de angústia. Devia estar mesmo constrangida, considerando que ela abalara as fundações de sua vida! — Além disso, pelo que me lembro, meu envolvimento foi um pouco mais pessoal do que inseminação artificial.

Sem querer, ela desviou o olhar para os lábios dele. Sentindo a garganta seca e os joelhos fracos, verificou a bolsa de soro fisiológico pendurada no suporte.

MPerroni —Então, talvez tenhamos lembranças distintas do mesmo evento — observou ela, irônica. — Ser pai é muito mais que realizar um acasalamento.

WLevy —Poupe-me dessa ladainha, Maite. Está querendo dizer que não tinha nada além de gratidão sexual na cabeça na noite em que concebemos o Gabriel? Diria que ser mãe é mais que se submeter a um acasalamento?

MPerroni —O quê? Não... Mas é...

WLevy —Diferente? — sugeriu William. — Que conveniente.

Aflita, Maite aproximou-se da cama de Gabriel.

MPerroni —Ele está mexendo a mão... Veja. Ele indicou o movi­mento da mãozinha junto ao lençol.

WLevy —Vou chamar a enfer­meira... O médico...

MPerroni —Sim, William... Maite não queria ficar esperançosa demais, mas não podia evitar a adrenalina que lhe inundava o corpo.

Maite não achou nada extraordinária a rápida recuperação da criança. Biel estava magro, podiam-se contar suas costelas, e também mais irritado que o normal, mas, fora essas carac­terísticas passageiras, era seu Biel. Ou o Biel deles, um fato de que não se esquecia, com a presença constante de William. Nada mais seria igual. William entrou acompanhado do médico, o menino está fora de perigo. No dia seguinte o médico retorna ao quarto de Gabriel;

MPerroni —Ele pode ir para casa hoje?

O médico de aparência cansada sorriu.

Dr —Bem, se prefere ficar...

MPerroni —Definitivamente, não! Nada pessoal, entenda... Maite sorria de orelha a orelha. — Preciso ligar para casa e avisar a todos...

Maite sabia como pequenas comunidades funcionavam. Du­rante todo o período de convalescença de Gabriel, o pessoal do vilarejo, ao visitá-lo, não comentava sobre a presença constante de William no quarto, com certeza já especulavam. Podia até ser paranóia sua, mas tinha certeza de que as pessoas logo desconfiariam da verdade... Se é que já ,não desconfiavam.

Seus pais estavam aliviados demais com a recuperação de Gabriel para pensar em qualquer outra coisa. E Dulce não ques­tionava o interesse de William no bem-estar de Biel, embora Ucher devesse ter comentado com ela que o irmão não arredava pé do quarto de Biel no hospital. Talvez até William já houvesse revelado o segredo ao irmão! Não, provavelmente, não. Ucher comportava-se da mesma maneira, como se não soubesse nem desconfiasse de nada, pois se soubesse com certeza teria comentado com Dulce que o pequeno Gabriel era o seu sobrinho de sangue.